Como se sabe a palavra mythos

1 Aluno (a): ENSINO MÉDIO Disciplina: FILOSOFIA Série: 1º ano Turma: ESTUDO DIRIGIDO Professor (a): RENATO AURELIO Data: / / 1. (Uece 2019) Como se sabe, a palavra mythos raramente foi empregada por Heródoto (apenas duas vezes). Caracterizar um logos (narrativa) como mythos era para ele um meio claro de rejeitá-lo como duvidoso e inconvincente. [...] Situado em algum lugar além do que é visível, um mythos não pode ser provado. (HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Brasília, Editora da UnB, 2003, p. 37). Sobre a diferença entre mythos e logos acima sugerida, é INCORRETO afirmar que a) o problema do mythos era limitar-se ao que é visível e, por isso, não podia ser pensado. b) filosofia e história nasceram, na Grécia clássica, com base numa mesma reivindicação do logos contra o mythos. c) o mythos não poderia ser submetido à clarificação argumentativa e à prova demonstração discursiva. d) em contraposição ao mythos, o logos era um uso argumentativo da linguagem, capaz de criar as condições do convencimento. 2. (Upe-ssa ) Sobre a singularidade do pensamento filosófico, atente ao texto a seguir: O autor na citação acima sinaliza, com clareza e distinção, que a) o pensamento filosófico aprende a pensar, declinando da realidade. b) o aprender a pensar promove a dimensão acrítica. c) o pensamento crítico substitui a realidade. d) o pensamento filosófico está dissociado da realidade. e) aprender a pensar fomenta o entendimento da realidade na sua inteireza. 3. (Upe-ssa ) Leia o texto a seguir:

2 Mesmo quando se pretendeu a política, a filosofia sempre teve significado político. Filosofando, o homem chega a si mesmo e encontra razão para moldar e julgar politicamente sua associação com os outros homens. (JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico, São Paulo: Cultrix, 1999, p. 55. Adaptado) O texto acima retrata, com clareza, a dimensão do saber filosófico no âmbito da política. Sobre esse assunto, assinale a alternativa CORRETA. a) No âmbito da política, a filosofia tem valor secundário no julgar politicamente. b) Julgar politicamente é declinar do filosofar no moldar a experiência coletiva. c) A filosofia e a política estão ligadas ao julgar e moldar a esfera dos assuntos públicos. d) A política e a filosofia dão ênfase ao espaço do individual em detrimento do coletivo. e) No julgar politicamente, a esfera do individual se sobrepõe ao valor da significância do coletivo. 4. (Upe-ssa ) Sobre o conhecimento filosófico, considere o texto a seguir: O saber é infinito e difuso; dele se valendo, procura a filosofia aquele centro a que fazíamos referência. O simples saber é uma acumulação; a filosofia é uma unidade. O saber é racional e igualmente acessível a qualquer inteligência. A filosofia é o modo de pensamento, que termina por constituir a essência mesma de um ser humano. (JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1999, p. 13) O autor enfatiza a singularidade do conhecimento filosófico. No alinhamento dessa reflexão, tem-se como CORRETO que a) o conhecimento filosófico se adquire sem ser procurado, surge espontânea e naturalmente, no âmbito da razão. b) a filosofia é um saber de acumulação, bastando tão somente adquiri-lo. c) o conhecimento filosófico é a posse do saber racional no âmbito existencial. d) o saber filosófico é infinito e difuso, valendo-se da sensação para se constituir em essência do ser humano. e) o conhecimento filosófico caracteriza-se pela sua dimensão crítica e sonda a essência mesma das coisas. 5. (Upe-ssa ) A mente humana é naturalmente inquiridora: quer conhecer as razões das coisas; basta ver uma criança fazendo perguntas aos pais. Mas às mesmas perguntas podem ser dadas diversas respostas: míticas, científicas, filosóficas. (MONDIN, Batista. Curso de filosofia. São Paulo: Paulus, (Adaptado)). O pensamento mítico na atualidade reflete-se naquelas respostas que estão repletas de explicações valorativas sobre a personalidade do super-herói, a exaltação do cientificismo, valorando o desejo desenfreado e dando primazia ao poder midiático. Sendo assim, assinale a alternativa CORRETA. a) A verdadeira função do mito, na atualidade, é orientar a ação humana. b) O papel atual do mito é dar sentido ao mundo humano. c) O pensamento mítico, no mundo atual, identifica-se como uma resistência às invenções científicas e tecnológicas. d) Nos dias atuais, a função fabuladora presente nos contos e nas estórias populares remetem aos valores arquetípicos. e) O mito, na atualidade, promove o desenvolvimento do homem no seu cotidiano, pela eficácia na linguagem das formas ideológicas. 6. (Ueg 2015) A cultura grega marca a origem da civilização ocidental e ainda hoje podemos observar sua influência nas ciências, nas artes, na política e na ética. Dentre os legados da cultura grega para o Ocidente, destaca-se a ideia de que

