Quais os recursos que facilitam o desempenho escolar dos educandos com baixa visão?

Quais os recursos que facilitam o desempenho escolar dos educandos com baixa visão?

A dificuldade de aprendizagem do estudante com defici�ncia visual

La dificultad en el aprendizaje del estudiante con discapacidad visual

*Licenciada em Normal Superior pela UNOPAR. Psicopedagoga pela FASIP

P�s Graduada do Curso de Educa��o Especial Inclusiva pela Faculdade Uninter

Professora da Escola Estadual Renee Menezes em Sinop, MT

**Licenciada em Pedagogia pela Faculdade UNOPAR. Professor da rede p�blica

de ensino da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop, MT

***Licenciado em Educa��o F�sica pela FASIPE � Faculdade de Sinop, MT

Professor de Educa��o F�sica e Artes da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop, MT

***Licenciada em pedagogia pela Faculdade UNOPAR. Professor da rede

de ensino fundamental da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop, MT

(Brasil)

Nelcileide Orgina Mota*

[email protected]

Aparecida Peghin Le�o**

[email protected]

Marcelo de Assis***

[email protected]

Patr�cia Oliveira da Silva****

[email protected]

Resumo

          Este artigo tem como objetivo geral analisar e evidenciar o quanto anda a educa��o inclusiva em especifico as dificuldades de aprendizagem de alunos com defici�ncia visual. Para a discuss�o e compreens�o da realidade estudada, foram realizadas pesquisas bibliogr�ficas considerando as contribui��es de importantes autores. Trata-se de um estudo qualitativo do tipo e t�cnica de pesquisa bibliogr�fica com m�todo indutivo. Considera-se que existe uma necessidade de mudan�a desta realidade, melhorando o atendimento que esses estudantes recebem. As limita��es devem ser compreendidas e respeitadas para que a inclus�o desse aluno na escola seja bem sucedida e que sua conviv�ncia com os demais no contexto escolar aconte�a de forma amig�vel e que propicie seguran�a e independ�ncia para o mesmo. E que n�s, professores, tenhamos a consci�ncia de que somos respons�veis por uma importante tarefa educativa.

          Unitermos:

Deficiente visual. Professores. Inclus�o. Aprendizagem.EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 18, N� 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdu��o

    O tema proposto tem uma grande relev�ncia na inclus�o de um portador de necessidade especial na escola. Atualmente as pessoas com defici�ncia ainda encontram dificuldades no conv�vio em sociedade devido � exclus�o social. Essa tem�tica � muito recente na hist�ria da educa��o do Brasil, mesmo porque a inclus�o escolar � uma pr�tica relativamente nova e quando posta em discuss�o, provoca o surgimento de v�rias quest�es.

    No entanto a escolariza��o de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular � um campo de pesquisa em expans�o devido �s leis existentes sobre a educa��o inclusiva. A preocupa��o com este tema se deu atrav�s da curiosidade dos professores da escola de entender um pouco mais dessa �rea, iniciando estudos sobre educa��o especial com o intuito de auxiliar na educa��o onde todos trabalham com alunos especiais.

    Esse estudo procurou-se enfatizar quais a��es podem ser desenvolvidas com esses estudantes pelo professor no ambiente e as poss�veis dificuldades encontradas pelo professor e pelo aluno no procedimento de ensino e aprendizagem. Seguindo a ideia de Laplane (2008, p. 10 e 11) �O sucesso escolar de alunos com defici�ncia visual � um dos desafios da inclus�o�.

    Ainda, sobre os recursos existentes que auxiliam neste aspecto, favorecendo a intera��o desse aluno no ambiente escolar a inclus�o � descrita e fundamentada durante todo trabalho conforme o objetivo. Para discuss�o e compreens�o da realidade estudada que abrange a defici�ncia visual e finaliza��o do texto foram consultados autores como Santos (2007), Ocha�ta e Espinosa (2004), al�m da legisla��o existente e pol�ticas educacionais do MEC-BRASIL.

