Qual a importância da coesão e da coerência na redação de parágrafos?

Na maioria das vezes, sentimo-nos despreparados quando estamos diante de uma folha de papel em branco no propósito de fazer uma redação, não é mesmo?

As ideias não fluem, o tempo passa muito rapidamente, e quando percebemos... Lá se foi o tempo e não atingimos o objetivo almejado.
Então, é possível se familiarizar mais com a escrita lembrando-se da palavra texto. Ela, assim como muitas outras, origina-se do latim “textum”, que significa tecer, entrelaçar ideias, opiniões e pensamentos.

Mas existe uma fórmula mágica para se construir um bom texto?
A resposta é simples. Basta lembrarmos que toda escrita requer praticidade, conhecimento prévio do assunto abordado, e, sobretudo, técnicas, que constituem a performance de todo texto bem elaborado.

Para que um texto fique claro, objetivo e interessante, ele precisa realçar beleza, para que sua estética seja vista de maneira plausível.
Fazendo parte dessa estética estão os elementos que participam da construção textual; entre eles, a coesão e a coerência.

A coesão nada mais é que a ligação harmoniosa entre os parágrafos, fazendo com que fiquem ajustados entre si, mantendo uma relação de significância.

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Para melhor entender como isso se processa, imagine um texto sobrecarregado de palavras que se repetem do início ao fim. Então, para evitar que isso aconteça, existem termos que substituem a ideia apresentada, evitando, assim, a repetição. Falamos das conjunções, dos pronomes, dos advérbios e outros. Como exemplo, verifique:

A magia das palavras é enorme, pois elas expressam a força do pensamento. As mesmas têm o poder de transformar e de conscientizar.

Podemos perceber que as expressões: elas e as mesmas referem-se ao termo - “palavras”.

Quando falamos sobre coerência, nos referimos à lógica interna de um texto, isto é, o assunto abordado tem que se manter intacto, sem que haja distorções, facilitando, assim, o entendimento da mensagem.
Estes são apenas alguns dos requisitos para a elaboração de um texto, e estas técnicas vão sendo apreendidas à medida que nos tornamos escritores assíduos.

Ouça este artigo:

Um texto é uma unidade de sentido. Nessa perspectiva, é imprescindível que as ideias, nele presentes, sejam construídas com lógica, isto é, com coerência. Além disso, os elementos que o integram (palavras, orações, frases, períodos) precisam estar dispostos de modo articulado e harmônico. Quando há adequada ligação entre os referidos elementos, dizemos que ocorreu coesão.

A coerência textual

O produtor do texto precisa construir textos que tenham coerência, ou seja, que tenham sentido. Por outro lado, o ouvinte/leitor precisa interpretar o texto, reconstruindo a coerência pretendida pelo produtor. Nessa perspectiva, a comunicação concretiza-se quando há a interação entre os envolvidos com o ato de interlocução. Para entender melhor a coerência, leia este texto, escrito por Ricardo Ramos:

Circuito Fechado

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.

O que podemos dizer a respeito do texto acima? Qual sentido podemos atribuir a ele? Repare que o texto se constrói por meio da enumeração de objetos que fazem parte do dia a dia de um homem. Não há nenhum verbo no texto. Porém, podemos inferir que cada um desses objetos aponta para uma ação do cotidiano do homem. As referidas ações são apresentadas, de modo sequencial, desde o momento em que ele se levanta. Por que “Circuito fechado”? Porque essas ações são inerentes ao seu cotidiano. Nesse cenário, ele não pode fugir delas. Em suma, quando se atribui sentido a um texto, se atribui coerência ao texto.

A coesão textual

Vamos analisar os elementos que atuam na coesão do texto abaixo? Então, leia-o:

Curiosidade – Papagaios não falam, apenas imitam sons

Os papagaios não conseguem se comunicar com as pessoas, mas são capazes de imitar sons. A estrutura do bico e da língua permite a reprodução do que ouvem, como palavras e assobios.

Isso é possível porque essas aves têm controle da siringe – órgão localizado na traqueia, equivalente às cordas vocais humanas. Na natureza, aprendem a imitar o que escutam para trocar informações com outros pássaros de sua espécie.

A habilidade de reprodução varia, dependendo da personalidade e do incentivo do dono para que o bicho reproduza os sons. Importante saber que se trata de um animal silvestre e só é considerado legal quando comprado em criadouros registrados no Ibama.

Fátima Pires. Disponível em: <http://www.rankbrasil.com.br/Recordes/Noticias/0xua/Curiosidade_Papagaios_Nao_Falam_Apenas_Imitam_Sons>. (Com cortes).