3 a) a natureza opera obedecendo a leis e princípios necessários e universais que podem ser plenamente conhecidos pelo nosso pensamento. b) nosso pensamento também opera obedecendo a emoções e sentimentos alheios à razão, mas que nos ajudam a distinguir o verdadeiro do falso. c) as práticas humanas, a ação moral, política, as técnicas e as artes dependem do destino, o que negaria a existência de uma vontade livre. d) as ações humanas escapam ao controle da razão, uma vez que agimos obedecendo aos instintos como mostra hoje a psicanálise. 7. (Uema 2015) Leia a fábula de La Fontaine, uma possível explicação para a expressão o amor é cego. No amor tudo é mistério: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua infância eterna. Mas por que o amor é cego? Aconteceu que num certo dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda não era cego. Surgiu entre eles um desentendimento qualquer. Pretendeu então o Amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho dos deuses. Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta que lhe privou da visão. Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos gritos. Diante de Júpiter, de Nêmesis a deusa da vingança e de todos os juízos do inferno, Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu filho não podia ficar cego. Depois de estudar detalhadamente o caso, a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em declarar a loucura a servir de guia ao Amor. (Fonte: LA FONTAINE, Jean de. O amor e a loucura. In: Os melhores contos de loucura. Flávio Moreira da Costa (Org.). Rio de Janeiro: Ediouro, 2007). A fábula traz uma explicação oriunda dos deuses para uma realidade humana. Esse tipo de explicação classifica-se como a) estética. b) filosófica. c) mitológica. d) científica. e) crítica. 8. (Unesp 2015) IHU On-Line A medicalização de condutas classificadas como anormais se estendeu a praticamente todos os domínios de nossa existência. A quem interessa a medicalização da vida? Sandra Caponi A muitas pessoas. Em primeiro lugar ao saber médico, aos psiquiatras, mas também aos médicos gerais e especialistas. Interessa muito especialmente aos laboratórios farmacêuticos que, desse modo, podem vender seus medicamentos e ampliar o mercado de consumidores de psicofármacos de modo quase indefinido. Porém, esse interesse seria irrelevante se não existisse uma demanda social que aceita e até solicita que uma ampla variedade de comportamentos cotidianos ingresse no domínio do patológico. Um exemplo bastante óbvio é a escola. Crianças com problemas de comportamento mais ou menos sérios hoje recebem rapidamente um diagnóstico psiquiátrico. São medicadas, respondem à medicação e atingem o objetivo social procurado. Essas crianças que tomam ritalina ou antipsicóticos ficam mais calmas, mais sossegadas, concentradas e, ao mesmo tempo, mais tristes e isoladas. ( Adaptado). Podemos considerar como uma importante implicação filosófica da medicalização da vida a) a incorporação do conhecimento científico como meio de valorização da autonomia emocional e intelectual. b) a institucionalização de procedimentos de análise e de cura psiquiátrica absolutamente objetivos e eficientes.

