Por que as indústrias se instalaram primeiro na cidade de São Paulo?

RESUMO

Este artigo tem como objetivo analisar o processo de industrialização do município de São José dos Campos a partir da história local, analisando os motivos que levaram ao estágio atual do desenvolvimento econômico e tecnológico da cidade. A partir de pesquisas bibliográficas foi possível constatar a importância do Estado na evolução tecnológica, industrial e na transição da economia do município de agrícola para industrial. Foram constados que aspectos geográficos, locacionais e políticas de incentivos fiscais favoreceram investimentos tanto por capital estatal como privado que foram responsáveis pelo apogeu do crescimento econômico da cidade.

Palavras-chave: Industrialização, Políticas de incentivos fiscais, desenvolvimento econômico.

1.   INTRODUÇÃO

A industrialização é um termo criado historicamente. Refere-se à produção em larga escala, em determinados locais. As fábricas, com o uso de máquinas e grande quantidade de mão de obra, com o objetivo de suprir as necessidades de determinado mercado consumidor. Este processo de industrialização, que leva à criação da chamada indústria moderna, surgiu na segunda metade do século XVII, no princípio da chamada Revolução Industrial. Esta, principalmente no ocidente, avançou inicialmente da produção e da economia, para as noções tradicionais de tempo, ritmo e velocidade, modificando-os, fornecendo algumas das bases para o mundo contemporâneo (SILVA, 2005; SILVA, 2005).

São José dos campos é um município localizado na região do Vale do Paraíba entre o eixo Rio - São Paulo e teve o ápice do crescimento econômico no século XX, com a industrialização do país.

O município é ligado por modernas rodovias e pelo aeroporto e teve um rápido crescimento econômico durante esse período e ao longo das últimas seis décadas vêm se desenvolvendo devido à instalação de grandes empresas públicas, privadas e institutos de pesquisa, levando a formação do polo aeronáutico e tecnológico. A economia do município deixou de ser baseada na agricultura e passou a basear-se na indústria (HENRIQUE, 2012).

A capacitação tecnológica que se gerou e consolidou em São José dos Campos teve origem no interesse governamental em desenvolver as áreas aeronáutica, espacial, bélica e eletrônica avançada. São setores considerados estratégicos para desenvolvimento nacional, e por isso tiveram forte apoio governamental via financiamentos diretos ou através de seu poder de compra (MEDEIROS, 1990).

Desde o início houve a preocupação em repassar as tecnologias para a indústria e constatou-se a superação das barreiras institucionais e burocráticas que ainda existem em diversos centros. Por este motivo a cidade é citada como um dos mais importantes exemplos de desenvolvimento tecnológico-industrial do país. Seja pela relevância de suas instituições de ensino e pesquisa, seja pelo conjunto de empresas de base tecnológica, seja pela forte interação existente entra a academia e a indústria.

Conforme Medeiros (1990) pode-se afirmar que São José dos campos constitui um tipo de polo tecnológico que foi implantado sem necessitar de uma estrutura organizacional formal. Essa estrutura usualmente é concebida para facilitar a interação ente três parceiros: instituições de ensino e pesquisa, industriais e governos (em seus diversos níveis). Essa estrutura existia implicitamente, o que valoriza o caso estudado.

A literatura especializada também considera um tipo de polo tecnológico, que é o inverso do mencionado acima. Nesse caso existe a definição prévia de uma estrutura organizacional, criada para facilitar o aproveitamento do potencial científico - tecnológico local e para promover a articulação entre a academia, a indústria e o governo. Para complementar a discussão descreve-se breve o conceito de parque tecnológico. Trata-se de um terceiro tipo de polo tecnológico. Além da mencionada estrutura organizacional formal, contém terrenos e prédios localizados ao lado das instituições de ensino e pesquisa, destinados a abrigar as indústrias de base tecnológica, as quais interagem com as mencionadas instituições.

Um aspecto não abordado nessa pesquisa e que merece destaque é o desenvolvimento sustentável. De acordo com Ronca & Vitale (2004), o processo de crescimento industrial no Vale do Paraíba paulista no seu período mais intenso, entre 1950 e 1990 o crescimento foi quase que exclusivamente econômico, ignorando a questão da sustentabilidade, sobretudo da bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Isso principalmente devido ao grande número de indústrias poluidoras que se instalaram em sua margem.

