Por que a eritroblastose fetal é uma doença que se manifesta somente após a primeira gestação?

A doença hemolítica do recém-nascido é um quadro clínico no qual os glóbulos vermelhos são degradados ou destruídos pelos anticorpos da mãe. A hemólise é a destruição dos glóbulos vermelhos no sangue.

  • Esse distúrbio pode ocorrer se o sangue da mãe for incompatível (entra em conflito) com o sangue do feto.

  • O diagnóstico toma por base exames de sangue da mãe e, às vezes, do pai.

  • Às vezes, imunoglobulina é administrada à mãe durante a gestação para ajudar a prevenir essa doença no recém-nascido.

  • O tratamento pode incluir transfusões de sangue para o feto antes do parto e para o recém-nascido após o parto.

Os glóbulos vermelhos contêm hemoglobina, uma proteína que confere a cor vermelha ao sangue e que permite a este transportar oxigênio dos pulmões a todos os tecidos corporais. Oxigênio é utilizado pelas células na produção da energia de que o corpo necessita, o que origina dióxido de carbono como produto residual. Os glóbulos vermelhos transportam o dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. Quando o número de glóbulos vermelhos é muito baixo, o sangue transporta menos oxigênio, causando fadiga e fraqueza.

O fator Rh é uma molécula presente na superfície dos glóbulos vermelhos em algumas pessoas. O sangue será Rh positivo se os glóbulos vermelhos da pessoa tiverem o fator Rh. O sangue será Rh negativo se os glóbulos vermelhos da pessoa não tiverem o fator Rh. O sangue da maioria das pessoas é Rh positivo.

A mãe com sangue Rh negativo pode produzir anticorpos anti-Rh se ela for exposta a glóbulos vermelhos que são Rh positivo. A maneira mais comum de uma mulher ser exposta a sangue Rh positivo é quando ela tem um feto com sangue Rh positivo. A mãe é exposta ao maior volume de sangue do feto durante o parto, ocasião na qual a maior parte da sensibilização ao Rh ocorre. Contudo, algumas mães também podem ser expostas ao sangue do feto antes disso, por exemplo, durante um aborto espontâneo ou eletivo, durante um exame diagnóstico no feto (por exemplo, uma amniocentese Amniocentese Os exames diagnósticos pré-natais envolvem testar o feto antes do nascimento (no pré-natal) para determinar se ele sofre de alguma anomalia, incluindo distúrbios genéticos hereditários ou espontâneos... leia mais ou amostragem de vilosidades coriônicas Biópsia das vilosidades coriônicas Os exames diagnósticos pré-natais envolvem testar o feto antes do nascimento (no pré-natal) para determinar se ele sofre de alguma anomalia, incluindo distúrbios genéticos hereditários ou espontâneos... leia mais ), caso elas sofram alguma lesão no abdômen, ou se houver um descolamento prematuro da placenta (ruptura da placenta Ruptura prematura da placenta A ruptura prematura da placenta é o descolamento prematuro de uma placenta posicionada normalmente na parede do útero, geralmente depois de 20 semanas de gestação. A mulher pode ter sangramento... leia mais ). Assim, a maioria dos casos de doença hemolítica ocorre em fetos cujas mães passaram por dessensibilização em uma gravidez anterior. Contudo, em casos raros, a mãe pode produzir anticorpos no início da gestação e depois esses anticorpos afetam o feto mais no final da gestação. A exposição também pode ocorrer fora de uma gestação, por exemplo, se a mãe tiver recebido em alguma ocasião uma transfusão de sangue Rh positivo antes da gravidez. Assim que a mãe tenha sido exposta e tenha desenvolvido anticorpos, é mais provável que ocorram problemas nas gestações posteriores em que o feto tem sangue Rh positivo.

