Quais seriam as consequências da destruição da biodiversidade dos corais?

"Eu entendo que pode haver uma crise de biodiversidade, mas como isso me afeta?”

Boa pergunta! Funciona assim...

  A diversidade biológica é o recurso do qual dependem famílias, comunidades, nações e gerações futuras. É o elo entre todos os organismos existentes na terra, que liga cada um deles a um ecossistema interdependente, em que cada espécie desempenha sua função. É uma verdadeira teia da vida.

O patrimônio natural da Terra é composto por plantas, animais, terra, água, a atmosfera e os seres humanos! Juntos, fazemos todos parte dos ecossistemas do planeta, o que equivale a dizer que, se houver uma crise de biodiversidade, nossa saúde e meios de subsistência também entram em risco.

Porém, atualmente estamos usando 25% mais recursos naturais do que o planeta é capaz de fornecer. O resultado é que espécies, habitats e comunidades locais estão sofrendo pressões ou ameaças diretas. Um exemplo de ameaça que já atinge seres humanos é a perda de acesso à água doce.

A biodiversidade é a base da saúde do planeta e tem um impacto direto sobre a vida de todos nós.

Indo direto ao ponto: a redução da biodiversidade significa que milhões de pessoas estão diante de um futuro em que os estoques de alimentos serão mais vulneráveis a pragas e doenças e a oferta de água doce será irregular ou escassa.

Para os seres humanos, isso é preocupante.

Muito preocupante mesmo.

Quais seriam as consequências da destruição da biodiversidade dos corais?

O branqueamento de corais é um problema ecológico grave relacionado principalmente com o aumento da temperatura da água dos oceanos. Esse problema pode ocorrer de forma transitória ou de forma fatal, matando o coral. No fenômeno de branqueamento, os corais tornam-se translúcidos, sendo possível verificar o esqueleto de carbonato de cálcio desses animais. Isso acontece em razão da expulsão das algas zooxantelas ou por causa da perda do pigmento dessas algas, que vivem em associação mutualística com o coral.

Tópicos deste artigo

  • 1 - → Recifes de corais e sua importância
  • 2 - → Recifes de corais e as zooxantelas
  • 3 - → Como o branqueamento afeta os corais?
  • 4 - → Branqueamento de corais e o aquecimento global
  • 5 - → Como evitar o branqueamento de corais?
  • 6 - → Branqueamento de corais no Enem

→ Recifes de corais e sua importância

Os recifes de corais são ecossistemas marinhos que apresentam grande biodiversidade e uma beleza inexplicável. Tanto a beleza quanto a biodiversidade dos recifes são extremamente exploradas pelo homem, o que acaba afetando significativamente esses ecossistemas.

Os recifes de corais podem ser definidos comoestruturas rígidas que resistem à ação das ondas e correntes marinhas e são formados por organismos marinhos que possuem esqueleto calcário, como é o caso dos corais, que são animais do filo Cnidaria. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente,os recifes de coral são encontrados em mais de 100 países e territórios.

Várias espécies encontram nos recifes de corais condições adequadas para o seu desenvolvimento e reprodução. Nesse local, também muitos predadores conseguem suas presas. Trata-se, portanto, de um ecossistema complexo e altamente diversificado. Para se ter uma ideia da riqueza dos recifes, estima-se que uma em cada quatro espécies marinhas vivam nesses locais.

A alta biodiversidade dos recifes é aproveitada pelo homem como fonte de alimento. A beleza desses ecossistemas é explorada pelo turismo, sendo comum a visitação dessas áreas para a realização de mergulhos. Além disso, muitas substâncias são retiradas de organismos que vivem nesses recifes para uso na indústria farmacêutica.

Todas essas formas de exploração acabam danificando os recifes de corais. Os danos podem ser causados, por exemplo, pelo grande pisoteamento decorrente da visitação, movimentação das embarcações, pesca predatória e até mesmo pelo lixo deixado nessas regiões.

Quais seriam as consequências da destruição da biodiversidade dos corais?