2.     Defici�ncia Visual: alguns pressupostos

    A vis�o detecta v�rios est�mulos nervosos atrav�s da sinapse que busca interpretar as cores do cotidiano. Na escola o professor deve ter conhecimento para definir esta defici�ncia, organizando seu trabalho pedag�gico.

    No caso de um estudante/pessoa com defici�ncia visual, as palavras ou os sons por si s� podem ter pouco sentido e/ou um sentido deturpado devido �s sutilezas das cenas mudas, da comunica��o n�o verbal que acompanha ou complementa a fala dos interlocutores em um di�logo ou em qualquer outra interlocu��o. Em outras palavras, ela ouve o que � dito, mas, n�o necessariamente, compreende do que se trata porque o gesto e o olhar devem ser mediados pela fala e pelo contato f�sico.

    O caderno TV escola do MEC (2000) nomeia as Causas dos defeitos de vis�o: Retinopatia da prematuridade, causada pela imaturidade da retina, isso ocorre num parto imaturo ou excesso de O2 na incubadora. Catarata cong�nita; consequ�ncia de rub�ola ou outras infec��es durante a gesta��o. Glaucoma cong�nito pode ser heredit�rio. Atrofia �ptica. Altera��es visuais corticais. A cegueira e a vis�o subnormal podem tamb�m resultar de doen�as como diabetes.

    Segundo as concep��es educacionais e m�dicas, s�o duas as classifica��es da defici�ncia visual, sendo elas: cegueira e baixa vis�o. Por�m essas defini��es n�o s�o uma regra geral, o que realmente interessa � a utiliza��o da vis�o da melhor forma poss�vel por cada pessoa que apresente defici�ncia.

    A partir do sistema que ser� utilizado na leitura e na escrita, � que se d� o diagn�stico diferencial. Dessa forma obteve-se uma vis�o educacional mais ampla considerando os alunos cegos como �queles que �[...] n�o tem vis�o suficiente para aprender a ler em tinta, necessitam, portanto utilizar de outros sentidos (t�til, auditivo, olfativo, gustativo e sinest�sico) no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem [...] dar-se-� pelo sistema Braille� (BRASIL, MEC, 2001, p.13).

    Apesar de apresentarem diferen�as no que diz respeito aos aspectos visuais esses estudantes precisam sim utilizar a vis�o e da melhor maneira poss�vel. Ao contr�rio do que ocorria antigamente onde se acreditava que essas pessoas n�o poderiam utilizar da vis�o para n�o gast�-la e correrem o risco de ficarem cegas, resguardando o pouco da vis�o que possu�am. Devido � defici�ncia que possu�am essas pessoas eram reprimidas sendo limitadas e impedidas de utilizarem sua capacidade visual para realizar suas atividades di�rias (PI�ERO QUERO e DIAZ, 2003 apud SANTOS, 2007).

    Em muitas situa��es a falta de informa��es prejudica o relacionamento de videntes e cegos, gerando indiferen�a, rejei��o e superprote��o, sentimentos que apesar de terem existido no passado, infelizmente ainda persistem. E, mesmo com a mudan�a de paradigmas ainda notam-se as lutas por igualdade e melhores condi��es de vida, seja na escola, trabalho e sociedade por parte dessas pessoas para sua intera��o com o mundo.

3.     A escolariza��o do estudante com defici�ncia visual

    Pessoas com limita��o visual tende a sofrer com a inclus�o escolar e tamb�m bullying, pois desde a antiguidade o indiv�duo com qualquer tipo de defici�ncia era discriminado pela sociedade.

    O MEC no seu caderno TV escola (2000, p. 16) diz que �escola � uma das grandes aliadas na luta pela integra��o. Nesse espa�o, as quest�es relacionadas a preconceitos, mitos e estigmas podem ser debatidas e analisadas por todos: professores, alunos e funcion�rios�. Enfatiza ainda que, �ao abrir suas portas igualmente para os que enxergam e os que n�o enxergam, a escola deixa de reproduzir a separa��o entre deficientes e n�o deficientes que h� na sociedade�, e �ao se tornar um espa�o de inclus�o, a escola promove trocas enriquecedoras para toda a equipe escolar, incluindo os alunos e suas fam�lias�.

