Quais as causas e as consequências do aumento da população africano?

A desertificação da África pode trazer a escassez da água, de alimentos e um grande risco de extinção de animais e plantas.

O continente africano é conhecido como o berço da humanidade, pois lá foram encontrados os primeiros fósseis do que viria a ser o homo sapiens. Além disso, o continente conta com uma rica e ampla biodiversidade, com espécies de plantas e animais que existem somente lá e são fundamentais para a manutenção do equilíbrio ecológico.

Apesar disso, o continente africano é o mais pobre de todo o mundo, com níveis alarmantes de pobreza e desnutrição, especialmente nos países localizados nas regiões central e norte. Mesmo com a atuação de diversas organizações internacionais e instituições voltadas à ajuda humanitária e preservação da biodiversidade, a África passa por um intenso processo de desertificação, que está associado ao desenvolvimento de consequências trágicas.

Impactos alimentares da desertificação na África

Apesar da desertificação na África não ser um problema novo, somente há pouco tempo foi possível ter uma dimensão real do problema, graças aos dados divulgados pela Convenção das Nações Unidas pela Luta contra a Desertificação.

De acordo com os dados, a desertificação na África já atinge mais de 2 bilhões de hectares, e há expectativa de piora desse quadro. É estimado que, até 2020, de 75 a 250 milhões de pessoas sofram devido à escassez de água e de alimentos, já que a produção agrícola deverá cair em até 50% em diversos países devido à falta de chuva.

Aliás, a queda na produção de alimentos já se tornou uma realidade em diversos países: na Namíbia, a produção agrícola de 2016 foi 46% abaixo da média dos últimos 16 anos, fazendo com que mais de 370 mil pessoas passassem fome. Como consequência — apontada pelo Estado de Insegurança Alimentar pelo Mundo de 2015, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) —, quase 43% da população do país é subalimentada.

Infelizmente, a Namíbia não é um caso isolado. Cerca de 80% das pessoas dos países da chamada África austral — África do Sul, Angola, Botswana, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabwe — dependem da produção própria de alimentos, fazendo com que problema da desertificação na África seja extremamente grave.

Desertificação da África: impactos sociais

Além da escassez de água, de alimentos e do risco de extinção de animais e diversas espécies de plantas, a desertificação na África tem impactos profundos nas sociedades presentes no continente, alguns deles já manifestos.

Como exemplo, pode-se citar a imigração ilegal em massa, especialmente para países europeus. Além disso, há conflitos armados por recursos naturais, tráfico de drogas e de pessoas, surgimento de novas atividades terroristas, crescimento exponencial do crime organizado, surto de doenças como a cólera e um grande caos na saúde pública.

Para fazer com que todos os problemas, direta ou indiretamente relacionados à desertificação na África, sejam amenizados ou resolvidos, é necessário investimento em pesquisa de agricultura climaticamente inteligente e em sementes resistentes à seca. No entanto, a adoção de hábitos individuais que contribuem para diminuir o dano ao meio ambiente também são de grande auxílio no combate a esse grave problema.

Fonte: Pensamento Verde

 Os números ilustram o dilema: entre 1960 e 2015 foram canalizados para África cerca 1,6 biliões de dólares norte-americanos – mais do que para qualquer outra parte do mundo. Segundo o estudo "Fertility, growth and the future of aid in sub-Saharan Africa" - "Fertilidade, crescimento e o futuro da assistência na África a sul do Saará”, numa tradução livre, o investimento não surtiu efeito. Mais de 40% da população continua pobre. Em 2015 o rendimento médio per capita foi superior ao de 1974 em magros 200 dólares. "A distância entre a África e o resto do mundo cresce”, diz o autor do estudo, Jakkie Cilliers.

Não se trata de uma constatação nova. Países doadores como a Alemanha decidiram por isso fomentar os investimentos privados no continente. Nesse âmbito o governo federal alemão lançou, no ano passado, a iniciativa "Compact with Africa”. A teoria por detrás desta parceria é o aumento dos investimentos por parte de empresas alemãs que criará postos de trabalho e prosperidade em África.

Os Estados mais pobres não beneficiam dos investimentos privados

Quais as causas e as consequências do aumento da população africano?
Jakkie Cilliers, presidente do Instituto de Estudos de Segurança de Pretória Foto: DW/T. Waldyes

O estudo sul-africano confere a necessidade imperiosa de mais crescimento económico. Até 2030, 440 milhões de jovens entrarão no mercado de trabalho africano. Mas o setor privado investe o capital em países estáveis ou em crescimento. Mais de metade dos investimentos privados é atualmente canalizada para a África do Sul e a Nigéria. O conceito não se aplica aos países verdadeiramente pobres, constatam os investigadores. E concluem que estesEestados não deixarão de ser dependentes de ajuda ao desenvolvimento no século 21.

