Em uma caravela-portuguesa encontros divisão de trabalho.por quê

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268 Capítulo Neste capítulo 13 As interações ƒƒ ecológicas entre seres vivos de uma mesma espécie. As interações ƒƒ ecológicas entre seres vivos de espécies diferentes. As interações que os indivíduos de uma espécie mantêm com indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes para obter os recursos necessários para sua sobrevivência e reprodução consti- tuem as relações ecológicas. Essas inte- rações permitem que eles se alimentem, encontrem abrigos, se acasalem, cuidem Relações ecológicas da prole, etc. Algumas dessas interações, no entanto, tornam-se prejudiciais aos indivíduos, especialmente quando os recursos do meio são escassos. Este ca- pítulo trata da enorme diversidade de in- terações que os indivíduos mantêm entre si para garantir os seus meios de sobrevi- vência e de reprodução. > Os caranguejos-ermitões mantêm uma relação muito interessante com algumas espécies de moluscos e de anêmonas. É comum encontrar esses caranguejos dentro de conchas de moluscos mortos, onde se abrigam, já que possuem o abdome mole. Algumas vezes, o caranguejo chega a matar o molusco que possui a concha que lhe interessa. Além disso, ele pode colocar algumas anêmonas sobre a concha para aumentar sua proteção, pois as anêmonas possuem tentáculos urticantes que impedem a aproximação de predadores. A anêmona, por sua vez, aumenta sua mobilidade utilizando o caranguejo como carona, além de aproveitar as sobras de seus alimentos. 3P_EMB3_LA_U03_C13_268A287.indd 268 26.10.09 17:20:21 269 Relações ecológicas Como vimos no capítulo anterior, os indivíduos de uma espécie in- teragem entre si e com os membros de outras espécies da comunida- de ecológica a que pertencem. Essas interações, denominadas relações ecológicas, ocorrem devido às atividades dos organismos para obter os recursos necessários à sua sobrevivência e reprodução. Conforme as características próprias da espécie e do nicho ecológico que ela ocupa, os recursos necessários à sua sobrevivência podem variar bastante, in- cluindo desde água, alimento e abrigo até condições específicas de luz, temperatura e umidade, disponibilidade de material para a construção de ninhos, condições necessárias para o acasalamento, etc. As relações ecológicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espé- cie, sendo denominadas relações intraespecíficas, ou entre indivíduos de espécies diferentes, recebendo o nome de relações interespecíficas. Algumas relações promovem benefícios para as duas partes envolvi- das. Outras são benéficas para uma parte e indiferentes, ou neutras, para a outra. Nesses casos as relações são ditas harmônicas. Existem muitos exemplos de relações harmônicas, como a organização social das abelhas, em que a divisão de trabalho beneficia toda a colmeia, ou das plantas epí- fitas, que se fixam a outras plantas sem, contudo, prejudicá-las. Mas há relações, ditas desarmônicas, nas quais o benefício de um indivíduo sig- nifica necessariamente o prejuízo de outro. Esse é o caso da relação entre predadores e presas ou da competição por alimentos. Convém lembrar que, na natureza, um mesmo indivíduo pode man- ter tanto relações intra como interespecíficas, algumas harmônicas, ou- tras desarmônicas. O quadro a seguir apresenta as diversas relações ecológicas que serão detalhadas ao longo deste capítulo. Relações intraespecíficas   > Na natureza, um indivíduo mantém relações ecológicas de vários tipos ao mesmo tempo. Na fotografia, o búfalo d’água, animal que se alimenta de gramíneas, beneficia-se da proteção do grupo de indivíduos da sua espécie e da presença do pica-bois-de- -bico-vermelho, uma ave que se alimenta de carrapatos, livrando-o desses parasitas. Colônia Seres vivos da mesma espécie que vivem em grupos, interagindo de maneira vantajosa para