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Anualmente, o dia 15 de maio marca o combate às infecções hospitalares. Segundo dados do Ministério da Saúde, o problema pode atingir até 14% das pessoas internadas. Além de causar complicações e até mortes, a infecção hospitalar torna o tempo de internação maior e aumenta exponencialmente os custos da assistência médica. Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo! Os números alarmam, mas a prevenção é possível. Pensando nisso, vamos tirar algumas dúvidas e mostrar o que pode ser feito por pacientes e hospitais para ajudar no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Infecções hospitalares são aquelas relacionadas à assistência à saúde – as chamadas IRAS. É necessário, então, observar o tempo de internação. “Convencionou-se chamar de IRAS toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 horas após a admissão (internação do paciente), quando se desconhece o período de incubação do agente etiológico e quando não houver evidência clínica ou dado laboratorial de infecção no momento da internação”, explica o Dr. Fernando Gatti de Menezes, coordenador médico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Israelita Albert Einstein. Quais são as principais infecções?Segundo o especialista, as principais infecções relacionadas à assistência à saúde são:
O que causa uma infecção hospitalar?Pode-se observar que essas infecções estão, na maioria dos casos, relacionadas à manutenção (uso) de dispositivos chamados “invasivos”, pois são colocados dentro do corpo do paciente — como o cateter venoso central, o cateter vesical, o ventilador mecânico — ou, no caso da infecção de sítio cirúrgico, relacionadas a procedimentos cirúrgicos. Por isso, é tão importante estabelecer estratégias de prevenção, relacionadas ao controle de qualidade da inserção e manutenção dos dispositivos invasivos ou do controle do pré, do intra e do pós-operatório. O trabalho preventivo não se limita apenas ao hospital. O paciente e sua família também devem assumir alguns cuidados simples, mas fundamentais. Como o paciente pode ajudar a evitar infecções?Um hospital deve zelar pela segurança de pacientes e seus familiares. Para que tudo corra bem é importante a atenção de todos e, inclusive, do próprio paciente. Nesse sentido, o dr. Gatti garante que cada um pode contribuir para melhores resultados e menor risco de aquisição de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS) com algumas práticas:
Os cuidados específicos que o paciente pode ter para evitar cada IRAS estão detalhados abaixo. a) Para redução de infecção de sítio cirúrgico, é indicado:
b) Para redução de infecção do trato urinário associada a cateter vesical, é indicado:
c) Para redução de infecção da corrente sanguínea associada a cateter venoso central, é recomendado:
Qual é a diferença entre infecção hospitalar e sepse?Muitas pessoas costumam confundir infecção hospitalar com sepse. Porém, os termos, no meio médico, apontam situações diferentes. A infecção hospitalar, hoje chamada de IRAS, é toda manifestação clínica de infecção que se apresenta a partir de 72 horas do ingresso (entrada) em ambiente hospitalar quando se desconhece o período de incubação do agente etiológico (responsável pela infecção). Já a sepse é o resultado da reação exagerada do corpo a uma infecção. A sepse é uma manifestação grave do organismo durante a resposta a uma infecção. Na busca de proteger o corpo, o sistema imunológico libera substâncias químicas na corrente sanguínea para combater a infecção. Porém, a depender da quantidade e da forma liberada, pode ocorrer uma inflamação em todo o corpo, danificando órgãos e sistemas. A situação pode se agravar, levando, inclusive, a óbito. Os dois casos apresentam situações de alto risco e que estão também relacionadas: uma infecção hospitalar pode levar o corpo a uma reação exagerada, gerando a sepse. Por isso, é imprescindível o controle das infecções. O que é o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar?Nos seis anos seguintes da inauguração do Hospital Israelita Albert Einstein, foi criada sua primeira Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (1977). Largando na vanguarda, o Einstein já apresentava controle sobre o assunto quando, em 1998, a legislação brasileira passou a exigir a presença de uma equipe exclusiva para essa atividade (Lei nº 2.616). Atualmente, sua equipe é formada por especialistas, médicos e enfermeiros, que atuam na prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde. Trabalhando de forma inovadora e com a cultura de tolerância zero às infecções, suas principais atividades são:
Todo ano, o serviço de controle estabelece metas para redução de infecções das principais topografias associadas a procedimentos invasivos. Além disso, são divulgadas mensalmente as taxas de infecções que estariam relacionadas à assistência à saúde para a liderança do hospital. Isso gera estratégias acertadas de prevenção e controle. O Einstein também mantém um Programa de Higiene das Mãos há 18 anos, para alcançar os melhores índices de adesão a essa boa prática. Em 2019, alcançou a taxa de 80% de adesão geral, enquanto a literatura médica nos diversos centros de excelência no mundo cita uma taxa em torno de 50%. É também relevante sua participação no programa de uso racional de antimicrobianos (antibióticos ou quimioterápicos) com a semana de racionalização para reduzir o consumo e prevenir a disseminação de multirresistência bacteriana. Uma resistência menor às bactérias pode indicar menos infecções! O SCIH do Einstein elabora e coordena o Programa de Prevenção e Controle de Infecção, atualizado anualmente, para proteger toda pessoa que entra na instituição — incluindo pacientes, profissionais da saúde e público em geral. Esse programa incorpora práticas baseadas em evidências científicas, tendo como fonte as recomendações dos principais órgãos de saúde do mundo. O resultado disso é a menor taxa de densidade de incidência de infecções comparada às taxas das instituições de saúde de excelência internacional. Um trabalho de grande importância e que serve de exemplo para o resto do mundo. Por isso, se você gostou deste conteúdo sobre infecção hospitalar e acha que ele merece o conhecimento de mais gente, compartilhe-o nas suas redes! Quais as principais fontes de infecção hospitalar?A maioria das infecções hospitalares é transmitida por contágio direto, através de mãos contaminadas. A flora bacteriana das mãos é constituída de microorganismos residentes e transitórios.
Quais são as formas de contágio das doenças infecciosas?A transmissão pode ocorrer de maneira horizontal, por meio do contato direto do indivíduo infectado com o hospedeiro suscetível, ou indiretamente, por objetos ou aerossóis, pela água ou alimentos contaminados ou ainda por vetores animais, que podem ser vertebrados ou invertebrados.
Quais são os 4 tipos de infecção hospitalar?Quais são as principais infecções?. infecção da corrente sanguínea associada a cateter venoso central;. pneumonia associada à ventilação mecânica;. infecção do trato urinário associada a cateter vesical;. infecção de sítio cirúrgico.. Quais são as principais fontes de infecção?Entre os principais agentes infecciosos, podemos citar: vírus, bactérias, fungos e protozoários. Os agentes infecciosos podem adentrar o organismo pela pele, via respiratória, circulatória e mucosas, por exemplo. A transmissão também pode se dar de diferentes formas, podendo ser de maneira direta ou indireta.
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