Quais as atitudes que devemos tomar para receber de uma empresa que está em recuperação judicial?

Na administração, o empreendedor precisa lidar com os diversos aspectos da gestão, como a tomada de decisões e o controle financeiro do negócio. Nesse processo, uma das maiores preocupações são as dívidas, que podem causar a tão temida falência de empresa.

Infelizmente, em alguns casos, a situação é extrema e a organização se encontra à beira da falência. Nessas horas, o empresário precisa tomar medidas para preservar o negócio e superar a crise. Preparamos este post com dicas sobre como lidar com estas situações e como evitar a falência da empresa. Leia mais!

Como evitar a falência de empresa

Reconheça o problema

O primeiro passo é reconhecer que os resultados da sua empresa não são sustentáveis a longo prazo. Portanto, inevitavelmente, se nada for feito para mudar o cenário, terá de ser decretada a falência. Muitos empresários ficam em negação por muito tempo, colocando a culpa em fatores externos como a queda de vendas devido à época do ano ou a crises financeiras etc. Com isso, só tomam alguma medida quando já é tarde demais.

Os sinais do risco de falência são vários, como:

  • ter de pegar empréstimos nos bancos para pagar despesas básicas do negócio, como aluguel, luz, água etc.;
  • fechar por vários meses com o caixa negativo ou pouco positivo;
  • as vendas estão baixas, mesmo em período nos quais a sazonalidade favorece;
  • ter dificuldades para pagar o salário dos seus funcionários e ter lucro etc.

Identifique possíveis erros de gestão: a principal causa da falência de empresa

Depois disso, certamente é a hora de analisar a situação da empresa, os dados de transações, relatórios e registros disponíveis para entender quais fatores deram causa à crise. É importante lembrar que as dívidas e insolvência, na maioria dos casos, são consequências de problemas de gestão, e não a causa da crise. Dessa forma, para superar os problemas, é preciso localizar o motivo da crise e eliminá-la.

Por isso, é preciso olhar a situação da empresa com cuidado para localizar o que conduziu a empresa para a situação de crise, como as falhas na gestão, problemas relacionados à compra e venda, utilização de uma estratégia inadequada, dentre outros fatores.

Não prossiga sem um plano de negócios

Um plano de negócios é fundamental para o bom funcionamento da empresa, contudo, muitas vezes, os empreendedores negligenciam esse documento por não entenderem a sua importância.

Esse plano fornece a estrutura e dados necessários para o negócio, trazendo informações sobre a situação do mercado, planos de marketing, orçamento necessário para funcionamento, possibilidade de lucros, enfim, diversos fatores relacionados à manutenção e sucesso do negócio. Nos momentos de crise, não é diferente: é preciso criar um plano de negócios para superar a situação.

Para isso, também é fundamental buscar antecipar as situações de risco e problemas que podem acontecer nos procedimentos da empresa, para que se possa evitá-las ou antecipar soluções em uma ação preventiva.

Assim, o empreendedor pode contar com ajuda de uma consultoria especializada, que tem o conhecimento sobre como evitar a falência da empresa, auxiliando na tomada de decisões importantes e na criação de um plano de negócios efetivo.

Evite o efeito “bola de neve”

Para uma gestão de crise, é preciso, além de identificar os problemas e implementação de soluções, fazê-las de forma rápida, com máxima urgência. Ao ignorar a situação e protelar as medidas necessárias, mais difícil ficará a solução, tendo em vista que os problemas se acumularão, criando uma “bola de neve”.

Portanto, ao identificar uma situação de crise, é preciso fazer um diagnóstico precoce, pois quanto antes forem tomadas medidas para a solução, mais chances a empresa tem de se recuperar e evitar outros problemas.

