Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Educação da Universidade de Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Educação da Universidade de No PCN de Arte, o professor deve capacitar seus alunos para que possam dominar com mais propriedade as linguagens da Arte, bem como realizar trabalhos pessoais e/ou grupais com autonomia. Ao explicitarem argumentos e proposições pessoais, que estão relacionados aos conhecimentos prático e teórico já adquiridos e construídos, os alunos irão adquirir o saber artístico. Da mesma forma, eles reconhecerão, com mais clareza, que existe contextualização histórico-social e marca pessoal nos trabalhos artísticos. É assim que passam a incluir esses componentes em seus próprios trabalhos escolares. Para os Parâmetros, cabe ao educador auxiliar seus alunos para que estes possam identificar a posição que sua comunidade ocupa no contexto de diferentes espaços de produção cultural, comparando, interpretando e se posicionando em relação a uma gama variada de propostas artísticas da sua região, outras regiões do país e de outros países. Com isso, os alunos passarão a estabelecer conexões, com mais clareza, entre os trabalhos escolares e a cultura extraescolar, ambos envolvendo os objetos de estudo, tanto no âmbito de sua comunidade como no da produção nacional e internacional à qual tiverem acesso. O professor pode também desenvolver atividades em grupo ou individualmente, articulando experiências relativas às questões políticas, culturais e sociais da própria comunidade e de outras, principalmente as que tratam das questões do universo cultural de seus alunos. Isso irá agregar valor à comunidade por meio do reconhecimento de semelhanças e contrastes, qualidades e especificidades, abrindo o leque das múltiplas escolhas que os alunos terão de realizar, ao longo de seu desenvolvimento educacional. Principalmente, porque a Arte se faz presente no cotidiano dos alunos na forma dos objetos, no arranjo de vitrines, na música dos puxadores de rede, nas ladainhas entoadas por tapeceiras tradicionais, na dança de rua executada por meninos e meninas, nos pregões de vendedores, nos jardins, na vestimenta, entre outros. A curiosidade dos alunos pela manifestação artística não só de sua comunidade, mas também de outras fora de seu contexto, certamente irá despertar nos alunos o interesse por valores diferentes dos seus, promovendo o respeito e o reconhecimento dessas distinções. Por Andréa Oliveira. AVISO LEGAL Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br. Jornalismo Por 01/03/2009
REFLETIR O professor deve analisar temas Durante muitos anos, o ensino de Arte se resumiu a tarefas pouco criativas e marcadamente repetitivas. Desvalorizadas na grade curricular, as aulas dificilmente tinham continuidade ao longo do ano letivo. "As atividades iam desde ligar pontos até copiar formas geométricas. A criança não era considerada uma produtora e, por isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito", afirma Rosa Iavelberg, diretora do Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, e co-autora dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) sobre a disciplina. Nas últimas duas décadas, essa situação vem mudando nas escolas brasileiras. Hoje, a tendência que guia a área é a chamada sociointeracionista, que prega a mistura de produção, reflexão e apreciação de obras artísticas. Como defendem os próprios PCNs, é papel da escola "ensinar a produção histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias." Infelizmente, ainda há professores trabalhando na chamada metodologia tradicional, que supervaloriza os exercícios mecânicos e as cópias por acreditar que a repetição é capaz de garantir que os alunos "fixem modelos". Sob essa ótica, o mais importante é o produto final (e ele é mais bem avaliado quanto mais próximo for do original). É por isso que, além de desenhos pré-preparados, tantas crianças tenham sido obrigadas ao longo dos tempos a apenas memorizar textos teatrais e partituras de música para se apresentar em datas comemorativas - sem falar no treino exaustivo e mecânico de habilidades manuais em atividades de tecelagem e bordado. Só nos anos 1960, com o surgimento do movimento da Escola Nova, ideias modernizadoras começaram a influenciar as aulas de Arte. Na época, a proposta era romper totalmente com o jeito anterior de trabalhar. Segundo esse modelo, batizado de escola espontaneísta (ou livre expressão), os professores forneciam materiais, espaço e estrutura para as turmas criarem e não interferiam durante a produção dos estudantes. Tudo para permitir que a arte surgisse naturalmente nos estudantes, de dentro para fora e sem orientações que pudessem atrapalhar esse processo. "Achava-se que a criança tinha uma arte própria e o adulto não deveria interferir", lembra Rosa. A evolução dos conceitos que orientam as aulas APRECIAR Assistir a diferentes apresentações