Qual a importância do estudo teórico para a elaboração da prática pedagógica?

A IMPORT�NCIA DA AULA PR�TICA PARA A CONSTRU��O SIGNIFICATIVA DO CONHECIMENTO: A VIS�O DOS

�PROFESSORES DAS CI�NCIAS DA NATUREZA

Sarah Luchese Peruzzi�

Luciana Fofonka

Resumo

A aula pr�tica constitui um importante recurso metodol�gico facilitador do processo de ensino-aprendizagem nas disciplinas da �rea das Ci�ncias da Natureza. Atrav�s da experimenta��o, alia teoria � pr�tica e possibilita o desenvolvimento da pesquisa e da problematiza��o em sala de aula, despertando a curiosidade e o interesse do aluno. Transforma o estudante em sujeito da aprendizagem, possibilitando que o mesmo desenvolva habilidades e compet�ncias espec�ficas. Nesse contexto, o presente artigo objetivou analisar, atrav�s de uma pesquisa quali-quantitativa realizada com dez professores das �reas das Ci�ncias da Natureza, a import�ncia da aula pr�tica para a constru��o significativa do conhecimento do aluno na vis�o do professor. Com a an�lise dos resultados obtidos na pesquisa foi poss�vel observar que os docentes concordam e acreditam que a aula pr�tica seja um recurso importante no processo de desenvolvimento da aprendizagem significativa do aluno. Por�m, foi poss�vel perceber que a frequ�ncias dessas aulas � muito reduzida e que existem v�rios fatores que contribuem para esse fato, entre eles se sobressai � quest�o da falta de material para a elabora��o dos experimentos.

Palavras-Chave: Aula Pr�tica. Ci�ncias da Natureza. Educa��o.

1 INTRODU��O

����������� No contexto atual observa-se uma constante busca pelo aperfei�oamento dos processos educativos, visto que o modelo de educa��o tradicional tem sido alvo de muitas cr�ticas. Nota-se a necessidade de aliar educa��o � inova��o, criatividade e moderniza��o na sala de aula, visando atingir uma gera��o cada vez mais informada e tecnol�gica, onde a aula tradicional esta perdendo espa�o.

����������� Para Penin e Vasconcellos (1994; 1995 apud DEMO, 2011, p.9) �a aula que apenas repassa conhecimento, ou a escola que somente se define como socializadora do conhecimento, n�o sai do ponto de partida, e, na pr�tica, atrapalha o aluno, porque o deixa como objeto de ensino e instru��o. Vira treinamento�. Por tanto, para possibilitar a aprendizagem significativa � necess�rio transformar o aluno em sujeito da a��o de aprender.

����������� Segundo Demo (2011, p. 41), cabe ao professor competente conduzir essa aprendizagem significativa, orientando o aluno permanentemente para expressar-se de maneira fundamentada, exercitar o questionamento e formula��o pr�pria, reconstruir autores e teorias e cotidianizar a pesquisa.

����������� O docente pode utilizar diferentes recursos, com o objetivo de tornar o conte�do te�rico mais interessante, motivador e pr�ximo da realidade. O uso de apresenta��es de slides, v�deos, debates, feiras, atividades pr�ticas, entre outros, procura tornar mais f�cil o aprendizado e compreens�o dos conte�dos program�ticos. Nas disciplinas da �rea de Ci�ncias da Natureza as sa�das de estudos e as aulas pr�ticas em laborat�rios tornam-se importantes instrumentos de pesquisa, permitindo ao aluno experimentar situa��es problematizadas e vivenciar a teoria trabalhada em sala de aula.

����������� Demo (2011, p. 13) salienta que base da educa��o escolar � a pesquisa, e atrav�s dela � poss�vel desenvolver no aluno o questionamento sist�mico e reconstrutivo da realidade. Essa reconstru��o compreende o conhecimento inovador e sempre renovado, tendo como base a consci�ncia cr�tica. Dessa forma, o aluno inclui a sua pr�pria interpreta��o, formula��o pessoal, aprende a aprender e a saber pensar.

����������� Diante dessa realidade, esse artigo objetiva analisar a vis�o do professor da �rea das Ci�ncias da Natureza sobre a import�ncia da viv�ncia da aula pr�tica na constru��o e/ou aperfei�oamento do conhecimento do aluno. Para tanto, foi elaborado um question�rio quali-quantitativo aplicado a dez professores das �reas das Ci�ncias da Natureza do Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino M�dio de escolas das redes p�blicas e particulares.