Ainda, de acordo com esse autor, implantou-se, na região, todo um moderno e sofisticado processo de planejamento rodoviário para apoiar e interligar o intenso processo de industrialização e de urbanização que se localizou entre os dois polos nacionais: São Paulo e Rio de Janeiro.

Baseado nesse contexto apresentado, este trabalho tem como objetivo principal, analisar como foi à dinâmica de capital que levou a industrialização do município de São José dos Campos, sua formação e crescimento econômico do município.

2.   REVISÃO DE LITERATURA

De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2010 o município de São José dos Campos possuía uma população de 629.921 habitantes. Vila criada com a denominação de São José do Paraíba por ordem de 27 de julho de 1767. Desmembrada do termo da antiga vila de Jacareí. De acordo com a divisão administrativa, os municípios se compõem do núcleo e de dois distritos: Eugênio de Melo e São Francisco Xavier. O município possui área territorial de 1.099,77 Km² e densidade demográfica (hab./Km²) de 572,77, situada a Nordeste do Estado de São Paulo, a 600m de altitude e localizada aproximadamente 90 km da capital paulista (IBGE, 2012).

São José dos Campos apresenta características que tornam um local adequado para a instalação de praticamente todos os tipos de empresas, podendo-se realçar:

a)     Localização no eixo Rio-São Paulo;

b)     Disponibilidade de energia elétrica em abundância e lenço freático rico;

c)     Proximidade de grandes mercados consumidores;

d)    Boa rede viária;

e)     Clima agradável;

f)       Boa topografia.

De acordo com a fundação Seade em 2010 o setor da indústria de transformação representava 5,5% da economia do município, outros setores 5,7%, comércio 39,5% e o de serviço 49,3%. É importante frisar que o setor de serviços, que lidera em números de estabelecimentos está ligado a outras áreas da economia.

O município, com 638.998 habitantes (dados de 2011) é o maior em número e em importância econômica da Região Metropolitana do Vale do Paraíba. (SEADE, 2012).

De acordo com Regina Tortorella Reani (2013), a história do Vale do Paraíba está relacionada à expansão do café, o que trouxe riquezas para a região. Porém, o despontamento da cidade de São José dos Campos ocorreu mais tarde, com a cidade sanatorial que atuou fortemente no setor terciário, através da instalação de serviços variados para atendimento dos doentes com tuberculose, ganhando espaço para o planejamento urbano e políticas públicas.

Desta forma, São José dos Campos acabou se desenvolvendo primeiramente na atividade econômica ligada à área da saúde, que trouxe grandes benefícios e retorno ao município nesse momento, que foi a chamada fase sanatorial, onde pessoas vindas da capital e outras regiões procuravam a cidade para o tratamento da tuberculose.

No entanto, os grandes investimentos realizados na cidade sanatorial propiciaram o melhor desenvolvimento da cidade industrial. O Estado fez uma grande intervenção no município, transformou a sua forma urbana e configuração social, e inseriu a região num novo lugar na divisão social e territorial do trabalho, e também, no processo de descentralização dos problemas urbanos da capital paulista. (REANI, 2013).

Em 1906 aconteceu no município de Taubaté, interior de São Paulo o "Convênio de Taubaté" acontecimento político que tinha por fim regular o preço do café no mercado internacional. O produto mais dinâmico da economia paulista (regional) estava em crise e isso possibilitou mudanças em todo o sistema econômico da época, levando a economia regional baseada na agricultura para á industrial (RICCI, 2006).

No aspecto econômico, os municípios de Taubaté e Jacareí, ambos no interior do estado de São Paulo possuíam atividades industriais mais         relevantes, sendo que em 1925, com a instalação da “Tecelagem Parayba” o município de São José dos Campos ganha uma importante fabrica que marcaria sua história de quase meio século de atraso na sua industrialização (JANUÁRIO, 2007).

Santos (1996), diz: “(...) São José dos Campos sempre foi uma cidade laboratório feita a partir de estímulos externos.” A cidade era um depósito dos balões de ensaio de instituições paulistanas como a Santa Casa de Misericórdia. Depois da implantação do CTA [Centro Tecnológico Aeroespacial], da Dutra, dos investimentos multinacionais e militares, São José dos Campos descaracteriza-se totalmente. É quando se processa a transformação da cidade-sanatório para a cidade-indústria bélica e multinacional, situação acentuada gradativamente ao longo da década de 60, acelerada em 70, mantendo o ritmo boa parte dos anos 80.

