Estudo e análise da documentação básica da escola

Introdu��o

    Atualmente a educa��o brasileira utiliza documentos b�sicos que norteiam os processos de reflex�o, planejamento e pr�tica pedag�gica em todas as escolas do pa�s. Entre os principais documentos encontram-se: os Par�metros Curriculares Nacionais � PCN'S e a Lei de Diretrizes e Bases � LDB, reunindo os referenciais que direcionam o estado, munic�pio, escolas e professores para a consolida��o da educa��o de qualidade. Este trabalho teve por objetivo relacionar estes documentos com a Psicologia seguindo o roteiro do desenvolvimento biopsicossocial de acordo com o Ensino Fundamental na Educa��o F�sica.

    LDB - O ensino proposto pela LDB est� em fun��o do objetivo maior do ensino fundamental, que � o de propiciar a todos a forma��o b�sica para a cidadania, a partir da cria��o na escola de condi��es de aprendizagem para:

�I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios b�sicos o pleno dom�nio da leitura, da escrita e do c�lculo;

II - a compreens�o do ambiente natural e social, do sistema pol�tico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisi��o de conhecimentos e habilidades e a forma��o de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos v�nculos de fam�lia, dos la�os de solidariedade humana e de toler�ncia rec�proca em que se assenta a vida social� (art. 32).

    PCN - Os Par�metros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educa��o no Ensino Fundamental em todo o Pa�s. Sua fun��o � orientar e garantir a coer�ncia dos investimentos no sistema educacional, socializando discuss�es, pesquisas e recomenda��es, subsidiando a participa��o de t�cnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produ��o pedag�gica atual

    O desenvolvimento das crian�as passa por processos fundamentais em tr�s esferas b�sicas: a esfera cognitiva, no qual est� muito ligado �s teorias de aprendizagem; a esfera afetivo-social que envolve as rela��es interpessoais dessa crian�as assim como sua hist�ria de vida e a esfera motora que � a forma no qual a crian�a se relaciona com o meio, descobre e atua. A escola � o principal agente motivacional para que todas essas esferas sejam trabalhadas em uni�o para o desenvolvimento biopsicossocial completo da crian�a.

    Segundo o PCN �O enfoque social dado aos processos de ensino e aprendizagem traz para a discuss�o pedag�gica aspectos de extrema relev�ncia, em particular no que se refere � maneira como se devem entender as rela��es entre desenvolvimento e aprendizagem, � import�ncia da rela��o interpessoal nesse processo, � rela��o entre cultura e educa��o e ao papel da a��o educativa ajustada �s situa��es de aprendizagem e �s caracter�sticas da atividade mental construtiva do aluno em cada momento de sua escolaridade.�; muitos autores que se dedicaram a estudar as teorias de aprendizagem como Watson e Skinner e acreditam que para uma resposta de qualidade � necess�rio um est�mulo de qualidade. Os PCN'S trazem como substancial para o Ensino Fundamental o trabalho de adequa��o �s novas metodologias, teorias e t�cnicas did�ticas, mantendo-se como espa�o de democratiza��o do ensino. O PCN assegura tamb�m as aulas de educa��o f�sica como primordiais dentro do contexto escolar, tendo como alguns dos objetivos - solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e dosando o esfor�o em um n�vel compat�vel com as possibilidades, considerando que o aperfei�oamento e o desenvolvimento das compet�ncias corporais decorrem de perseveran�a e regularidade e devem ocorrer de modo saud�vel e equilibrado � possibilitando ao aluno que ele de forma aut�noma possa solucionar problemas cada vez mais complexos e interdisciplinarmente intervir agregando conhecimentos e pr�ticas, permitindo que a aquisi��o de habilidade motora seja poss�vel dentro dos padr�es de cada faixa de idade.

    Dentro da Teoria dos Sistemas Ecol�gicos o documento apresenta - Quanto � capacidade de inser��o social, refere-se � possibilidade de o aluno perceber-se como parte de uma comunidade, de uma classe, de um ou v�rios grupos sociais e de comprometer-se pessoalmente com quest�es que considere relevantes para a vida coletiva. � em que a crian�a sendo elemento participativo em v�rios sistemas no qual estabelece rela��o, deve integrar de forma atuante seja na escola, fam�lia, bairro, igreja entre outros.