Alguns anos mais tarde, novas concepções foram sendo construídas, abrindo espaço para a consolidação da perspectiva sociointeracionista, a mais indicada pelos especialistas hoje por permitir que crianças e jovens não apenas conheçam as manifestações culturais da humanidade e da sociedade em que estão inseridas, mas também soltem a imaginação e desenvolvam a criatividade, utilizando todos os equipamentos e ferramentas à sua disposição. Na década de 1990, duas importantes inovações pavimentaram o caminho para o modelo atual: na Espanha, Fernando Hernández defendeu o estudo da chamada cultura visual (muito além das artes visuais clássicas, era necessário, segundo ele, trabalhar com videoclipes, internet, histórias em quadrinhos, objetos populares e da cultura de massa, rótulos e outdoors nas salas de aula). No Brasil, Ana Mae Barbosa formulou a metodologia da proposta triangular (inspirada em ideias norte-americanas e inglesas, recuperou conteúdos e objetivos que tinham sido abandonados pela escola espontaneísta). Ela mostrou que o professor deveria usar o seguinte tripé em classe: o fazer artístico, a história da arte e a leitura de obras Esse tripé original é considerado uma "matriz" dos eixos de aprendizagem que dominam o ensino atualmente: a produção, a apreciação artística e a reflexão. O "novo" tripé ajuda a desmanchar alguns dos mitos que rondam as salas de Arte nas escolas brasileiras, como a confusão entre a necessidade de ter muito material e estrutura para obter uma resposta "de qualidade" dos alunos (leia mais no quadro abaixo). Na perspectiva sociointeracionista, o fazer artístico (produção) permite que o aluno exercite e explore diversas formas de expressão. A análise das produções (apreciação) é o caminho para estabelecer ligações com o que já sabe e o pensar sobre a história daquele objeto de estudo (reflexão) é a forma de compreender os períodos e modelos produtivos. Mitos pedagógicos no ensino de Arte Reprodução e releitura
Sem material, não dá Arte estimula criatividade As quatro grandes linguagens artísticas: dança, artes visuais, teatro e música "Esses três momentos não são estanques. Mesmo que o trabalho dê ênfase mais para um agora e mais para outro daqui a pouco, é importante que fique claro que todos são interligados, fazem parte de um processo", diz Marisa Szpigel, coordenadora de Arte na Escola da Vila, em São Paulo. Segundo ela, é interessante variar as maneiras de estudar os conteúdos e programar as atividades ao longo do ano. "Assim como na prática artística há um pensar fazendo e um fazer pensando, quando ensinamos, a ação mobiliza para a reflexão e a reflexão transforma a ação." Maria José Falcão 3 perguntas a Maria José Falcão Professora de 6º e 9º anos do Ensino Fundamental e dos três anos do Ensino Médio na EE Adherbal de Paula Ferreira, em Itapetininga, a 174 quilômetros de São Paulo. Qual foi o
modelo de ensino que guiou a sua formação? Como foi seu início na carreira? Foi fácil mudar essa mentalidade na unidade de ensino? Produção é chance para o aluno desenvolver percurso próprio PRODUZIR Os alunos devem experimentar A etapa da produção é a oportunidade de o aluno testar, conhecer e escolher diferentes cores, formatos, gestos, movimentos corporais e sons. É o momento de mostrar suas escolhas, mudar de ideia, decidir novamente. "O estudante deve ter a chance de experimentar com diferentes formas e procedimentos para desenvolver um percurso próprio", diz Rosa Iavelberg. "O caminho é favorecer a criação com propostas instigantes. Assim, a produção dialoga com diferentes referências e alimenta a poética pessoal", diz Mirian Celeste Martins, do programa de pós-graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie, na capital paulista. Durante as atividades de apreciação, a turma aumenta o repertório. Ao ampliar a variedade de produções que conhece e analisar, o aluno estabelece ligações com o que já sabe e "constrói conhecimentos", como diz Marisa Szpigel. Essa parte do trabalho é feita em visitas a instituições culturais, teatros e espaços para shows e outras apresentações artísticas que permitam desenvolver o pensamento crítico e perceber como a arte afeta cada um. Já a fase da reflexão é uma espécie de complemento da apreciação. A diferença é sutil: ela tem lugar quando o estudante analisa o que viu e ouviu. Sabendo que aquele objeto artístico foi criado em determinado contexto e que faz parte de uma história, torna-se capaz de entender os significados atribuídos a ele. Daí a importância das discussões em classe (e da leitura de críticas e resenhas) para todos observarem que há outras maneiras de entender a arte. Registros escritos também favorecem a expressão de ideias. Compreender esse percurso é essencial para permitir que os estudantes cresçam cada vez mais (confira as expectativas de aprendizagem definidas pela prefeitura de São Paulo). Mas, mais do que seguir cegamente uma ou outra perspectiva de ensino, o que realmente importa é ser coerente com as propostas de trabalho e com as atividades passadas para a turma durante todo o ano. "Há professores que fazem um ótimo trabalho de livre expressão, por exemplo. O problema é quando não há uma intencionalidade clara", destaca Marisa. Linha do tempo do ensino de Arte no Brasil 1816 Durante o governo de dom João VI, chega ao Rio de Janeiro a Missão Artística Francesa e é criada a Academia Imperial de Belas Artes. Seguindo modelos europeus, é instalado oficialmente o ensino de Arte nas escolas. 