Os recifes de corais são estruturas rígidas formadas por organismos que apresentam esqueleto calcário, tais como os corais.

→ Recifes de corais e as zooxantelas

Alguns corais apresentam relação mutualística (relação em que os dois organismos são beneficiados) com algas zooxantelas. Essas algas vivem nos tecidos dos corais, onde garantem a coloração desses animais e fornecem compostos orgânicos, produzidos no processo de fotossíntese, para ajudar os corais a suprirem suas necessidades energéticas. Além disso, as zooxantelas ajudam o coral a aumentar sua taxa de calcificação. Os corais, por sua vez, fornecem abrigo à alga, protegendo-as contra a herbivoria, e também gás carbônico e nutrientes inorgânicos.

Essa relação entre corais e zooxantelas é extremamente benéfica em ambientes oligotróficos, isto é, em ambientes em que os nutrientes na água são escassos. Nesses locais, a associação entre o coral e a alga permite que os corais consigam desenvolver-se.

→ Como o branqueamento afeta os corais?

O branqueamento é um processo observado em várias partes do mundo que se caracteriza pelo embranquecimento dos corais nos recifes. Esse fenômeno ocorre por causa da expulsão das zooxantelas ou da destruição de seus pigmentos fotossintetizantes. Em virtude da perda dessas algas e/ou de seus pigmentos, o tecido dos corais fica translúcido, sendo possível observar o esqueleto de carbonato de cálcio. Veja um coral branqueado:

Quais seriam as consequências da destruição da biodiversidade dos corais?

O branqueamento do coral pode estar relacionado com o aumento da temperatura da água.

O branqueamento é um fenômeno que apresenta relação com variações ambientais, como, grande incidência de luz, poluição, alteração na salinidade, sedimentação excessiva e temperatura. Merece atenção o aumento da temperatura das águas dos oceanos, a qual pode ocorrer normalmente ao longo do ano ou ainda em consequência do aquecimento global.

Leia também: Aquecimento global e a extinção de espécies

A principal consequência do branqueamento do coral é a morte desse animal. Isso pode ocorrer por causa da duração do branqueamento ou ainda em virtude da intensidade da alteração ambiental que causou o problema. Vale salientar, no entanto, que, após um evento de branqueamento, o coral pode ser novamente recolonizado por algas zooxantelas caso o ambiente torne-se novamente adequado, porém, mesmo após a reversão do branqueamento, esses corais apresentam menores taxas de crescimento e tornam-se mais vulneráveis a doenças.

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→ Branqueamento de corais e o aquecimento global

O aquecimento global é um processo que se caracteriza pelo aumento da temperatura média do planeta, inclusive dos oceanos. Esse processo deve-se, principalmente, ao aumento de emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, à atmosfera, aumento esse que intensifica o efeito estufa.

O branqueamento de corais ao redor do planeta possui relação direta com o aumento da temperatura da água dos oceanos e, portanto, apresenta relação também com o aquecimento global. Vale destacar, no entanto, que esse aumento, algumas vezes, é consequência de outros eventos sazonais, como o El Ninõ (evento climático que ocorre no Oceano Pacífico).

Leia também: Influência do El Niño no Brasil e na atividade pesqueira

Quais seriam as consequências da destruição da biodiversidade dos corais?

O branqueamento dos corais pode afetar drasticamente a biodiversidade local.

O aumento da temperatura causado pelo aquecimento global pode ter consequências drásticas, pois, diferentemente dos eventos sazonais, não há retorno à temperatura adequada. Como vimos anteriormente, o aumento da temperatura expulsa as zooxantelas do tecido dos corais, acabando com a relação mutualística existente entre eles. O fim dessa relação torna o coral frágil e, dependendo da severidade do evento de branqueamento, pode resultar até mesmo na morte do coral e na redução da estrutura do recife. Com isso, todos os organismos que vivem no recife são prejudicados.

Não podemos nos esquecer ainda de que a emissão de gás carbônico está relacionada também com a acidificação da água. Esse processo enfraquece os corais pela diminuição da incorporação de carbonato de cálcio.