4 c) a proliferação social de conhecimentos e procedimentos médicos que pressupõem a patologização da vida cotidiana. d) a contribuição eticamente positiva da psiquiatrização do comportamento infantil e juvenil na esfera pedagógica. e) o caráter neutro do progresso científico em relação a condicionamentos materiais e a demandas sociais. 9. (Ufsj 2013) A construção de uma cosmologia que desse uma explicação racional e sistemática das características do universo, em substituição à cosmogonia, que tentava explicar a origem do universo baseada nos mitos, foi uma preocupação da Filosofia a) medieval. b) antiga. c) iluminista. d) contemporânea. 10. (Ufsm 2013) Leonardo Boff inclui a generosidade como uma pilastra de um modelo adequado de sustentabilidade. Ele a caracteriza do seguinte modo: Generoso é aquele que comparte, que distribui conhecimentos e experiências sem esperar nada em troca. Já os clássicos da filosofia política, como Platão e Rousseau, afirmavam que uma sociedade não pode fundar-se apenas sobre a justiça. Ela se tomaria inflexível e cruel. Ela deve viver também da generosidade dos cidadãos, de seu espírito de cooperação e de solidariedade voluntária. Considere as seguintes afirmações: I. Segundo o texto, generosidade e justiça podem ser complementares uma à outra. II. Segundo o texto, se uma sociedade é inflexível e cruel, então ela está fundada apenas sobre a justiça. III. Já na ética aristotélica, a generosidade é uma virtude e a extravagância e a avareza são os vícios correlacionados a ela. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e III. d) apenas II e III. e) I, II e III. 11. (Ueg 2013) O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões. b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão. c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.

5 d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codificação mítica. 12. (Ufu 2013) A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir do séc. VI a.c. está substancialmente ancorada num exercício especulativo-racional. De fato, [...] não é mais uma atividade mítica (porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e isso quer dizer uma atividade regrada a partir de um comportamento epistêmico de tipo próprio: empírico e racional. (SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998, p. 32). Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, assinale a alternativa correta. a) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um intelecto primitivo, próprio de sociedades selvagens. b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação teórica e adotando a sua metodologia. c) A narrativa mítico-religiosa representa um meio importante de difusão e manutenção de um saber prático fundamental para a vida cotidiana. d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões culturais típicas de uma mentalidade filosófica elaborada, crítica e radical, baseada no logos. 13. (Ueg 2013) O surgimento da filosofia entre os gregos (Séc. VII a.c.) é marcado por um crescente processo de racionalização da vida na cidade, em que o ser humano abandona a verdade revelada pela codificação mítica e passa a exigir uma explicação racional para a compreensão do mundo humano e do mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente, destaca-se: a) a concepção política expressa em A República, de Platão, segundo a qual os mais fortes devem governar sob um regime político oligárquico. b) a criação de instituições universitárias como a Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles. c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos como legado a recusa de uma fé inabalável na razão humana e a crença de que sempre devemos acreditar nos sentimentos. d) a recusa em apresentar explicações preestabelecidas mediante a exigência de que, para cada fato, ação ou discurso, seja encontrado um fundamento racional. 14. (Unimontes 2013) Muitos pensam que os mitos são lendas restritas aos povos tribais e que teriam desaparecido com a crítica do pensamento científico moderno. No que se refere ao mito, podemos afirmar, EXCETO a) O mito é falso e enganador, pois o mesmo falta com a verdade. b) O mito orienta a vida e o sentido da existência. c) Os mitos têm como função acomodar o homem em um mundo assustador. d) As narrativas míticas eram próprias de um mundo onde a oralidade ocupava lugar central na vida humana. 15. (Ueg 2013) Ganhar mais de 40 medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos é fácil. Determine que todas as escolas de seu país descubram os alunos de 3 a 13 anos que mais se destacam nas aulas de Educação Física. Separe-os da família e interne-os em escolas de esportes até a idade adulta. Distribua-os entre os esportes olímpicos em que têm mais chances de medalha olímpica. Esse é, pelo menos, o modelo que funcionou para a China nos jogos de Pequim. (ESPECIAL OLIMPÍADAS. Época, Globo, ed. 536, 25 ago p. 153). O trecho da reportagem da revista Época enfoca o esforço nacional chinês para obter sucesso nos Jogos Olímpicos de Pequim. Em termos comparativos, os atuais estudos de História Antiga atestam que na Grécia, berço dos jogos, existia grande competitividade entre as cidades-estados. Filosoficamente, esse espírito competitivo dos helenos atesta que:

6 a) a preparação física, intelectual e cidadã dos jovens gregos era feita em conjunto, portanto, uma vitória esportiva também representava um triunfo moral. b) a realidade dos Jogos Olímpicos da Antiguidade Clássica difere muito das Olimpíadas modernas, não sendo possível traçar nenhum tipo de comparação entre elas. c) o estabelecimento de modalidades, como arco e flecha e tiro ao alvo, em que a concentração é mais importante do que a força, preserva o espírito olímpico. d) o lema o importante é competir não foi levado em consideração durante a preparação dos atletas olímpicos chineses. 16. (Unioeste 2013) Nada indigna mais uma cabeça filosófica do que ouvir dizer que, de agora em diante, toda filosofia tem de ficar aprisionada nos grilhões de um único sistema. Nunca esse espírito se sentira maior do que ao ver diante de si a infinidade do saber. Toda a sublimidade de sua ciência consistiria justamente em nunca poder perfazer-se. No instante em que ele próprio acreditasse ter perfeito seu sistema, ele se tornaria insuportável para si mesmo. Nesse mesmo instante, deixaria de ser criador e se reduziria a um instrumento de sua criatura. [ ] nada pode ser mais pernicioso para a dignidade da filosofia que a tentativa de forçá-la a entrar nos limites de um sistema teórico universalmente válido. (Schelling). Considerando o texto acima, é INCORRETO afirmar que a) a filosofia tem, além de seu aspecto teórico, um aspecto prático ligado à criação de sistemas. b) a dignidade da filosofia está em colocar-nos diante de um horizonte infinito de conhecimento. c) a filosofia, enquanto atividade criadora humana, tem inúmeras possibilidades de expressão teórica. d) a filosofia é uma atividade que não deve atingir um acabamento definitivo por meio de um sistema teórico. e) a filosofia, para a grandeza do espírito humano, deve realizar um sistema teórico universal, perfeito e definitivo. 17. (Unimontes 2013) Deleuze e Guattari entendem a filosofia como possibilidade de instauração do caos. Nesse sentido, a filosofia é capaz de criticar a si mesma e também às outras formas de pensar e agir. Com relação à filosofia, podemos afirmar: a) A filosofia não é um conhecimento absoluto e não permite uma atitude crítica sobre todos os saberes. A filosofia impõe verdades e não permite que se recriem os espaços de discussões. b) A filosofia não é um conhecimento exato, uma atitude desprovida de crítica sobre todos os saberes. A filosofia não impõe verdades, mas cria e recria constantemente espaços de discussões. c) A filosofia não é um conhecimento acabado, mas uma atitude crítica sobre todos os saberes. A filosofia não impõe verdades, mas cria e recria constantemente espaços de discussões. d) A filosofia não é um conhecimento, mas uma atitude dogmática sobre todos os saberes. A filosofia impõe verdades e exclui as pessoas dos espaços de discussões. 18. (Unioeste 2013) A pintura compreende as superfícies, as cores e as formas de toda coisa criada pela natureza, enquanto a filosofia penetra nesses mesmos corpos para considerar suas verdades inerentes, ainda que sem ficar com essas verdades satisfeitas. Não assim o pintor, que abraça a verdade imediata e total dos corpos, pois menos se engana o olho. Todas as ciências que têm sua finalidade nas palavras estão mortas desde o nascedouro, à exceção de sua parte manual, a escritura, que é parte mecânica. Quem reprova a pintura reprova a natureza, porque as obras do pintor representam essa mesma natureza. (Leonardo da Vinci).