    E, para Orienta��es Curriculares e Pedag�gicas para a Educa��o Especial no estado de Mato Grosso (vers�o preliminar, 2007, p.5), �A Constitui��o Brasileira demarca como fundamentos da Rep�blica Federativa do Brasil a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo pol�tico (CF/88, art.1�)�.

    Conforme as OCs (Organiza��es Curriculares) da Educa��o Especial, (2011), resume respectivas formula��es citadas nos artigos 5� e 6� (Reda��o dada pela EC n. 64/10) onde homens e mulheres t�m direitos iguais, direito a vida, sa�de, educa��o e assist�ncias conforme a constitui��o.

    Para tanto, imp�em-se pol�ticas p�blicas conectadas com os objetivos da educa��o, nos termos do art. 205 da Constitui��o Federal e do artigo 2�, da Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional e ao mesmo tempo explicitados nos par�metros de organiza��o e funcionamento escolar, implantados no princ�pio fundante de inclus�o social. A Constitui��o da Rep�blica Federativa do Brasil de 1988, citados por OCs (Organiza��es Curriculares) da Educa��o Especial (2011, p.176, 177), nos diz que a educa��o � um direito de todos e dever do Estado conforme o art. 208, citado no iten �I - educa��o b�sica obrigat�ria e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela n�o tiveram acesso na idade pr�pria�.

    E para a Educa��o especial nos itens III, IV e V juntamente com Reda��o dada pela Emenda Constitucional n� 53, de 2006, discorre: I- atendimento educacional especializado aos portadores de defici�ncia, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - educa��o infantil, em creche e pr�-escola, �s crian�as at� 5 (cinco) anos; V - acesso aos n�veis mais elevados do ensino, da pesquisa e da cria��o art�stica, segundo a capacidade de cada um.

    J� no artigo Art. 227 � dever da fam�lia, da sociedade e do Estado assegurar � crian�a, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito � vida, � sa�de, � alimenta��o, � educa��o, ao lazer, � profissionaliza��o, � cultura, � dignidade, ao respeito, � liberdade e � conviv�ncia familiar e comunit�ria, al�m de coloc�-los a salvo de toda forma de neglig�ncia, discrimina��o, explora��o, viol�ncia, crueldade e opress�o. (Reda��o dada Pela Emenda Constitucional n� 65, de 2010).

    Assim, trata-se de ampliar as oportunidades de acesso, garantindo a autonomia para cada um exercer o direito � diferen�a e, tamb�m, � integra��o de saberes, conhecimentos e formas de fazer, produzir e construir mecanismos alternativos de sobreviv�ncia. Partindo do sistema estabelecido de ensino, uma vez que a escola p�blica � praticamente a safra exclusiva de aquisi��o e desenvolvimento do conhecimento sistematizado, posta � disposi��o das classes populares.

    Por�m, muitos acreditam que a defici�ncia se reflete no desempenho cognitivo das pessoas que a apresentam, impedindo-as de realizarem tarefas a qual utilizem desse potencial, e s�o id�ias preconcebidas e pr�-julgamentos como esse acabam retraindo os deficientes visuais e at� mesmo dificultando para que possam exercer seus direitos e deveres de cidad�o.

    A compreens�o da defici�ncia visual, bem como os aspectos que a envolvem e que implicam de modo diferenciado no desempenho visual dos estudantes � importante para os educadores responderem aos questionamentos que surgem quando os mesmos se deparam com esses estudantes, sejam eles relacionados � aprendizagem, ensino, recursos pedag�gicos e o pr�prio conv�vio em sala de aula. Segundo o material do MEC, publicado pela Secretaria de Educa��o a Dist�ncia, no Caderno complementar da s�rie de v�deos da TV escola sobre a Defici�ncia Visual (2000, p. 17), �partindo dos pr�prios caminhos perceptuais dos deficientes visuais, o educador pode oferecer-lhes oportunidades para entrarem em contato com novos objetos, pessoas e situa��es e, assim, saber (ou aprender)�.