2 AULAS PR�TICAS NA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

����������� A busca por um modelo de ensino focado no ensino-aprendizagem significativo transcende a abordagem tradicional, baseada na transfer�ncia de informa��es do educador para o educando de maneira unidirecional, e procura desenvolver um sujeito cr�tico e questionador, reconstrutor da realidade.

����������� Muitos modelos de ensino atuais baseiam-se na teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget. Segundo ele, a mente humana tende a funcionar em equil�brio e a aumentar constantemente seu grau de organiza��o interna e de adapta��o ao meio. Quando submetida a novas informa��es esse equil�brio � rompido e a mente reestrutura-se, construindo novos esquemas de assimila��o e buscando atingir novamente o equil�brio, permitindo assim o desenvolvimento cognitivo (MOREIRA, 1999). Dessa forma, ensinar significa provocar o desequil�brio na mente do aluno para que ele, procurando o reequil�brio, se reestruture cognitivamente e aprenda.

����������� Outra quest�o importante, que vai ao encontro da teoria da aprendizagem construtivista de Vygostsky e Piaget, salienta que os conhecimentos pr�vios dos alunos devem ser valorizados, pois s�o importantes na constru��o de estruturas mentais. Os mapas conceituais j� formados permitem descobrir e redescobrir outros conhecimentos (VON LINSINGEN, 2010, p. 114).

����������� Conforme Von Linsingen (2010, p. 114) �o ideal � articular as diferentes abordagens de acordo com a situa��o de ensino�. O uso de teorias de ensino diferentes enriquece o trabalho em sala de aula, por tanto, podemos somar, por exemplo, a abordagem construtivista e a cognitiva objetivando qualificar o processo de aprendizagem.

����������� Nessas perspectivas, as atividades experimentais constituem uma relevante ferramenta que permite ao professor constatar e problematizar o conhecimento pr�vio dos seus alunos, estimular a pesquisa, a investiga��o e a busca da solu��o de problemas. A postura experimental permite � explora��o do novo e � incerteza de se alcan�ar os resultados esperados da pesquisa, al�m da ideia de tornar o aluno o sujeito da a��o (FRACALANZA et al., 1986 apud RONQUI, 2009).

����������� A experimenta��o possibilita ao estudante pensar sobre o mundo de forma cient�fica, ampliando seu aprendizado sobre a natureza e estimulando habilidades, como a observa��o, a obten��o e a organiza��o de dados, bem como a reflex�o e a discuss�o. Assim � poss�vel produzir conhecimento a partir de a��es e n�o apenas atrav�s de aulas expositivas, tornando o aluno o sujeito da aprendizagem (VIVIANI; COSTA, 2010, p. 50-51).

� ��������� Nas disciplinas da �rea das Ci�ncias da Natureza, as aulas pr�ticas de laborat�rio s�o de fundamental import�ncia, pois permitem que os alunos experienciem o conte�do trabalhado em aulas te�ricas, conhecendo e observando organismos e fen�menos naturais, manuseando equipamentos, entre outras coisas interessantes (RESES, 2010, p. 66). Segundo Viviani e Costa (2010, p.57) as atividades pr�ticas s�o um recurso ou complemento �s aulas te�ricas.

����������� Por�m � preciso ter cuidado ao planejar essas atividades para garantir que as mesmas proporcionem um espa�o de reflex�o, desenvolvimento e constru��o de ideias, ao lado de conhecimentos de procedimentos e atitudes, n�o se limitando a nomea��es e manipula��es de vidrarias e reagentes (BRASIL, 1998 apud RONQUI, 2009).

����������� Para Ronqui (2009) as aulas pr�ticas t�m seu valor reconhecido. Elas estimulam a curiosidade e o interesse de alunos, permitindo que se envolvam em investiga��es cient�ficas, ampliem a capacidade de resolver problemas, compreender conceitos b�sicos e desenvolver habilidades. Al�m disso, quando os alunos se deparem com resultados n�o previstos, desafia sua imagina��o e seu racioc�nio. As atividades experimentais, quando bem planejadas, s�o recursos important�ssimos no ensino.