Vieira (2009) menciona que outros municípios da região receberam grandes investimentos no setor industrial, no entanto nos anos do “Milagre Econômico” brasileiro São José dos Campos lidera o crescimento econômico regional apesar de outros municípios limítrofes possuírem a mesma situação geográfica e locacional para a instalação das indústrias, sobretudo estarem entre os maiores centros consumidores do país. O diferencial foram os benefícios fiscais oferecidos pela prefeitura de São José dos Campos para investimentos locais.

O município de São José dos Campos utilizou-se de incentivos para a atração de investimentos e fomento do desenvolvimento local. A lei nº4, de 13 de maio de 1920, oferecia isenção de terreno, isenção de impostos municipais por 25 anos e fornecimento gratuito de água para empresários, para a montagem de fábricas. Na fase industrial posterior a 1950, o município foi beneficiado pelas políticas determinadas pelo governo militar, que possuía a estratégia de desenvolvimento científico-tecnológico, dando prioridade para os setores estratégicos de aeronáutica e defesa (LAVOR, 2007).

De acordo com Januário (2007), o município não teve apenas indústrias que se aproveitaram dos benefícios fiscais para se instalarem, mas também a forte presença do setor estatal:

• 1954: inauguração da Faculdade de Direito, a Fundação Vale paraibana de Ensino atual Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP);

• 1960: inauguração da faculdade de odontologia da Universidade Estadual Paulista

(UNESP);

1961: é criado o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE);

• Nas décadas de 50 e 60, foram inauguradas a Escola Técnica Professor Everardo

Passos (ETEP);

• 1968: inaugurada a faculdade Escola de Engenharia Industrial (EEI);

O setor de ensino e pesquisa qualificava mão-de-obra e os incentivos fiscais atraiam empresas, sobretudo do setor industrial, fator que contribuiu para o surgimento do Polo Aeronáutico. Nas décadas seguintes, com a instalação da:

·        Jhonson & Jhonson (1954);

·        Ericsson (1955);

·        Kanebo (1957);

·        Eaton (1957);

·        Bendix (1957);

·        Engesa (1958),

·        General Motors (1959);

·        Avibrás (1961);

·        Embraer (1970)

 O município teve seu apogeu econômico, marcando a saída definitiva da economia agrícola para a industrial (JANUÁRIO, 2007).

           De acordo com Santos & Beltrame (2008), o auge da industrialização em São José dos Campos aconteceu entre as décadas de 1960 e 1970 com a chegada de indústrias de grande porte, entre as quais a empresa pública REVAP – Refinaria Henrique Lage da Petrobrás.

           Em 10 de agosto de 1970 foi inaugurado em São José dos Campos o CODIVAP – Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba, sendo um dos consórcios pioneiros no Brasil. Surgiu de uma parceria entre a prefeitura do município de São José dos Campos e a Universidade de São Paulo, e tinha por objetivo implantar politicas públicas nas áreas de: infraestrutura, saúde e recuperação ambiental, já que havia dificuldades de executar políticas públicas regionais (VIEIRA, 2009).

De acordo com Ricci (2007), a política de incentivos fiscais na região tendo como objetivo a atratividade de indústrias mostrou-se ineficiente em diversos aspectos, inclusive não trazendo o desenvolvimento econômico (melhoria efetiva na vida dos funcionários) e em alguns casos acarretando gastos públicos que poderiam ser evitados.

Lavor (2007), ao descrever a cidade, cita que o município possui status cosmopolita e que abriga pessoas das mais diversas origens: são pesquisadores, funcionários e estudantes que vem a procura de empregos e oportunidades de trabalho e estudo, sendo atraídas principalmente pelos importantes institutos de pesquisas instalados no local.

Ainda, de acordo com a autora, os setores de comércio e serviço se desenvolveram tendo como âncora o setor industrial, que teve seu crescimento acelerado a partir dos anos de 1950, devido à localização privilegiada, políticas de incentivo e mais tarde pela facilidade na obtenção de mão de obra qualificada.