7 Considerando o texto acima e que Leonardo da Vinci entende a pintura como imitação da natureza por meio das técnicas matemáticas da perspectiva, é INCORRETO afirmar que a) a filosofia, ao penetrar nos corpos naturais, consegue obter um conhecimento completo das verdades inerentes. b) a pintura é superior às outras ciências porque constrói os objetos da mesma maneira que a natureza. c) há uma superioridade da visão sobre a palavra escrita na concepção de conhecimento de Leonardo da Vinci. d) Leonardo da Vinci considera que a pintura possibilita conhecer os corpos de modo imediato. e) encontramos em Leonardo da Vinci uma proposta de conhecimento na qual a observação da natureza é fundamental. 19. (Upe 2013) A filosofia, no que tem de realidade, concentra-se na vida humana e deve ser referida sempre a esta para ser plenamente compreendida, pois somente nela e em função dela adquire seu ser efetivo. (VITA, Luís Washington. Introdução à Filosofia, 1964, p. 20). Sobre esse aspecto do conhecimento filosófico, é CORRETO afirmar que a) a consciência filosófica impossibilita o distanciamento para avaliar os fundamentos dos atos humanos e dos fins aos quais eles se destinam. b) um dos pontos fundamentais da filosofia é o desejo de conhecer as raízes da realidade, investigando-lhe o sentido, o valor e a finalidade. c) a filosofia é o estudo parcial de tudo aquilo que é objeto do conhecimento particular. d) o conhecimento filosófico é trabalho intelectual, de caráter assistemático, pois se contenta com as respostas para as questões colocadas. e) a filosofia é a consciência intuitiva sensível que busca a compreensão da realidade por meio de certos princípios estabelecidos pela razão. 20. (Ueg 2013) A ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isso, onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas. (CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, p. 218). Com base na afirmação precedente pode-se afirmar que: a) a ciência, ao contrário do senso comum, é um conhecimento objetivo, quantitativo e generalizador, que se opõe ao caráter dogmático e subjetivo do senso comum. b) a ciência domina o imaginário contemporâneo. Isso significa que, cada vez mais, confiamos no testemunho de nossos sentidos que promovem uma adesão acrítica à realidade dada. c) a ciência existe para confirmar nossas certezas cotidianas, utilizando um pensamento assistemático que despreza o trabalho da razão. d) a rigor, a ciência complementa o senso comum, mas banindo os obstáculos e problemas observados por nossa percepção imediata das coisas. Gabarito: Resposta da questão 1: [A] A única alternativa que apresenta uma afirmação incorreta é a letra [A], haja vista que o mythos pode ser pensado na medida em que é uma forma de interpretar e explicar a realidade, na tentativa de compreendê-la. O mythos,

8 entretanto, é uma narrativa que não se submete à prova, muitas vezes se fundamentando na autoridade de quem narra ou nas tradições de determinado grupo social. Resposta da questão 2: [E] A partir da charge, identifica-se que pensamento filosófico busca o entendimento da realidade a partir da reflexão do sujeito sobre si mesmo e sobre sua existência em todos os seus aspectos, transcendendo o senso comum para alcançar o entendimento da realidade em sua inteireza, como indicado pela alternativa [E]. Resposta da questão 3: [C] A partir da análise do texto e da imagem, o aluno deve compreender a relação entre a atitude filosófica e a política. Segundo o texto, a prática filosófica implica um ato político, haja vista o caráter crítico da reflexão filosófica acerca de todos os aspectos que fazem parte da existência humana, o que inclui a vida em sociedade e os assuntos públicos associados a ela. Nesse sentido, para o autor, a filosofia tem sempre uma dimensão política, uma vez que tem como objeto de reflexão e questionamento a relação do homem com outros indivíduos. Resposta da questão 4: [E] A partir da reflexão levantada pela questão, infere-se o caráter crítico do pensamento filosófico. O texto destaca como fundamento do pensamento filosófico o entendimento do mundo a partir do questionamento de todas as formas de conhecimento, rejeitando formulações baseadas no senso comum, o que levaria à reflexão acerca da essência de todas as coisas, como corretamente apontado pela alternativa [E]. Resposta da questão 5: [E] Ao pensar a forma que o mito adquire nas sociedades contemporâneas, como apontado pelo texto e pelo enunciado da questão, o aluno deve perceber que as explicações míticas são potencializadas pelo poder midiático, que dispõe de uma linguagem facilmente assimilável. Entretanto, diferente do mito nas sociedades antigas, o mito contemporâneo não exerce mais o papel de explicação do mundo e da realidade, uma vez que esse lugar foi ocupado pela ciência, estando mais ligado, como apontado pela alternativa [E], ao desenvolvimento do homem no seu cotidiano. Resposta da questão 6: [A] A forma proposta pelos gregos para compreender o universo, não foi algo que surgiu espontaneamente, ela foi impulsionada por fatores como: as navegações, o desenvolvimento da moeda, da escrita, a invenção do calendário e principalmente o surgimento da polis (cidade). Estes fatores possibilitaram a estes primeiros pensadores, concentrar suas reflexões sobre a phisys (natureza) a fim de encontrar o arché (princípio) por meio de um logos (discurso) que pudesse compreender racionalmente o cosmos (universo). A busca por explicações mais gerais, que conseguissem dar respostas mais duradouras e definitivas acerca realidade (mundo, natureza e ser humano) mostrou que poderia ser apreendida pelo pensamento. Desta forma a compreensão da natureza e de sua constituição permitiu o entendimento racional de leis pelas quais a natureza opera, sendo assim perfeitamente possíveis de serem compreendias e expressas de forma racional por meio de nosso pensamento. Resposta da questão 7: [C] A fábula de La Fontaine se classifica como uma narrativa mitológica, pois estrutura-se por meio da mistura de elementos fantásticos e de elementos que compõe a realidade; tem o objetivo de narrar a origem dos acontecimentos