����������� Apesar disso, contata-se que essas atividades representam uma parcela muito pequena das aulas realizadas. Para Viviani e Costa (2010, p. 50) uma das dificuldades do processo de ensino-aprendizagem nas aulas de Ci�ncias e Biologia � a falta de atividades pr�ticas e, consequentemente, a car�ncia da aproxima��o dos conte�dos abordados com a realidade do aluno. ���� Algumas hip�teses para esse fato s�o: a falta de tempo para a prepara��o do material, a inseguran�a no controle da turma, a falta de conhecimento para organizar experi�ncias e a car�ncia de equipamentos e instala��es adequadas.

2.1 A PESQUISA

����������� Dessa forma, o presente artigo analisou, atrav�s de uma pesquisa quali-quantitativa, a import�ncia da aula pr�tica na constru��o do conhecimento do aluno na vis�o do educador.

����������� Para realizar essa pesquisa foi elaborado um question�rio que consta de sete perguntas principais sobre o tema �Aulas Pr�ticas� (AP�NDICE I). O mesmo foi impresso e entregue para dez professores das �reas das Ci�ncias da Natureza do Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino M�dio, de escolas da rede de ensino p�blica e privada. Dentre as escolas havia uma escola municipal de ensino fundamental de Porto Alegre, duas escolas estaduais de ensino m�dio, sendo uma em Porto Alegre e outra em Gravata�, e uma escola de ensino m�dio da rede privada de Porto Alegre.

����������� Para as perguntas: �As aulas pr�ticas contribuem para constru��o de conhecimento significativo do aluno (ensino-aprendizagem)?�; �As atividades pr�ticas contribuem para o desenvolvimento de habilidades e compet�ncias do aluno?� e �As aulas pr�ticas despertam o interesse do aluno sobre o assunto trabalhado?� os professores pesquisados concordaram unanimemente. J� para a pergunta �Atrav�s da aula pr�tica � poss�vel trabalhar a problematiza��o no ensino de Ci�ncias?� dos dez entrevistados apenas um dos professores concordou parcialmente.

����������� Todos os pesquisados realizam aulas pr�ticas, por�m com frequ�ncia vari�vel conforme o gr�fico - figura 1. Quando perguntados em rela��o ao objetivo da aula as respostas est�o apresentadas no gr�fico � figura 2.

Qual a importância do estudo teórico para a elaboração da prática pedagógica?

Figura 1. Gr�fico de frequ�ncia de aulas pr�ticas. Fonte: Sarah Luchese Peruzzi, 2013.

Qual a importância do estudo teórico para a elaboração da prática pedagógica?

Figura 2. Gr�fico de objetivos da realiza��o da aula pr�tica. Fonte: Sarah Luchese Peruzzi, 2013.

����������� O gr�fico da figura 1 mostra que a maioria dos professores realiza as atividades pr�ticas numa frequ�ncia trimestral.������� Quanto ao objetivo dessas aulas, os pesquisados poderiam escolher mais de uma alternativa. Nove indicaram que utilizam essa metodologia para complementar a teoria previamente trabalhada em sala de aula e quatro para introduzir uma mat�ria nova. Al�m disso, dois professores marcaram a op��o outros.

����������� Para a pergunta: �Tu encontra dificuldades na realiza��o de aulas pr�ticas?� a grande maioria respondeu sim. E quando perguntados sobre quais dificuldades encontras, as respostas se dividiram em falta de material, falta de tempo e dificuldade de desenvolver aula pr�tica para alguns conte�dos conforme mostra o gr�fico � figura 3. Essa quest�o tamb�m permitia

A marca��o de mais de uma op��o.�

Qual a importância do estudo teórico para a elaboração da prática pedagógica?

Figura 3. Gr�fico sobre as dificuldades encontradas na elabora��o de aulas pr�ticas.

Fonte: Sarah Luchese Peruzzi, 2013.

����������� Cinco professores indicaram que utilizam recursos tecnol�gicos nas aulas.� Para a pergunta �A aula pr�tica pode constituir um instrumento avaliativo?� dois pesquisados concordam parcialmente e o restante concorda. E para a �ltima quest�o �A aula pr�tica se enquadra nas boas pr�ticas pedag�gicas e na inova��o?� dois pesquisados concordaram parcialmente, quando o restante concordou.