A escola e constitui��o da cidadania

    A import�ncia dada aos conte�dos revela um compromisso da institui��o escolar em garantir o acesso aos saberes elaborados socialmente, pois estes se constituem como instrumentos para o desenvolvimento, a socializa��o, o exerc�cio da cidadania democr�tica e a atua��o no sentido de refutar ou reformular as deforma��es dos conhecimentos, as imposi��es de cren�as dogm�ticas e a petrifica��o de valores (BARRETO, 2000). Os conte�dos escolares que s�o ensinados devem, portanto, estar em conson�ncia com as quest�es sociais que marcam cada momento hist�rico. Isso requer que a escola seja um espa�o de forma��o e informa��o, em que a aprendizagem de conte�dos deve necessariamente favorecer a inser��o do aluno no dia-a-dia das quest�es sociais marcantes e em um universo cultural maior. A forma��o escolar deve propiciar o desenvolvimento de capacidades, de modo a favorecer a compreens�o e a interven��o nos fen�menos sociais e culturais, assim como possibilitar aos alunos usufruir das manifesta��es culturais nacionais e universais.

    No contexto da proposta dos Par�metros Curriculares Nacionais se concebe a educa��o escolar como uma pr�tica que tem a possibilidade de criar condi��es para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conte�dos necess�rios para construir instrumentos de compreens�o da realidade e de participa��o em rela��es sociais, pol�ticas e culturais diversificadas e cada vez mais amplas, condi��es estas fundamentais para o exerc�cio da cidadania na constru��o de uma sociedade democr�tica e n�o excludente.

    A pr�tica escolar distingue-se de outras pr�ticas educativas, como as que acontecem na fam�lia, no trabalho, na m�dia, no lazer e nas demais formas de conv�vio social, por constituir-se uma a��o intencional, sistem�tica, planejada e continuada para crian�as e jovens durante um per�odo cont�nuo e extenso de tempo. A escola, ao tomar para si o objetivo de formar cidad�os capazes de atuar com compet�ncia e dignidade na sociedade, buscar� eleger, como objeto de ensino, conte�dos que estejam em conson�ncia com as quest�es sociais que marcam cada momento hist�rico, cuja aprendizagem e assimila��o s�o as consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres. Para tanto ainda � necess�rio que a institui��o escolar garanta um conjunto de pr�ticas planejadas com o prop�sito de contribuir para que os alunos se apropriem dos conte�dos de maneira cr�tica e construtiva. A escola, por ser uma institui��o social com prop�sito explicitamente educativo, tem o compromisso de intervir efetivamente para promover o desenvolvimento e a socializa��o de seus alunos.

    Essa fun��o socializadora remete a dois aspectos: o desenvolvimento individual e o contexto social e cultural. � nessa dupla determina��o que os indiv�duos se constroem como pessoas iguais, mas, ao mesmo tempo, diferentes de todas as outras. Iguais por compartilhar com outras pessoas um conjunto de saberes e formas de conhecimento que, por sua vez, s� � poss�vel gra�as ao que individualmente se puder incorporar. N�o h� desenvolvimento individual poss�vel � margem da sociedade, da cultura. Os processos de diferencia��o na constru��o de uma identidade pessoal e os processos de socializa��o que conduzem a padr�es de identidade coletiva constituem, na verdade, as duas faces de um mesmo processo (SOUZA, 1996).

    A escola, na perspectiva de constru��o de cidadania, precisa assumir a valoriza��o da cultura de sua pr�pria comunidade e, ao mesmo tempo, buscar ultrapassar seus limites, propiciando �s crian�as pertencentes aos diferentes grupos sociais o acesso ao saber, tanto no que diz respeito aos conhecimentos socialmente relevantes da cultura brasileira no �mbito nacional e regional como no que faz parte do patrim�nio universal da humanidade.