    � sabido, que o conv�vio e a comunica��o com pessoas portadoras de defici�ncia (de qualquer tipo) cooperam para promover a quebra de tabus e de estigmas, beneficiando a total inclus�o do portador de defici�ncia na sociedade e ajudando a fam�lia a lidar com essa defici�ncia.

    Faz-se necess�rio, para que o aluno com baixa vis�o desenvolva a capacidade de enxergar, que o professor desperte o seu interesse em utilizar a vis�o potencial, desenvolver a efici�ncia visual, estabelecer o conceito de perman�ncia do objeto, e facilitar a explora��o dirigida e organizada.

    As atividades realizadas devem proporcionar prazer e motiva��o, o que leva � intencionalidade e esta desenvolve a iniciativa e a autonomia, que s�o os objetivos primordiais da estimula��o visual. A baixa vis�o pode ocasionar conflitos emocionais, psicol�gicos e sociais, que influenciam o desempenho visual, a conduta do aluno, e refletem na aprendizagem. Um ambiente de calma, encorajamento e confian�a contribuir� positivamente para a efici�ncia na melhor utiliza��o da vis�o potencial que deve ser explorada e estimulada no ambiente educacional, pois o desempenho visual est� relacionado com a aprendizagem. � recomend�vel, portanto, provocar a conduta de utilizar a vis�o para executar todo tipo de tarefas, pois a vis�o n�o se gasta com o uso. Conhecer o desenvolvimento global do aluno, o diagn�stico, a avalia��o funcional da vis�o, o contexto familiar e social, bem como as alternativas e os recursos dispon�veis, facilitam o planejamento de atividades e a organiza��o do trabalho pedag�gico.

    Uma verdadeira escolariza��o/inclus�o que vise realmente atender as necessidades de um estudante com limita��o visual precisa de conte�dos que o preparem para apresentar um desempenho satisfat�rio em tarefas b�sicas como ler e escrever. Devido a essa limita��o na vis�o o estudante precisa ser estimulado, pois seu aprendizado e suas constru��es mentais e descobertas do meio em que vive depender� de como esses requisitos s�o trabalhados com ele. A esse respeito Ocha�ta e Espinosa (2004, p. 152) afirmam que:

    [...] As caracter�sticas do desenvolvimento de uma determinada crian�a deficiente visual e as indica��es de interven��o educacional depender�o tamb�m das peculiaridades dos contextos em que a crian�a se desenvolve, seu ambiente familiar, sua escola, o trabalho e o n�vel de instru��o de seus pais. [...] Assim o planejamento das interven��es educacionais concretas depender�o das transa��es complexas entre as caracter�sticas da crian�a e dos contextos distintos em que produz seu desenvolvimento e sua aprendizagem.

    Quando o ambiente em que esse estudante est� inserido n�o propicia condi��es adequadas para uma boa intera��o podem ocorrer atrasos em seu desenvolvimento, podendo se estender tamb�m � fam�lia no caso de superprote��o com rela��o ao conv�vio. No ambiente escolar muitas vezes a intera��o desse aluno com os demais colegas � prejudicada pelo professor devido a sua exclus�o em atividades que utilizem a vis�o. A falta de informa��o de educador ou o medo de exp�-lo a esse tipo de atividade acaba por diminuir o contato e as descobertas desse estudante com o meio que o cerca. O tratamento educativo que devem receber � necess�rio levar em conta alguns pontos como o tipo e o grau de defici�ncia que o estudante possui, sem esquecer-se da hist�ria familiar educativa.