9 de tempos imemoriais; cria suas narrativas por meio de genealogias; e busca possibilitar aos ouvintes o entendimento de questões complexas. A narrativa mitológica não se preocupava com a questão da coerência entre a realidade em a fantasia, seu objetivo era descrever através da narrativa uma explicação sobre as origens das questões que compõe a realidade humana, por meio da descrição de acontecimentos de tempos antigos, baseada não na razão, mas na autoridade de quem serve como interprete entre o mundo divino e o mundo natural. Esta narrativa era desprovida de caráter crítico ou científico. Embora represente a primeira tentativa de explicação da realidade, não se configurava ainda como um discurso filosófico ou estético. Resposta da questão 8: [C] O desenvolvimento das ciências médicas e sociais possibilitou de um lado o avanço na compreensão detalhada do funcionamento do corpo/mente e comportamento humano, de outro lado, colaborou para a classificação e criação de um referencial de normalidade. Por meio deste referencial, classifica-se como anormal, ou patológico, tudo o que não se adéqua ao padrão estabelecido, em outras palavras, reduz-se toda a complexidade da vida humana a um conjunto de fatores normais ou patológicos. Assim, no intuito de poder corrigir esta distorção faz-se uso de medicamentos e procedimentos que atingem objetivos definidos. No caso, uma maior eficiência e adequação do comportamento escolar. Condiciona-se assim, o comportamento às necessidades colocadas pela dinâmica social. Resposta da questão 9: [B] A filosofia nasce, historicamente, em um período da Grécia antiga no qual se modificava a maneira com que os homens se relacionavam. Sendo que os mitos organizavam toda a vida social consolidando práticas e cerimônias religiosas nas famílias, entre as famílias, nas tribos, entre cidades, etc., a sua modificação, ou até extinção, inevitavelmente faria renascer, distinta, a organização das relações dos homens entre eles mesmos nas casas e na cidade. A filosofia, por conseguinte, tem sua origem em duas modificações uma contextual e outra subjetiva, isto é, uma modificação na cidade e outra no próprio homem. As modificações da cidade e da própria subjetividade se confundem, pois a própria cidade deixa de se conformar com certas tradições religiosas e a própria subjetividade, com o passar das gerações, deixa de prezar os valores ancestrais organizados nos mitos. Com essas mudanças a cidade e o homem passam a se constituir a partir de outras práticas consideradas fundamentais, como o pensamento racional um pensamento com começo, meio e fim e justificado pela a experiência do mundo, sem o auxílio de entes inalcançáveis. Resposta da questão 10: [C] Essa questão possui inúmeras imprecisões. No texto citado, a tese e a caracterização de uma parte importante da tese estão perfeitas: a generosidade é uma pilastra da sustentabilidade e generoso é aquele que compartilha sem esperar ou exigir algo em troca. Porém, a expectativa de uma contraposição estabelecida pelo uso da palavra já é completamente desfeita pelo uso dos clássicos da filosofia para simplesmente reafirmar aquilo enunciado anteriormente. Não sendo bastante a falta de coerência do texto, há também uma enorme imprecisão quando se diz, por exemplo, que Platão não considerava a justiça como algo suficiente para constituição de uma cidade feliz, boa. Ora, isso é completamente absurdo, pois a justiça é para Platão a virtude necessária e suficiente para o estabelecimento de uma cidade feliz (cf. A República). E Rousseau estabelece que o contrato social nasça da vontade geral e a sociedade deve sempre subordinar-se a esta vontade geral, de modo que a justiça é também suficiente para manter a saúde de uma sociedade, isso enquanto ela for o reflexo da vontade geral. Além disso, a afirmação II. segundo o texto, se uma sociedade é inflexível e cruel, então ela está fundada apenas sobre a justiça parece-nos correta, pois os clássicos da filosofia política, como Platão e Rousseau, afirmavam que uma sociedade não pode fundar-se apenas sobre a justiça. Ela se tomaria inflexível e cruel. Discordamos, portanto, do gabarito.

