O que é intencionalidade pedagógica no planejamento

Artigo: A intencionalidade pedagógica como estratégia de ensino

Paulo Sérgio Negri. e-mail: . Mestre em Ciências Sociais pela UEL. Atua no setor pedagógico do Laboratório de Tecnologia Educacional – LABTED/UEL. Ministra cursos na área de formação de professores docente do Curso de Especialização em Metodologia da Ação Docente – CEMAD/UEL. Professor da Rede Pública de Ensino.

Agir com intencionalidade pedagógica é organizar a aula de maneira consciente, planejada, criativa e capaz de produzir um efeito positivo na aprendizagem do aluno.
Convém lembrar também que a intencionalidade pedagógica vai além do “ritual” de planejamento de conteúdos, ela incide principalmente na postura do professor, que deve buscar o tempo todo um diálogo franco, elucidativo, formativo e proativo com seus alunos, ajustando-se, precisamente, o seu discurso na tentativa de construir no seu aluno algo maior que a transmissão de conceitos e teorias. Entendemos que para uma aula estar didaticamente correta, sua execução deve passar por três fases fundamentais: a) Fase Inicial, b) Fase Intermediária ou de Execução e c) Fase Final ou de Síntese . Esta ordem pedagógica permite ao professor uma comunicação de qualidade, além de possibilitar a execução das habilidades de ensino (SANT’ANNA, 1977) em que organiza a aula de forma que o aluno possa visualizar a estrutura didática que esta sendo utilizada. Apresentamos, portanto, uma breve reflexão sobre o cotidiano pedagógico do professor considerando as três grandes fases da aula:

A) Fase Inicial.
Como o próprio nome já diz é o início da aula, desde o momento em que o professor entrou na sala e cumprimentou os alunos até a indicação dos conhecimentos selecionados (conteúdos). Em uma aula de cinquenta minutos diríamos que são os cinco primeiros minutos em que o professor explora rapidamente o tema da aula, valorizando seu vínculo com o cotidiano do aluno e especifica a forma com que conduzirá a ação didática prevista (estratégias estabelecidas para a aula,no qual se apresenta com os subtópicos as seguir (NEGRI, 2008):
A 1 Organização.
Refere-se a toda a logística da aula. Não se pode transmitir uma aula sem organização que vai desde a sua preparação, através do plano de aula, até a disposição do espaço de sala, que chamaremos de cenário pedagógico.
A 1.1 Planejar a aula.
O planejamento da aula é de fundamental importância; preparar é na verdade prever toda a estrutura: qual será o conteúdo a ser trabalhado, com que ação pedagógica (estratégias para desenvolver a aula), os conteúdos previstos, a forma de avaliar percebendo se a missão prevista foi atingida ou não. Os recursos áudio visuais a serem utilizados e até mesmo as referências de pesquisa dos conteúdos.
A 1.2 Preparar o espaço físico.
Conceituamos espaço físico da sala de aula aquele em que se elabora toda a relação ensino aprendizagem. Sendo assim, é o ambiente onde o professor desenvolverá os conteúdos com seus alunos. Neste espaço o professor passará grande parte de seu tempo, portanto, ele deve ser organizado e harmônico. Assim, ao chegar na sala de aula ele precisa verificar como está organizado o ambiente: iluminação, ventilação e ruídos devem ser observados para se evitar distrações e perca de concentração.
A 1.3 Verificar os recursos áudio visuais a serem utilizados.
Caso a aula planejada tenha a previsão de utilizar algum RAV (Recurso Áudio Visual), sua verificação deve ser feita antes de iniciar a aula. Observar se existem tomadas elétricas suficientes, em caso de retroprojetor, verificar se a lâmpada e botão liga-desliga estão em condições de uso. Se for utilizar aparelhos sonoros (CD, DVD, fita cassete, gravadores ou o projetor multimídia com sons) verificar se todos estão em perfeito funcionamento, com a propagação do som regulada para aquele espaço físico.
A 1.4 Preparar o material de apoio.
Entendemos por material de apoio todo o suporte preparado pelo professor anteriormente, que será utilizado em aula: textos, esquemas, lista de atividades, apostilas e material multimídia, entre outros.
A 2 Estrutura Pedagógica.
A estrutura pedagógica se constitui em toda verbalização inicial em que o professor organiza pedagogicamente sua fala. Neste, momento toda a logística da aula será apresentada desde os conteúdos selecionados, a verbalização da missão prevista, estratégias de ação docente até a avaliação prevista para aquele momento, (pós aula).
A 2.1 Esclarecer acerca do tema da aula.
O professor deve esclarecer aos seus alunos qual o tema da aula, e dizer a importância que aquele conteúdo terá no seu processo de formação. Queremos dizer que o tema deve ser esclarecido de maneira simples, objetiva, visando desafiar o aluno de tal forma que ele se sinta estimulado a aprender aquele conteúdo.
A 2.2 Comunicar a missão da aula.
Cada aula tem uma missão (alguns chamam de objetivos), o importante é o professor saber exatamente o que ele quer do seu aluno diante de determinado conteúdo (NEGRI, 2007); o que ele espera que o aluno desenvolva. Isto deve ser verbalizado, pois, assim o aluno estará ciente de todo o processo e deverá dividir responsabilidades para que a aula tenha efeito positivo.
A 2.3 Vincular o tema da aula ao cotidiano do aluno.
O professor deve vincular o tema da aula com a prática de vida do aluno, mostrando de maneira clara e direta onde estes conteúdos colaborarão no dia-a-dia dele.
É sempre muito saudável para o processo de aprendizagem que o aluno perceba quando ele poderá utilizar aquele conteúdo.
A 2.4 Ação didática prevista – estratégias.
A ação didática prevista refere-se às estratégias que o professor utilizará para transmitir o conteúdo escolhido, o qual deverá ser dito aos alunos logo no início da aula; se vai ser aula expositiva com auxílio de retroprojetor, aula com projetor multimídia, com aparelho de som, no laboratório, com quadro de giz, textos de apoio etc.
A 2.5 Esclarecer suficientemente sobre qual será a avaliação prevista para a aula.
É conveniente alertar o aluno logo no início da aula, de que para a missão ser considerada satisfatória, o mesmo deverá, ao final da aula, demonstrar que realmente entendeu o conteúdo. Isso se dá de diversas formas: lista de exercícios, atividades em grupo, discussão aberta com questões orais, entre outras.

