Por que o narrador afirma que o livro do avô era mais do que um livro era um verdadeiro baú?


Dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira. Universidade Federal de Santa Catarina, 1993.

Neste ensaio produzimos uma visão sobre Baú de Ossos, livro de Pedro Nava, obra que transcende o memorialismo. A abordagem realizada disseca: características do livro, recursos e efeitos usados. Isso é feito a partir de perspectivas sociológicas que se encaixam nos objetos de análise escolhidos. Pretende-se demonstrar que a obra é uma forma de interpretação social baseada em experiências pessoais e alheias, que é construída criticamente através da ironia

PORTO, Patrícia. Narrativas Memorialísticas: Por uma arte docente na escolarização da literatura. 220p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2009. RESUMO As histórias do tempo de escola e do tempo da infância fazem parte da memória da nossa passagem pelo mundo e essas memórias, espontâneas ou evocadas, se manifestam de forma simbólica e imaginária. E as reminiscências que afloram desse tempo memorialístico nos aparecem, no campo do visível e do dizível, como um redemoinho de imagens, um labirinto discursivo e imagético. Nesta tese, para refletir sobre as “experiências memorialísticas” que se desvelam no espaço poético entre ficção e realidade, entre memórias reais e memórias ficcionais – nos aproximamos de abordagens teóricas que tratassem dessa temática plural entre a literatura e a memória como continuum religare. Ao realizar o presente estudo, um dos objetivos iniciais foi refletir sobre uma “arte docente” na escolarização da literatura a partir das experiências narrativas literárias que possibilitassem o encontro e o diálogo entre a identidade cultural e o direito à palavra encarnada da memória, palavra que, quando mesclada ao mundo imagético, desfaz as fronteiras entre o que se vive e o que se inventa para viver, lembrar e narrar do tempo da experiência. O discurso memorialístico do contar, do narrar sua história, do refletir-se na história do outro, reascendo o fogo primitivo que sobrevive num sujeito muitas vezes atrelado à massificação das experiências e ao esvaziamento do significar. Concluímos e defendemos assim que, ao compreender a persistência das reminiscências diante de um esquecimento contemporâneo dilacerante e de uma crescente ausência da arte da narrativa, como há muito nos advertiu Walter Benjamin, somos convocados a refletir sobre quem fomos e sobre quem queremos nos tornar nas nossas próprias trajetórias docentes. Palavras-chave: Literatura; Cultura; Memória.

[Tese de doutorado] A literatura de Graciliano Ramos sofre expressiva guinada estética, a partir de 1937, depois de passar dez meses na prisão. Embora quase todos os seus livros tenham partido de um conto, apenas depois de sua liberdade, o escritor alagoano passou a se dedicar à narrativa curta, em sua concepção, organização e crítica. Os contos produzidos nesse período foram reunidos em Insônia (1947), mas alguns deles foram também publicados em Dois dedos (1945) e Histórias incompletas (1946), cada um destes dois como esboço de uma proposta estética que tomaria consistência apenas no livro posterior. A estrutura do conto passa a orientar, então, a atividade criativa de Graciliano, que abandona o gênero romanesco e busca a forma mais “razoável” para expressar criticamente as tensões entre indivíduo e sociedade. Além disso, o escritor incorpora organicamente alguns procedimentos de tendências artísticas herdadas das vanguardas históricas, não de modo conciliado, mas por meio de apropriações críticas e diferenciais. Com isso, Graciliano elabora estratégias estético-narrativas na concepção de Insônia, que se tornam fundamentais para a escrita de Memórias do cárcere (1953), cujos capítulos apresentam, em sua maioria, aspectos congruentes a alguns contos de Insônia, especialmente os aqui denominados “Noturnos”. As categorias simbólicas de “noturnidade” e “insonolência” tornam-se também fundamentais para o desenvolvimento do conceito de memória em Graciliano Ramos, um dos componentes decisivos para a construção do livro sobre a cadeia. Portanto, a tese busca comprovar a importância de Insônia na concepção de Memórias do cárcere, bem como das articulações do substrato do vivido na reconfiguração estética do projeto literário do escritor e na produção de sua contística.

O presente livro tem por objeto de estudo o romance O Ateneu, de Raul Pompéia, publicado em 1888 em folhetim pela Gazeta de Notícias e, meses mais tarde, em volume, pela tipografia do mesmo jornal. Estuda-se aqui o processo narrativo da obra a partir de uma discussão inicial de sua recepção crítica, em que se observam três tendências interpretativas distintas: uma primeira de viés biográfico, bastante comum até a década de 1940; uma segunda, de viés social, iniciada logo após a anterior, e continuada ainda hoje; e uma última, de viés revisionista, mais atual, pautada na análise de aspectos até então considerados acessórios pela crítica. Dentre estes aspectos, está o tratamento cada vez mais aprofundado da narração autodiegética e do memorialismo latente já no subtítulo do romance – “Crônica de saudades”. Para tanto, discute-se a seguir a natureza teórica da narrativa de memórias, levantando-se diversos textos de teoria da narrativa como embasamento teórico da exposição. Propõe-se, assim, o uso de uma terminologia que busca categorizar em três grandes grupos as narrativas de memórias, de acordo com sua orientação mais voltada para o passado da ação – “narrativa retrospectiva” –, para o presente da narração – “narrativa presentificativa” – ou para o processo de leitura e recepção das memórias – “narrativa prospectiva”. A análise posterior de diversos elementos da narração d’O Ateneu chega à conclusão de que o romance de Pompéia representa um exemplo acabado de “narrativa prospectiva”, em que o narrador manipula a infância vivida no internato para fazer-se de vítima do sistema, e, assim, reverter a lógica de opressão a que fora submetido no Ateneu.

