Quanto maior a pressão menor o volume

Quanto maior a pressão menor o volume

gases.aula#2

as Leis Emp�ricas e a Equa��o de Estado dos Gases Ideais

O per�odo entre o s�culo XVII e o final do s�culo XIX foi de grande import�ncia para a Qu�mica, para a F�sico-Qu�mica e para a Ci�ncia. Com a inven��o do term�metro (Farheneit) e do bar�metro (Torricelli), aliados a balan�as mais sens�veis, permitiu a um grupo de cientistas, curiosos e amantes da natureza a descoberta de propriedades interessantes do estado gasoso; as rela��es observadas entre as varia��es na press�o, na temperatura e no volume pareciam ser as mesmas para todos os gases. Estas observa��es indicavam que os gases eram obedientes a algumas leis: s�o as chamadas leis emp�ricas dos gases, que juntas culiminam na Equa��o de Estado para os Gases Ideais, como veremos a seguir.

1) Volume x Press�o: A Lei de Boyle

Olhe atentamente para a figura abaixo. O que aconteceu com o volume do g�s contido no cilindro quando a massa sobre o pist�o foi aumentada? O volume diminuiu. Isto nos diz que o volume de um g�s diminui quando a press�o sobre este aumenta. E este � o princ�pio fundamental da lei de Boyle: o volume de um g�s � inversamente proporcional � sua press�o.

Quanto maior a pressão menor o volume

Robert Boyle, 1627-1691

Quanto maior a pressão menor o volume

Boyle foi o primeiro cientista a conduzir experimentos f�sico-qu�micos controlados e a publicar seus resultados com detalhes experimentais elaborados, observa��e criteriosas e conclus�es fundamentadas- tal como nos papers atuais!

Em 1662, Robert Boyle publicou um trabalho chamado "The Spring and Weight of the Air", algo como "A Mola e o Peso do Ar". Neste trabalho, Boyle apresenta uma s�rie de experimentos onde ele media o volume de gases em fun��o da press�o exercida sobre estes, em diferentes temperaturas. Seus resultados hoje s�o conhecidos de qualquer estudante do ensino m�dio. Boyle observou que o volume do g�s era inversamente proporcional � press�o aplicada sobre este. N�o obstante, observou que - a uma mesma temperatura, o produto press�o x volume (pV) � constante, isto �, uma altera��o na press�o provoca tal altera��o no volume de maneira que o produto pV continue constante.

Ent�o,

pV = constante

A equa��o acima tem consequ�ncias fant�sticas. De partida, nos garante que se soubermos qual � o volume de um g�s a uma certa temperatura e press�o, podemos predizer qual ser� o volume a uma press�o maior ou menor. Como � ilustrado no quadro abaixo, a lei de Boyle explica v�rios fen�menos cotidianos envolvendo o produto pV. A respira��o, a suc��o, entre outros, s�o poss�veis gra�as a esta forte interdepend�ncia de p e V para os gases.

Quanto maior a pressão menor o volume

A Figura acima ilustra um experimento onde o volume de um g�s foi medido isotermicamente (a temperatura constante) em fun��o da press�o. O conjunto de todos os pontos experimentais (apenas dois est�o ilustrados) d� uma curva que indica um decr�scimo exponencial da press�o com o aumento do volume. Veremos, adiante, qual � a express�o para esta curva. Por hora, basta sabermos que esta curva � conhecida como isoterma de Boyle para o g�s ideal.

Lei de Boyle na Respira��o:

Quanto maior a pressão menor o volume

Na respira��o, a lei de Boyle pode ser observada. Na etapa da inala��o, o diafragma se expande deixando o volume do pulm�o maior. Como o produto pV deve ser constante, a press�o interna do pulm�o diminui com este aumento de volume. Como a press�o atmosf�rica � maior, ar entra no pulm�o at� equalizar as press�es. O processo inverso ocorre na exala��o.
Quanto maior a pressão menor o volume

Na suc��o, usamos o diafragma para aumentar o volume do pulm�o e diminuir sua press�o interna. S� que, agora, usamos esta diferen�a de press�o com a press�o externa para sugar alguma coisa, tal como o refrigerante com um canudo.

A isoterma de Boyle tamb�m indica que o produto pV � mantido constante em toda a faixa de p e V apresentado. Por exemplo, � poss�vel ver graficamente que a �rea p1V1 � igual � �rea p2V2, isto �, p1V1=p2V2. Outro fato importante � sobre a densidade: a lei de Boyle prev� que a densidade de um g�s seja diretamente proporcional � press�o exercida sobre este, pois quando a press�o aumenta, o volume diminui e a densidade (raz�o entre massa e volume) fica maior. Por isso o ar � mais rarefeito em lugares com maior altitude: a press�o atmosf�rica � menor (veremos adiante por qu�), consequentemente a densidade � tamb�m menor.