    O desenvolvimento de capacidades, como as de rela��o interpessoal, as cognitivas, as afetivas, as motoras, as �ticas, as est�ticas de inser��o social, torna-se poss�vel mediante o processo de constru��o e reconstru��o de conhecimentos. Essa aprendizagem � exercida com o aporte pessoal de cada um, o que explica por que, a partir dos mesmos saberes, h� sempre lugar para a constru��o de uma infinidade de significados, e n�o a uniformidade destes. Os conhecimentos que se transmitem e se recriam na escola ganham sentido quando s�o produtos de uma constru��o din�mica que se opera na intera��o constante entre o saber escolar e os demais saberes, entre o que o aluno aprende na escola e o que ele traz para a escola, num processo cont�nuo e permanente de aquisi��o, no qual interferem fatores pol�ticos, sociais, culturais e psicol�gicos.

    As quest�es relativas � globaliza��o, as transforma��es cient�ficas e tecnol�gicas e a necess�ria discuss�o �tico-valorativa da sociedade apresentam para a escola a imensa tarefa de instrumentalizar os jovens para participar da cultura, das rela��es sociais e pol�ticas. A escola, ao posicionar-se dessa maneira, abre a oportunidade para que os alunos aprendam sobre temas normalmente exclu�dos e atua propositalmente na forma��o de valores e atitudes do sujeito em rela��o ao outro, � pol�tica, � economia, ao sexo, � droga, � sa�de, ao meio ambiente, � tecnologia, etc.

    Um ensino de qualidade, que busca formar cidad�os capazes de interferir criticamente na realidade para transform�-la, deve tamb�m contemplar o desenvolvimento de capacidades que possibilitem adapta��es �s complexas condi��es e alternativas de trabalho que temos hoje e a lidar com a rapidez na produ��o e na circula��o de novos conhecimentos e informa��es, que t�m sido avassaladores e crescentes. A forma��o escolar deve possibilitar aos alunos condi��es para desenvolver compet�ncia e consci�ncia profissional, mas n�o restringir-se ao ensino de habilidades imediatamente demandadas pelo mercado de trabalho (LIB�NEO, 1985).

    A discuss�o sobre a fun��o da escola n�o pode ignorar as reais condi��es em que esta se encontra. A situa��o de precariedade vivida pelos educadores, expressa nos baixos sal�rios, na falta de condi��es de trabalho, de metas a serem alcan�adas, de prest�gio social, na in�rcia de grande parte dos �rg�os respons�veis por alterar esse quadro, provoca, na maioria das pessoas, um descr�dito na transforma��o da situa��o. Essa desvaloriza��o objetiva do magist�rio acaba por ser interiorizada, bloqueando as motiva��es. Outro fator de desmotiva��o dos profissionais da rede p�blica � a mudan�a de rumo da educa��o diante da orienta��o pol�tica de cada governante. �s vezes as transforma��es propostas reafirmam certas posi��es, �s vezes outras. Esse movimento de vai e volta gera, para a maioria dos professores, um des�nimo para se engajar nos projetos de trabalho propostos, mesmo que lhes pare�am interessantes, pois eles dificilmente ter�o continuidade.

    Em s�ntese, as escolas brasileiras, para exercerem a fun��o social aqui proposta, precisam possibilitar o cultivo dos bens culturais e sociais, considerando as expectativas e as necessidades dos alunos, dos pais, dos membros da comunidade, dos professores, enfim, dos envolvidos diretamente no processo educativo. � nesse universo que o aluno vivencia situa��es diversificadas que favorecem o aprendizado, para dialogar de maneira competente com a comunidade, aprender a respeitar e a ser respeitado, a ouvir e a ser ouvido, a reivindicar direitos e a cumprir obriga��es, a participar ativamente da vida cient�fica, cultural, social e pol�tica do Pa�s e do mundo.

Aprender e ensinar, construir e interagir

    Cabe ao educador, por meio da interven��o pedag�gica, promover a realiza��o de aprendizagens com o maior grau de significado poss�vel, uma vez que esta nunca � absoluta � sempre � poss�vel estabelecer alguma rela��o entre o que se pretende conhecer e as possibilidades de observa��o, reflex�o e informa��o que o sujeito j� possui. A aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia: diante do problema posto, o aluno precisa elaborar hip�teses e experiment�-las. Fatores e processos afetivos, motivacionais e relacionais s�o importantes nesse momento.