3 SUGEST�ES DE ATIVIDADES PR�TICAS

����������� Tendo em vista que o presente artigo enfatiza a import�ncia da aula pr�tica, segue abaixo algumas sugest�es de atividades que possibilitam desenvolver a experimenta��o:

-������ Sa�da de estudos sobre fatores bi�ticos e abi�ticos e/ou sobre plantas e fungos no p�tio da escola: Essa atividade explora o ambiente da escola, permite que o professor e os alunos reconhe�am esse local e identifiquem fatores n�o vivos, como as constru��es e m�veis, e fatores vivos, como plantas, fungos e alguns animais encontrados no local, torna os estudantes detetives da natureza;

-������ Aula pr�tica de Microscopia: �Observa��o de c�lulas animais (esfrega�o da bochecha) e vegetal (planta aqu�tica Elodia sp.)�: Para a realiza��o dessa aula � necess�rio que a escola tenha um laborat�rio com microsc�pios �pticos, al�m disso, s�o necess�rias l�minas e lam�nulas, palito de picol�, corante azul de metileno e a planta aqu�tica. Os alunos devem, com o auxilio do professor, montar as l�minas com os materiais biol�gicos animal e vegetal e observ�-las ao microsc�pio;

-������ Aula pr�tica do sistema sensorial: �Estimulando os cinco sentidos�: Essa aula permite ao docente explorar diferentes sensa��es nos estudantes, possibilitando um melhor entendimento da �ntima rela��o entre os sistemas nervoso e sensorial. � preciso montar cinco experimentos, um para cada sentido (vis�o, gusta��o, tato, olfato e audi��o) e para facilitar a prepara��o do material divida os alunos em grupos de cinco e cada integrante do grupo dever� escolher um sentido para experienciar e relatar para os colegas:

-������� Vis�o: com uma lupa manual e uma folha de papel vegetal, pr�ximo a uma janela � poss�vel observar como a imagem se forma na retina e entender de forma pr�tica o processo da vis�o; a pessoa deve parar de frente para a janela, n�o muito pr�ximo, e colocar em frente ao seu rosto o papel vegetal, em seguida, posicionar a lupa entre a folha e a janela, observando a imagem que se forma;

-������� Gusta��o: para estimular os quimiorreceptores da l�ngua e tamb�m do nariz, prepare tr�s solu��es: �gua com a��car (� preciso saber se existem alunos diab�ticos), �gua com sal e suco de lim�o sem a��car; pingue as solu��es, uma de cada vez, na l�ngua do estudante e pe�a para que ele interprete o gosto sentido (se o aluno quiser, pode vendar os olhos);

-������� Tato: pegue duas caixas de isopor que caibam uma m�o aberta dentro e uma terceira caixa um pouco maior; em uma das caixas coloque �gua bem gelada, em outra coloque �gua quente (cuidado para n�o ser muito quente) e na �ltima caixa coloque �gua a temperatura ambiente; os alunos devem colocar ao mesmo tempo uma m�o na �gua quente e a outra na �gua fria, em seguida deve colocar as duas m�os, tamb�m ao mesmo tempo, na �gua a temperatura ambiente, relatando as sensa��es sentidas; esse experimento permite estimular os termorreceptores presentes na pele;

-������� Olfato: pegue diferentes subst�ncias com odores distintos, como chocolate em p�, caf�, canela, amaciante de roupa, leite, aproxime do nariz do estudante para estimular seus quimiorreceptores e pe�a para ele identifique os cheiros sentidos (se o aluno quiser, pode vendar os olhos);

-������� Audi��o: pegue um diapas�o e outra estrutura de metal qualquer, bata o diapas�o no metal, e aproxime-o da orelha do aluno que deve relatar o que percebeu da experi�ncia; tamb�m � poss�vel prende um fio de n�ilon em dois diapas�es e, batendo com o metal em um deles, observar as ondas sonoras se propagando pelo fio;

-������ Aula pr�tica do sistema nervoso: �Ca�a ao tesouro (decifrando pista)�: Para a realiza��o dessa aula � preciso dividir a turma em aproximadamente seis grupos e produzir um tesouro e uma pista para cada grupo. Os tesouros podem ser caixas de papel�o com balas, por exemplo, e devem ser escondidos pela escola, e as pistas devem ser elaboradas de acordo com a localiza��o do mesmo. Escolha uma frase para cada pista e crie um c�digo para cada uma, transformando as letras em n�meros ou embaralhando-as, invertendo as palavras, escrevendo com giz de cera branco, entre outras op��es. Pe�a que os alunos listarem todas as a��es realizadas durante a atividade (decifrar a pista, respirar, andar, etc.) e posteriormente relacione-as com as fun��es de coordena��o do corpo executadas pelo sistema nervoso;

