Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

No período de escravidão no Brasil (séculos XVII e XVIII), os negros que conseguiam fugir se refugiavam com outros em igual situação em locais bem escondidos e fortificados no meio das matas.

Estes locais eram conhecidos como quilombos. Nestas comunidades, eles viviam de acordo com sua cultura africana, plantando e produzindo em comunidade.

Na época colonial, o Brasil chegou a ter centenas destas comunidades espalhadas, principalmente, pelos atuais estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Alagoas.

Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

Na ocasião em que Pernambuco foi invadida pelos holandeses (1630), muitos dos senhores de engenho acabaram por abandonar suas terras. Este fato beneficiou a fuga de um grande número de escravos. Estes, após fugirem, buscaram abrigo no Quilombo dos Palmares, localizado em Alagoas.

Esse fato propiciou o crescimento do Quilombo dos Palmares. No ano de 1670, este já abrigava em torno de 50 mil escravos. Estes, também conhecidos como quilombolas, costumavam pegar alimentos às escondidas das plantações e dos engenhos existentes em regiões próximas; situação que incomodava os habitantes.

Esta situação fez com que os quilombolas fossem combatidos tanto pelos holandeses (primeiros a combatê-los) quanto pelo governo de Pernambuco, sendo que este último contou com os ser­viços do bandeirante Domingos Jorge Velho.

Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

            A luta contra os negros de Palmares durou por volta de cinco anos; contudo, apesar de todo o empenho e determinação dos negros chefiados por Zumbi, eles, por fim, foram derrotados.

Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

Zumbi dos Palmares: líder do Quilombo dos Palmares

Os quilombos representaram uma das formas de resistência e combate à escravidão. Rejeitando a cruel forma de vida, os negros buscavam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura e a forma de viver que deixaram na África e contribuindo para a formação da cultura afro-brasileira.

A Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura

A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser rechaçada pela Inglaterra. Com o objetivo de ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, conferindo poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática.

O Brasil, em 1850 cedendo às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era sancionada  a Lei do Ventre Livre que concedia a liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia a liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.

Apenas no final do século XIX é que a escravidão tornou-se proibida mundialmente. No Brasil, a abolição ocorreu em 13 de maio de 1888 com a publicação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.  

Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

Princesa Isabel: símbolo da redenção do cativeiro

Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?
  
Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

Como referenciar: "História dos quilombos" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2022. Consultado em 19/09/2022 às 21:40. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p2.php

Como era a vida nos quilombos e qual sua importância para a cultura negra?

Por Daiane Souza e Drielly Jardim

A democracia brasileira está em processo e precisa ser aprimorada. Um dos caminhos para o seu aperfeiçoamento é a participação da comunidade negra no desenvolvimento do país em igualdade de condições e oportunidades, e nos resultados do progresso. Foi esta população a principal executora dos trabalhos de construção da sociedade brasileira nos mais diversos aspectos, mas que por décadas não foi enxergada como cidadã.          

As lutas pelo acesso aos direitos são constantes, especialmente por parte das comunidades quilombolas e um dos principais avanços legais nesse sentido está prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF): o Decreto 4887/2003. O documento define o que são quilombos e estabelece os procedimentos administrativos para a titulação de suas respectivas terras.

De acordo com Ubiratan Castro, diretor da Fundação Pedro Calmon da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e ex-presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), as comunidades remanescentes de quilombos estão entre as principais riquezas do país. São espaços de preservação da história e onde se projetam a identidade étnica e a solidariedade mútua, valores já não tão observados na grande sociedade.