    Os conhecimentos gerados na hist�ria pessoal e educativa t�m um papel determinante na expectativa que o aluno tem da escola, do professor e de si mesmo, nas suas motiva��es e interesses, em seu autoconceito e em sua auto-estima. Assim como os significados constru�dos pelo aluno est�o destinados a ser substitu�dos por outros no transcurso das atividades, as representa��es que o aluno tem de si e de seu processo de aprendizagem tamb�m. � fundamental, portanto, que a interven��o educativa escolar propicie um desenvolvimento em dire��o � disponibilidade exigida pela aprendizagem significativa.

    Sabe-se que, fora da escola, os alunos n�o t�m as mesmas oportunidades de acesso a certos objetos de conhecimento que fazem parte do repert�rio escolar. Sabe-se tamb�m que isso influencia o modo e o processo como atribuir�o significados aos objetos de conhecimento na situa��o escolar: alguns alunos poder�o estar mais avan�ados na reconstru��o de significados do que outros (MEC, 2007).

    Ao se falar em ritmos diferentes de aprendizagem, � preciso cuidado para n�o incorrer em mal-entendidos perigosos. Uma vez que n�o h� uma defini��o precisa e clara de quais seriam esses ritmos, os educadores podem ser levados a rotular alguns alunos como mais lentos que outros, estigmatizando aqueles que est�o se iniciando na intera��o com os objetos de conhecimento escolar. Dessa forma, a partir da defini��o de objetivos a ser alcan�ados na s�rie, ou no ano, ou no ciclo escolar, estabelecem-se rotinas de atividades a ser realizadas; definem-se os materiais necess�rios; e atitudes a ser desenvolvidas para o bom andamento dos processos de ensino-aprendizagem (MEC, 2007).

Objetivos dos PCN�S

    A capacidade cognitiva tem grande influ�ncia na postura do indiv�duo em rela��o �s metas que quer atingir nas mais diversas situa��es da vida, vinculando-se diretamente ao uso de formas de representa��o e de comunica��o, envolvendo a resolu��o de problemas, de maneira consciente ou n�o. A aquisi��o progressiva de c�digos de representa��o e a possibilidade de operar com eles interfere diretamente na aprendizagem da l�ngua, da matem�tica, da representa��o espacial, temporal e gr�fica e na leitura de imagens (SANT�ANA, 2002).

    A capacidade f�sica engloba o autoconhecimento e o uso do corpo na express�o de emo��es, na supera��o de estereotipias de movimentos, nos jogos, no deslocamento com seguran�a. A afetiva refere-se �s motiva��es, � auto-estima, � sensibilidade e � adequa��o de atitudes no conv�vio social, estando vinculada � valoriza��o do resultado dos trabalhos produzidos e das atividades realizadas. Esses fatores levam o aluno a compreender a si mesmo e aos outros (FERREIRA; RAMOS, 2000).

    A capacidade afetiva est� estreitamente ligada � capacidade de rela��o interpessoal, que envolve compreender, conviver e produzir com os outros, percebendo distin��es entre as pessoas, contrastes de temperamento, de inten��es e de estados de �nimo. O desenvolvimento da inter-rela��o permite ao aluno se colocar do ponto de vista do outro e a refletir sobre seus pr�prios pensamentos. No trabalho escolar o desenvolvimento dessa capacidade � propiciado pela realiza��o de trabalhos em grupo, por pr�ticas de coopera��o que incorporam formas participativas e possibilitam a tomada de posi��o em conjunto com os outros. A capacidade est�tica permite produzir arte e apreciar as diferentes produ��es art�sticas produzidas em diferentes culturas e em diferentes momentos hist�ricos.

    A capacidade �tica � a possibilidade de reger as pr�prias a��es e tomadas de decis�o por um sistema de princ�pios segundo o qual se analisam, nas diferentes situa��es da vida, os valores e op��es que envolvem. A constru��o interna, pessoal, de princ�pios considerados v�lidos para si e para os demais implica considerar-se um sujeito em meio a outros sujeitos. O desenvolvimento dessa capacidade permite considerar e buscar compreender raz�es, nuan�as, condicionantes, conseq��ncias e inten��es, isto �, permite a supera��o da rigidez moral, no julgamento e na atua��o pessoal, na rela��o interpessoal e na compreens�o das rela��es sociais (SOUZA; VAGO, 1999). A a��o pedag�gica contribui com tal desenvolvimento, entre outras formas afirmando claramente seus princ�pios �ticos, incentivando a reflex�o e a an�lise cr�tica de valores, atitudes e tomadas de decis�o e possibilitando o conhecimento de que a formula��o de tais sistemas � fruto de rela��es humanas, historicamente situadas. Quanto � capacidade de inser��o social, refere-se � possibilidade de o aluno perceber-se como parte de uma comunidade, de uma classe, de um ou v�rios grupos sociais e de comprometerse pessoalmente com quest�es que considere relevantes para a vida coletiva. Essa capacidade � nuclear ao exerc�cio da cidadania, pois seu desenvolvimento � necess�rio para que se possa superar o individualismo e atuar (no cotidiano ou na vida pol�tica) levando em conta a dimens�o coletiva. O aprendizado de diferentes formas e possibilidades de participa��o social � essencial ao desenvolvimento dessa capacidade (DARIDO, 1999).