-������ Aula pr�tica �Cultivando bact�rias e fungos�: Para essa atividade � necess�rio que o professor prepare previamente o meio de cultura (gelatina, a��car e um pouco de �gua) e distribua-o em aproximadamente quatro recipientes pequenos com tampa. Com um cotonete os alunos dever�o coletar material em diferentes locais, como no sapato, no p�, no bebedouro, entre outras op��es, e espalhar esse material sobre o meio de cultura. Posteriormente deve colocar dois recipientes em local quente e �mido e os outros dois em local mais ensolarado, observando o crescimento dos micro-organismos. Se a escola tiver microsc�pios e se houver crescimento bacteriano, pode-se preparar uma l�mina com esses seres vivos para observa��o.

����������� � importante ressaltar que para aprimorar o desenvolvimento das atividades acima se torna indispens�vel � elabora��o de um roteiro de aula pr�tica. Esse pode ser entregue em uma folha ou ent�o copiado no caderno.

4 CONSIDERA��ES FINAIS

����������� Com a an�lise do question�rio � poss�vel identificar que h� uma concord�ncia entre os pesquisados em rela��o � import�ncia da aula pr�tica para a constru��o do conhecimento significativo do aluno. Al�m disso, a maioria acredita que essas atividades contribuem para o desenvolvimento de habilidades e compet�ncias, permitem trabalhar a problematiza��o em sala de aula e despertam o interesse do aluno.

����������� Um dos professores pesquisados comentou, no espa�o destinado para isso: �Acredito que tanto as aulas pr�ticas como as sa�das de campo s�o instrumento imprescind�veis para a forma��o do cidad�o cr�tico e do pensamento cient�fico-metodol�gico. Al�m de elucidarem os assuntos j� trabalhados dentro do �mbito te�rico, estes instrumentos (semelhantes em apar�ncia, estrutura e objetivos) proporcionam e impulsionam a gera��o de novas quest�es e ideias, mat�ria-prima das ci�ncias�.

����������� Todos os educadores pesquisados realizam aulas pr�ticas e observa-se que a frequ�ncia dessas aulas indicada pela maioria � trimestral, por tanto, s�o realizadas entorno de tr�s aulas pr�ticas durante todo o ano letivo. Apenas um professor realiza essas atividades quinzenalmente e dois mensalmente. Essas aulas s�o desenvolvidas com o objetivo principal de complementar a teoria previamente trabalhada em sala de aula refor�ando e fixando o conte�do e tamb�m s�o utilizadas, por alguns, para introduzir uma nova mat�ria. Dois pesquisados as realizam para despertar o interesse do aluno, levantar questionamentos e trabalhar a responsabilidade em sala de aula.

����������� Conforme Luca (2007, p. 120 apud VIVIANI; COSTA, 2010) as atividades pr�ticas precisam estar vinculadas a aula te�ricas, pois quando desenvolvidas sem fundamenta��o te�rica n�o favorecem o processo de aprendizagem.

����������� Os professores apontaram que a maior dificuldade para a realiza��o dessas aulas � a falta de material, seguido da falta de tempo e, por �ltimo, a dificuldade de desenvolver aula pr�tica para alguns conte�dos. Um dado interessante apresentado foi que ningu�m apontou o item falta de espa�o f�sico (laborat�rio), por tanto esse n�o � um fator limitante para o grupo. No espa�o destinado aos coment�rios um professor relata: �certos conte�dos s�o dif�ceis de demonstrar de maneira pr�tica, principalmente os de 8� ano, onde os v�deos s�o mais interessantes. A falta de material na escola e a demora para serem adquiridos dificulta o trabalho planejado. A falta de interesse dos alunos tamb�m atrapalha, pois eles te desmotivam, dizendo que tudo � chato, e etc. Mas ainda h� alunos bem interessados.�

����������� Segundo Silva e Zaton (2000, p.182 apud VIVIANI; COSTA, 2010) os docentes, de modo geral, indicam que a car�ncia de aulas pr�ticas est� relacionada com a falta de materiais, o n�mero elevado de alunos por turma e a reduzida carga hor�ria.

����������� Para Viviani e Costa (2010, p.53) os materiais utilizados em atividades experimentais, na maioria dos casos, s�o de baixo custo e f�ceis de serem conseguidos ou improvisados, caso isso n�o comprometa o experimento. � necess�rio adequar-se, da melhor maneira poss�vel, a realidade da escola. Para tanto, � preciso usar a criatividade, for�a de vontade e disposi��o.