A localização privilegiada, com facilidade no escoamento da produção, o alto investimento estatal e as diversas empresas instaladas, o que barateava a aquisição de insumos e possibilitava a rapidez no atendimento (fatores que hoje fazem parte do chamado Just in Time) foram de vital importância para futuros investimentos. (HENRIQUE, 2011).

Vieira (2009) menciona que o município de São José dos Campos cresceu economicamente com a chegada de importantes empresas que fizeram grandes investimentos no local.

Ainda de acordo com o autor, outros municípios da região receberam grandes investimentos no setor industrial, no entanto nos anos do “Milagre Econômico” brasileiro São José dos Campos lidera o crescimento econômico regional apesar de outros municípios limítrofes possuírem a mesma situação geográfica e locacional para a instalação das indústrias, sobretudo estarem entre os maios centros consumidores do país. O diferencial foram os benefícios fiscais oferecidos pela prefeitura de São José dos Campos para investimentos locais.

A industrialização mudou a economia local e criou novos mercados, dando visibilidade internacional ao município que era esquecido na visão econômico nacional e de origem agrícola e sanatorial.

Resumidamente os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de São José dos campos foram:

·        Existência de escola superior em moldes não universitários;

·        Tecnologia estratégica do ponto de vista politico e militar (tecnologia aeroespacial, bélica e eletrônica avançada);

·        Atuação decisiva e contínua do governo;

·        Ensino associado a pesquisas;

·        Existência de sinergia entre atores da inovação tecnológica (formação de recursos humanos em densidade compatível com projetos planejados e escolha de loca fora dos grandes centros, que facilita o intercâmbio);

·        Comunidade científica tecnológica reconhece papel da indústria (tecnologia concebida para ser repassada à indústria a qual, em alguns casos, participa da geração);

·        Existência de projetos tecnológicos próprios (incentivo, hábil, à tecnologia gerada no país, bom aproveitamento da experiência de outros países e repulsa pelas imitações precipitadas);

·        Prefeitura municipal proporciona infraestrutura (postura empresarial da prefeitura, evitando medidas paternalistas e proporcionando vias de transporte, energia, água, escolas, comunicação e demais itens de infraestrutura urbana).

3.   METODOLOGIA

Para desenvolver esse artigo e atingir o objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa foi realizada a partir de fontes secundárias de informação. Os dados foram obtidos em: artigos científicos e acadêmicos, livros específicos, em banco de dados: (Scielo, Google Acadêmico, entre outros) e em sites de universidades.

Com a análise dos diferentes pensadores foi possível descrever sobre a industrialização e sua transição econômica em São José dos Campos-SP e a contribuição do capital estatal nesse processo.

Segundo Vergara (2000, p.12) “método é um caminho, uma forma, uma lógica de pensamento”.  Nesse aspecto, o método é a maneira utilizada pelo autor para se chegar aos resultados esperados na pesquisa, é a maneira utilizada pelo pesquisador para desenvolver uma pesquisa. Neste sentido, com o método chega-se a conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista, significa a escolha dos procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação dos fenômenos, ou seja, ao estudar determinado objeto, a metodologia mostra quais os procedimentos utilizados pelo pesquisador para atingir seu fim (RICHARDSON, 1999; LAKATOS, 2003).

Após leitura detalhada dos diversos autores que fundamentam a pesquisa bibliográfica e a formação de opinião a respeito do assunto da pesquisa, foram elaborados e ordenados e ordenados de forma cronológica os dados relacionados ao tema pesquisado: a industrialização de São José dos Campos.

Quanto aos objetivos, esta é uma pesquisa exploratória e descritiva, buscando tornar explícito, explorar descrever o processo de industrialização em São Jose dos Campos a partir de políticas desenvolvimentistas e sua influencia no município. Discute e propõe novos entendimentos para posteriormente permitir a proposta de estudos mais aprofundados. É uma pesquisa exploratória, pois foi realizada em uma área em que há pouco conhecimento acumulado e sistematizado.

4.   RESULTADOS

A industrialização que ocorreu em São José dos Campos não foi um fato isolado. Fruto da Revolução Industrial da Inglaterra, a industrialização foi um processo que se espalhou por grande parte do Ocidente, tampouco ocorreu de maneira igual em todas as áreas. Mesmo no Brasil não foi generalizado, havendo regiões que supriram melhor as necessidades do processo industrial (IGLÉSIAS, F. 1990).