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A isoterma acima ilustra outra observa��o de Boyle: o volume de um g�s tende ao infinito quando a press�o tende a zero; e o volume tende a zero quando a press�o tende ao infinito. Estes s�o os limites da lei de Boyle. Veremos, adiante, que um gas real tem comportamento pr�ximo ao do g�s ideal nas regi�es onde a press�o tende a zero.

2) Volume x Temperatura: A Lei de Charles

Este � um experimento que voc� pode fazer em casa: encha um bal�o (de festa) at� metade de sua capacidade. Depois, prepare duas bacias (ou panelas) com �gua gelada (�gua+gelo) e �gua quente (fervente, cuidado!). A seguir, mergulhe o bal�o na �gua gelada. Observe seu volume. Repentinamente, transfira o bal�o para o recipiente com �gua quente: viu o volume do bal�o aumentar? Pois �, Jacques Charles tamb�m observou este fen�meno, l� por meados do s�culo XVIII. E, estabelecendo uma rela��o precisa entre o volume e a temperatura dos gases, nasceu o que hoje conhecemos como a Lei de Charles.

Quanto maior a pressão menor o volume

Jacques Charles,1746- 1823

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Charles gostava de voar de bal�es de ar quente; inventou v�rios equipamentos de v�o, muitos baseados em propriedades dos gases. Estudou a rela��o entre temperatura e volume de 10 diferente gases, isto em 1780!

Numa extens�o do experimento acima, voc� pode provocar uma diminui��o ainda mais dr�stica do volume do bal�o caso tenha um refrigerante, tal como nitrog�nio l�quido. Neste caso, o bal�o fica com apar�ncia de "vazio", tamanha a diferen�a de temperatura. Isto porque, tal como observado por Charles, o volume de um g�s � diretamente proporcional � temperatura, desde que a press�o do g�s seja constante.

Ent�o, se a press�o for constante:

V = constante.T

Em outras palavras, pode-se dizer que o quociente V/T � constante (se p for constante). Logo, qualquer varia��o na temperatura acarreta uma mudan�a tal no volume de maneira que o quociente V/T continue constante.Ou seja, numa mudan�a de T1 at� T2, o volume varia de forma que V1/T1=V2/T2..

A Figura abaixo ilustra um experimento onde o volume de um g�s foi medido em fun��o da temperatura, em 3 press�es diferentes (A, B e C). Cada cole��o de pontos forma uma reta, que s�o chamadas de curvas isob�ricas de Charles para o g�s ideal.

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Entretanto, o fato mais impressionante visto nas isob�ricas de Charles, � o que acontece quando se extrapola as curvas para temperaturas menores: todas, independentemente da press�o, culminam no mesmo valor de T para o volume zero: -273,15 �C. De acordo com seus experimentos (que mais tarde foram confirmados e publicados por outro franc�s, o Joseph-Louis Gay-Lussac), um g�s teria um volume nulo (zero) se a temperatura for de -273,15 �C. Como qualquer volume menor do que isso � impens�vel, ent�o pode-se concluir que esta temperatura � a menor poss�vel de ser atingida. Esta temperatura � chamada de zero absoluto. A escala absoluta da temperatura foi desenvolvida (mais tarde) por Lord Kelvin e � conhecida, hoje, como Escala Kelvin. Nesta escala, -273,15 �C corresponde a 0 K. A temperatura de fus�o do gelo, ent�o, � de +273,15 K, e a de ebuli��o da �gua � de +373,15 K. A convers�o entre as escalas pode ser feita conforme a express�o abaixo:

T(K) = T(�C) - 273,15

3) Volume x n�mero de part�culas: A Lei de Avogadro

Quanto maior a pressão menor o volume
O cientista italiano Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro apresentou, no in�cio do s�culo XIX, uma explica��o perfeita para v�rias observa��es experimentais feitas por ele mesmo e muitos outros cientistas da �poca, tal como Gay-Lussac. Contempor�neo de Avogadro, Gay-Lussac publicou um artigo em 1809 que mostrava que todos os gases se expandiam com o aumento da temperatura. O que chamou a aten��o de Avogadro foi que todos se expandiam na mesma propor��o, independente do tipo de g�s estudado. Para sua mente estava �bvio que, ent�o, todos os gases, a uma certa temperatura e press�o, deveriam conter o mesmo numero de part�culas por unidade de volume.Avogadro disse que "volumes iguais de gases, medidos na mesma press�o e temperatura, cont�m o mesmo n�mero de part�culas". Este postulado ficou conhecido como a Lei de Avogadro.