Corte gastos desnecessários

Desde a criação de uma empresa, é preciso ficar atento aos gastos desnecessários, contudo, nos momentos de crise, esse cuidado é fundamental. É preciso localizar os gastos mais elevados e desnecessários, como com a mão de obra ociosa, gastos indiretos de fabricação, despesas gerais, até mesmo faturas altas de telefone, gastos em viagens de trabalho, conta de luz etc.

Ainda é preciso analisar produtos e serviços que estão sendo adquiridos que podem não ser necessários para a empresa. Contudo, na hora de fazer cortes, o empresário deve ter atenção para não prejudicar o funcionamento da companhia, trazendo mais problemas.

Resolva dívidas mais expressivas por meio do planejamento

A gestão de dívidas é uma excelente medida para sair da crise. Com ela, você consegue priorizar os seus pagamentos e ganha um fôlego para recuperar a saúde financeira do negócio. Primeiramente, você deve saber que as principais dívidas não são aquelas mais volumosas, mas aqueles com as maiores taxas de juros e com as penalidades contratuais mais onerosas.

Afinal, há contratos que permitem que o credor faça a execução da dívida diretamente no patrimônio da sua empresa — por meio de garantias. Assim, você deve priorizá-los para não perder os bens essenciais ao funcionamento do negócio. Depois disso, escolha as dívidas de juros altos, como cartão de crédito e cheque especial.

Enquanto isso, negocie as dívidas mais simples. Por exemplo, as contas de luz geralmente são parceladas pela concessionária em várias vezes com pouquíssimo acréscimo. Da mesma forma, o Governo também oferece muitas condições especiais para o pagamento de impostos atrasados.

Peça ajuda a pessoas especializadas

Além disso, você deve observar quais são as atividades essenciais do seu negócio. Provavelmente, há várias tarefas e processos que podem ser eliminados para cortar gastos e isso deve ser feito rapidamente diante da falência.

Caso você ainda tenha dificuldade para executar essas duas últimas dicas, não tenha medo de procurar uma consultoria de negócios. Ela terá uma visão especializada do que pode ser otimizado para trazer mais eficiência operacional. Além de sugerir corte de gastos e a reformulação de processos, ela ainda fornecerá várias medidas para aumentar as vendas e atrair novos clientes.

Renegocie as dívidas junto aos credores

Nos momentos de crise na empresa, o acúmulo de dívidas é inevitável. Nessa hora, ao se deparar com a dificuldade de quitar os débitos, é importante buscar os credores para renegociar as dívidas. Essa atitude demonstrará o interesse da empresa em pagar, facilitando uma abertura para negociação, podendo ser um fator fundamental para a manutenção do crédito.

Ainda por meio das renegociações é possível conseguir melhores prazos e taxas de juros, facilitando o cumprimento da obrigação. Entretanto, no momento da renegociação, o empresário precisa ter especial atenção às condições e possibilidades de lidar com os termos propostos e com as exigências de garantias. Cuidado todo especial para não esgotar o seu cadastro e, especialmente avançar nos bens pessoais e da família.

Estabeleça condições reais para o pagamento de dívidas

Outro fator essencial, seja nas novas contratações, seja na renegociação de dívidas, é o estabelecimento de condições reais de pagamento. É necessário analisar a capacidade real da empresa para o cumprimento das obrigações e recusar condições que não se enquadrem na capacidade financeira.

Às vezes, os descontos ofertados em determinadas condições são bastante atrativos, contudo de nada adiantam se, no fim, a empresa não consegue cumprir com os pagamentos acordados. Para isso, um bom planejamento financeiro é fundamental para que o empresário tenha uma visão clara das possibilidades de pagamento.

Ao ficar inadimplente, a empresa faz com que a confiança dos credores seja abalada. Por isso, é fundamental o cumprimento do acordo nos casos de sucesso da negociação para não perder os benefícios obtidos e a credibilidade.

Inove nas ofertas de produtos ou serviços

As ofertas são essenciais para atrair clientes constantemente. Muitos empreendedores, para ter lucro rápido, acabam precificando mal seus produtos e colocando preços acima dos praticados pelos concorrentes. Consequentemente, a clientela nunca cresce muito.