Cilliers concorda com os críticos que consideram a assistência ao desenvolvimento desprovida de sentido. A ajuda contribuiu para reduzir a mortalidade infantil, prolongar a expetativa de vida e permitir aos africanos frequentarem a escola por mais tempo, admite o estudo. Mas não é o suficiente: Estimativas atuais indicam que 38% das pessoas permanecerão pobres até 2030. E pouco adianta que os doadores aumentem o financiamento. "A assistência não consegue acompanhar o crescimento demográfico”, explica o investigador. Os cálculos apontam para 2,5 mil milhões de pessoas em África até 2050 – o dobro da população atual.

Debate controverso em torno do planeamento familiar

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O estudo considera prioritário o investimento na educação e na saúdeFoto: picture-alliance/ZB

Por isso, diz Cilliers, não basta fomentar o crescimento económico: "A África tem que enfrentar o desafio demográfico”, afirma. Segundo pesquisas demográficas citadas pelo estudo, impõe-se uma redução da natalidade no continente para alterar a relação entre a população que trabalha e os seus agregados familiares. Atualmente a média é de 4,8 filhos por cada mulher.

O planeamento familiar provou ser um sucesso noutros países, que há 50 ou 60 anos tinham os mesmos índices de pobreza que os Estados africanos. Em muitas nações asiáticas aumenta a média da idade da população. Nesses países regista-se uma redução notável da pobreza. Na Índia, por exemplo, prevê-se um recuo da pobreza de 17% para três porcento em 2030. "Trata-se de um debate controverso que ainda tem que ter lugar em África”, avisa Cilliers. Como muitos países não têm sistemas sociais, há casais que têm uma prole numerosa para garantir a própria sobrevivência quando forem velhos.

No passado, os Estados africanos recusavam este debate por considerarem tratar-se de uma ingerência do mundo ocidental nos seus assuntos internos. Apontavam ainda para a família tradicional africana, que costuma ser numerosa. O presidente do Uganda, Yoweri Museveni, dizia mesmo que só o crescimento demográfico acelerado podia garantir o desenvolvimento económico. Só nos últimos tempos passou a ser mais reticente nas suas afirmações.Muitas comunidades religiosas recusam igualmente a noção de um controle da natalidade. "A África é um continente muito religioso. Por isso temos que falar não apenas com os líderes políticos, mas também com os líderes religiosos”, diz Frank Heinrich, vice-diretor da comissão para a África da fracção  da União Cristã-Democrata (CDU) no parlamento alemão.

Crescimento demográfico em África trava desenvolvimento

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Investimento prioritário na saúde e educação

O estudo sugere aos países doadores e aos governos africanos que invistam nos sistema de saúde e educação. Porém, os Estados Unidos da América, que até recentemente eram os maiores investidores no setor de saúde em todo o mundo, mudaram de estratégia. O governo do Presidente Donald Trump só financia o trabalho de organizações de assistência que rejeitem categoricamente a interrupção voluntária da gravidez.

Outros doadores não consideram a questão demográfica uma prioridade, diz o presidente Fundação Alemã para a África, Ingo Badoreck. O Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) "tem um défice de financiamento que roça o absurdo”, diz Badoreck. Também a Alemanha podia contribuir muito mais, conclui.

Quais as causas do aumento populacional do continente africano?

Dois fatores podem ser considerados os principais responsáveis por essa situação: o elevado nível das taxas de fertilidade (cada mulher africana tem em média 4 filhos); e a queda paulatina das taxas de mortalidade, que de 223 por mil, na década de 1970, recuou para cerca de 118, no início da década de 2010.

Quais são as causas e consequências da fome na África?

Diminuição da oferta de alimentos no continente. Grande ocorrência de desertificação, em razão da ocupação de áreas impróprias para agricultura. Diminuição das pastagens e terras férteis no continente. Os conflitos étnicos que resultam em guerras civis.

Quais as consequências para os povos africanos?

Consequências principais: - O processo de independência dos países africanos, que teve início em meados do século XX, gerou diversos problemas de fronteiras e de disputas internas (entre tribos e nações). Estes geraram diversas guerras civis e disputas territoriais em vários países da África.

O que explica o crescimento da população na África?

A conjugação de taxas de mortalidade em queda e a manutenção de taxas de fecundidade ainda elevadas faz da África a região do mundo que apresenta as maiores taxas de crescimento vegetativo.