10 A afirmação III poderia se servir de uma citação, pois não está muito claro onde Aristóteles define a generosidade como uma virtude importante. Resposta da questão 11: [D] A filosofia nasce, historicamente, em um período da Grécia antiga no qual se modificava a maneira com que os homens se relacionavam. Sendo que os mitos organizavam toda a vida social, consolidando práticas e cerimônias religiosas nas famílias, entre as famílias, nas tribos, entre cidades, etc., a sua modificação, ou até extinção, inevitavelmente faria renascer, distinta, a organização das relações dos homens entre eles mesmos nas casas e na cidade. A filosofia, por conseguinte, tem sua origem em duas modificações uma contextual e outra subjetiva, isto é, uma modificação na cidade e outra no próprio homem. As modificações da cidade e da própria subjetividade se confundem, pois a própria cidade deixa de se conformar com certas tradições religiosas e a própria subjetividade, com o passar das gerações, deixa de prezar os valores ancestrais organizados nos mitos. Com essas mudanças, a cidade e o homem passam a se constituir a partir de outras práticas consideradas fundamentais, como o pensamento racional um pensamento com começo, meio e fim e justificado pela a experiência do mundo, sem o auxílio de entes inalcançáveis. Resposta da questão 12: [C] A Filosofia difere fundamentalmente do mito, pois este é um discurso baseado na autoridade religiosa e aquela é um discurso baseado na racionalidade de todo e qualquer cidadão. O desenvolvimento da Filosofia está muitíssimo próximo do desenvolvimento das cidades-estados gregas que deixavam de tomar decisões concordantes com os aconselhamentos dos oráculos e passavam a tomar suas decisões através do diálogo entre homens igualmente racionais. De todo modo, a narrativa mítico-religiosa possuía sua importância por garantir a sobrevivência de tradições, que definiam a cultura dos povos e mantinham os cidadãos convivendo de modo relativamente harmonioso. Resposta da questão 13: [D] No período em questão, as cidades passam a se organizar de uma maneira distinta, livrando-se de uma centralização na figura de um rei (anax) e estabelecendo a figura de vários líderes (basileus). Nesta nova ordem, o rei não é capaz de dar a ordem para ser obedecido incondicionalmente e os vários líderes devem ser convencidos da ação necessária pela racionalidade do argumento, e não pela coerção. Essa necessidade de argumentar racionaliza os procedimentos deliberativos da cidade e acabam por estabelecer uma ordem na qual a tradição passa a ser afastada de pouco em pouco por sua inaptidão em atender problemas de ordem prática com eficiência. Resposta da questão 14: [A] O mito é uma simples história contada de modo pomposo. A grande diferença entre mito e ciência é a justificação do discurso, enquanto o primeiro simplesmente se satisfaz com o seu encantamento próprio, a segunda necessita axiomaticamente de uma satisfação pública de seu conteúdo, isto é, uma satisfação acessível a qualquer um que seja racional. Resposta da questão 15: [A] A questão de vestibular não possui qualquer referência plausível à filosofia de fato. A simples alusão a certo tipo de educação e a simples vinculação de uma vitória esportiva a um triunfo moral não consolidam qualquer referência filosófica plausível. A questão não expõe nenhum pensamento de qualquer filósofo e mal faz uma análise sustentável da época do nascimento da filosofia para estabelecer uma resposta que possa ser adverbiada filosoficamente.