Por isso, para evitar a falência, é importante ter uma estratégia mais agressiva de preços para garantir a lucratividade, a cobertura dos custos operacionais e uma reserva para contornar os riscos do negócio.

Aposte na mediação

Quando sua empresa tiver dívidas que estejam sendo cobradas em processos judiciais, não deixe de entrar em contato com o credor — ou seu representante — para fazer um acordo a fim de negociar as condições de adimplemento da dívida.

Na maioria das vezes, os empresários apostam na demora do sistema judicial para adiar o pagamento dos débitos, mas isso pode precipitar a falência. Quando o processo judicial terminar, vários bens da sua empresa poderão ser leiloados para cobrir a dívida. Além disso, haverá um acréscimo considerável no valor devido às custas judiciais e a sucumbência ao advogado da outra parte.

Por outro lado, a mediação evita que se abra um processo judicial e frequentemente os credores oferecem condições personalizadas às necessidades da sua empresa no momento.

Analise a possibilidade de entrar com um processo de recuperação judicial

A recuperação judicial é uma medida que busca evitar a falência da empresa. Foi instituída pela Lei da Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005), sendo requerida quando a empresa não tem mais capacidade para quitar os seus débitos.

Com esse instituto, as empresas podem se reorganizar para recuperar o negócio, por meio de uma reestruturação de suas dívidas perante os credores, para que seja viabilizada a recuperação da crise e o adimplemento de suas obrigações.

A recuperação também permite que a empresa mantenha a sua produção e seus funcionários, de forma que atenda aos interesses dos credores, possibilitando a obtenção de receita para que possa quitar seus débitos. Dessa forma, esse procedimento ajuda na preservação da empresa e de sua função social, tendo em vista a manutenção das relações com funcionários, clientes e fornecedores.

Contudo é preciso saber quando buscar essa solução. O momento ideal é quando a empresa vislumbra a crise, percebendo que se encontra em um momento de baixa perspectiva, mas antes do esgotamento de seu cadastro perante os credores e, principalmente, antes que os credores precipitem o problema e, até mesmo, utilizem o pedido de falência para buscar o recebimento de seus créditos.

Nos momentos de crise na empresa, o ideal é sempre buscar auxílio de um profissional especializado, que terá o conhecimento necessário para propor soluções para a reestruturação e, se necessário, indicar a recuperação judicial como saída.

Uma visão de fora do empreendimento poderá analisar a situação de forma imparcial, conseguindo enxergar a situação amplamente e facilitar a busca por soluções. Assim, você pode evitar a tão temida falência de empresa.

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Como cobrar de uma empresa que está em recuperação judicial?

Como receber de uma empresa que está em recuperação judicial? O empregado deverá habilitar seu crédito nos autos da Recuperação Judicial, e receberá através do plano de pagamento. A habilitação poderá ser feita na via administrativa e/ou na via judicial.

Quanto tempo demora para receber de uma empresa em recuperação judicial?

A recuperação judicial deve ter o seu pedido realizado junto à justiça. A partir do pedido, é concedido o prazo de 6 meses para fazer acordo com os credores, apresentando um plano de recuperação definido, mostrando que a empresa tem condições de superar a crise financeira.

O que acontece com os funcionários quando a empresa entra em recuperação judicial?

Aqueles referentes ao período em que o empregado continua trabalhado na empresa durante a recuperação judicial devem ser pagos normalmente. Apenas, permite-se que o seu valor seja reduzido mediante acordo ou convenção coletiva.

O que o credor tem que fazer para tentar receber seu crédito?

Há duas forma de habilitar um crédito na lista geral dos credores e vai depender do momento em que o seu pedido for feito. A habilitação poderá ser feita na via administrativa e/ou na via judicial. Na via administrativa é feita perante o Administrador Judicial nomeado pelo juiz para auxiliar no processo.