    O conhecimento desses aspectos � importante, visto que auxilia o educador a direcionar seu trabalho em sala de aula, pois o mesmo ter� de ampliar seus conhecimentos e sua a��o educacional �s caracter�sticas particulares dessa crian�a. Nesse sentido, � importante destacar que sempre se deve aproveitar ao m�ximo a vis�o funcional que esse estudante possui e para isso deve-se contar com um bom informe oftalmol�gico com dados precisos e a partir disso fazer uma avalia��o correta das possibilidades do estudante de aproveitar a vis�o para realizar as diferentes atividades educativas.

    Apesar de algumas estrat�gias de ensino n�o necessitarem de recursos diferenciados, � sempre fundamental que o professor tenha aten��o, informa��o e dinamicidade para que sejam capazes de identificar os mais diversos momentos, as necessidades dos seus estudantes, podendo auxili�-los da melhor maneira poss�vel tendo um resultado satisfat�rio no que diz respeito � aprendizagem e participa��o dos mesmos nas atividades propostas.

    As adversidades existentes no espa�o escolar, seja a falta de adequa��es did�ticas espec�ficas para a defici�ncia ou forma��es continuadas que auxiliem na pr�tica desses professores, � necess�ria exist�ncia da preocupa��o do professor no atendimento desses estudantes, procurando meios poss�veis para inclu�-los nas atividades refletindo, dessa forma, no interesse dos mesmos.

4.     Adapta��es curriculares e as TICS como aliadas no processo ensino-aprendizagem

    Avaliando o papel das TICs na aprendizagem dos alunos em geral, podem ser utilizadas para apoiar pr�xis pedag�gica espec�fica, inclusive na inclus�o do PNE.

    V�rios s�o os autores que, em rela��o a pessoas com NEE, reconhecem no uso das TICs probabilidades positivas, contribuindo para uma apropriada normaliza��o das suas vidas, promovendo, �o acesso ao conhecimento, � aprendizagem, � ocupa��o dos tempos livres, ao lazer, ao desenvolvimento de capacidades intelectuais, ao contato com grupos de interesse comuns; evitar�o a exclus�o e contribuir�o para uma integra��o plena.� (SANTOS, 2006 p.119, apud XAVIER, 2011, p.27-28).

    Existe uma dificuldade por parte dos professores no que diz respeito a adapta��es curriculares, persiste a d�vida da necessidade de ado��o de dois curr�culos devido � presen�a de alunos especiais em sala. Por isso a import�ncia das reflex�es sobre como melhorar o desempenho dos alunos; dessa forma o professor percebe que n�o necessita adotar um novo curr�culo e sim modific�-lo de maneira progressiva, adaptando-o individualmente conforme as peculiaridades do aluno, assim o professor deve esquecer o pensamento de que existem duas realidades educativas diferentes em sala.

    �O atendimento dos alunos com necessidades especiais nas escolas do ensino regular de ensino aumenta em termos de desafio como resultado da forma��o docente. A maioria dos professores est�o despreparadas para lidar com tal heterogeneidade escolar� (BEYER, 2005, p.73 apud SANTOS, 2007, p. 52).

    Por outro lado, as discuss�es sobre adapta��es curriculares fazem refer�ncia a quest�es relacionadas � necessidade de forma��o inicial e continuada de qualidade para os professores que, em sua maioria, constru�ram sua pr�tica pedag�gica alicer�ada em propostas curriculares fechadas, inflex�veis e obsoletas. Como destaca Beyer (2005, p. 73, apud SANTOS, 2007, p. 52), �o atendimento dos alunos com necessidades especiais nas escolas do sistema regular de ensino aumenta em termos de desafio como resultado da forma��o docente lacunar. A maioria dos professores formados [...] est� mal preparada para lidar com tal heterogeneidade�.

    No entanto, a pr�pria escola pode ser esse ambiente de forma��o de qualidade atrav�s de discuss�es entre os pr�prios professores sobre o que pode ser melhoradas, atrav�s de relatos de experi�ncias, reflex�es, propostas de mudan�as e adapta��es de curr�culo, para que a partir disso surjam m�todos novos e din�micos para serem somadas as pr�ticas pedag�gicas existentes, onde Santos, (2007, p. 52), enfatiza que, �[...] dessa forma, a aula deixar� de ser um local para exposi��o de conte�do e se transformar� em objeto de estudo da pr�tica docente, onde novos m�todos de ensino ser�o criados e os alunos ser�o se beneficiar�o de curr�culos compat�veis com suas necessidades e realidades�.

