Como estava a situação política e financeira da França antes da revolução?

As causas da Revolução Francesa são alvo de um intenso debate sobre como foi possível a mobilização de uma população diversa em torno da queda do poder monárquico. Em termos gerais, os estudos dessa revolução apontam um grupo de razões ideológicas e econômicas.

Por um lado, os pensadores iluministas propunham a vigência de um Estado laico e representativo. O governo, de acordo com o iluminismo, deveria basear-se em instituições legitimadas por toda a população. Os cidadãos deveriam desfrutar de igualdade jurídica e tributária. Igualdade e liberdade deveriam ser as bases de um Estado apto para atender as necessidades de seu povo.

Tópicos deste artigo

  • 1 - Mapa Mental - Revolução Francesa
  • 2 - Contexto vivido pela França no final do século XVIII

Mapa Mental - Revolução Francesa

Como estava a situação política e financeira da França antes da revolução?

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Contexto vivido pela França no final do século XVIII

Ao mesmo tempo, o insucesso administrativo da monarquia francesa, os interesses da burguesia e a crise agrícola davam conta do contexto francês no final do século XVIII. Nesse período, a França era um país predominantemente agrário. Dos aproximadamente 25 milhões de habitantes do país, cerca de 3/4 viviam no meio rural. Os camponeses estavam atrelados aos costumes feudais, pelos quais a nobreza agrária detinha a posse e o direito de exploração das terras.

  • Camponeses

Muitos dos camponeses, não suportando as condições de vida no campo, buscavam a cidade de Paris à procura de outras opções do trabalho. Naquele período, Paris não apresentava condições próprias para abrigar esse novo contingente populacional. Dessa maneira, as ruas parisienses ficavam abarrotadas de desempregados e miseráveis protagonistas de mais um traço da crise francesa.

Como se não bastasse o próprio desgaste das relações de trabalho rural da época, uma série de más colheitas no final do século XVIII provocou uma crise na economia agrária que se refletiu na alta dos alimentos consumidos nas cidades. As taxas inflacionárias sobre o preço do pão, por exemplo, sinalizavam o total colapso vivido pela economia francesa naquela época.

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  • Burguesia

Enquanto todo esse empobrecimento da população era observado, uma parcela da sociedade francesa tinha plenos interesses na reestruturação da economia nacional por meio da mudança do jogo político francês. A burguesia, que despontava no ramo da economia mercantil, tinha na excessiva cobrança de impostos e na ausência de políticas públicas um entrave limitador de seus interesses econômicos.

  • Clero e Nobreza

Em meio aos diversos grupos sociais insatisfeitos com a situação do país, o clero, a realeza e a nobreza feudal desfrutavam da isenção de tributos e sustentavam-se por meio do controle das forças produtivas e do uso indiscriminado do dinheiro público. A vida de luxo e conforto desfrutada por tais grupos criou um forte clima de hostilidades em território francês. Aquela sociedade constituída pelo privilégio de uma minoria e que tinha seu poder legitimado pela crença religiosa passou a correr grandes riscos.

Na década de 1780, esse conjunto de problemas chegou ao seu ápice entre os anos de 1786 e 1787. Nesses dois anos, a crise da indústria francesa e a alta dos produtos agrícolas atingiram seus níveis mais alarmantes. Além disso, os gastos na Guerra de Independência dos Estados Unidos pioraram ainda mais a situação financeira da monarquia francesa.

Mediante o impasse e a pressão da sociedade, o rei Luis XVI convocou os “Estados-Gerais” visando à reforma das leis nacionais. É nesse momento em que temos reunidas as condições vigentes para a deflagração do processo revolucionário francês.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

*Mapa Mental por Daniel Neves
Graduado em História

A Revolução Francesa de 1789 representa um dos eventos mais importantes da sociedade ocidental contemporânea, graças, principalmente, ao legado político deixado como modelo de organização do Estado. Foi também importante por ter sido o momento de ascensão da burguesia dentre as classes sociais da nascente sociedade capitalista.

Dentre os fatores que resultaram na Revolução Francesa estão problemas econômicos e sociopolíticos. Na década de 1780, a produção agrícola, base da economia francesa, sofreu com problemas climáticos, o que acarretou más colheitas, aumentando o preço dos alimentos e causando subalimentação e miséria para grande parte da população.