Nesta quarta entrevista do especial Decreto 4887/2003 – constitucionalidade da regulamentação quilombola, o doutor em História aprofunda a importância dos remanescentes quilombolas, da terra como espaço de direitos e desses povos para a nação, a fim de proporcionar a reflexão em torno do que está em jogo com o julgamento da constitucionalidade do documento. Confira:

Ascom/FCP – Historicamente falando e, em sua opinião, qual a importância da terra para as comunidades quilombolas?           
Castro – As comunidades remanescentes de quilombos são acima de tudo comunidades de agricultores, antes escravizados e depois autoliberados por suas lutas de resistência, hoje voltados para a sua subsistência. Além de ser o suporte indispensável à sobrevivência econômica, a terra dos pretos é o espaço onde se projeta a identidade étnica e a solidariedade comunal. Lá estão enterrados os mortos, lá estão plantadas as ervas medicinais e mágicas, lá estão os locais de oferendas religiosas, lá estão as âncoras da memória das comunidades. Por isso, além de terras de produção, as terras de pretos são territórios de memória e de identidade.

Ascom/FCP – E qual importância dos Quilombos para a sociedade brasileira?           
Castro – As comunidades remanescentes de quilombos são o testemunho vivo da resistência centenária das populações descendentes de africanos contra e escravidão. Elas são um patrimônio cultural de todo o povo brasileiro e para os afrodescendentes representam uma referência positiva para a luta de todos nós pela cidadania brasileira plena.    

Ascom/FCP – As titulações de terras por parte das comunidades remanescentes de quilombos é também uma forma de reparação das desigualdades infligidas aos afro-brasileiros. De que forma essas titulações devem ser tratadas pelo Estado?           
Castro – Nos relatos das comemorações da Abolição da escravidão na Bahia, conta-se que o povo negro repetia na rua o seguinte refrão:
-A liberdade da cor já chegou, falta agora a liberdade da terra!
A lei do 13 de Maio extinguiu a propriedade escrava, ou seja, a apropriação privada de uma pessoa por outra pessoa, sem criar qualquer mecanismo de indenização do trabalho não pago ou de reparação patrimonial, capazes de integrar o ex-escravo e sua família como trabalhadores rurais autossustentáveis. Em 2003, na condição de presidente da Fundação Cultural Palmares, acompanhado pelo então Secretário Executivo do MINC, Juca Ferreira, afirmei para o ministro da Casa Civil, José Dirceu, que a regularização fundiária das comunidades remanescentes de quilombos era a verdadeira reforma agrária esperada pelo povo negro, desde 1889.    

Ascom/FCP – Como a re-semantização da terminologia relativa às comunidades quilombolas contribuiu para a titulação definitiva dos territórios quilombolas?
Castro – Entre as palavras e as coisas, prefiro as coisas! quilombos, mocambos, terras de pretos, todas significam territórios indispensáveis à sobrevivência de memoriais de resistência do povo negro no Brasil.

Ascom/FCP – Qual a sua avaliação a respeito da atual legislação em defesa da população quilombola no Brasil?
Castro – Entendo que foi possível demonstrar a construção de uma legislação eficaz e rápida para a proteção e afirmação do patrimônio e da propriedade do negro no Brasil. Mas, é preciso construir uma legislação infraconstitucional no Brasil, que regulamente o Estatuto da Igualdade, que consolide em lei o atual Decreto 4887\2003 e que proteja o patrimônio material e imaterial do povo negro brasileiro.

Ascom/FCP – Com a aprovação da constitucionalidade do Decreto 4887/2003, o que deve ser feito para garantir a plena execução da legislação voltada para as comunidades quilombolas?
Castro – Será necessário fortalecer a Fundação Palmares, a SEPPIR, o INCRA e o IPHAN, mediante o provimento adequado dos respectivos orçamentos.

Qual a importância dos quilombos para a cultura negra?

As comunidades quilombolas além de contar a história, mantêm tradições seculares como, por exemplo, o congado e rosário. Além das religiões de matriz africana. “Os quilombos fazem parte da manutenção da nossa história e da cultura brasileira.

Como era o modo de vida dos quilombolas?

Como era a Vida no Quilombo? O funcionamento dos quilombos considerava a tradição dos escravos fugidos que neles habitavam. Nessas comunidades, se realizavam atividades diversas como agricultura, extrativismo, criação de animais, exploração de minério e atividades mercantis.