    Para Moreira (1996) garantir o desenvolvimento dessas capacidades � preciso uma disponibilidade para a aprendizagem de modo geral. Esta, por sua vez, depende em boa parte da hist�ria de �xitos ou fracassos escolares que o aluno traz e v�o determinar o grau de motiva��o que apresentar� em rela��o �s aprendizagens atualmente propostas. Mas depende tamb�m de que os conte�dos de aprendizagem tenham sentido para ele e sejam funcionais. O papel do professor nesse processo �, portanto, crucial, pois a ele cabe apresentar os conte�dos e atividades de aprendizagem de forma que os alunos compreendam o porqu� e o para que do que aprendem, e assim desenvolvam expectativas positivas em rela��o � aprendizagem e sintam-se motivados para o trabalho escolar.

    Para tanto, � preciso considerar que nem todas as pessoas t�m os mesmos interesses ou habilidades, nem aprendem da mesma maneira, o que muitas vezes exige uma aten��o especial por parte do professor a um ou outro aluno, para que todos possam se integrar no processo de aprender. A partir do reconhecimento das diferen�as existentes entre pessoas, fruto do processo de socializa��o e do desenvolvimento individual, ser� poss�vel conduzir um ensino pautado em aprendizados que sirvam a novos conhecimentos.

    A escola preocupada em fazer com que os alunos desenvolvam capacidades ajusta sua maneira de ensinar e seleciona os conte�dos de modo a auxili�-los a se adequarem �s v�rias viv�ncias a que s�o expostos em seu universo cultural; considera as capacidades que os alunos j� t�m e as potencializa; preocupa-se com aqueles alunos que encontram dificuldade no desenvolvimento das capacidades b�sicas.

Objetivos gerais do ensino fundamental

  • Compreender a cidadania como participa��o social e pol�tica, assim como exerc�cio de direitos e deveres pol�ticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, coopera��o e rep�dio �s injusti�as, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;

  • posicionar-se de maneira cr�tica, respons�vel e construtiva nas diferentes situa��es sociais, utilizando o di�logo como forma de mediar conflitos e de tomar decis�es coletivas;

  • conhecer caracter�sticas fundamentais do Brasil nas dimens�es sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a no��o de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertin�ncia ao Pa�s;

  • conhecer e valorizar a pluralidade do patrim�nio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e na��es, posicionando-se contra qualquer discrimina��o baseada em diferen�as culturais, de classe social, de cren�as, de sexo, de etnia ou outras caracter�sticas individuais e sociais;

  • perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as intera��es entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;

  • desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confian�a em suas capacidades afetiva, f�sica, cognitiva, �tica, est�tica, de inter-rela��o pessoal e de inser��o social, para agir com perseveran�a na busca de conhecimento e no exerc�cio da cidadania;

  • conhecer e cuidar do pr�prio corpo, valorizando e adotando h�bitos saud�veis como um dos aspectos b�sicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em rela��o � sua sa�de e � sa�de coletiva;

  • utilizar as diferentes linguagens � verbal, matem�tica, gr�fica, pl�stica e corporal � como meio para produzir, expressar e comunicar suas id�ias, interpretar e usufruir das produ��es culturais, em contextos p�blicos e privados, atendendo a diferentes inten��es e situa��es de comunica��o;

  • saber utilizar diferentes fontes de informa��o e recursos tecnol�gicos para adquirir e construir conhecimentos;

  • questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolv�-los, utilizando para isso o pensamento l�gico, a criatividade, a intui��o, a capacidade de an�lise cr�tica, selecionando procedimentos e verificando sua adequa��o.