Apresentação Encontrando inspiração em escritores como Pedro Nava, a autora inaugura um caminho que une o rigor do texto acadêmico com a ousadia que só o texto literário permite – originalidade que levou este livro, quando ainda era tese, a ser finalista do Prêmio CAPES. A partir de depoimentos de professores, Patrícia Porto compõe um quadro em que o ensino da literatura pode (e deve) se confundir com a própria literatura. Sem abrir mão da investigação epistemológica, a autora possibilita que os professores de literatura contem suas histórias, reflitam sobre suas vidas e revisitem seus primeiros encontros com a arte da escrita. São depoimentos e histórias de vida que levam a autora a promover um rico diálogo entre cultura oral, literatura e folclore e a demonstrar como tudo isso pode ser reunido, com leveza, graça e entusiasmo dentro da sala de aula. Sim, porque o livro também trata da prática, do dia a dia, do chamado “chão da sala” e demonstra a riqueza que pode brotar desse chão. Ao trabalhar as narrativas memorialísticas dos professores Patrícia Porto faz com que eles se reapropriem dos territórios imaginários, dos bens e dos tesouros que trazem (guardados ou esquecidos) em suas memórias docentes. Apoiando-se em teóricos como Walter Benjamin, Mikhail Bakthin e Gaston Bachelard a autora nos introduz dois novos conceitos que ela própria desenvolveu – e hoje são uados como base para grupos de estudo em universidades brasileiras – a Memória Polifônica e a Memória Proustiana. Formas de memória, que as narrativas, ao unir a vivência pessoal e o momento histórico e social em que essa vivência ocorreu, imbricam, moldam e formatam o que é dito. “Narrativas Memorialísticas de Professores: Leitura Literária na Escola” é um título obrigatório para quem se dedica a pesquisar, resgatar e valorizar a trajetória daqueles que, mesmo nas mais adversas condições, do ensino, acreditam na literatura a ponto de passá-la adiante não como uma matéria, e sim como uma arte. É uma obra que revigora quem está em sala e inspira quem nela pretende estar. Ricardo Gualda, Escritor e Publicitário

RESUMO: O presente trabalho objetiva colocar em diálogo a opacidade viabilizada pela materialidade do silêncio considerado como um tipo singular de discurso. Por meio de excertos do primeiro volume das memórias do escritor brasileiro Pedro Nava, intitulado Baú de ossos, publicado em 1972, pretendeu-se vislumbrar, ao longo do fio narrativo, a cristalização de não-ditos e a respectiva potencialização do processo de significação que esses hiatos no plano enunciativo ofertam ao leitor. Foram conclamados, neste artigo, alguns momentos em que Pedro Nava, em sua labuta com as memórias de sua infância, como também com o resgate da história dos seus antepassados no Ceará, Rio de Janeiro e Minas Gerais, subitamente interrompe a narração, optando por silenciar e, talvez, potencializar a significação através de não-ditos. Nesse mecanismo de enquadramento da memória, o incansável jogo de lembrar e esquecer cumpre variadas funções e Nava, com destreza ímpar, conduz o fio narrativo ora detalhando minuciosamente cada acontecimento, ora trancafiando situações e fatos em circunscrições de silêncios. Para delinear uma organização mínima aos fragmentos que foram escolhidos, o critério é que os mesmos contemplassem, simultaneamente ou não, a tríade de Michael Pollak: i) silêncio em conseqüência da angústia de não encontrar uma escuta; ii) silêncio para evitar punição por aquilo que se diz; e iii) silêncio para não se expor a mal-entendidos. Com auxílio da tipologia de discursos, de silêncios, de Pollak, verticalizou-se a leitura do Baú de ossos tentando resgatar alguns não-ditos cuja existência se deve muito menos em conseqüência da inexequibilidade em rememorar um dado específico, do que da habilidade com a qual o narrador, autodiegético, optou mantê-los indizíveis e, assim o fazendo, dilatou o potencial de significação residente nesses lugares de opacidade.

Por que de fato o avô leu o mesmo livro por tanto tempo?

O que o menino imaginou que poderia ter levado o avô a ler sempre o mesmo livro? o fato de ler e reler e cada vez curtir mais ainda a história.

Que sentimento transparece no modo como o autor fala sobre o que viveu na casa dos avós?

Resposta: ele fala como uma explicação de alegria e etc.

Qual a profissão do narrador do livro O Pequeno Príncipe?

O Piloto. É o narrador da história e assume o papel de protagonista juntamente com o Pequeno Príncipe. Quando criança, sonhava em ser artista, mas foi desencorajado pelos adultos. É o desenhista da história, o que faz ele perceber que a sua visão de mundo se aproxima da visão de uma criança .