B ) Fase Intermediária ou de Execução.
A fase intermediária ou de execução é aquela na qual o professor desenvolve os conteúdos; nesta fase existe uma somatória de intenções pedagógicas e uma série de competências (PERRENOUD, 2000) que vão desde os gestos, a fala, os movimentos, a sequência dos conteúdos, os exemplos trabalhados em aula, até os recursos áudio visuais escolhidos. Podemos dizer então que é a “aula” propriamente dita, no qual o domínio pleno do conteúdo tem um importante papel para que esta fase seja bem sucedida, além de estar atento aos detalhes da comunicação verbal e não verbal (NEGRI, 2008) como veremos nos subtópicos a seguir:
B 1 Conhecimentos Selecionados.
Os conhecimentos selecionados são exatamente o conteúdo que, dosadamente o professor escolheu para a aula. Lembrando que estes nunca se compõem isoladamente, organiza-se dentro do plano de aula que, por sua vez, está ligado ao plano anual, semestral e bimestral que são oriundos do plano de curso de cada disciplina.
B 1.1 Indicar, dentro do tema da aula, quais conhecimentos a serem abordados.
Assim que se inicia a aula e após a exposição da Fase Inicial, o professor deve estabelecer um clima de estímulo quanto ao tema da aula. Deverá, também, comunicar ao aluno quais serão os conhecimentos (conteúdos) a serem trabalhados na aula e qual comportamento ele espera do aluno, que, por conseguinte, implica cumplicidade de ambas as partes. Intencionalmente, o professor divide responsabilidades logo de início. Cabe a ele o domínio e responsabilidade do conhecimento a ser tratado em aula e na forma de administrá-lo (NEGRI, 2007), quanto ao aluno cabe o dever de estar atento a cada passo das estratégias elaboradas pelo professor, para que exista o “clima” intencional que induza a aprendizagem.
B 1.2 Relevante existência com o cotidiano do aluno.
Muito importante o professor ter a plena noção de vincular o conhecimento a ser administrado na aula com o cotidiano do seu aluno. Na verdade, a aprendizagem se substancia mais na medida em que o aluno consegue perceber a praticidade do conteúdo em seu dia-a-dia. Nem sempre o conhecimento selecionado para uma aula muito específica, pode ser vinculado ao cotidiano do aluno, mas sempre que possível o professor deve fazer esta ligação, isso é saudável dentro do processo de aprendizagem.
B 1.3 Estabelecer conhecimentos de acordo com os níveis de dificuldade: simples, médio e complexo.
Ao desenvolver os conhecimentos selecionados, o professor deve ter a sensibilidade de fazê-lo respeitando os níveis de dificuldade, iniciando, logicamente, sempre pelos aspectos mais simples (conceitos, revisão etc.), e ir avançando de acordo com o feedback que o aluno procura demonstrar.
B 1.4 Domínio de conteúdo.
Denominamos domínio de conteúdo (conhecimentos), a habilidade de internalização que o professor deve ter para conhecer o máximo possível sobre o assunto que ele se propôs a ensinar. Naturalmente que não existe ninguém que saiba tudo neste mundo, mas, ao entrar na sala de aula, o professor tem a obrigação de conhecer bem o tema da aula e suas implicações.
B 1.5 Transmitir os conteúdos.
Uma das maiores dificuldades apresentada pelo aluno em relação aos professores é exatamente o estabelecimento de uma conexão que viabilize o conhecimento que o professor possui, e o entendimento que o aluno deverá adquirir.
Saber transmitir determinados conhecimentos é antes de mais nada, utilizar-se de um diálogo de aproximação com os alunos, capaz de produzir o efeito ensino-aprendizagem. Valer-se de um discurso acessível, respeitando a formação processual em que os alunos se encontram, sem cair é claro no desleixo absoluto e reduzir o conhecimento a ser ensinado em mera enganação.
