Quanto tempo o embrião demora para fixar no útero em caso de fertilização in vitro?

21 de janeiro de 2013

Quanto tempo o embrião demora para fixar no útero em caso de fertilização in vitro?

A transferência embrionária é o passo final, culminante no processo de fertilização in-vitro (FIV). Neste momento nos inunda uma sensação de dever cumprido! Mas também uma enorme sensação de expectativa e otimismo, pois 12 dias depois faremos o exame de sangue (beta-hcg) que vai confirmar a tão sonhada gravidez.

Neste post explicaremos como é este período de espera do exame de gravidez, e o que a mulher deve fazer para ajudar a conseguir o resultado positivo.

Abordaremos três pontos principais: o repouso, as medicações utilizadas, e os sintomas que acompanham este período.

O REPOUSO PÓS-TRANSFERÊNCIA

Um dos pontos mais polêmicos, e que gera mais dúvidas e angústias na paciente é a necessidade de repouso após a transferência embrionária. Em parte, esta dúvida é culpa nossa – profissionais de medicina reprodutiva. Vou explicar o porquê!

O problema é que a conduta médica é muito variada entre as clínicas. Desde profissionais que orientam não haver necessidade de nenhum repouso diferenciado, até aqueles – em flagrante exagero – que recomendam que a paciente fique 12 dias de repouso absoluto até fazer o beta-hcg!!

Portanto, é normal que este assunto suscite muitas dúvidas e confusões. Por uma lado, o repouso é um ato lógico e racional. O raciocínio é de que quanto mais quieta a paciente ficar, menor o risco dos embriões se deslocarem no útero, e maiores as chances de implantação. Além disso, o repouso não traz nenhum problema e não tem nenhum custo!! (Apesar de poder representar redução temporária de ganhos para quem é autônomo, ou para as empresas).

Porém, em medicina, nem sempre o que é lógico se mostra clinicamente eficaz. Como ciência, a medicina deve se embasar em evidências obtidas e validadas através de estudos científicos bem elaborados e executados, e submetidos ao crivo de pesquisadores da área por todo o mundo. Somente assim estaremos sendo verdadeiros e corretos com as pacientes, e entregando-lhes o tratamento mais correto.

A VERDADE CIENTÍFICA

E os estudos neste aspecto apontam que o repouso da paciente após a transferência embrionária não faz nenhum efeito benéfico na chance de gravidez! É isto mesmo – por estranho que possa parecer, o fato de você ficar um, dois ou mais dias de repouso em casa não vai influenciar em nada a sua possibilidade de engravidar na FIV.

Apesar de este achado contrariar o senso comum, é o que as evidências científicas afirmam. Se formos analisar com mais cuidado e rigor a questão, a lógica começa a aparecer.

Primeiro, se o repouso fosse tão fundamental, dificilmente teríamos qualquer gravidez na espécie humana. Afinal, que mulher, após ter relação no seu período fértil e estar sob possibilidade real de gravidez, permanece de repouso por horas ou dias? Nenhuma, claro!

Segundo, o útero é uma cavidade virtual. Isto significa que as paredes do útero são juntas, uma contra a outra, não existe um espaço vazio entre elas. Ou seja, quando os embriões são transferidos, ficam aprisionados entre as vilosidades endometriais, e são um conjuntinho microscópico de células. Portanto, mesmo que a mulher levante e caminhe, não há qualquer tendência a que os embriões se desloquem do ponto onde foram implantados.

Portanto, é fundamental que esta orientação seja passada de forma clara às pacientes, para não gerar angústias e stress desnecessários. É muito grande o número de pacientes que me escreve no blog lamentando porque sua FIV não deu certo devido a ela não ter feito o repouso necessário. Repetimos que não há nenhuma evidência científica neste sentido. A FIV pode não ter dado certo por vários outros fatores, muito mais importantes, e não por um maior ou menor repouso. Quando orientamos corretamente, também retiramos este espectro de “culpa” da paciente.

COMO ORIENTAR NA PRÁTICA CLÍNICA

Tendo explicado e estabelecido o que mostram as evidências científicas, vamos explicar como conduzimos este aspecto do tratamento de FIV no dia-a-dia.

Achamos que o repouso possa ser importante por outros motivos. Por uma lado, traz certo conforto e maior segurança ao casal, que passou por um tratamento psicologicamente desgastante. O fato de ficar de repouso em casa por um a dois dias pode trazer tranqüilidade em um momento crucial que é a espera pelo resultado do tratamento.

Outro motivo é o físico. A estimulação ovariana causa aumento importante do volume dos ovários, com sensação de “inchaço” no baixo ventre. A coleta de óvulos é um procedimento invasivo, no qual uma agulha perfura várias vezes os ovários para captar os óvulos. Portanto, é natural que no dia da transferência (geralmente 2 a 3 dias após a coleta de óvulos) e em alguns dias seguintes, a mulher esteja sentindo incômodo e algumas dores no baixo ventre e abdome. Desta maneira, permanecer por um ou dois dias em repouso também pode lhe trazer conforto físico neste período.

Entretanto, ressaltamos que é indispensável que o casal seja esclarecido de que este repouso é por motivo de conforto à mulher, e não para aumentar a chance de gravidez no tratamento.

E ainda, neste sentido, bastam 24 a 48 horas de repouso pós-transferência. Não há justificativa plausível, a não ser em casos de complicações do procedimento, para se recomendar repouso absoluto prolongado, deixando a paciente prostrada na cama por 12 dias (até o exame de beta-hcg). Inclusive, em alguns casos, este repouso domiciliar prolongado pode ter um efeito contrário ao que expusemos acima, aumentando desnecessariamente a ansiedade angústia da mulher, principalmente daquelas que tinham uma rotina dinâmica de atividades no seu dia-a-dia.

Após as 24 a 48 horas de repouso, oriento que a paciente possa retornar suas atividades normais. Deve evitar apenas, até porque foi submetida a procedimento cirúrgico (coleta de óvulos), atividades físicas ou esforços excessivos neste período de 12 dias pós-transferência.

Espero que tenham aproveitado a leitura. Nos próximos posts continuaremos no assunto, explicando quais as medicações a serem tomadas, e quais os sintomas que ocorrem neste período pós transferência embrionária.

Até lá!!

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Quanto tempo o embrião demora para fixar no útero em caso de fertilização in vitro?

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Quanto tempo demora para o embrião fixar no útero FIV?

A implantação é a etapa em que o embrião se fixa no endométrio. Sua implantação deve ocorrer nos 3 dias seguintes à sua chegada na cavidade do útero.

Quanto tempo demora para o embrião fixar no útero?

Do momento da fecundação até o início da nidação pode transcorrer de 5 a 12 dias, variando de acordo com cada organismo, sendo o tempo comumente considerado pelos ginecologistas de sete dias. A fixação completa do embrião na parede do útero leva cerca de 13 dias.

Como o embrião se implanta no útero na fertilização in vitro?

O procedimento ocorre por meio de cateteres, que auxiliam a implantação dos embriões na cavidade uterina. A transferência, na maioria das vezes, é simples e indolor, sem uso de anestesia. O desconforto sentido é similar ao exame Papanicolau. Em casos mais raros, é necessária a realização de um procedimento cirúrgico.

Quando o embrião se implanta no útero Quais os sintomas?

Primeiros sinais de fecundação Corrimento rosado até 3 dias depois da relação; Cansaço e sonolência; Dor de cabeça leve e persistente; Seios inchados e doloridos.