    O MEC (2000) classifica as adapta��es curriculares em adapta��es de grande e pequeno porte. No caso espec�fico da defici�ncia visual algumas adapta��es de grande porte s�o comuns a todos, sendo elas: as adapta��es de acesso ao curr�culo, que se refere � oferta de equipamentos e recursos espec�ficos de acesso ao curr�culo (acessibilidade digital, m�quina Braille, sorob� e materiais did�ticos adaptados).

    Atualmente as TICS promovem as atividades de professore e alunos por possibilitarem a pesquisa, o conhecimento e a comunica��o. Existem programas leitores de tela com s�mula de voz, arquitetados para indiv�duos cegos, que permitem a navega��o na internet, a comunica��o por meio do correio eletr�nico, o processamento de textos e planilhas e uma grandeza de aplicativos que podem ser operados por comandos de teclado, n�o necessitando assim o uso do mouse. Entre os mais conhecidos, temos o Dos Vox, Virtual Vision E O Jaws.

    Existem ainda, ferramentas que permitem a produ��o de livros digitais, em �udio e em Braille dentre outros programas dispon�veis para indiv�duos com defici�ncia visual. No entanto, ainda, faz-se necess�rio que essas ferramentas estejam dispon�veis no recinto escolar para de fato promover a inclus�o escolar e social.

5.     Considera��es finais

    Este trabalho foi desenvolvido na perspectiva de estudar, aprimorar e compreender o processo de escolariza��o e as dificuldades de aprendizagem de alunos com defici�ncia visual. � evidente, que a a��o do professor � de grande import�ncia para o sucesso da inclus�o desse aluno no ensino regular. A pr�tica educacional deve ser intencional e n�o pode limitar-se as tarefas escolares, principalmente com aqueles alunos que precisam de um atendimento espec�fico ou o uso de recursos e t�cnicas especiais. A organiza��o e sistematiza��o de atividades pedag�gicas espec�ficas s�o necess�rias ao desenvolvimento integral do aluno, como tamb�m propor e adaptar atividades l�dicas, prazerosas e situa��o de intera��o, socializa��o e participa��o coletiva com os demais alunos.

    A legisla��o, de certa forma, procura oferecer condi��es necess�rias estabelecendo possibilidade de flexibiliza��o e diversifica��o. No entanto no cotidiano da escola, no interior das salas de aula, os procedimentos pedag�gicos parecem ainda tender para uma homogeneiza��o e linearidade, desconsiderando-se as diferen�as importantes.

    Outro ponto importante � o envolvimento que deve existir entre o professor especializado e o professor da sala regular, para que juntos possam discutir e buscar melhorias no atendimento desses alunos para que possa favorecer seu desenvolvimento e dessa forma a inclus�o desse aluno seja realmente efetivada.

    De fato, n�o se pode negar que a inclus�o ainda � considerada um desafio, com dificuldades, por�m n�o � desafio imposs�vel. S�o quest�es como esta que nos fazem refletir a respeito de como ser� nossa pr�tica para que possamos garantir que esses estudantes recebam uma educa��o de qualidade. Somente quando houver um real comprometimento da sociedade em geral, envolvendo desde o contexto familiar at� as a��es do poder p�blico, a educa��o inclusiva de fato acontecer� e com �xito, pois se tornam invi�veis leis existentes, mas imposs�veis de serem executadas.

    Sem d�vida, ainda precisamos de investimentos em toda ordem para que a educa��o em nosso pa�s, realmente fa�a a diferen�a na vida de cada um dos estudantes brasileiros, independentemente de suas condi��es f�sicas, intelectuais, sensoriais, religiosas, culturais, mas que a escola possa fazer a diferen�a.