11 Porém, talvez, filosoficamente, o espírito olímpico pudesse amostrar uma disciplina e uma beleza vinculadas à virtude promovida pelos filósofos antigos e reflexões estéticas sobre ideais por eles também realizadas. Resposta da questão 16: [E] F. W. J. Schelling ( ), importante filósofo alemão contemporâneo de G. W. F. Hegel ( ) elabora uma posição que se contrapõe a de I. Kant ( ), uma posição através da qual se busca problematizar o sistema transcendental elaborado pelo filósofo de Königsberg. Schelling pretende também alcançar o fundamento da filosofia, deixada por Kant nas alturas para as quais seu gênio lhe fez descer. Em seus primeiros escritos, este princípio é de fato o eu da Doutrina da Ciência [de Fichte]. Mas já o seu caminho é singular: Schelling faz da intuição intelectual do eu absoluto o órgão disponível do pensamento e não o núcleo de um encaminhamento metódico. O absoluto se eleva então muito rapidamente acima do eu. Ou melhor, é o eu que se afasta dele ao se colocar como princípio teórico, ainda que somente tenda para ele suprimindo livremente qualquer objeto. (J. Lèbre. Iena: Pós-kantismo e Romantismo. In: História da Filosofia. Petrópolis: Editora Vozes; Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2011) Resposta da questão 17: [C] Em um universo dominado pela contingência a ordem é violência e o caos, paz. A busca por autonomia se relaciona intimamente com o pensamento crítico, e essa busca é filosofia. Libertar-se da menoridade e entrar na maioridade significa criar criticamente conceitos através de uma motivação sensível que percebe os problemas dispostos contingencialmente pela realidade. Resposta da questão 18: [A] No Renascimento (séc. XV), período no qual Leonardo da Vinci viveu, a pintura buscava representar e principalmente expressar a unidade entre matéria e forma, entre físico e espiritual. O belo estava justamente naquela imitação da natureza que possuía como finalidade a representação do divino, a representação daquilo que é formalmente perfeito. Dentro desse clima de época a obra de da Vinci aparece como uma investigação científica da natureza cuja finalidade é conhecer a estrutura e a harmonia que compunha o corpo e a natureza em geral. Resposta da questão 19: [B] A filosofia, para cumprir o seu intuito de explorar o real, não pode afastar-se do homem, pois afinal o real é verbalizado somente pelo homem. A filosofia é a insistência no ato reflexivo e, nesse sentido, ela não é exatamente um conhecimento, mas sim um saber compulsivo sobre si mesmo, um reconhecimento recorrente das próprias capacidades de conhecer do homem. Resposta da questão 20: [A] Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de conhecimentos refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma base racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos naturais e a permanência de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível, isto é, pela construção de experimentos controlados e avaliações imparciais.

O que diferencia Mythos e logos?

O sentido do mythos pode ter se perdido no Ocidente moderno, mas os logos nos é familiar, constitui a base de nossa sociedade. Para ser eficaz, o logos, ao contrario do mito, precisa ater-se aos fatos e corresponder a realidades exteriores. Precisa funcionar com eficiência no mundo profano.

O que é Mythos na filosofia?

Mito vem do Grego MYTHÓS, que tinha um grande número de significados dentro de uma idéia básica: “discurso, mensagem palavra, assunto, invenção, lenda, relato imaginário”. Modernamente está fixada nestes últimos sentidos. “Mistério” vem do Grego MÝEIN, “fechar”, especialmente os olhos.

Que tipo de discurso o termo grego Mythos significa?

O próprio termo grego Mythos significa um tipo bastante especial de discurso, um discurso ficcional ou imaginário (...). As narrativas míticas não são produto de um autor ou autores, mas parte da tradição cultural de um povo. Sua origem cronológica é indeterminada, e sua forma de transmissão é basicamente oral.

Quais são os objetivos de um mito?

Mito (do grego mythós) é uma narrativa fantástica que possui o objetivo de explicar a origem de tudo aquilo que existe e é considerado importante para um determinado povo. A reunião dessas narrativas forma um conjunto de explicações sobre o mundo chamada de mitologia.

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