B 2 Comunicar a aula.
É fato que durante a aula o professor utiliza as duas formas de comunicação: a Verbal e a não Verbal. O professor no ato de ensinar tem que proporcionar aos seus alunos uma estimulação visual, gestual e auditiva capaz de chamar a atenção sem agregar, em seus gestos e fala, situações que possam desviar a atenção e prejudicar a aprendizagem.
B 2.1 Comunicação verbal fluente sem agregados negativos (é, né, tá, hã, bom, a gente vai, etc.).
Ao se comunicar o professor deve evitar vícios de linguagem, excesso de gerundismo ou repetir a mesma palavra por várias vezes, como por exemplo: né, ta, ééé, iii, a gente vai, etc. A presença destes agregados negativos na fala empobrece o discurso e distrai quem o ouve.
B 2.2 Uso correto e estimulador da voz (alto/ baixo) e a correta expressão verbal.
No que diz respeito à emissão vocal, o professor precisa estabelecer uma pronúncia clara, com expressão verbal correta e fluência no que diz e do jeito que diz. A entonação da voz deve ser correta, evitando a voz muito baixa ou muito alta e num mesmo volume ou ritmo.
B 2.3 Comunicação não verbal (gestos de mãos, olhar, movimentos oscilantes adequados: frente, atrás, direita, esquerda e recuo de quadro).
Engana-se quem pensa que o melhor jeito de dar aula é sentado ou “escorado” na mesa ou ainda em pé no cantinho do quadro de giz. A aula por si só exige dinamismo nas estratégias de como administrar os conteúdos, na maneira correta de posicionar a voz e também nos gestos físicos. É a comunicação não verbal. Gesticular com os braços e as mãos sem nenhuma intenção pedagógica cria um contraste visual enorme, do mesmo modo, recomenda-se que o professor procure, ao máximo, estabelecer contato visual com seus alunos. Durante a aula o professor deve movimentar-se, não devendo ficar paralisado em qualquer canto da sala, porém estes movimentos também não devem ser frenéticos; o professor deve caminhar suavemente, para a direita, para a esquerda, para frente, próximo aos alunos, para trás; voltar-se para o quadro de giz quando necessário, sem pressa.
Todos os movimentos devem possuir uma intenção que aproxime o professor dos alunos. Esta variação de estímulos permitirá que o aluno não se distraia.
B 2.4 Ocupar o “cenário pedagógico” da aula com auto-controle (segurança).
Primeiramente é preciso definir o que é “cenário pedagógico”: entende-se por cenário pedagógico todo o espaço físico dentro da sala de aula, desde a posição das carteiras até o espaço circulante destinado ao professor. Ocupar o cenário pedagógico com segurança é gerenciar a aula de forma segura, movimentando-se intencionalmente dentro deste espaço, a ponto de gerar um efeito visual significativo na platéia.
B 2.5 Uso adequado e correto dos recursos áudio visuais.
Os recursos áudio visuais podem deixar uma aula atrativa, agradável e dinâmica se bem utilizados. Se mal utilizados, a aula será cansativa, confusa e os alunos perderão o interesse rapidamente. Normalmente, os recursos mais utilizados em sala de aula são: retroprojetor, quadro de giz, vídeo e projetor multimídia (data show). O uso adequado de tais recursos deve criar um clima de favorecimento e rendimento da aula. Na verdade eles existem para auxiliar o professor e não o contrário.
B 2.6 Exemplificar os conteúdos selecionados visando facilitar a aprendizagem.
A aula deve ser “construída” pelo professor, e, isso depende muito de um conjunto de fatores combinantes entre si: conhecimento do tema a ser trabalhado, recursos utilizados, interatividade com os alunos e os exemplos dados em aula.
Diante de um conteúdo, o professor deve apresentar uma coleção de exemplos sobre aquele determinado tema, que possam trazer para o concreto o que se trata na teoria, que permita ao aluno também apresentar se possível, os seus exemplos.