Objetivos gerais da Educa��o F�sica no Ensino Fundamental � PCN�S

  • Participar de atividades corporais, estabelecendo rela��es equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando caracter�sticas f�sicas e de desempenho de si pr�prio e dos outros, sem discriminar por caracter�sticas pessoais, f�sicas, sexuais ou sociais;

  • adotar atitudes de respeito m�tuo, dignidade e solidariedade em situa��es l�dicas e esportivas, repudiando qualquer esp�cie de viol�ncia;

  • conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifesta��es de cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo-as como recurso valioso para a integra��o entre pessoas e entre diferentes grupos sociais;

  • reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando h�bitos saud�veis de higiene, alimenta��o e atividades corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a pr�pria sa�de e de recupera��o, manuten��o e melhoria da sa�de coletiva;

  • solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos,regulando e dosando o esfor�o em um n�vel compat�vel com as possibilidades, considerando que o aperfei�oamento e o desenvolvimento das compet�ncias corporais decorrem de perseveran�a e regularidade e devem ocorrer de modo saud�vel e equilibrado;

  • reconhecer condi��es de trabalho que comprometam os processos decrescimento e desenvolvimento, n�o as aceitando para si nem para os outros,reivindicando condi��es de vida dignas;

  • conhecer a diversidade de padr�es de sa�de, beleza e est�tica corporal que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inser��o dentro da cultura em que s�o produzidos, analisando criticamente os padr�es divulgados pela m�dia e evitando o consumismo e o preconceito;

  • conhecer, organizar e interferir no espa�o de forma aut�noma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer,reconhecendo-as como uma necessidade b�sica do ser humano e um direito do cidad�o.

Procedimentos metodol�gicos

    Para a realiza��o desta pesquisa utilizou-se a abordagem qualitativa, tendo como instrumento de coleta de dados a an�lise documental (L�DKE e ANDR�, 1986). A an�lise documental, se constitui em uma ferramenta de abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informa��es obtidas por outras t�cnicas, seja desvelando aspectos novos de um dado tema ou problema.

    A an�lise de documentos � um m�todo de buscar dados e representar o conte�do do documento de maneira diferente da original, a fim de apresentar de outra forma a informa��o e facilitar ao observador a obten��o m�xima de informa��es (BARDIN, 1977). Neste estudo dois documentos principais foram analisados: Os Par�metros Curriculares Nacionais e a Lei de Diretrizes e Bases.

Resultados

    Os documentos norteadores da educa��o brasileira convergem as opini�es para a mesma dire��o, de que a Educa��o F�sica � respons�vel pelo desenvolvimento motor assim como tamb�m combate diversas doen�as ligadas ao sedentarismo como a diabetes, a obesidade, doen�as card�acas, promove o fortalecimento de m�sculos e articula��es, entre v�rios outros benef�cios. Para GALLAHUE (2005) o desenvolvimento motor � parte de todo o comportamento humano, o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento afetivo e o desenvolvimento motor, est�o estritamente relacionados.

    A LDB em seu artigo n� 26 � 3� fala da inclus�o da Ed. F�sica como componente curricular obrigat�rio da educa��o b�sica, �A Educa��o F�sica integrada � proposta pedag�gica da escola, � componente curricular da educa��o b�sica, ajustando-se �s faixas et�rias e �s condi��es da popula��o escolar sendo facultativa nos cursos noturnos� (BRASIL, MEC, Secretaria de Educa��o M�dia e Tecnol�gica, 1999, p. 45). Na LDB, encontramos de forma expl�cita a obrigatoriedade da educa��o f�sica em toda a Educa��o B�sica, isto � da Educa��o Infantil ao Ensino M�dio.

    Os Par�metros Curriculares Nacionais para a Educa��o F�sica escolar prop�e a reflex�o e discuss�o de tr�s aspectos: Princ�pio da Inclus�o, Princ�pio da Diversidade, Categorias de Conte�dos. A Inclus�o trabalha a inclus�o de todos os alunos na cultura corporal do movimento na escola, a Diversidade busca legitimar as diversas possibilidades de aprendizagem que a Educa��o F�sica estabelece nas dimens�es afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos e as Categorias de Conte�dos direcionam o processo de ensino e aprendizagem de forma completa: planejamento, aplica��o e avalia��o.

