Por que a educação ambiental é interdisciplinar?

a INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCA��O AMBIENTAL EM ESCOLAS P�BLICAS: concep��es e a��es

Andr� dos Santos1, Manoel Lucas Bezerra de Lima�, Luana Mikaela das Neves Loureiro Maciel�, Mar�lia Carolina Pereira da Paz4, Ronilson Jos� da Paz5

�Aluno do Curso de Especializa��o em Ensino da Biologia. Universidade de Pernambuco (UPE). Licenciado em Ci�ncias Biol�gicas (FAMASUL 2010). Professor da Escola de Refer�ncia em Ensino M�dio Frei Epif�nio. S�o Joaquim do Monte-PE (CEP 55670-000). Brasil. E-mail:

�Aluno do curso de gradua��o em Licenciatura em Ci�ncias Biol�gicas. Universidade Federal de Pernambuco. Ch� Grande-PE (CEP 55636-000). Brasil. E-mail:

�Especialista em An�lises Cl�nicas. Faculdade Escritor Osman da Costa Lins (FACOL 2012). Licenciada em Ci�ncias Biol�gicas (FAMASUL, 2010). Professora da Escola Estadual Maquinista Amaro Monteiro. Palmares-PE (CEP 55540-000). Brasil. E-mail:

4Aluna do Curso de Licenciatura em Ci�ncias Biol�gicas. Universidade Federal da Para�ba. Jo�o Pessoa-PB (CEP 58051-900). Brasil. E-mail:

5Doutorando do Programa de P�s-Gradua��o em Desenvolvimento e Meio (PRODEMA). Universidade Federal da Para�ba. Professor da Escola Estadual de Ensino Fundamental e M�dio Gon�alves Dias. Analista Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis - IBAMA-PB. Caixa Postal 5063. Jo�o Pessoa-PB (CEP 58051-900). Brasil. E-mail:

RESUMO

Com o intuito de estudar a interdisciplinaridade da educa��o ambiental, especificamente para descobrir de que forma a escola aborda quest�es ecol�gicas e de sustentabilidade em seu cotidiano, 49 professores e gestores escolares, da Escola de Refer�ncia em Ensino M�dio Frei Epif�nio e da Escola Municipal Jos� de Andrade Guedes, localizadas no Munic�pio de S�o Joaquim do Monte, Estado de Pernambuco, foram entrevistados atrav�s de question�rios semi-estruturados. Ao final da pesquisa, pode-se concluir que as dificuldades para promover nas escolas estudadas uma abordagem interdisciplinar no ensino de educa��o ambiental s�o semelhantes �s encontradas em outras escolas do Brasil e em outros pa�ses.

Palavras-chave: Educa��o ambiental, Educa��o formal, Pr�ticas pedag�gicas, Ensino de Ci�ncias, Ensino de Biologia.

ABSTRACT

With the purpose of studying the interdisciplinarity of environmental education, specifically to find out how the school addresses ecological and sustainability issues in its daily life, 49 teachers and school administrators, in the Escola de Refer�ncia em Ensino M�dio Frei Epif�nio and in the Escola Municipal Jos� de Andrade Guedes, located in the Municipality of S�o Joaquim do Monte, State of Pernambuco, Brazil, were interviewed through semi-structured form. At the end of the research, it can be concluded that the difficulties to promote an interdisciplinary approach in the teaching of environmental education are similar to those found in other schools in Brazil and in other countries.

Keywords: Environmental Education, Formal Teaching, Pedagogical practices, Science teaching, Teaching of Biology.

1. INTRODU��O

Desde o surgimento do Homo sapiens, o meio ambiente vem sofrendo as consequ�ncias de suas a��es. Inicialmente apresentando baix�ssima densidade demogr�fica e com pouca tecnologia, o homem primitivo vivia da colheita de frutos e fragmentos vegetais e da ca�a de animais de f�cil captura, causava poucos impactos ao meio ambiente, como bem mencionaram Dorst (1973) e Paz (2006).