→ Como evitar o branqueamento de corais?

O branqueamento de corais é um fenômeno relacionado com mudanças no ambiente marinho, tais como o aumento da temperatura, variações na salinidade, poluição e altas taxas de sedimentação. Para prevenir o branqueamento, portanto, devemos lutar para que esses eventos estressantes não ocorram.

Leia também: Cemitério de corais

O primeiro ponto é ampliar as áreas de proteção dos corais, evitando exploração inadequada dos corais e que os índices de poluição nessas áreas aumentem. Além disso, podemos fazer a nossa parte na luta contra o aquecimento global, reduzindo nossas emissões de gás carbônico na atmosfera. Para isso, medidas simples podem ser tomadas, como evitar o uso exagerado de automóveis, optando, sempre que possível, por caminhadas, transporte público e bicicletas; não realizar queimadas e não desmatar. Também podemos exigir dos governantes políticas que visem à proteção do meio ambiente.

→ Branqueamento de corais no Enem

O branqueamento de corais é um tema bastante atual que apresenta relação com o aquecimento global. Nesse contexto, fica claro que o tema pode ser cobrado no Enem, uma vez que essa prova é extremamente contextualizada e sempre prioriza questões atuais. Podemos perceber a verdade dessa afirmação quando analisamos as provas dos anos anteriores, que apresentam uma grande quantidade de questões relacionadas aos problemas ambientais.

Os corais já foram abordados na prova do Enem de 2014, entretanto, o tema não era branqueamento. Veja abaixo essa questão:

(Enem 2014) Parte do gás carbônico da atmosfera é absorvida pela água do mar. O esquema representa reações que ocorrem naturalmente, em equilíbrio, no sistema ambiental marinho. O excesso de dióxido de carbono na atmosfera pode afetar os recifes de corais.

Quais seriam as consequências da destruição da biodiversidade dos corais?

O resultado desse processo nos corais é o(a)

a) seu branqueamento, levando à sua morte e extinção.

b) excesso de fixação de cálcio, provocando calcificação indesejável.

c) menor incorporação de carbono, afetando seu metabolismo energético.

d) estímulo da atividade enzimática, evitando a descalcificação dos esqueletos.

e) dano à estrutura dos esqueletos calcários, diminuindo o tamanho das populações.

A resposta dessa questão é a letra E, que fala a respeito da destruição dos esqueletos calcários dos corais. Quando o gás carbônico dissolve-se na água, torna-a mais ácida, e essa acidez é responsável por tornar o esqueleto dos corais mais frágil. Esse processo diferencia-se do branqueamento, que ocorre pela expulsão das algas zooxantelas ou destruição dos pigmentos fotossintetizantes.

Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos

Qual a consequência da morte dos corais?

A morte dos corais também tem impacto sobre todo o ecossistema formado a sua volta. Os peixes e outros seres vivos que habitam os corais também são prejudicados. Além das algas se desprenderem dos corais, os peixes são prejudicados por usarem os corais como abrigo.

O que causa a destruição dos corais?

Uma das maiores ameaças aos recifes de corais é o chamado "branqueamento de corais", processo que leva à morte centenas de corais ao redor do mundo. O fenômeno ocorre quando a temperatura da água aumenta, devido a causas naturais, como o El Niño, ou provocadas pelo homem, como o aquecimento global.

Quais são as principais ameaças à biodiversidade dos corais?

Infelizmente os recifes de coral sofrem com uma série de ameaças, que vão desde a sobrepesca até o desenvolvimento costeiro, passando pelo escoamento agrícola e o transporte marítimo. Além disso as mudanças climáticas agravam ainda mais essas ameaças locais.

O que aconteceria se os corais fossem extintos?

"Sem os recifes, há a erosão da orla e as cidades costeiras desaparecem." Esta não é a primeira vez que os cientistas observaram o processo de branqueamento de corais na Grande Barreira. Dois grandes eventos de branqueamento já ocorreram na área – em 1998 e 2002, diz Hughes, da Força-Tarefa.