B 2.7 Estabelecer um clima da harmonia proporcionador de interatividade com os alunos (perguntar, e dar oportunidades aos alunos de perguntarem, de darem exemplos).
Engana-se quem pensa que aula é algo “carrancudo”, “chato” e sem emoção. Por isso, a consciência e postura do professor deve ser a mais aberta possível. O aluno deve perceber no professor a disposição de criar interatividade, dando liberdade para que ele possa perguntar, demonstrar suas ideias, suas dúvidas e sua não aprendizagem.
B 2.8 Postura adequada (comportamento condizente com a função que se pretende exercer).
A palavra postura aqui pode ser sinônimo de ética, respeito, atenção, serenidade e educação. Uma pessoa que almeja o magistério tem que possuir uma postura de respeito aos que o ouvem, ter um diálogo franco, honesto com seu público. Seu comportamento pessoal e social deve estar adequado com aquilo que ele pretende formar junto às pessoas que convivem e irão conviver com ele.
O professor é um formador de opinião acima de tudo e seu comportamento deve ser condizente com a sua fala, e praticar aquilo que se acredita (VAZ, 2002). Olhar no aluno e ver esperança, alegria, procurar acrescentar algo de bom, construir conceitos morais, valores sociais, profissionais e demonstrar interesse pelo futuro daqueles que serão os profissionais do amanhã.
B 2.9 Intencionalidade didática – pedagógica (fala, gestos, ao administrar os conteúdos, sorriso, acolhida aos alunos com dificuldades de aprendizagem).
Toda a atitude do professor em aula deve estar ligada essencialmente com a aprendizagem dos seus alunos, (NEGRI, 2007). Ter intenção pedagógica é realizar todo o planejamento da aula com consciência. Saber o que se está fazendo e porque se está fazendo. Intencionalidade didático/pedagógica é administrar a aula sem improviso, acolhendo as dificuldades dos alunos com absoluta certeza do que se está fazendo, tudo planejado e se ocorrer algum imprevisto (o que é normal em se tratando de aula) saber reagir de maneira pró-ativa em favor da construção da aprendizagem.
B 2.10 Imagem pessoal adequada (roupa condizente com a formalidade exigida, “adereços” que provocam sons e distraem os alunos).
Quando se fala que a profissão de professor é diferenciada, as pessoas não têm ideia da extensão desta afirmação. Como é uma profissão que exige uma intensa exposição pública, a imagem pessoal deve ser a mais sóbria possível. Roupas adequadas, evitando excesso de sensualidade, decotes, roupas transparentes que “marcam” o corpo ou ainda adereços desnecessários (pulseiras barulhentas, brincos chamativos ou qualquer outro objeto que provoque sons ou distração visual).
B 2.11 Percepção do nível de aprendizagem dos alunos durante a exposição do conteúdo previsto (pergunta aos alunos se eles estão entendendo, responde as dúvidas com tranquilidade, estabelece um clima de liberdade para que a aprendizagem se realize).
Quando o professor estabelece um clima de liberdade com os alunos e permite a interatividade, a percepção do nível de aprendizagem fica mais evidente. Uma aula monóloga onde somente o professor transmite (não elabora, nem constrói) o conteúdo sem se preocupar se os alunos estão entendendo ou não, dificilmente se visualizará a percepção pedagógica. A percepção do nível de aprendizagem dos alunos se dá na medida em que o professor tem como referência os “feedbacks” evidenciados através das perguntas feitas por ele no decorrer da aula. Outro fator de grande relevância é a forma com que o professor acolhe as dúvidas dos alunos; não é aconselhável demonstrar impaciência ou irritação diante das dificuldades expressadas pelos alunos.