Vários elementos ligam as ideias que formam o texto sobre os papagaios, tornando-o coeso. Primeiramente, podemos destacar a desinência verbal. Em “Papagaios não falam, apenas imitam sons”, o sujeito da segunda oração aparece oculto, mas pode ser identificado pela desinência verbal (terminação verbal). Isso significa que os leitores inferem que o verbo “imitam” se refere ao sujeito “Papagaios”. Com o uso da desinência verbal, a autora do texto retoma o sujeito, sem repeti-lo. Esse recurso linguístico foi empregado em outras partes do texto, como em “Importante saber que se trata de um animal silvestre e só é considerado legal quando comprado em criadouros registrados no Ibama.”

No segmento “Isso é possível porque essas aves têm controle da siringe [...]”, o pronome demonstrativo “Isso” desempenha a função de retomar uma informação no primeiro parágrafo. Na passagem “[...] com outros pássaros de sua espécie”, o pronome possessivo “sua” retoma “Os papagaios”. Vale acrescentar que “essas aves” estabelece uma relação hiponímica com “Os papagaios”. Na oração “[...] o bicho reproduza os sons.”, a autora empregou a expressão “o bicho” para atuar também no processo de retomada.

É importante ressaltar a presença dos chamados “conectores”, que atuam, conforme o nome indica, na conexão das ideias textuais. Entre eles, destacam-se as conjunções que estabelecem diferentes relações de sentido. No parágrafo inicial, há as conjunções coordenativas “mas” e “e”. Já no último parágrafo, há as conjunções subordinativas “para que” e “quando”. Em suma, variados recursos linguísticos são usados para assegurar a continuidade do texto, de modo que ele se torne compreensível.

Como um quebra-cabeça...

Podemos estabelecer uma analogia entre a montagem de um quebra-cabeça e a construção de um texto. Observe que, para se formar a imagem do coração, foi necessário encaixar cada uma das variadas peças. Cada uma ocupa o seu devido lugar e, juntas, elas compõem um todo significativo, a imagem. Com o texto também é assim! Cada elemento linguístico une-se a outro de maneira articulada, formando uma unidade significativa, tendo em vista a intenção comunicativa.

Qual a importância da coesão e da coerência na redação de parágrafos?

Para concluir:

A coerência é a lógica entre as ideias expostas em um texto, que precisam ser dispostas de forma interligada, isto é, com coesão. Isso significa que não há coerência sem coesão. Vale reforçar que quem diz precisa produzir textos coerentes e coesos, ao passo que quem ouve ou lê precisa reconstruir os elos pretendidos pelo produtor, para que a interação de fato aconteça.

Referências:

ANTUNES, Irandé. Coesão textual. In: Glossário Ceale. Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/coesao-textual>. Acesso em: 22 de novembro de 2019.

COSTA VAL, Maria da Graça. Texto, Textualidade de Textualização. In: CECCANTINI, J. L. Tápias; PEREIRA, Rony F; ZANCHETTA JR., Juvenal. Pedagogia Cidadã: cadernos de formação: Língua Portuguesa. v.1. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004, p.113-128.

LOPES, Maria Angela Paulino Teixeira. Coesão textual. In: Glossário Ceale. Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/coerencia-textual>. Acesso em: 22 de novembro de 2019.

PIRES, Fátima. Curiosidade – Papagaios não falam, apenas imitam sons. Disponível em: <http://www.rankbrasil.com.br/Recordes/Noticias/0xua/Curiosidade_Papagaios_Nao_Falam_Apenas_Imitam_Sons>. Acesso em: 28 de novembro de 2019.

RAMOS, Ricardo. Circuito Fechado. In: ___Os melhores contos brasileiros de 1973. Porto Alegre: Globo, 1974.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/redacao/coesao-e-coerencia-textual/

Qual a importância da coesão e da coerência na redação de parágrafos explique?

A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual. Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça sentido para o leitor. Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de forma segura, natural e agradável aos ouvidos.

Qual a importância da coesão e da coerência em um texto?

A coesão e a coerência são responsáveis pela construção do sentido de qualquer texto e, portanto, de uma de suas características es- senciais: a textualidade. Quando se tem diante de si a intenção ou a proposição da produ- ção de um texto, deve ser estabelecido o que se pretende comunicar e planejar as ideias.

O que é coesão e coerência em uma redação?

Segundo o Manual de Redação do Enem 2018, a coerência se relaciona à estrutura mais profunda do texto e a coesão atua na superfície textual, com elementos linguísticos que ajudam a compreender o texto de forma profunda.

Qual é a importância da coesão em um texto?

A coesão textual é como uma costura que liga as ideias de um texto por meio de preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais. Ela garante a harmonia e a conexão lógica entre as frases, o que colabora para uma melhor compreensão por parte do leitor.