1900 Até o início do século 20, o ensino do desenho é visto como uma preparação para o trabalho em fábricas e serviços artesanais. São valorizados o traço, a repetição de modelos e o desenho geométrico. 1922 Apesar da efervescência das manifestações da Semana de Arte Moderna, o ensino segue as tendências da escola tradicional, que defende a necessidade de copiar modelos para treinar habilidades manuais. 1930 O compositor Heitor Villa-Lobos, no governo de Getúlio Vargas, institui o projeto de canto orfeônico nas escolas. São formados corais, que se desenvolvem pela memorização de letras de músicas de caráter folclórico e cívico. 1935 O escritor Mario de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura do município de São Paulo, promove um concurso de desenho para crianças com tema livre. O ganhador recebe uma quantia em dinheiro. 1948 É criada no Rio de Janeiro a primeira "Escolinha de Arte", com a intenção de propor atividades para o aluno desenvolver a autoexpressão e a prática. Em 1971, chega a 32 o número de instituições particulares desse tipo no país. 1960 As experimentações que marcam a sociedade, como o movimento da bossa nova, influenciam o ensino de Arte nas escolas de todo o país. É a época da tendência da livre expressão se expandir pelas redes de ensino. 1971 Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Educação Artística (que inclui artes plásticas, educação musical e artes cênicas) passa a fazer parte do currículo escolar do Ensino Fundamental e Médio. 1973 Criação dos primeiros cursos de licenciatura em Arte, com dois anos de duração e voltados à formação de professores capazes de lecionar música, teatro, artes visuais, desenho, dança e desenho geométrico. 1989 Desde 1982 desenvolvendopesquisas sobre três ideias (fazer, ler imagens e estudar a história da arte), Ana Mae Barbosa cria a proposta triangular, que inova ao colocar obras como referência para os alunos. 1996 A LDB passa a considerar a Arte como disciplina obrigatória da Educação Básica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais definem que ela é composta de quatro linguagens: artes visuais, dança, música e teatro. Fonte: Parâmetros Curriculares Nacionais / Metodologia do Ensino da Arte, Maria Heloísa C. de T. Ferraz e Maria. F. de Rezende e Fusari / Para gostar de aprender Arte: Sala de aula e formação de professores, Rosa Iavelberg Metodologias mais comuns no ensino de Arte O ensino de Arte passou por muitas transformações ao longo da história. Confira as principais tendências da área. TRADICIONAL LIVRE EXPRESSÃO SOCIOINTERACIONISTA Expectativas de aprendizagem em Arte do 1º ao 9º ano As orientações curriculares da prefeitura de São Paulo recomendam, entre outros itens, que ao fim do 5º ano os alunos sejam capazes de: - Reconhecer em seres, objetos e paisagens
naturais e artificiais características expressivas das artes visuais e musicais. O documento prevê ainda que os estudantes, ao fim do 9º ano, saibam: - Perceber as pequenas variações dos elementos da
linguagem visual, tais como tons e semitons das cores, as diferenças de textura e forma etc. Quer saber mais? CONTATOS BIBLIOGRAFIA INTERNET Quais são os objetivos gerais de arte para o ensino fundamental de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais?A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação.
Quais aspectos constituem a arte na educação?Os professores podem inserir teatro, cinema, música, dança, fotografia, entre outras variações para agregar ao conhecimento. Vale saber que esse ensino pode ser realizado, inclusive, de forma multidisciplinar (reunindo inúmeras modalidades em uma mesma atividade).
Qual a contribuição mais significativa dos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN para o ensino da arte?As oportunidades de aprendizagem de arte, dentro e fora da escola, mobilizam a expressão e a comunicação pessoal e ampliam a formação do estudante como cidadão, principalmente por intensificar as relações dos indivíduos tanto com seu mundo interior como com o exterior.
Quais são as 4 modalidades artísticas que os Parâmetros Curriculares propõem?os projetos curriculares se preocupem em variar as formas artísticas propostas ao longo da escolaridade, quando serão trabalhadas Artes Visuais, Dança, Música ou Teatro.” (BRASIL, 1998, p.
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