Às vezes, outras incompatibilidades de grupo sanguíneo podem dar origem a uma doença hemolítica similar (porém menos grave). Caso a mãe tenha sangue tipo O, por exemplo, e o feto tenha sangue tipo A ou B, o corpo da mãe produzirá anticorpos anti-A ou anti-B que podem atravessar a placenta em grandes quantidades, fixar-se aos glóbulos vermelhos do feto e provocar sua destruição (hemólise), o que causa anemia leve ou hiperbilirrubinemia. Esse tipo de incompatibilidade é denominado incompatibilidade ABO. Em geral, a incompatibilidade ABO causa uma anemia menos grave que a incompatibilidade do fator Rh e, ao contrário da incompatibilidade do fator Rh, ela normalmente fica menos grave com cada gravidez posterior.

  • Exames de sangue na mãe durante a gestação e, às vezes, no pai

Durante a primeira consulta pré-natal da gestação, a mãe realiza um exame de sangue para determinar se o sangue dela é Rh positivo ou Rh negativo. Se o sangue da mãe for Rh negativo e o resultado do exame for positivo para anticorpos anti-Rh ou se o resultado do exame for positivo para outro tipo de anticorpo que pode causar doença hemolítica no recém-nascido, o sangue do pai será analisado. A sensibilização ao Rh é um risco se o pai tiver sangue Rh positivo. Nessas situações, a mãe realiza exames de sangue periódicos durante a gestação para verificar os níveis de anticorpos anti-Rh. Nada mais precisa ser feito, enquanto anticorpos não forem detectados. Se os exames detectarem anticorpos, são realizados exames de sangue especiais na mãe e no feto durante a gestação.

  • Injeção de imunoglobulina durante a gestação e após o parto

Para evitar que uma mulher com sangue Rh negativo desenvolva anticorpos contra os glóbulos vermelhos do feto, ela recebe uma injeção de um preparado de imunoglobulina anti-D (Rh0) aproximadamente na 28ª semana de gestação e novamente 72 horas após o parto. Elas também recebem uma injeção após qualquer episódio de sangramento vaginal durante a gravidez e depois da amniocentese ou amostragem das vilosidades coriônicas. A imunoglobulina rapidamente reveste os glóbulos vermelhos fetais que sejam Rh positivo que tenham entrado na circulação da mãe para evitar que o sistema imunológico da mãe determine que eles são “estranhos” e, com isso, desencadeie a formação de anticorpos anti-Rh. Esse tratamento em geral impede que a doença hemolítica do recém-nascido se desenvolva.

  • Às vezes, transfusões de sangue para o feto antes do parto

  • Às vezes, mais transfusões após o parto

  • Tratamento da icterícia, se ela estiver presente

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Por que a eritroblastose fetal é uma doença que se manifesta somente após a primeira gestação?

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Por que a eritroblastose fetal é uma doença que se manifesta somente após a primeira gestação?

Porque a eritroblastose fetal é uma doença que se manifesta somente após a primeira gestação?

Durante a primeira gestação o bebê não será afetado. Porém, o contato do sangue da mãe e do bebê no momento do parto faz com que o organismo materno receba as hemácias do filho e comece a produzir anticorpo anti-Rh. Assim, em uma segunda gestação, se o bebê for Rh+, o organismo materno possui anticorpo anti-Rh.

Por que a eritroblastose fetal ocorre a partir da segunda gestação?

Nestes casos, o corpo da mãe, na primeira gravidez, produz anticorpos que, durante a segunda gestação, começam a combater as células vermelhas do sangue do novo bebê, eliminando-as como se fossem uma infecção. Quando isso acontece, o bebê pode nascer com anemia grave, inchaços e aumento do fígado, por exemplo.

Por que a eritroblastose fetal geralmente não acomete o primeiro filho sendo mais preocupante na segunda gestação de uma criança Rh positiva?

A ocorrência de eritroblastose fetal na segunda gestação deve-se ao fato de que, no segundo parto, a mulher já foi sensibilizada e apresenta, portanto, anticorpos no sangue, que atravessam a placenta e entram em contato com a circulação fetal.

Como ocorre a doença eritroblastose fetal e por quê?

Eritroblastose fetal é uma anemia hemolítica fetal (ou neonatal, como eritroblastose neonatal) causada pela transmissão transplacentária de anticorpos maternos direcionados às hemácias fetais. O distúrbio costuma resultar de incompatibilidade entre os grupos sanguíneos materno e fetal, geralmente os antígenos Rho(D).