No Brasil, esta veio a ser a região Sudeste, pelo seu passado cafeeiro, produzindo a infraestrutura necessária à industrialização, principalmente a atração de mão de obra estrangeira e capital.

Estas necessidades estruturais para o estabelecimento industrial encontrava-se em São José dos Campos na segunda década do século XX. De fato, na década de 20 a cidade contava com uma infraestrutura preparada para suportar as indústrias de grande porte, com a melhoria da Estrada de Ferro, o abastecimento de água, o crescimento da empresa Luz e Força e a mudança da Estação Ferroviária de São José dos Campos, possibilitando uma nova região de possibilidades industriais (MONTEIRO, N. 1992). Para que essas indústrias viessem à cidade, foram oferecidas concessões de incentivos fiscais e doações de terras definitivas para os investidores. Estas concessões produziram uma grande concorrência entre as cidades do Vale do Paraíba. Estas indústrias trouxeram um aumento de receita e supriram a demanda de mão de obra ociosa da cidade. Esta nova receita proporcionou melhorias nos aparelhos governamentais, na infraestrutura de São José dos Campos e na urbanização.

A partir da pesquisa realizada pode-se constatar que:

               Figura 1 - Dados gerais de São José dos Campos

           Fonte – Visite São José dos Campos, São José em dados.

5.   CONCLUSÃO

Este artigo teve por objetivo analisar o desenvolvimento regional a partir da história econômica do município de São José dos Campos - SP. Para tanto, foi necessário abordar pesquisar e teorias históricas que tratam do assunto.

O estado de São Paulo, beneficiado pelo: capital oriundo da economia caffeeira, pela mão de obra excedente e pela infraestrutura criada nos anos anteriores sai na frente nesse processo. Outro fator que contribuiu de maneira expressiva para essa situação foi a conjuntura econômica nos primeiros anos do século XX, onde o estado ocupava forte influência no governo federal.

Com o crescimento populacional na capital do estado e com os problemas inerentes a esse fator a indústria expande para o interior, num raio de aproximadamente 100 km da capital. Com essa expansão de capital da capital do estado para o interior, a região do Vale do Paraíba foi beneficiada pela localização privilegiada e pela infraestrutura que oferecia condições para que as indústrias se instalasse.

Nessa região, o município de São José dos Campos sai na frente em termos econômicos devido principalmente à atuação do governo federal, não apenas como forte investidor direto, mas também de forma indireta através da criação de infraestrutura necessária (rodovias pavimentadas) e de políticas de atração de investimentos. O Estado, ao instalar no município importante institutos de pesquisa e de indústrias do setor aeroespacial cria condições para a formação do Polo Tecnológico de São José dos Campos. Desta forma, outras empresas fornecedoras de matéria-prima e serviços se instalam no local.

Ao criar um mercado consumidor amplo e com poder aquisitivo outras importantes indústrias se instalam no local aproveitam a mão de obra qualificada, a existência de mercado consumidor interno e facilidade no escoamento da produção. Esse fator ocasionou aumento populacional significativo, o que trouxe problemas sociais e ambientais. Embora não seja o objetivo desta pesquisa entrar nesse mérito, nota-se que o crescimento econômico não foi acompanhado pelo devido crescimento econômico sustentável.

No entanto, embora a cidade de São José dos Campos tenha problemas inerentes a uma cidade de médio porte, os indicadores mostram um elevado grau de renda e de indicadores sociais superiores à média do estado de São Paulo. Muito precisa ser feito para que o desenvolvimento econômico ocorra de maneira mais visível e que o aspecto ambiental seja pensado quando da decisão de investimento industrial do município.

No geral e nos resultados dessa pesquisa pode-se notar que São José dos Campos, município que deixou sua economia baseada na agricultura e se inseriu no mundo da alta tecnologia (com a forte presença do capital estatal) ganhou "status" e visibilidade internacional.

Com sugestão para futuras pesquisas e assunto que não foi tratado nessa pesquisa com a devida profundidade é a questão ambiental, ou a sustentabilidade. Quais os reflexos e resultados da rápida acumulação de capital e o crescimento demográfico desordenado no município de São José dos Campos - SP.