Refer�ncias

  • BARDIN, L. An�lise de conte�do. S�o Paulo: Edi��es 70, 1977. 225 p.

  • BARRETO, E. S. de S. Tend�ncias Recentes do Curr�culo do Ensino Fundamental no Brasil. In: BARRETO, E. S. de S. (Org.) Os curr�culos do Ensino Fundamental para as Escolas Brasileiras. S�o Paulo: Funda��o Carlos Chagas, 2000. p. 5-41.

  • CAPARROZ, Francisco E. Entre a Educa��o F�sica da escola e a Educa��o F�sica na escola: a Educa��o F�sica como componente curricular. Vit�ria: UFES, Centro de Educa��o F�sica e Desportos, 1997.

  • DARIDO, S.C. Educa��o f�sica na escola: a��es e reflex�es. Araras, Top�zio, 1999.

  • FERREIRA, L.A.; RAMOS, G.N.S. Par�metros curriculares nacionais: educa��o f�sica e sa�de. Corpoconsci�ncia, v.5, p.55-63, 2000.

  • GALLAHUE, Ozmun. Compreendendo o desenvolvimento motor de beb�s, crian�as, adolescentes e adultos. S�o Paulo: Photer, 2005.

  • LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCA��O NACIONAL � LDB n�9. 394 de 20 de dezembro de 1996.

  • LIB�NEO, J.C. Democratiza��o da escola p�blica: a pedagogia cr�tico-social dos conte�dos. S�o Paulo, Loyola, 1985.

  • L�DKE, M.; ANDR�, M. Pesquisa em educa��o: abordagens qualitativas. S�o Paulo: EPU, 1986. 99 p.

  • MEC - Ensino fundamental de nove anos : orienta��es para a inclus�o da crian�a de seis anos de idade / organiza��o Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aric�lia Ribeiro do Nascimento. �Bras�lia : Minist�rio da Educa��o, Secretaria de Educa��o B�sica, 2007. 135 p. : il.

  • MOREIRA, A.F.B. Os par�metros curriculares nacionais em quest�o. Educa��o & Realidade, v.21, n.1, p.9- 22, 1996.

  • SANT�ANA, Diogo C. Curr�culo, projetos de trabalho e intelig�ncias m�ltiplas. Florian�polis: UFSC, Centro de Ci�ncias F�sicas e Matem�ticas, Curso de Matem�tica. 2002.

  • SOUZA, M.T.C.C. Temas transversais em educa��o; bases para uma educa��o integral. Educa��o & Sociedade, n.62, p.179-83, 1998.

  • SOUZA, E.S.; VAGO, T.M. A educa��o f�sica e as diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental. Presen�a Pedag�gica, v.5, n.26, 1999.

  • TAFFAREL, C. Os par�metros curriculares nacionais. In: COL�GIO BRASILEIRO DE CI�NCIAS DO ESPORTE, org. Educa��o f�sica escolar frente � LDB e aos PCN�s: profissionais analisam renova��es, modismos e interesses. Iju�, Sedigraf, 1997. p.25-61.

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Qual é o documento mais importante da escola?

O Projeto Político Pedagógico, ou PPP, é o documento normativo mais importante da escola. Por isso, é considerado por muitos como a “alma” de uma instituição de ensino.

Quais são os documentos que regem a educação brasileira?

Atualmente, os documentos que norteiam a educação básica são a Lei nº 9.394, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e o Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso Nacional em 26 de junho de 2014.

Como organizar pasta escolar?

Organize os documentos por categorias Ou seja, toda pasta que entrar deve ir diretamente para a sua posição na categoria. Uma sugestão também é etiquetar ou adesivar as pastas com cores distintas, de acordo com a categorização, para que sejam localizados mais facilmente.

O que é proposta pedagógica de uma escola?

A proposta pedagógica é a identidade da escola: estabelece as diretrizes básicas e a linha de ensino e de atuação na comunidade. Ela formaliza um compromisso assumido por professores, funcionários, representantes de pais e alunos e líderes comunitários em torno do mesmo projeto educacional.