Houve ainda crise na produção manufatureira em decorrência de um acordo com a Inglaterra, Tratado Eden-Rayneval, de 1786, que aceitou impostos menores para os produtos manufaturados ingleses em troca de menores impostos para o vinho francês no mercado inglês. O resultado foram falências e desemprego.

Havia ainda uma crise política da Monarquia Absolutista francesa, principalmente ligada à elevação de gastos da corte e às guerras nas quais a França se envolveu.  Frente a isso, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais para tentar conter esses problemas. Desde 1614 que essa Assembleia não era convocada.

Ela era formada por três estados: o primeiro estado, que era formado pelo clero; o segundo estado, constituído pela nobreza; e o terceiro estado, que consistia em todo o resto da sociedade, como burgueses, comerciantes, artesãos, trabalhadores assalariados, camponeses etc.

Entretanto, havia uma crise social, principalmente pelo fato de os três Estados não acompanharem a nova divisão da sociedade, principalmente com o peso econômico conquistado pela burguesia. Por outro lado, os dois primeiros estados acabavam essencialmente sendo compostos por setores sociais muito semelhantes, já que o clero era também um grande proprietário rural, como a nobreza.

A população camponesa já não suportava mais os pesados impostos que eram obrigados a pagar à nobreza e à igreja. Para conter essa insatisfação, o rei Luís XVI nomeou como ministro Turgot, que pretendeu acabar com alguns impostos feudais, como o direito de passagem, e instituir a cobrança de impostos à nobreza e ao clero. A reação foi grande e o rei demitiu seu ministro. A crise estava instaurada.

Para sanar a crise, realizaram-se as eleições para a Assembleia dos Estados Gerais, em 1788. Foram eleitos 1139 deputados. Ao clero eram destinadas 291 cadeiras, à nobreza, 270; e ao terceiro estado, 578. O terceiro estado conseguia, dessa forma, que uma de suas reivindicações fosse atendida: a ampliação de sua representação. Mas as demais, como o voto individual, não.

Na abertura dos trabalhos da Assembleia em maio de 1789, Luís XVI insistiu no voto por estados e que a Assembleia dos Estados Gerais tratasse apenas das questões do déficit financeiro da Monarquia e das medidas para combatê-lo. Frente à defesa do terceiro estado na questão do voto individual, o rei decidiu encerrar os trabalhos da Assembleia.

Os deputados do terceiro estado saíram de Versalhes, onde ocorria a Assembleia, e dirigiram-se a Paris para formarem uma Assembleia Nacional e criar uma constituição para a França. Luís XVI estimulou os demais estados a participarem da assembleia, que passou a ser uma Assembleia Constituinte, a partir de 09 de julho de 1789. Porém, o rei enviou tropas a Paris, o que indignou a população. Revoltada, em 14 de julho de 1789, ela invadiu a Bastilha, uma prisão destinada aos inimigos da monarquia e símbolo da repressão real. Armas foram distribuídas à população, iniciando-se, assim, a Revolução Francesa.

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Qual era a situação financeira da França?

A economia da França contraiu 0,1% no primeiro trimestre de 2021, mostraram dados oficiais revisados hoje (28), entrando em recessão conforme luta para se recuperar da crise provocada pela pandemia.

Como estava a economia francesa na época da revolução?

Naquela época, a principal atividade econômica na França era a agricultura: aproximadamente 80% da população viviam e trabalhavam no meio rural. Durante a metade do século XVIII, uma grande parte da população passava fome. Tudo porque os pesados impostos empobreciam o povo.

Qual era a situação econômica social e política da França no antigo regime?

Na perspectiva econômica, o Estado estava sendo sustentado através da exploração da burguesia e dos camponeses, pois eles eram os únicos a pagar impostos. Os franceses tinha adotado uma política mercantilista, comum na fase do capitalismo comercial.

Como era a organização política da França Pré

A sociedade era formada pelo sistema de ordens ou estamentos, a saber, Primeiro, Se- gundo e Terceiro Estados. Em linhas gerais, o Primeiro Estado era composto pelo clero, o Se- gundo Estado pela nobreza e o Terceiro pela burguesia e a população em geral.