6.   REFERÊNCIAS

HENRIQUE, Marco Antônio. Gestão Pública e a Questão Tributária: Um estudo sobre o ISS e o IPTU nos municípios de São José dos Campos e Taubaté. 2011. 162f. Dissertação (Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional) – Universidade de Taubaté, Taubaté, 2011.

HENRIQUE, Marco Antônio. A industrialização do município de São José dos Campos SP: uma abordagem a partir da história econômica local. 2012.

 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em 01 de out. de 2012.

IGLÉSIAS, F. Industrialização Brasileira. 1ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1990, Coleção Tudo é História nº 98.

JANUÁRIO. E. A. A Importância dos institutos de pesquisa para o surgimento do

empreendedor de base tecnológica no polo aeroespacial de São José dos Campos. 2007.

133f. Dissertação (Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional) – Universidade de

Taubaté, Taubaté, 2007.

LAKATOS, E. M.. Fundamentos de Metodologia Científica / Maria de Andrade Marconi, Eva Maria Lakatos. 5. ed. – São Paulo: Atlas 2003.

LAVOR, E.M.. São José dos Campos: O Desenvolvimento Industrial, seus efeitos sobre os Setores Econômicos Urbanos e a Concentração Regional. 2007.137f. Dissertação (Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional) – Universidade de Taubaté, Taubaté, 2007.

MEDEIROS, José Adelino de; PERILO, Sérgio Alves. Implantação e consolidação de um polo tecnológico: o caso de São José dos Campos. Revista de Administração de Empresas, v. 30, n. 2, p. 35-45, 1990.

 MONTEIRO, N. Almanaque de São José dos Campos. 1ª ed. São José dos Campos: s.e.,1922.

Prefeitura de São José dos Campos - A harmonia entre cultura, tradição e tecnologia . Disponível em:<http://www.sjc.sp.gov.br/sao_jose.aspx/> - Acesso 20/11/2014.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas / Roberto Jarry Richardson:

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RICCI, F. A economia cafeeira e as bases do desenvolvimento no Vale do Paraíba Paulista. Revista de História Econômica & Economia Regional Aplicada. V.1, n.1, jul/dez 2006.

REANI, Regina Tortorella. Organização do espaço e políticas públicas ambientais no município de São José dos Campos-SP. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2013.

RONCA, José Luiz Caruso; VITALE, Silvia Pereira de Sousa Mendes. Caminhos para a gestão integrada do território no Vale do Paraíba de 1950 a 2004.

SANTOS, Ademir Pereira dos. “De Cobaia a Feiticeiro (ou para se ler paisagens urbanas recentes em São José dos Campos) in: CADERNOS DO CIRC – CENTRO DE INFORMAÇÕES E REFERÊNCIAS CULTURAIS. SÃO JOSÉ: A CIDADE, A CULTURA E SEU TEMPO. Ano I - n° 1. São José dos campos: Fundação Cassiano Ricardo, dezembro/1996. P. 25.

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VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2000.

VIEIRA, E.T. Industrialização e Políticas de Desenvolvimento Regional: O Vale do Paraíba na segunda metade do Século XX. 2009. 177f. Tese (Doutorado em História Econômica) – USP Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. Editora Contexto, 2005.

Porque as indústrias se instalaram primeiro na cidade de São Paulo?

A gênese do desenvolvimento industrial no Estado de São Paulo iniciou-se em meados das décadas de 1880-1890, por meio dos capitais advindos da superprodução produção cafeeira e das iniciativas dos imigrantes europeus, que impulsionaram aqui o processo de industrialização (MAMIGONIAN, 1976).

Por que as indústrias se instalaram?

Elas se instalam em lugares que oferecem mão de obra, matéria-prima, energia, transportes e mercado consumidor, para que haja a comercialização do que é produzido por elas.

Por que a indústria brasileira se concentrou em São Paulo?

A industrialização se concentrou na principalmente na região SUDESTE do país nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro porque as indústrias procuravam lugares perto onde havia bastante concentração de pessoas (nas metrópoles principalmente) para que tivessem bastante funcionários e uma região com grandes consumidores!

Como a industrialização efetuou o crescimento da cidade de São Paulo?

Resposta: A industrialização do município de São Paulo foi um período econômico no município de São Paulo em que houve a instalação das fábricas e indústrias.