Quem ficou com o governante do Brasil quando Dom Pedro Primeiro foi para Portugal?

A história do Brasil reúne momentos importantes desde a chegada dos portugueses em 1500. No entanto, muitos fatos acabam caindo no esquecimento, passam despercebidos pela maioria da população do País ou são distorcidos com o passar do tempo.

Hoje, na edição especial sobre o Bicentenário da Independência do Brasil, a ser comemorado no próximo dia 7, o Diário publica curiosidades sobre personagens envolvidos no período de separação entre Brasil e Portugal.

Um deles, é a explicação do motivo de os portugueses se referirem a dom Pedro 1ª (do Brasil) como Pedro 4º. A monarquia em Portugal já existia há séculos. O primeiro governante no regime monárquico é dom Afonso Henriques, que se torna rei em 1140. Pedro 1º de Portugal começa seu reinado em 1357. Conhecido como Justiceiro ou Cruel, Pedro 1º reinou por 10 anos e não levou Portugal a guerrear com outros reinados. Era conhecido também ser justo e punir com rigor – independente de quem cometesse irregularidades.

Pedro 2º, chamado de Pacífico, comandou Portugal entre 1677 e 1706. Ele foi responsável por ampliar as explorações de metais no Brasil, então Colônia de Portugal.

O terceiro rei com nome de Pedro 3º foi o primeiro rei-consorte daquele país. Ele era casado com a rainha Maria 1ª, a Piedosa, que veio para o Brasil em 1808, quando a Corte fugia das tropas napoleônicas. Pedro 3ºe Maria 1ª são pais de dom João 6º, responsável pela transferência da sede do reinado para o Brasil no começo do século 19. Pedro 3º reinou entre 1777 até 1786. De acordo com historiadores, a morte aos 68 anos contribui para sua mulher ter problemas psiquiátricos, à época, sendo chamada de “louca”.

Por fim, Pedro 4º é o rei de Portugal que ficou, no Brasil, conhecido como dom Pedro 1º, filho de dom João 6º e Carlota Joaquina, que contribuiu para Independência do Brasil junto a Portugal.

Nomes ‘gigantes’ para demonstrar poder e influência

Dom Pedro 1º do Brasil tinha 17 sobrenomes. Enquanto o filho, dom Pedro 2º um pouco menos: 14. Isso acontecia para demonstrar influência e poder diante de outros reinados, explica o historiador Eduardo Lima, mestre em história social pela Unesp (Universidade Estadual Paulista).

“Muitas monarquias eram feitas por parentes. Então, a história costuma dizer que as monarquias da Europa eram de parentes. O excesso de sobrenomes ocorria para (o herdeiro) se tornar único. E no final colocar nome das famílias, o máximo que puder, para mostrar influência”, disse Lima.

O nome completo de Pedro 1º era: Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. Enquanto o nome de Pedro 2º era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.

Os nomes dos imperadores do Brasil também carregam outra curiosidade. Eles tinham os nomes Miguel, Rafael e Gabriel, em homenagem a três arcanjos. Isso, inclusive, tornou-se uma espécie de tradição entre os integrantes da monarquia da época.

A maioria tinha nomes em homenagem aos arcanjos. Nomes em homenagens aos antepassados, como pais, avôs, bisavôs e aos santos também eram comuns para o período. 

Durante o Primeiro Reinado, Dom Pedro I convocou uma Assembleia Constituinte a fim de elaborar a primeira constituição nacional.

Entretanto, como o documento não estava de acordo com suas pretensões, prendeu os deputados da Assembleia e impediu sua continuidade.

Nesse contexto, Dom Pedro I convocou dez membros aliados para a confecção da primeira Constituição do Brasil que foi outorgada pelo próprio rei em 1824.

Nela, o poder de Dom Pedro I foi ampliado com a criação de um quarto poder, o Poder Moderador, que se sobrepunha aos outros três poderes nas tomadas de decisão.

Iniciou-se assim um governo centralizado e autoritário por parte de Dom Pedro I, o que acabou por desagradar grande parte da população.

Em 1826, com a morte de seu pai, Dom João VI, o monarca voltou à Portugal na intenção de assumir as duas coroas, a do Brasil que já lhe pertencia, e a de Portugal.

Uma vez que possuir duas coroas era proibido tanto pela Constituição de Portugal quanto pela Constituição brasileira, Dom Pedro I abdicou ao poder em Portugal e deixou sua filha, Maria da Gloria, como herdeira ao trono.

É nesse contexto que, em Portugal, Dom Miguel, irmão de Dom Pedro I, promove um golpe na tentativa de assumir o poder. Essa situação fez com que Dom Pedro I se dedicasse mais aos problemas externos do que com as questões do Brasil, deixando o Partido Brasileiro e o restante da população extremamente insatisfeitos.

A perda do território da Cisplatina, as fortes repressões aos movimentos sociais e a falência de órgãos importantes, como o Banco do Brasil, só vieram aumentar a impopularidade no monarca.

Em 07 de abril de 1831, Dom Pedro I abdicou ao trono brasileiro. É seu filho, Dom Pedro II, que assume como seu sucessor.

Entretanto, na ocasião, Dom Pedro II tinha apenas 5 anos, obrigando o Brasil a ser governado por regentes até sua maioridade, no chamado Período Regencial.

Quem ficou governando o Brasil quando Dom Pedro Primeiro foi para Portugal?

Morte. Em 1831, D. Pedro I mudou-se para Portugal com o objetivo de participar da Guerra Civil Portuguesa e defender o direito de sua filha, D. Maria II, de assumir o trono do país.

Quem sucedeu Dom Pedro I em Portugal?

Pedro I do Brasil.

O que aconteceu quando Dom Pedro Primeiro voltou para Portugal?

Depois de abdicar do trono brasileiro, em 1831, d. Pedro I retornou a Portugal e lá se envolveu na Guerra Civil Portuguesa. Esse conflito foi resultado da crise de sucessão que estourou no país depois que o pai de d. Pedro I faleceu, em 1826.

Como ficou o governo brasileiro com a abdicação de Dom Pedro Primeiro?

A abdicação de Dom Pedro I ocorreu em 7 de abril de 1831, sendo forçado a deixar o trono em favor de seu filho, Dom Pedro II, então com cinco anos de idade. Tal fato ocorreu por conta de diversos fatores, que demonstram uma instabilidade do império no contexto do período.