Avogadro, 1780-1856

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Amedeu era advogado; com 16 anos terminou o doutorado em lei eclesi�stica! Logo em seguida, come�ou a estudar filosofia natural e passou a ensinar ci�ncias. Dentre suas observa��es, surgiram a Lei de Avogadro e o N�mero de Avogadro.

Hoje, a lei de avogadro � expressa em termos de uma quantidade fixa de part�culas, NA, o n�mero de Avogadro. Assim como uma d�zia cont�m doze unidades, um mol cont�m o n�mero de Avogadro de part�culas, quer sejam �ons, �tomos ou mol�culas. Este � um n�mero muito grande: 6,022x1023. De acordo com Avogadro, um mol de qualquer g�s ir� ocupar sempre o mesmo volume de medido nas mesmas T e p. Nas condi��es normais de temperatura e press�o (CNTP, a 273,15K e 1,00atm), um mol de qualquer g�s ocupa o mesmo volume: 22,4 litros.

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Outra observa��o importante de Avogadro foi de que o volume � diretamente proporcional ao n�mero de part�culas de g�s, ou seja, quanto maior for o n�mero de moles do g�s, maior ser� o seu volume, nas mesmas T e p. Isso sabemos desde crian�a, ao encher um bal�o de festa, por exemplo: a cada soprada, mais g�s entra no bal�o e este fica mais cheio, com maior volume.

Ent�o, a Lei de Avogadro diz que:

V = constante.n

Onde n � o n�mero de moles do g�s. Em outras palavras, o quociente V/n � constante e a rela��o V1/n1=V2/n2 tamb�m � v�lida.

4) Equa��o de Estado dos Gases Ideais

A combina��o dos resultados de Boyle, Charles, Gay-Lussac e Avogadro resulta numa das mais belas equa��es matem�ticas da f�sico-qu�mica. Uma equa��o simples: de apenas 4 vari�veis, que parece reger o comportamento padr�o de todos os gases conhecidos. � uma equa��o de estado, pois define um estado f�sico-qu�mico da mat�ria e seu resultado depende sempre somente dos estados inicial e final, e n�o se preocupa com o caminho utilizado para ir de um estado a outro.

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Como vimos, combinando as 3 equa��es de igualdade anteriores, temos que:

pV/nT = constante

Esta constante � a constante dos gases e � chamada de R. Seu valor � determinado experimentalmente, fazendo-se um experimento onde o volume de um g�s � medido a v�rias press�es. o valor de R, ent�o, � obtido fazendo-se um grafico de pV/nT vs. p; os pontos resultar�o em uma reta, cujo coeficiente linear � o melhor valor de R. Isto porque um g�s real tem comportamento de g�s perfeito quando a press�o � muito baixa.

Esta � tamb�m uma das mais famosas equa��es da ci�ncia: pV=nRT j� faz parte, praticamente, do senso comum. A express�o � poderosa: nos permite prever qualquer estado poss�vel para um g�s, pois as vari�veis (p, V, n, T) s�o interdependentes e obdecem a fun��o pV/nT = R.

� importante lembrar que esta � uma equa��o emp�rica, isto �, baseada somente em observa��es experimentais. � uma lei: A Lei dos Gases Ideais.

Mais tarde, veremos que nem todos os gases seguem esta lei, sobretudo em situa��es onde a press�o � elevada ou a temperatura � baixa. Veremos uma outra equa��o de estado, capaz de descrever tamb�m o comportamento dos gases reais.

E, assim, terminamos esta parte de nossa aula sobre o estado gasoso. Para continuar, utilize o menu de navega��o no topo da p�gina.

Quanto menor o volume maior a pressão?

Lei de Boyle ou Lei de Boyle-Mariotte: Sob temperatura constante, o volume ocupado por determinada massa fixa de um gás é inversamente proporcional à sua pressão. Isso significa que se dobrarmos a pressão de um gás, seu volume reduzirá pela metade e assim por diante.

Quanto menor a pressão menor o volume?

Assim, quando diminuímos o volume ocupado por um gás, a colisão entre as suas partículas aumentam, aumentando consequentemente a pressão exercida por esse gás. Veja na imagem: Quanto maior a pressão, menor o volume resultante (e maiores as colisões internas).

O que acontece com o volume quando aumenta a pressão?

Assim, quando aumentamos a pressão sobre o sistema, o volume diminui e as moléculas ou partículas dos reagentes ficam mais próximas umas das outras, o que aumenta a probabilidade de ocorrência de colisões entre essas partículas e, consequentemente, a velocidade da reação aumenta.

Qual a diferença entre pressão e volume?

Em uma transformação isotérmica, pressão e volume são inversamente proporcionais e em uma transformação isométrica, pressão e temperatura são diretamente proporcionais. Dessas observações, podemos concluir que a pressão é diretamente proporcional à temperatura e inversamente proporcional ao volume.