����������� Dessa forma, o professor pode procurar refer�ncias em livros did�ticos, artigos cient�ficos e sites da internet, buscando roteiros que sejam vi�veis ou que possibilitem adapta��es. Como exemplo de fonte de pesquisa o site Monografias � Escola Brasil (2013) traz o artigo �Laborat�rio Divergente Alternativo para o Ensino de F�sica�, al�m dos artigos �Construindo aparelhagens de laborat�rio com materiais alternativos - PIBID/IFPB� (2013) e �A utiliza��o de materiais alternativos no ensino de Qu�mica: um estudo de caso na E.E.E.M. Liberdade do munic�pio de Marab�-Par� (2013), entre muitos outros.

����������� Cinco professores apontaram que utilizam recursos tecnol�gicos para desenvolver e enriquecer as atividades pr�ticas, como computador para pesquisa, proje��es, telefones celulares e tablets. Machado e Santos (2004, p. 235 apud VIVIANI; COSTA, 2010) citam que as tecnologias fornecem boas perspectivas para aprimorar as pr�ticas educacionais.

����������� A an�lise das duas �ltimas quest�es �A aula pr�tica pode constituir um instrumento avaliativo?� e �A aula pr�tica se enquadra nas boas pr�ticas pedag�gicas e na inova��o?� permite concluir a import�ncia dessa ferramenta metodol�gica como instrumento avaliativo, al�m de ser considerada pelo grupo uma boa pr�tica pedag�gica. Segundo Reses (2010, p. 58) no processo de ensino-aprendizagem a avalia��o deve ser uma atividade constante, que permeia as pr�ticas pedag�gicas.

����������� Atrav�s da an�lise geral das perguntas do question�rio aplicado, podemos concluir que o grupo pesquisado considera importante o desenvolvimento de aulas pr�ticas e busca realiz�-las, por�m encontra algumas dificuldades. Provavelmente essas dificuldades se reflitam na frequ�ncia reduzida de aula pr�ticas realizadas durante o ano letivo.

����������� Al�m disso n�o houve diferen�as significativas entre as respostas de professores de escolas p�blicas e privadas para as respostas do question�rio.

�����������

REFER�NCIAS

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 7. ed. Campinas: Autores Associados, 2011.

DEMO, Pedro. Educa��o e conhecimento: rela��o necess�ria, insuficiente e controversa. Petr�polis, Vozes, 2000.

DIAS, J.H.R. et al. A utiliza��o de materiais alternativos no ensino de Qu�mica: um estudo

de caso na E. E. E. M. Liberdade do munic�pio de Marab�-Par�. 36� Reuni�o Anual da Sociedade Brasileira de Qu�mica. Dispon�vel em: http://www.eventoexpress.com.br/cd-36rasbq/resumos/T0744-1.pdf. Acesso em 11 de Dezembro de 2013.

LORENZO, J. G. F. et al. Construindo aparelhagens de Laborat�rio com materiais alternativos - PIBID/IFPB. Congresso Norte � Nordeste de Pesquisa e Inova��o - 2010. Dispon�vel em:� http://connepi.ifal.edu.br/ocs/anais/conteudo/anais/files/conferences/1/schedConfs/1/papers/1183/public/1183-5393-1-PB.pdf. Acesso em 11 de Dezembro de 2013.

MONOGRAFIAS BRASIL ESCOLA. Dispon�vel em: http://monografias.brasilescola.com/fisica/laboratorio-divergente-alternativo-para-ensino-fisica.htm. Acesso em 11 de Dezembro de 2013.

MOREIRA, Marco Ant�nio.(1999). Aprendizagem significativa. Bras�lia: Editora da UnB. Revisado em 2012.

RESES, Gabriela de Leon N�brega. Did�tica e Avalia��o no Ensino de Ci�ncias Biol�gicas. Centro Universit�rio Leonardo da Vinci � Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2010.

RONQUI, Ludimilla; SOUZA, Marco Rodrigo de; FREITAS, Fernando Jorge Coreia de. A import�ncia das atividades pr�ticas na �rea de biologia. Revista cient�fica da Faculdade de Ci�ncias Biom�dicas de Cacoal � FACIMED. 2009. Cacoal � RO. Dispon�vel em: http://www.facimed.edu.br/site/revista/pdfs/8ffe7dd07b3dd05b4628519d0e554f12.pdf. Acesso em 03 de Dezembro de 2013.