C ) Fase final da aula ou síntese.
Após toda a distribuição orientada dos conteúdos aos alunos, é o momento de finalizar pontualmente a aula. Se considerarmos uma aula com 60 minutos, a Fase Final ocuparia seus últimos 10 minutos antes de se iniciar a avaliação estabelecida para os alunos. Finalizar a aula é deixar claro para o aluno, através de uma síntese ou revisão que o conteúdo estabelecido para aquele momento se findou. Isso precisa ser sinalizado pelo professor para que o aluno possa então, internalizar a aprendizagem adquirida. Segundo NEGRI (2008) apresenta-se com os seguintes subtópicos:
C 1 Síntese da aula.
Corresponde ao fechamento do conteúdo de maneira pontual, observando se existem ainda dúvidas sobre o tema trabalhado em aula. Neste momento o professor deverá estimular os alunos para que possam expressar sua aprendizagem (ou não), nas suas opiniões ou exemplos.
C 1.1 Oferecer, ao término do conteúdo selecionado, revisão, observando as dúvidas ainda existentes.
O professor deve exaurir todos os esforços para que o aluno assimile os conteúdos e produza o efeito de aprendizagem internalizada, (NEGRI, 2008). Durante toda a aula sempre existem dúvidas ou não compreensão do que foi desenvolvido. Após a aula, o professor deve revisar de forma concisa e clara o que foi ministrado aos alunos.
C 1.2 Proporcionar tranquilidade aos alunos na elaboração suas dúvidas.
Neste momento de síntese final, o professor deve transmitir ao aluno segurança e proporcionar um clima de liberdade para que ele possa interagir levantando suas dúvidas, erros ou acertos. A postura do professor neste momento é de acolhimento sem demonstrar gestos de impaciência (mesmo quando o aluno não entendeu nada).
C 1.3 Executar a avaliação prevista no início da aula.
Conforme mencionado na Fase Inicial da aula, o professor deve comunicar ao aluno a missão da aula e como ele será avaliado. Ao perceber que não existe mais nada a acrescentar em tudo o que foi tratado em aula, e após observar que os alunos puderam amplamente manifestar suas dúvidas, acertos e erros sobre aquele tema, é o momento de avaliar a aprendizagem adquirida na aula. Pode ser através da oralidade, lista de exercícios, trabalhos em grupo, resenha, etc. O importante é que o professor tenha um feedback a mais para observar a percepção do nível de aprendizagem do aluno.
C 1.4 Saber aproveitar o tempo estabelecido para a aula (sem ultrapassar ou sobrar em muitos minutos).
Quando se planeja a aula, o professor deve ter claro a noção temporal da mesma. Se a aula foi preparada para 60 minutos ele não pode encerrá-la aos 35 minutos, vai sobrar muito tempo. Recomenda-se que seja feito um controle inteligente do tempo para não sobrar e nem faltar, reforça-se aqui a importância do professor conhecer bem o rendimento de cada turma de alunos
C 2 Feedback da aula.
São as respostas por parte do aluno de como ele está absorvendo ou não aquele conteúdo. É a percepção que o professor tem do nível de aprendizagem da turma, que se dão através de perguntas, respostas, considerações entre outros.
C 2.1 Permitir, em diversos momentos da aula, especialmente na síntese final, que os alunos demonstrem se houve ou não aprendizagem e em que nível (satisfatório/não satisfatório).
Geralmente este feedback é proporcionado através de questões, exemplos, síntese da ideia central da aula, etc. O professor deve estimular o aluno a responder, complementar, duvidar, raciocinar, expressar sua opinião para que ele possa perceber se houve aprendizagem e em que nível: satisfatório ou não satisfatório, pois é a partir desta percepção que o professor deverá nortear suas próximas aulas, utilizando estratégias que possam aproximar cada vez mais o aluno da aprendizagem.
C 2.2 Indicar o tema para a próxima aula.
Ao finalizar definitivamente a aula, após todas as considerações e indicação da avaliação, o professor deve dizer ao aluno qual será o tema da próxima aula. Isso permitirá que o aluno visualize a linha de raciocínio e a sequência de temas que está sendo adotada, isto poderá estimular o aluno a pesquisar antecipadamente o próximo conteúdo.
C 2.3 Saudação final (bom dia, boa tarde, até a próxima aula etc.).
É sempre recomendável que o professor faça uma saudação final ao aluno, isto, além de imprimir um aspecto de simpatia por parte do professor, demonstra também a preocupação em valer-se de regras de bom tratamento que deve permear todo o processo de ensino-aprendizagem entre professor e aluno.

