Qual é o principal objetivo de Pesquisa da Psicologia da Educação?

A forma como se transmite o conhecimento e todos os problemas que podem estar relacionados ao aprendizado são objetos de estudo da psicologia educacional. Veja mais a seguir.

4 NOV 2015 · Leitura: min.

Psicologia da educação

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Qual é o principal objetivo de Pesquisa da Psicologia da Educação?

A psicologia tem várias ramificações de conhecimento e neste artigo falaremos daquela que se dedica a estudar como se dá o aprendizado em ambientes educativos e a eficácia das intervenções neste contexto.

Trata-se da psicologia da educação, que se centra no processo de ensino-aprendizagem e em tudo o que pode ser um entrave para o fluxo de informação, como os transtornos de déficit de atenção ou a dislexia.

Veja a seguir quais são as bases deste ramo da psicologia e entenda seus principais objetivos e finalidades.

Definindo a psicologia da educação

Segundo os pesquisadores, a história da psicologia da educação se confunde com o início da psicologia científica e a evolução do pensamento educativo, em meados do século XIX. Por objetivo central, esta disciplina tenta analisar todos os processos que envolvem a realidade educacional.

A tarefa mais importante da psicologia educacional é verificar, entre os conhecimentos proporcionados pela psicologia científica, quais são os mais importantes para compreender o comportamento das pessoas no ambiente educacional. É o que permitirá poder intervir nele.

A psicologia da educação vai buscar nas teorias do desenvolvimento recursos para compreender as diferentes fases da vida da pessoa, desde o aprendizado na infância até a vida adulta e velhice.

Através delas é possível descrever habilidades mentais, papéis sociais, linhas de raciocínio, crenças, entre outros fatores, sempre considerando o processo de ensino como pano de fundo.

Psicologia escolar x psicologia da educação

Apesar de serem muitas vezes utilizadas como sinônimos, os teóricos destacam haver diferenças fundamentais entre as duas áreas.

Os psicólogos educacionais dedicariam seus esforços à investigação e produção de conhecimento, enquanto os psicólogos escolares trabalhariam na rotina das escolas e instituições de ensino, juntamente com a psicopedagogia. Ou seja, a primeira seria uma área de conhecimento e a outra um campo de atuação profissional.

Independentemente da nomenclatura, se psicologia da educação ou escolar, elas compartilham áreas de estudo:

  • políticas públicas em educação
  • inclusão de pessoas com deficiência
  • avaliação psicológica
  • gestão psicoeducacional
  • formação continuada dos professores, etc.

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Foto: por Fotos GOVBA (Flickr)

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A educação representa desde os primórdios e principalmente na atualidade o recurso mais precioso numa sociedade, fator reforçado no mundo globalizado em que vivemos. As gerações precedentes a nós fizeram muitos esforços para educar as novas gerações. Desse modo, a Psicologia da Educação constitui um campo do conhecimento que historicamente vem atuando no sentido de subsidiar a prática educacional em todos os contextos nos quais o homem torna-se humano. O interesse pela educação, suas condições e seus problemas foi sempre uma constante entre filósofos, políticos, educadores e psicólogos.

A Psicologia da Educação é o ramo da psicologia que se propõe a estudar o processo de ensino e aprendizagem em suas diversas vertentes: os mecanismos de aprendizagem nas crianças e nos adultos; a eficiência e eficácia das estratégias educacionais; bem como o estudo do funcionamento da própria instituição educacional enquanto organização buscando compreender os processos de desenvolvimento e aprendizagem humana, bem como compreender e explicar os fenômenos de ordem psicológica que ocorrem em contextos de educação formal e não formal.

Os psicólogos escolares desenvolvem o seu trabalho em conjunto com os educadores e as famílias na tentativa de alcançar um processo de aprendizagem mais efetivo, principalmente no que diz respeito à motivação e às dificuldades de aprendizagem. As origens da Psicologia da Educação são observadas ainda na fase do Funcionalismo, nos Estados Unidos, em função das características próprias da sociedade americana, em especial o pragmatismo, onde só era valorizado o que era útil.

Por essa razão, a Psicologia da Educação surge inicialmente para resolver os problemas da educação nos Estados Unidos, por volta de 1894. A partir dessa década, o número de psicólogos voltados para esse campo teve um crescimento admirável. Stanley Hall (1844-1924) e Edward Thorndike (1874-1949) aparecem com destaque com mais contribuições para o desenvolvimento da Psicologia da Educação.

A partir de 1905, começam o uso de testes de inteligência para aferir o desempenho dos alunos. O teste criado por Alfred Binet (1857-1911) e Théodore Simon (1873-1961), tinha a proposta de conseguir separar os alunos que tinham um bom desempenho, daqueles que apresentavam dificuldades de aprendizagem.

A Psicologia aparece neste momento como solução para os problemas da educação, o que fez com que se tornasse uma espécie de mania nacional nos Estados Unidos, aparecendo amplamente divulgada em periódicos científicos, revistas populares e em outros meios de comunicação, como jornais locais. Já nas décadas de 20 e 30, a Psicologia atravessa um período de questionamentos quanto a sua eficácia. Com a Segunda Guerra Mundial, novamente é cogitada para solucionar diversos problemas.

Especificamente no que se refere à Psicologia da Educação, observa-se sua influência em diversos países, como por exemplo, a criação do Instituto de Pesquisa Psicológica Jean Jacques Rosseau, na Suiça por Édouard Claparède (1873-1940),em 1912. O Instituto trabalhava na investigação e no ensino da psicologia e da psicopedagogia. No decorrer da década de 50, inúmeras transformações ocorridas no mundo, como, por exemplo, o final da guerra fria e a decorrente prosperidade econômica do período, favoreceram novamente a Psicologia da Educação. Muitas questões aparecem levantadas pela Educação em prosperidade e pela psicologia.

A partir da década de 70, a Psicologia da Educação começa a desenvolver estudos mais intensos na área da aprendizagem, aproximando-se da Psicologia da Instrução que trata dos aspectos instrumentais de todo o processo de aprendizagem, assim como esta última se aproxima da Psicologia Cognitiva que estuda os processos mentais que estão por trás do comportamento, examinando questões sobre a memória, atenção, percepção, representação de conhecimento, raciocínio, criatividade e resolução de problemas.

Enfim, a Psicologia da Educação surge como resultado do esforço empreendido por muitos psicólogos e pedagogos, preocupados em aplicar o conhecimento, os princípios, as explicações e os métodos da Psicologia no campo das práticas da Educação. Assim, parece lógico que, como fruto do trabalho de psicólogos e pedagogos, a história da origem e da evolução da Psicologia da Educação confunde-se com a história da Psicologia científica.

Até por volta de 1890, ocorre a justificativa para o emprego do método da disciplina formal, que, orientado pela principal finalidade que é de exercitar as faculdades humanas dos alunos como a inteligência, memória, raciocínio, atenção, concentração etc., priorizou os conteúdos de ensino. Nessa época, a teoria educativa vigente era a das faculdades ou funções cognitivas. Considerando que em razão de tomar como objeto de estudo os aspectos psicológicos das vidas humanas, o estudo do desenvolvimento pela Psicologia revela-se complexo. Ocorrendo o mesmo com a teoria educativa.

A Psicologia da Educação, uma área historicamente recente, se delineia e se caracteriza como uma área para onde convergem interesses e questionamentos sobre a aprendizagem e educação. Encontramos no Brasil contribuições muito relevantes sobre a história da Psicologia da Educação e suas relações com a história da Psicologia por Bernadete Gatti, Marli André, Mitsuko Antunes, Maria do Carmo Guedes, entre outros pesquisadores da área.

A Psicologia da Educação estuda as diferenças individuais, as mudanças de comportamento do sujeito em situações educativas; a análise dos processos de aprendizagem, desenvolvimento e socialização no ambiente educacional; desenvolvimento infantil. Esses campos são fundamentais para a compreensão de sua natureza e dimensão nos estudos da educação.

Natureza, dimensão epistemológica, fundamentos científicos, objetos de estudo e conteúdos da Psicologia da Educação

A Psicologia da Educação tem por objeto de estudo todos os aspectos das situações da educação, sob a ótica psicológica. Seu domínio é constituído pela análise psicológica de todas as situações da realidade educativa e não apenas a simples aplicação da psicologia às questões da educação. Seu maior objetivo é constatar ou compreender e explicar o que se passa no seio da situação de um problema da educação. A Psicologia da Educação faz parte dos componentes específicos da educação, cuja finalidade é estudar os processos educativos.

Existem basicamente três correntes ou posicionamentos sobre a natureza e a dimensão epistemológica da Psicologia da Educação:

  1. A Psicologia da Educação é entendida como mera etiqueta de designação para as explicações e princípios psicológicos pertinentes e relevantes à educação e ao ensino, não consegue ter autonomia didática. Essa corrente de especialistas entende que “Psicologia da Educação” é apenas a terminologia empregada para designar o corpo de princípios e explicações alcançados pela Psicologia, aplicáveis à situação educativa;
  2. A Psicologia da Educação é entendida como uma disciplina com autonomia científica e didática, uma vez que tem já determinados objetivos e conteúdos, princípios psicológicos que atendem aos fenômenos educativos;
  3. .A Psicologia da Educação é entendida como uma “disciplina ponte”, com um objeto de estudo, alguns métodos, marcos teóricos e conceitos próprios, caracterizando-se como uma disciplina de natureza aplicada.

Texto Complementar Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos http://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01_95_.pdf

Quanto ao objeto de estudo e aos seus conteúdos, vamos considerar a Psicologia da Educação classificada como uma “disciplina ponte”, termo cunhado por César Coll (2002.), que considera uma disciplina psicológica e educativa de natureza aplicada. Dessa classificação, decorrem algumas situações, muitos são os aspectos estudados pela Psicologia da Educação e muitas são as contribuições para o profissional de educação.

FONTE:

Prado, Margareth Simone Marques. Psicologia da educação / Margareth Simone Marques Prado ._ Cruz das Almas, BA: SEAD-UFRB, 2017.