VIVIANI, Daniela; COSTA, Arlindo. Pr�ticas de Ensino de Ci�ncias Biol�gicas.� Centro Universit�rio Leonardo da Vinci � Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2010.

VON LINSINGEN, Luana.� Ci�ncias Biol�gicas e os PCNs. Centro Universit�rio Leonardo da Vinci � Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2010.

AP�NDICE 1 � QUESTION�RIO SOBRE AULAS PR�TICAS

________________________________________________________________________

Nome:

Professor de: (� ) Ci�ncias � EF� (� ) Biologia EM� (� ) Qu�mica EM� (� ) F�sica EM

Escola da rede: (� ) Privada �(� ) P�blica Municipal (� ) P�blica Estadual

����������������������� � (� ) Ensino Fundamental� (� ) Ensino M�dio�����������

Nome da Escola:

___________________________________________________________________________

1. As aulas pr�ticas contribuem para constru��o de conhecimento significativo do aluno (ensino-aprendizagem)?

(� ) Concordo� (� ) Concordo Parcialmente� (� ) Discordo

2. As atividades pr�ticas contribuem para o desenvolvimento de habilidades e compet�ncias do aluno?

(� ) Concordo� (� ) Concordo Parcialmente� (� ) Discordo

3. Atrav�s da aula pr�tica � poss�vel trabalhar a problematiza��o no ensino de Ci�ncias?

(� ) Concordo� (� ) Concordo Parcialmente� (� ) Discordo

4. A aula pr�tica desperta o interesse do aluno sobre o assunto trabalhado?

(� ) Concordo� (� ) Concordo Parcialmente� (� ) Discordo

5. Tu realizas aulas pr�ticas?

(� ) Sim� (� ) N�o

Se a tua resposta para a quest�o 5 for �Sim�:

5.1. Com qual frequ�ncia?

(� )Trimestral� (� ) Mensal� (� ) Quinzenal� (� ) Semanal� (� ) N�o definido

5.2. Tu utilizas as atividades pr�ticas para:

(� ) complementar a teoria j� trabalhada em sala de aula.

(� ) introduzir uma mat�ria nova.

(� ) outros.______________________________________________________

5.3 Tu utilizas recursos tecnol�gicos para desenvolver as atividades pr�ticas?

(� ) Sim� (� ) N�o�

Se sim, qual (is)?_________________________________________________

5.4. Tu encontras dificuldades na realiza��o de aulas pr�ticas?

(� ) Sim� (� ) N�o�

Se sim, qual (is)?

(� ) Falta de espa�o f�sico (laborat�rio)�

(� ) Falta de material

(� ) Falta de tempo

(� ) Dificuldade de desenvolver aula pr�tica para alguns conte�dos

6. A aula pr�tica pode constituir um instrumento avaliativo?

(� ) Concordo� (� ) Concordo Parcialmente� (� ) Discordo

7. A aula pr�tica se enquadra nas boas pr�ticas pedag�gicas e na inova��o?

(� ) Concordo� (� ) Concordo Parcialmente� (� ) Discordo

O espa�o abaixo � destinado a coment�rios, cr�ticas e sugest�es:

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Qual a importância da teoria para a prática pedagógica?

Qual a importância de estudar a teoria e como isso ajuda na prática? A teoria é uma parte indispensável para o aprendizado dos estudantes no período da graduação. Por meio dela, o aluno forma as bases do conhecimento sobre a sua área de atuação e direciona sua trajetória no mercado de trabalho.

Qual a importância do conhecimento teórico para a prática do professor?

Entendendo as teorias na prática pedagógica Além disso, outro benefício que a base teórica proporciona ao educador é o poder de buscar a compreensão da prática pedagógica vigente de maneira que ela consiga ser observada, estudada e modificada pelos agentes (professores, educadores), caso seja necessário.

Qual a importância do conhecimento teórico antes de realizar a atividade prática?

O conhecimento teórico e prático aliado ao espírito crítico são requisitos básicos para um profissional da educação nos dias atuais. O aluno/pesquisador ao aproximar-se da realidade observada busca intervir na mesma realidade que está pesquisando.

Qual é a importância do estudo das teorias de aprendizagem?

As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento.