Os tipos de texto, também chamados de tipos textuais ou tipologias textuais, são as diferentes formas que um texto pode apresentar, visando responder a diferentes intenções comunicativas. Show
Os aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a finalidade do texto: contar, descrever, argumentar, informar,… É de salientar que um único texto pode apresentar passagens de vários tipos de texto. Diferentes tipos de texto apresentam diferentes características: estrutura, construções frásicas, linguagem, vocabulário, tempos verbais, relações lógicas, modo de interação com o leitor,… A principal finalidade de um texto narrativo é contar uma história através de uma sequência de ações reais ou imaginárias. A narração da história é construída à volta de elementos narrativos, como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. A principal finalidade de um texto descritivo é apresentar a descrição pormenorizada de algo ou alguém, levando o leitor a criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. A descrição pode ser mais objetiva ou mais subjetiva, focando apenas aspectos mais importantes ou também detalhes específicos. Os textos descritivos não são, habitualmente, textos autônomos. O que acontece mais frequentemente é a existência de passagens descritivas inseridas em textos narrativos, havendo uma pausa na narração para a descrição de um objeto, pessoa ou lugar. Exemplos de texto descritivo: folhetos turísticos, cardápios de restaurantes, classificados,... A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema. Os textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos. Um texto dissertativo-expositivo visa apenas expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de convencer o leitor. Já o texto dissertativo-argumentativo visa persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese defendida. Exemplos de texto dissertativo-expositivo: enciclopédias, resumos escolares, jornais, verbetes de dicionário,... A principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um procedimento. Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o a agir. Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma. Exemplos de texto explicativo injuntivo: receitas culinárias, manuais de instruções, bula de remédio,... Tipos textuais e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual. Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação. Esses aspectos gerais concretizam-se em situações cotidianas de comunicação nos gêneros textuais, textos flexíveis e adaptáveis que apresentam um intenção comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando-se ao uso que se faz deles. Maioritariamente escrito em prosa, o texto narrativo é caracterizado por narrar uma história, ou seja, contar uma história através de uma sequência de várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão. Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da narração: espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. Principais elementos da narraçãoEspaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social (características do ambiente social) e psicológico (vivências, pensamento e sentimentos do sujeito,…). Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de espírito das personagens em cada momento. Personagens: São caracterizadas através de qualidades físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras personagens, através de autocaracterização ou heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas atitudes e comportamento das personagens). As personagens possuem diferentes importâncias na narração, havendo personagens principais e personagens secundárias. As personagens principais desempenham papéis essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja, tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha, impede). As personagens secundárias desempenham papéis menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na caracterização de um espaço social). Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes comportamentos ao longo da narração (personagem modelada ou redonda), bem como estáticas, não se modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há ainda personagens que representam um grupo específico (personagem-tipo). Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas personagens. As ações seguem-se umas às outras por encadeamento, encaixe e alternância. Existem ações principais e ações secundárias, mediante a importância que apresentam na narração. Além disso, o enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e conhecido para a narrativa. Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador: Narrador onisciente e onipresente: Conhece intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na 3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto livre, tendo sua voz confundida com a voz das personagens, tal é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. Narrador personagem, participante ou presente: Conta a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do narrador. Narrador observador, não participante ou ausente: Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora tenha conhecimento das ações, não conhece o íntimo das personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. Utiliza a narração na 3.ª pessoa. Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que conhecemos o desenrolar da história e as ações das personagens, mas é através da voz das personagens que conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador é chamada de discurso. Através de uma correta utilização dos tipos de discurso, a narrativa poderá assumir um caráter mais ou menos dinâmico, mais ou menos natural, mais ou menos interessante, mais ou menos objetivo,… Existem três tipos de discurso, ou seja, três formas de introdução das falas das personagens na narrativa:
Estrutura narrativaOs textos narrativos são estruturados em introdução, desenvolvimento e conclusão. Introdução: A introdução se refere à situação inicial da história. Também chamada de apresentação, é nesta parte da narração que são apresentados os principais elementos da narração: espaço, tempo, personagens, enredo e narrador. Ficamos sabendo quem, quando e onde. Desenvolvimento: Durante o desenvolvimento do enredo, ocorrem conflitos, ou seja, acontecimentos que quebram o equilíbrio apresentado na introdução, modificando essa situação inicial. Ficamos sabendo o quê e como. No desenvolvimento ocorre também o momento mais tenso e emocionante da história - o clímax. Conclusão: Também chamada de desfecho, desenlace ou epílogo, a conclusão é a parte da narração em que se resolvem os conflitos (positiva ou negativamente). Fica evidenciada a relação existente entre os diferentes acontecimentos, sendo apresentadas suas consequências. Exemplo de excerto de texto narrativo: “E ele, caminhando devagar sob as acácias, sentia no sombrio silêncio as pancadas desordenadas do seu coração. Subiu os três degraus de pedra – que lhe pareciam já de uma casa estranha. (…) Ali ficou. Melanie, com o xale na mão, veio dizer-lhe que a senhora estava na sala das tapeçarias… Carlos entrou. (…) E correu para ele, arrebatou-lhe as mãos, sem poder falar, soluçando, tremendo toda.” (Os Maias, Eça de Queirós) Textos injuntivos e textos prescritivos são textos cuja finalidade é a instrução do leitor. Não só fornecem uma informação, como incitam à ação, guiando a conduta do leitor. Embora considerados sinônimos por alguns autores, podemos distinguir os textos injuntivos dos textos prescritivos devido ao grau de obrigatoriedade existente no seguimento das instruções dadas. Os textos injuntivos informam, ajudam, aconselham, recomendam e propõem, dando alguma liberdade de atuação ao interlocutor. Os textos prescritivos obrigam, exigem, ordenam e impõem, exigindo que as determinações sejam cumpridas da forma que estão referidas, sem margem para alterações. Texto injuntivoO texto injuntivo (ou instrucional) apresenta as seguintes características:
Exemplos: receita culinária, bula de remédio, manual de instrução, livro de autoajuda, guia rodoviário,… Excerto de texto injuntivo: “Derreta uma colher de sopa de manteiga numa panela em fogo médio. Acrescente uma lata de leite condensado. De seguida, junte quatro colheres de sopa de chocolate em pó. Mexa suavemente, sem parar, até desgrudar do fundo da panela. Despeje a mistura em um recipiente previamente untado e deixe esfriar. Depois, com a ajuda de uma colher de sobremesa, faça pequenas bolas com as mãos e passe-as no chocolate granulado.” (receita de brigadeiro de chocolate) Texto prescritivoO texto prescritivo apresenta as seguintes características:
Exemplos: cláusulas contratuais, leis, códigos, constituição, edital de concursos públicos, regras de trânsito,… Excerto de texto prescritivo: “O pedido de isenção deverá ser solicitado, das 12 horas do dia 22 de abril de 2015 até as 16 horas do dia 4 de maio de 2015. Esta solicitação deverá ser caracterizada no Requerimento de Inscrição, em campo próprio, devendo o candidato informar o seu Número de Identificação Social – NIS, atribuído pelo Cadastro Único – CadÚnico.” (Edital N.° 101/ 2015 - Universidade Federal Fluminense). Texto e discurso são elementos complementares de qualquer circunstância enunciativa. A linguagem, vista como um sistema de significados formalmente codificados, deve ser analisada em uso, relacionando texto e discurso. O discurso apresenta-se como um pensamento coletivo, ou seja, um conjunto de ideias comuns, partilhadas por um grupo. O texto é a manifestação concreta do discurso através de uma forma de linguagem, que pode ser verbal ou não verbal: literatura, pintura, música, fotografia,... Características do discurso
Características do texto
Gêneros textuais são textos que exercem uma função social específica, ou seja, ocorrem em situações cotidianas de comunicação e apresentam uma intenção comunicativa bem definida. Os diferentes gêneros textuais se adequam ao uso que se faz deles. Adequam-se, principalmente, ao objetivo do texto, ao emissor e ao receptor da mensagem e ao contexto em que se realiza. Embora os diferentes gêneros textuais apresentem estruturas específicas, com características próprias, é importante que os concebamos como flexíveis e adaptáveis, ou seja, que não definamos a sua estrutura como fixa. Os gêneros textuais possuem transmutabilidade, ou seja, é possível que se criem novos gêneros a partir dos gêneros já existentes para responder a novas necessidades de comunicação. São adaptáveis e estão em constante evolução. Exemplos de gêneros textuais
Gêneros textuais X tipos textuaisGêneros textuais e tipos textuais são duas categorias diferentes de classificação textual. Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação. Esses aspectos gerais concretizam-se em situações cotidianas de comunicação nos gêneros textuais, textos flexíveis e adaptáveis que apresentam um intenção comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando-se ao uso que se faz deles. Exemplos de tipos textuais:
Gêneros textuais X gêneros literáriosConforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se referem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se referem apenas aos textos literários. Os gêneros literários são divisões feitas segundo características formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. Exemplos de gêneros literários:
O que deve estar presente no desenvolvimento do texto para apresentar as novas informações?No desenvolvimento, apresentam-se as estratégias argumentativas que comprovam as informações. Na conclusão, as ideias anteriormente apresentadas devem ser “amarradas”, pontuando as reflexões pertinentes e apresentando, se necessário, resultados e conclusões das pesquisas.
Por que podemos dizer que o texto é uma produção DissertativaResposta: Se o autor der seus pensamentos e opiniões o texto será deste tipo.
Qual é o grande princípio norteador da dissertação?Resposta. discorrer,expor um assunto,com objetivo de informar ou convencer o leitor sobre determinado assunto.
Está errada a seguinte afirmação em relação aos modos de organização textual?Resposta: Alternativa b) descrição – narração – dissertação – prescrição.
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