Quais os principais cuidados de enfermagem nos cuidados paliativos?

Inicialmente, os cuidados paliativos foram pensados apenas para o tratamento oncológico, mas hoje englobam qualquer doença que ameace a vida por ser progressiva ou até mesmo incurável.

Importante! É preciso desmistificar a ideia que, cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento e o paciente estiver em condição de terminalidade. Seu principal conceito é promover a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares por meio de prevenção e alívio do sofrimento.

Seus princípios são:

1. Promover o alívio da dor e de outros sintomas.
2. Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural.
3. Não acelerar nem adiar a morte.
4. Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente.
5. Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte.
6. Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto.
7. Promover a abordagem multiprofissional para focar nas necessidades dos pacientes e de seus familiares, incluindo acompanhamento no luto.
8. Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso de vida.
9. Ser iniciado o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como a quimioterapia e a radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes.

São várias as formas de tornar essa situação o mais confortável possível ao paciente e aos seus entes queridos. A humanização no tratamento está justamente na maneira como a equipe avalia e aplica o plano terapêutico nos campos emocional, físico, social e até mesmo espiritual, afinal, todas essas áreas devem estar em harmonia para que o paciente se sinta bem.

Os cuidados paliativos são oferecidos em hospitais ou em casa.

Para cada etapa da doença e do tratamento, a equipe irá avaliar o melhor local para a assistência acontecer.

• O suporte deve ser fornecido à família, pois assim, todos possam se sentir melhor e mais confortáveis com a nova situação estabelecida.
• É muito importante que os sintomas do paciente sejam avaliados rotineiramente, indo além de possibilitar que ele tenha o mínimo de impacto possível em seu dia a dia, mas também para preparar a família para o acompanhamento dessa nova rotina.
• Esses cuidados acontecem de maneira integrada, e assim, toda a equipe médica e multiprofissional exerce funções de extrema importância. Médico, enfermeiro, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, nutricionista, educador físico e assistente espiritual devem, desse modo, trabalhar juntos na busca de melhorias no dia a dia do paciente e de sua família.

Veja se no seu centro de tratamento esse tipo de serviço é oferecido.

Comitê de Cuidados Paliativos Abrale

O Comitê é constituído por psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e assistentes sociais que se reúnem periodicamente com a responsabilidade de contribuir para o melhor tratamento do paciente oncológico, e que por esse motivo, tem como objetivo sempre a prevenção e o alívio do sofrimento durante o tratamento, nestas diferentes áreas. Os membros que compõem este Comitê também ajudam na divulgação de informações e elaboração de materiais didáticos.

O câncer é uma das principais causa de morte em adultos, crianças e adolescentes no Brasil. Muitas são as melhorias a serem realizadas para realizar o diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento, que irão minimizar o índice de mortalidade e promover uma boa qualidade de vida do paciente e seus familiares após o tratamento adequado.

A assistência de enfermagem a pacientes em cuidados paliativos oncológicos ainda é uma especialidade recente no Brasil, mas que vêm ganhando espaço desde 1990, principalmente, na especialidade de oncologia.

Os cuidados paliativos oncológicos garantem ao paciente e sua família, cuidados com todas as doenças que não têm possibilidade de tratamento/cura, ou seja, o foco não é a cura, mas sim o aumento da qualidade de vida do paciente.

Em nosso país, ainda faltam mais serviços estruturados, que tenha a presença de uma equipe de cuidado paliativo e, consequentemente, mais enfermeiros especialistas nesta área. Em hospitais de nível de atendimento terciário, que faz tratamento oncológico, já é mais comum a presença destes especialistas.

Cresce em nosso País, cada vez mais, a necessidade de estabelecer um modelo universal de assistência no processo de morte e morrer, que é encontrado hoje nos cuidados paliativos, não só para pacientes oncológicos, mas para todos que precisam deste tipo de assistência.

O cuidado paliativo deve ser realizado por uma equipe multiprofissional, ter um modelo firmado na bioética do cuidado paliativo, na necessidade de humanização do processo de finitude.

Os cuidados paliativos ameniza a dor e sintomas físicos, ajuda a ver a morte como um processo natural, não adiantar e não prolongar o processo de morte e morrer, mas promover suporte psicossocial e espiritual, promover independência e autonomia do paciente e fornecer assistência aos familiares e pessoas próximas.

A assistência de enfermagem aos pacientes de cuidados paliativos é uma necessidade, e exige que enfermeiros tenham conhecimento sobre cuidados paliativos, mesmo os que não sejam especialistas.

A atuação do enfermeiro tem como por instrumento a prescrição de cuidados individualizados, com relação a manejo da dor e outros sintomas físicos e das queixas do pacientes, inclusive as não verbais, que estão veladas no movimento, na expressão corporal, nos sinais fisiológicos, na obstinação terapêutica, no respeito a medicação para ficar mais sedado, e respeito aos que recusam medicamentos porque desejam passar pelo processo de morte com mais lucidez.

Os enfermeiros que atuam com pacientes em cuidados paliativos, dão suporte não só as necessidades fisiológicas, mas também as necessidades psicossociais e espirituais, ainda, deve entender da influência bioética no seu dia a dia assistencial, ter conhecimento teórico e prática de humanização na assistência a saúde, entender a diferença de espiritualidade e religiosidade que vai garantir um cuidado humanizado e com comunicação efetiva. Assegurando uma assistência com segurança, inclusive, para o próprio exercício profissional.

É necessário técnicas e estratégias de comunicação interpessoal, sejam verbais ou não verbais, que transmitem sentimentos de compaixão para comunicar procedimentos, explicar a terapêutica, ouvir o paciente, entre outras. E se criança, o desafio ainda é maior, pois as vezes as crianças falam uma coisa para nós profissionais e outra para os pais para não entrar em contradição ou porque sabem que os pais não aceitariam a sua vontade.

É preciso que a equipe de enfermagem entenda bem a filosofia dos cuidados paliativos, para não ter atitudes defensivas ou paternalistas, que impeçam o paciente e sua família de exercer seus diretos sobre a terapêutica escolhida.

A equipe de enfermagem deve promover a participação da família em toda terapêutica, ajudar o paciente a se enxergar como corresponsável, protagonista junto a seus entes queridos; identificar alterações psicológicas do paciente e sua família, pois a proximidade da morte traz sentimentos intensos de raiva, frustação e luto, e que podem desencadear danos maiores a longo prazo.

O enfermeiro que atua em cuidados paliativos oncológicos deverá saber identificar sinas de comportamento alterado, oferecer apoio e suporte de toda a equipe multiprofissional sempre que julgar necessário, ajudando o paciente e sua a família a passar por esta fase de vida.

https://www.inca.gov.br/tratamento/cuidados-paliativos

https://www.scielo.br/pdf/ape/v24n3/17.pdf

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