Com o passar do tempo, os humanos domesticaram o fogo e apropriaram-se de v�rios instrumentos e tecnologias, que permitiram a ca�a e a pesca com mais efetividade, provocando altera��es mais significativas no meio ambiente. A partir de ent�o, o homem deixou de ser um simples ca�ador-coletor, chegando ao ponto de, quando chegou ao Continente Australiano, deliberadamente queimou grandes �reas de florestas densas e bosques impenetr�veis, com o intuito de criar campos abertos, para atrair os animais para ca��-lo com mais facilidade (HARARI, 2015, p. 78), como tamb�m se tornou agricultor, que exigiu o dom�nio do solo, com desflorestamento de grandes �reas para o cultivo inicialmente de monoculturas. Al�m disso, houve o interesse em forjar o metal, para a fabrica��o de in�meros utens�lios, provocando a degrada��o dos solos, que eram revolvidos pelas minera��es. � medida que os grupos de humanos tornaram-se mais numerosos, aprenderam a cultivar plantas selecionadas para a produ��o de alimentos para subsist�ncia e a possibilidade de guardar o excedente culminou com as trocas de mercadorias e o surgimento do com�rcio.

Mais tarde, o surgimento da industrializa��o trouxe consequ�ncias ainda mais desastrosas para o meio ambiente, que afetou em v�rios aspectos a esp�cie humana. Foi o reconhecimento dessas consequ�ncias que provocou a tomada de uma s�rie de medidas, inclusive legais, no intuito de promover o uso racional e sustent�vel dos recursos naturais, garantindo-os para as gera��es futuras (PAZ e LUNA, 2010), a partir da defini��o do termo Ecologia, por Ernst Haeckel, em 1869, o interesse nos meios acad�micos para estudar as intera��es dos organismos vivos, inclusive o homem, com o meio ambiente, proporcionou a compreens�o das causas e das consequ�ncias da degrada��o ambiental.

Mas s� foi a partir da d�cada de 1960, com a publica��o do livro �Primavera Silenciosa�, em 1962 (CARSON, 2010), que come�ou a haver a conscientiza��o de que o modelo produtivo das grandes na��es eram conseguidos �s custas da deteriora��o dos recursos ambientais e a exclus�o social e econ�mica da maior parte dos pa�ses, aumentando a preocupa��o com o meio ambiente e com a sustentabilidade da vida para as presentes e futuras gera��es (HENRIQUES, 2010).

Com a preocupa��o cada vez maior com o meio ambiente em meio a tantas esp�cies da fauna e da flora extintas todos os anos, em meio � percep��o das mudan�as clim�ticas que ocorrem na atualidade, o mundo vem despertando para a educa��o ambiental como estrat�gia de desenvolvimento sustent�vel, que consiste em criar um modelo econ�mico capaz de gerar riqueza e bem-estar, enquanto promove a coes�o social e impede a destrui��o do meio ambiente, visando a promover a harmonia entre os seres humanos e a natureza (PAZ, 2006).

Atrav�s da educa��o ambiental, buscam-se meios que possa viabilizar uma tomada de consci�ncia, para que parte dos problemas existentes seja solucionado, para isso e necess�rio uma transforma��o social por parte de todos, no intuito de uma nova constru��o de relacionamento entre o homem e a natureza. Neste sentido � not�vel que a maioria das pr�ticas de educa��o ambiental que perpetuam nas escolas relacionadas � conscientiza��o ambiental, s�o feitas por professores de biologia com alunos do ensino fundamental ou m�dio (SOUZA, 2010).

Cabe tamb�m � educa��o ambiental formar uma popula��o mundial consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas a ele relacionados, e que tenha conhecimento, aptid�o, atitude, motiva��o e compromisso para trabalhar individual e coletivamente na busca de solu��es para os problemas existentes, bem como para prevenir novos (PAZ, 2006).

O art. 2�, da Lei n� 9.795/1999 (BRASIL, 1999) estabelece que a educa��o ambiental deve ser um componente essencial e permanente da educa��o nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os n�veis e modalidades do processo educativo, em car�ter formal e n�o-formal. Esta determina��o imp�e certos desafios aos educadores, considerando que, de acordo com Lacombe (1999), o ato de aprender est� associado a uma intera��o afetiva que deve valorizar e respeitar a subjetividade de cada ator social envolvido no processo de forma dial�gica.

Na maioria das vezes, a educa��o ambiental � desenvolvida nas escolas de forma ainda t�mida, algumas atividades s�o abordadas de forma pontuais, sugerindo apenas a preserva��o e a conserva��o do meio ambiente e da biodiversidade, se atendo timidamente � discuss�o das causas e efeitos dos fen�menos naturais. Para Matos (2006) a escola precisa oferecer condi��es de estudo e aperfei�oamento, promovendo, entre outras a��es, semin�rios e cursos com especialistas na �rea.

A forma hol�stica pela qual deveria ser tratada a educa��o ambiental fica ausente ou, ainda, sem ser compreendida pela escola e pelos educadores. Na verdade, a abordagem interdisciplinar defende a supera��o da fragmenta��o do saber, a realiza��o conjunta de atividades em diferentes �reas de estudo ou disciplinas e o esfor�o coletivo da gest�o escolar e do corpo docente, bem como da fam�lia e a comunidade. A educa��o ambiental assim compreendida � uma alternativa de ensino que oferece � escola uma grande chance de renova��o (MIRANDA et al., 2010) e propicia a forma��o de uma popula��o consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas a ele relacionado (PAZ, 2006).

Ainda de acordo com Souza (2010), � importante que haja uma transforma��o social consciente em todos para que se resolva parte dos problemas existentes sobre a educa��o ambiental. Essa afirma��o eleva o interesse de intensificar a interdisciplinaridade na sala de aula, com �nfase na educa��o ambiental, principalmente porque, de acordo com Dunkley (2016), � a �nica oportunidade de explorar as conex�es cultura-natureza.

Assim, este artigo tem como proposta estudar a interdisciplinaridade da educa��o ambiental, atrav�s de uma pesquisa de campo, dentro de uma abordagem quantitativa e qualitativa, investigando como se processa a rela��o com as outras �reas do conhecimento, sob o ponto de vista de professores com base na educa��o ambiental, especificamente para descobrir de que forma a escola aborda quest�es ecol�gicas e sustent�veis em seu cotidiano.

2. METODOLOGIA

2.1. Estudo e universo da amostra

O estudo enquadra-se como uma pesquisa de campo com universo definido. A pesquisa foi desenvolvida na Escola de Refer�ncia em Ensino M�dio Frei Epif�nio e na Escola Municipal Jos� de Andrade Guedes, ambas localizadas no Munic�pio de S�o Joaquim do Monte, Estado de Pernambuco. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram coleta de dados, atrav�s de question�rios.

2.2. Coleta de dados

Para a coleta dos dados e a constru��o da an�lise em rela��o � interdisciplinaridade na educa��o ambiental, foram aplicados question�rios com as seguintes indaga��es: (a) O que � educa��o ambiental? (b) O que � interdisciplinaridade? (c) Como se relacionam as �reas de Ci�ncias Biol�gicas e as outras disciplinas no contexto de sala de aula? (d) como acontece a inclus�o da educa��o ambiental na conscientiza��o e valoriza��o da natureza? (e) A educa��o ambiental ensinada nas escolas tem contribu�do para que haja preserva��o da vida no planeta?

Os question�rios foram aplicados, entre julho e agosto de 2016, junto a 49 profissionais, entre docentes do Ensino Fundamental II (6� ao 9� ano) e do Ensino M�dio, bem como profissionais envolvidos na gest�o escolar, As perguntas foram estruturadas com respostas �nica que deveriam ser assinaladas com um �x�.

3. RESULTADOS E DISCUSS�O

Ao analisar os resultados provenientes dos question�rios aplicados aos educadores e profissionais envolvidos na gest�o escolar, foram observados aspectos que indicam como eles lidam com a quest�o interdisciplinar, envolvendo a educa��o ambiental nas escolas investigadas.

Na Tabela 1 pode ser encontrada a s�ntese dos resultados obtidos na pesquisa.

Tabela 1. S�ntese dos resultados obtidos na pesquisa.

Questionamento

Percentagem

Sexo

Masculino

18%

Feminino

82%

N�vel de instru��o

N�vel superior

100%

Defini��o de Educa��o Ambiental

Processos pelos quais se constroem valores e compet�ncias voltados para a conserva��o do meio ambiente

90%

Trata de tudo que est� ao nosso redor.

10%

Defini��o de interdisciplinaridade

Conjunto de disciplinas a serem trabalhadas simultaneamente sem a interliga��o entre elas

23%

M�todo de pesquisa e de ensino voltado para a intera��o de duas ou mais disciplinas

75%

N�o sabe responder

2%

Como as �reas das Ci�ncias Biol�gicas relacionam-se com outras disciplinas no contexto da sala de aula

N�o existe

13%

Acontece de forma satisfat�ria

18%

Acontece de forma pontuada e insatisfat�ria

69%

Como acontece a inclus�o da educa��o ambiental dentro da sala de aula

Atrav�s de desenvolvimento de projetos, palestras, textos

43%

N�o trabalham em sala de aula, mas acompanham projetos de outros professores

45%

N�o trabalham a quest�o ambiental em sala de aula

12%

O que � necess�rio para a inclus�o da Educa��o Ambiental nas escolas

Capacitar melhor os professores

37%

Desenvolver projetos que visem � participa��o de todos (escola e a comunidade)

55%

N�o sabiam

8%

Como a educa��o ambiental ensinada nas escolas tem contribu�do para que haja conserva��o da vida no planeta

De maneira satisfat�ria

24%

Insatisfatoriamente

74%

N�o sabem ou n�o quiseram opinar

2%

A pesquisa alcan�ou 49 profissionais, que lecionam no Ensino Fundamental II (6� ao 9� ano) e no Ensino M�dio, bem como profissionais envolvidos na gest�o escolar, todos com n�vel superior completo, sendo que 82% dos entrevistados s�o do sexo feminino e 18% masculino.

Quando indagados sobre como definiria a educa��o ambiental, 90% responderam que s�o processos pelos quais se constroem valores e compet�ncias voltados para a conserva��o do meio ambiente, e 10% responderam que se trata de tudo que est� ao nosso redor.

Ao serem inquiridos sobre a interdisciplinaridade, 23% responderam que seria o conjunto de disciplinas a serem trabalhadas simultaneamente sem a interliga��o entre elas, 75% afirmaram que a interdisciplinaridade trata de m�todo de pesquisa e de ensino voltado para a intera��o de duas ou mais disciplinas, e 2% nada sabiam responder.

Este dado � um pouco preocupante tendo em vista que a Lei n� 9.795/1999 (BRASIL, 1999), determina que a educa��o ambiental � um componente essencial e permanente da educa��o nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os n�veis e modalidades do processo educativo, em car�ter formal e n�o-formal.

Embora Alexandar e Poyyamoli (2014) considere que a abordagem de ensino ativo � a mais eficaz para facilitar a educa��o ambiental para o desenvolvimento sustent�vel entre as crian�as da escola, a imposi��o legal brasileira implica que a educa��o ambiental deve ser desenvolvida como um tema transversal, sem constituir disciplina espec�fica, como uma pr�tica educativa integrada, cont�nua e permanente, em todos os n�veis e modalidades do ensino formal. Para alcan�ar essa caracter�stica da educa��o ambiental, todos os professores dever�o ser treinados para incluir o tema nos diversos assuntos tratados em sala de aula, devendo, na atual fase da educa��o brasileira estar familiarizados com o conceito de interdisciplinaridade.

Na quest�o sobre como as �reas das Ci�ncias Biol�gicas relacionam-se com as outras disciplinas no contexto da sala de aula, 13% dos entrevistados informaram n�o existir essa rela��o, 18% afirmaram que acontece de forma satisfat�ria e 69% disseram que essa rela��o acontece de forma pontuada e de modo insatisfat�rio.

Ressalta-se que os Par�metros Curriculares Nacionais (PCN) destacam que o aprendizado deve ser planejado, desde uma perspectiva a um s� tempo multidisciplinar e interdisciplinar, ou seja, os assuntos devem ser propostos e tratados desde uma compreens�o global, articulando as compet�ncias que ser�o desenvolvidas em cada disciplina e no conjunto de disciplinas, em cada �rea e no conjunto das �reas (MEC, 1999). Mesmo dentro de uma determinada disciplina, uma perspectiva mais abrangente pode transbordar os limites dos assuntos, tornando mais eficiente o processo ensino-aprendizagem, quando os fen�menos estudados passam a ser correlacionados.

Com rela��o � quest�o que trata da inclus�o da educa��o ambiental na conscientiza��o e na valoriza��o da Natureza dentro de sala de aula, a op��o que afirma que a inclus�o acontece atrav�s de desenvolvimento de projetos, palestra, textos, obteve 43% das respostas, e 45% afirmaram que n�o trabalham essa metodologia em sala de aula, mas que acompanham os projetos desenvolvidos por outros professores, e 12% afirmaram que n�o trabalham a quest�o ambiental em sala de aula. As respostas mais uma vez contradizem o que preceitua os Par�metros Curriculares Nacionais (PCNs) e a Lei n� 9.795/1999 (BRASIL, 1999; MEC, 1999), os quais determinam a inclus�o da tem�tica ambiental em todos os n�veis e modalidades do processo educativo, em car�ter formal e n�o-formal.

Quando questionados sobre o que seria necess�rio para a inclus�o da educa��o ambiental nas escolas, 37% afirmaram a necessidade de melhor capacita��o dos professores, 55% apontaram o desenvolvimento de projetos que visem � participa��o de todos (escola e a comunidade) e 8% afirmaram que n�o sabiam.

A inser��o da educa��o ambiental na educa��o formal, por meio de investiga��o e desenvolvimento de projetos ambientais articulados entre diferentes disciplinas, pode desencadear uma expressiva intera��o na comunidade escolar, principalmente nas etapas de planejamento e de execu��o de a��es coletivas pautadas no di�logo. De acordo com Couto et al. (2017), este tipo de pr�tica pedag�gica, que se distancia de um ensino tradicional formal, possibilita um maior envolvimento dos autores no espa�o educativo.

No questionamento sobre como a educa��o ambiental ensinada nas escolas tem contribu�do para a conserva��o da vida no planeta, 24% dos entrevistados responderam de maneira satisfat�ria, 74% insatisfatoriamente e 2% n�o sabem ou n�o quiseram opinar.

As respostas aos questionamentos corroboram com as obtidas em outros estudos, como observou Paz (2006). Por exemplo, Paraskevopoulos et al. (1998) constataram a falta de conhecimento ecol�gico entre os professores gregos, Mafra (2010), ao estudar a forma��o em educa��o ambiental no Munic�pio de Navegantes-SC, observou que muitos professores enfrentam situa��es nas escolas onde lecionam, como o problema da resist�ncia dos colegas em trabalhar a interdisciplinaridade, promovendo a��es isoladas, ficando a tem�tica sob a responsabilidade de um ou alguns educadores, e Esa (2010), observou na Mal�sia a necessidade de um esfor�o mais aprimorado na forma��o de professores para melhor atua��o no seu papel de educador ambiental, Alves e Alves (2013), estudando os professores de escolas p�blicas de Santa Maria-RS, que a educa��o ambiental era apenas mais um item na lista de conte�dos da disciplina Ci�ncias, basicamente ensinada usando as t�cnicas da educa��o tradicional, e Bastos (2016), analisando as pr�ticas de educa��o ambiental em escolas p�blicas da Cidade da Praia, Cabo Verde, observou um conjunto de fatores, como desconhecimento dos gestores com rela��o aos programas de governo, as escolas n�o possuem material escolar, ou bibliotecas que dificultam a efetiva��o das pr�ticas de educa��o para a sustentabilidade no pa�s.

4. CONCLUS�O

Com base nas respostas aos question�rios aplicados foi poss�vel considerar que os educadores das escolas e equipe de gest�o apresentam dificuldade e falta de informa��o espec�fica em rela��o � interdisciplinaridade do tema Educa��o Ambiental.

Atualmente, a quest�o ambiental � um dos temas mais debatidos pelos profissionais de educa��o. A raz�o dessa discuss�o � devido � import�ncia desse tema na vida escolar, para o meio ambiente e sua interfer�ncia direta na qualidade de vida.

Deste modo, faz-se necess�rio � implanta��o de programas abrangentes para a informa��o de educadores que orientem as pr�ticas metodol�gicas adequadas na vida escolar.

A preserva��o e conserva��o do meio ambiente e da biodiversidade para essa e para as gera��es futuras, dependem de uma consci�ncia ecol�gica e a forma��o dessa consci�ncia depende em grande parte da educa��o.

Portanto � preciso uma educa��o que possibilite a continuidade da vida na Terra e a educa��o ambiental contribui para o desenvolvimento sustent�vel, ao promover uma vida consciente.

Neste estudo ficou evidenciado que � preciso conhecer e conhecer-se para poder agir e com isso se transformar e transformar. � saber para poder fazer e acontecer, de modo cidad�o, �tico, ecol�gico e pleno.

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Porque a educação ambiental é um estudo interdisciplinar?

O principal objetivo da interdisciplinaridade é conferir ferramentas para enriquecer a visão de mundo dos alunos. A partir dessa abordagem, indivíduos de todas as idades compreendem que um mesmo fato ou tema pode ser observado e estudado a partir de diferentes pontos de vista.

O que significa interdisciplinar na educação ambiental?

É um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir individualmente ou coletivamente na busca de soluções para os problemas ambientais presentes e futuros.

Por que a história ambiental é considerada interdisciplinar?

A interdisciplinaridade coloca a história neste contexto social, a partir do momento que analisamos como a forma em que tratamos nosso ambiente foi se modificando ao longo dos anos, e como o homem enxergava esta questão ambiental.

Porque a educação interdisciplinar é importante?

Qual a importância da interdisciplinaridade na educação? Ensinar de maneira interdisciplinar proporciona uma aprendizagem significativa, pois todos os conteúdos interagem entre si e constroem um sentido lógico, crítico e reflexivo, vinculados à realidade dos alunos.