Considerações Finais
Por fim, entendemos que a utilização permanente das fases intencionais da aula, além de facilitar a comunicação entre professor e aluno, permite a possibilidade de estabelecer um ambiente favorável para o processo ensino-aprendizagem.
É fato que a comunicação pedagógica utilizada pelos professores parece não “rebater” no processo de aprendizagem dos alunos, necessitando então de um aprimoramento maior. A reinvenção do “diálogo pedagógico” (verbal e não verbal) pode estabelecer um novo “fio de meada” na relação cotidiana de quem ensina e daqueles que aprendem, é papel da escola construir as competências necessárias (PERRENOUD, 1999) para que possamos ter alunos capazes de resolver problemas frente a situações sociais.

Referências Bibliográficas

NEGRI, Paulo Sérgio. Comunicação Didática: A Intencionalidade Pedagógica Como Estratégia de Ensino. Módulo I. Londrina: LABTED/UEL, 2008.
NEGRI, Paulo. Concurso Público: Prova Didática. Londrina: UEL, 2007.
PERRENOUD, P. Construir as Competências desde a Escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.
PERRENOUD, P. Dez Novas Competências para Ensinar. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SANT’ANNA, F. M. Microensino e Habilidades Técnicas do Professor. 3. ed. Porto Alegre, 1977.
VAZ, Selma Ferreira. A Educação e os Temas Transversais. Monografia de Especialização. Londrina: UEL, 2002.

Disponível: http://labteduel.wordpress.com/2010/10/01/a-intencionalidade-pedagogica-como-estrategia-de-ensino/

O que significa ter intencionalidade no planejamento pedagógico?

Entende-se a Intencionalidade Pedagógica como sendo toda a ação consciente, planejada e executada pelo professor/educador, acomodada dentro do cenário pedagógico (salas de aula ou qualquer outro ambiente no qual seja possível o ato de ensino e aprendizagem), determinado como espaço relacional dos que ensinam e dos que ...

O que significa ter intencionalidade no planejamento?

Trabalhar com intencionalidade significa tomar decisões deliberadas, com objetivo e propósito. Sejam as decisões tomadas durante os momentos da rotina, sejam as propostas de experiências nas atividades.

Qual a intencionalidade do plano de aula?

O planejamento de aula é de fundamental importância para que se atinja êxito no processo de ensino-aprendizagem. A sua ausência pode ter como consequência, aulas monótonas e desorganizadas, desencadeando o desinteresse dos alunos pelo conteúdo e tornando as aulas desestimulantes.

Como identificar a intencionalidade da prática pedagógica?

Para a BNCC, a intencionalidade educativa ou pedagógica aparece em todas as atividades do educador que envolvem a organização e a promoção de experiências que estimulem os alunos a conhece a si e ao outro, além de compreender relações com a natureza, com a produção científica e com a cultura.