    � importante que n�s como educadores, encontremos uma forma de ensino/aprendizagem adequada a cada estudante e que procuremos todas as formas que lhes facilitem a aprendizagem. E que n�s, tenhamos a consci�ncia de que somos respons�veis por uma importante tarefa educativa, pois cabe a cada um de n�s a possibilidade de desvendar e revelar um mundo mais humano, mais justo, mais pr�ximo de cada uma de nossas crian�as.

Refer�ncias Bibliogr�ficas

  • BRASIL-MEC, Secretaria de Educa��o a Dist�ncia. Defici�ncia visual / Marta Gil (org.). Bras�lia: 2000. Dispon�vel em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/deficienciavisual.pdf. Acessado em 20/04/2013.

  • _____, Secretaria de Educa��o Especial. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e perman�ncia de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais. Bras�lia: 2000. Dispon�vel em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf. Acessado em 10/04/13.

  • _____, Programa de Capacita��o de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: defici�ncia visual. Secretaria de Educa��o Especial. Bras�lia-DF, 2001.

  • _____, MINIST�RIO DA EDUCA��O. Saberes e Pr�ticas da Inclus�o - Educa��o Infantil: Adapta��es Curriculares para a educa��o de zero a seis anos com necessidades educacionais especiais. Bras�lia-DF, 2003.

  • MATO GROSSO, Secretaria de Estado de Educa��o. Orienta��es curriculares e pedag�gicas para a educa��o especial. Cuiab�: SEDUC, 2011.

  • OCHA�TA, Esperanza; ESPINOSA, Maria �ngeles. Desenvolvimento e interven��o educativa nas crian�as cegas ou deficientes visuais. In: Coll, C.; Marchesi, A.; Palacios, J. (Orgs.) Desenvolvimento psicol�gico e educa��o: Transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2�. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

  • SANTOS, Miralva de Jesus dos. A escolariza��o do aluno com defici�ncia visual e sua experi�ncia educacional. Disserta��o (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, 2007. Dispon�vel em: http://www.bibliotecadigital.ufba.br/tde_busca/arquivo. php?codArquivo=2304. Acessado em: 05/04/2013.

  • XAVIER, L�dia Maria Ferreira da Silva. O uso das tic em salas de aula inclusivas: atitudes e pr�ticas de professores do 1� ciclo. Disserta��o (mestrado) � Escola Superior de Educa��o de Lisboa, 2011.

    Quais recursos que favorecem o desenvolvimento do aluno com baixa visão na sala de aula?

    Observar se os ambientes em sala de aula, escadas, entradas e corredores estão iluminados e se a luz é bem distribuída. Posicionar o aluno de forma que a claridade não incida diretamente sobre os seus olhos, cause brilho ou gere sombras que atrapalhem sua leitura e escrita.

    Quais são os recursos de acessibilidade mais comum para os alunos com baixa visão?

    Existem muitas tecnologias assistivas que podem auxiliar na ampliação para leitura, tais como: lupas, telelupas e telebinoculares..
    Verifique se a pauta, as linhas dos cadernos estão visíveis ou se o aluno necessita de cadernos com pautas ampliadas;.

    Quais os recursos ópticos para alunos com baixa visão?

    Os auxílios ópticos.
    Óculos Especiais Asféricos..
    Lupas: Podem ser manuais ou de apoio. São muito úteis para aumentar o material de leitura, mapas, gráficos, etc. Estão demonstradas nas figura abaixo. Lembrar que quanto maior o aumento da lupa menor o campo de visão. ... .
    Telelupa montada em óculos..
    Telescópio manual..

    Devem ser utilizados materiais contrastantes ao se ensinar alunos com baixa visão?

    devem ser utilizados materiais contrastantes ao se ensinar alunos com baixa visão, isto é, um texto em preto deve ser escrito em uma folha branca e uma figura escura deve ter o fundo do quadro claro. Evite usar giz de outra cor que não branco ao escrever no quadro-negro.