todos. Os indivíduos da colônia são fisicamente dependentes uns dos outros e podem ou não apresentar diferenças na forma e na função. Sociedade Uma sociedade é caracterizada pela divisão de trabalho, cooperação e comunicação entre os indivíduos que a compõem. Esses indivíduos são fisicamente independentes, mas compartilham o local em que vivem. Competiçãoƒƒ intraespecífica Disputa entre indivíduos da mesma espécie por um recurso importante para todos, como alimento, espaço, etc. > A caravela portuguesa (Physalia physalis) é uma colônia flutuante, composta de diversas formas animais da mesma espécie. Neste caso, cada uma possui funções específicas que auxiliam a sobrevivência de toda a colônia. > As vespas (Vespula vulgaris), assim como abelhas, formigas e cupins, são insetos que vivem em sociedade. > A anêmona Anthopleura elegantissima protege seu território de invasores da mesma espécie com tentáculos venenosos. 3P_EMB3_LA_U03_C13_268A287.indd 269 26.10.09 17:20:31 270 Relações ecológicas 13 Relações interespecíficas   Parasitismo Uma espécie vive em outra e se alimenta dela. Inquilinismo Uma espécie fixa-se à estrutura externa ou vive no interior de outra, sem causar prejuízo a esta. Protocooperação Ambas as espécies se beneficiam da associação, mas podem viver sem a mesma. Comensalismo Uma das espécies é beneficiada por obter recursos alimentares graças a outra, para a qual a relação é neutra. Mutualismo Ambas as espécies se beneficiam da associação e não podem viver sem a mesma. Competiçãoƒinterespecífica Disputa entre indivíduos de espécies diferentes por um recurso que seja importante para ambas. Predação Um ser vivo se alimenta de outro, de espécie diferente. As abelhas se alimentam do néctar das flores. O pólen impregna o corpo desses insetos e é levado para lugares distantes, favorecendo a reprodução das plantas. > > Vacas e gafanhotos competem pelo capim, do qual as duas espécies se alimentam. > As hienas comem os restos das presas que os leões abandonam. > A pulga é um parasita que se alimenta do sangue de seu hospedeiro, podendo causar danos a ele. Aumento de 10 vezes. > As orquídeas fixam-se no tronco das árvores, onde ficam mais expostas à luz solar, sem causar prejuízos a sua hospedeira. > O pássaro-palito (Pluvianus aegyptius) ajuda o crocodilo (Crocodile porosus) por limpar-lhe os dentes e é beneficiado ao se alimentar com o resto de comida em sua boca. > O gafanhoto (Tropidacris collaris) é um predador de folhas, já que se alimenta delas. 3P_EMB3_LA_U03_C13_268A287.indd 270 26.10.09 17:20:42 271 Relações intraespecíficas As relações intraespecíficas são muito variadas e diferenciam-se confor- me as características da espécie. Entre os vegetais, por exemplo, há espé- cies em que os indivíduos se mantêm afastados uns dos outros; em outras, a sobrevivência depende da proximidade dos seus semelhantes. Entre os predadores de grande porte é comum a vida solitária, com encontros es- porádicos para acasalamento ou atividade de caça. Já entre os herbívoros, a vida em bandos é frequente, embora isso não seja uma regra. Essas relações podem ser classificadas em dois grupos principais, que serão tratados nos próximos tópicos: de cooperação ou de competição. Relações intraespecíficas de cooperação   Em várias situações, os indivíduos de uma mesma espécie se rela- cionam de forma a proporcionar benefícios para todos os envolvidos na relação. Esse comportamento cooperativo pode ter diferentes fun- ções, como aumentar a proteção, economizar energia e otimizar a caça e o cuidado com a prole. A cooperação nem sempre é muito evidente, mas geralmente está presente nas espécies cujos indivíduos permane- cem muito próximos uns dos outros. Nas savanas, por exemplo, ani- mais herbívoros como zebras e gnus pastam em bandos, protegendo-se mutuamente do ataque de predadores. Estudos

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