Relacione os aspectos estudados no capítulo os que são citados no texto

A Geopolítica é uma área de estudo que analisa as relações entre os países e territórios do mundo. Para tal, considera conceitos como território e poder. Por sua vez, a Geografia política concentra suas análises na questão espacial dos territórios.

O termo Geopolítica surgiu dos desdobramentos históricos do início do século XX, período marcado por muitas tensões, no campo militar e político. A importância da Geopolítica está atrelada ao entendimento de questões atuais nos campos econômico, político e cultural

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A Geopolítica do mundo atual é marcada pela multipolaridade e pelo crescimento das relações entre os países. Nesse quadro, o Brasil coloca-se como uma importante potência regional, especialmente no sul global.

Leia também: Diferenças entre Estado, país, nação e território

Resumo sobre Geopolítica

  • É um campo de estudo que busca entender as relações entre os países e territórios do mundo.

  • Seu estudo requer o entendimento dos conceitos de poder e território para a realização das análises das relações globais.

  • É fundamental para entender as questões econômicas, políticas e culturais da atualidade.

  • O termo Geopolítica foi citado, pela primeira vez, pelo pesquisador sueco Rudolf Kjellén (1864-1922).

  • A geopolítica mundial é marcada pela multipolaridade, ou seja, a presença de diversos polos de poder.

  • Atualmente, a Geopolítica do Brasil adota uma visão multipolar, marcada pelo estabelecimento de diversas relações internacionais.

  • A Geopolítica focaliza em questões atreladas ao poder dos territórios, enquanto a Geografia política tem como foco o estudo espacial territorial.

O que é Geopolítica?

A Geopolítica é um campo de estudo que busca entender as relações entre os países e territórios do mundo. Para tal, considera-se os diferentes grupos, acordos, blocos e alianças definidos pelos diversos países — no que toca às questões políticas, econômicas e culturais — assim como as relações desse grupos com os demais países.

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O que a Geopolítica estuda?

A Geopolítica estuda as relações estabelecidas entre os países e territórios do globo. Esse campo de estudo analisa os diferentes agrupamentos mundiais em termos de economia, política e cultura, assim como busca entender as relações entre os conflitos mundiais presentes. Ademais, a Geopolítica interpreta as relações diplomáticas entre os países, considerando os interesses particulares de cada um, responsáveis pelos diversos acordos, nas diferentes esferas, entre países e territórios em nível mundial.

O estudo da Geopolítica requer o entendimento de dois conceitos fundamentais, amplamente utilizados na ciência geográfica, sendo eles:

  • poder;

  • território.

A ideia de território, que tem forte vínculo espacial, está diretamente vinculada à de poder. Portanto, a Geopolítica busca analisar as relações de poder de um Estado em relação ao seu território, assim como aos demais territórios mundiais, estabelecendo relações de dominação.

Leia também: Geopolítica da água — como esse recurso natural tem direcionado a relação entre países

Qual a importância da Geopolítica?

A Geopolítica é fundamental para entender as questões econômicas, políticas e culturais do mundo atual, visto que ela estuda justamente as relações entre os países e territórios mundiais. Portanto, a sua importância está atrelada ao entendimento do papel de cada país, organização internacional, bloco econômico, entre outros agrupamentos, no mundo. Essa análise possibilita o planejamento e a execução de acordos diplomáticos entre os entes internacionais com maior nível de segurança e com vistas a atender interesses em comum.

Origem e história da Geopolítica

O termo Geopolítica foi citado, pela primeira vez, pelo pesquisador sueco Rudolf Kjellén (1864-1922). A inspiração do termo foi oriunda da obra de Friedrich Ratzel (1844-1904), que definiu, anteriormente, as bases da chamada Geografia política.

O contexto histórico do conceito de Geopolítica ocorreu anteriormente à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), período no qual as principais potências europeias buscavam analisar a conjuntura política local com vistas à proteção do seu território. Destaca-se também o viés imperialista das relações estabelecidas entre os países europeus e outros territórios, especialmente africanos, muitas vezes justificadas por questões geopolíticas.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os estudos geopolíticos foram amplamente evocados por regimes totalitários, com destaque para o nazismo, especialmente as ideias de poder e território. A eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) contribuiu decisivamente para a ampliação dos estudos em Geopolítica, especialmente em meio à divisão do planeta em dois grandes blocos que veio a estabelecer a Velha Ordem Mundial.

Já após o fim Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os estudos em Geopolítica estiveram concentrados especialmente nas relações diplomáticas e militares entre os países. O contexto histórico da Guerra Fria expôs a necessidade da importância da formação de agrupamentos mundiais para defender interesses em comum. Por fim, com base na multipolaridade, a Nova Ordem Mundial trouxe uma abordagem mais economiscista para a Geopolítica.

Geopolítica no Brasil

A formulação de uma Geopolítica do Brasil esteve previamente atrelada aos campos militares. A partir do início do século XX, com desdobramentos importantes ao longo dele, como as duas Grandes Guerras, os estudos geopolíticos estiveram bastante concentrados no Brasil, com destaque para o papel dos militares em questões como proteção de fronteiras e exploração de territórios.

A partir do processo de redemocratização do Brasil, iniciou-se a inserção do país de forma ativa na Geopolítica mundial, especialmente por meio do estabelecimento de relações econômicas e políticas de forma clara com outros países e territórios do mundo, com a criação do bloco econômico Mercosul e, mais recententemente, do Brics.

A ascensão do Brics é um marco da multipolaridade global.

Atualmente, a Geopolítica do Brasil adota uma visão multipolar em termos de parcerias internacionais, com relações com diversos países e territórios mundiais. Tradicionalmente, no campo militar, o Brasil adota uma postura de neutralidade, evitando participar de forma ativa nos conflitos globais. Já no campo econômico, destaca-se as relações do Brasil com outros países subdesenvolvidos e emergentes, especialmente do chamado sul global.

Leia também: Geopolítica dos Brics — o papel que esses países desempenham na dinâmica global

Geopolítica no mundo

A geopolítica mundial é marcada pela multipolaridade, ou seja, a presença de diversos polos de poder em nível mundial. O planeta passou por diversos distúrbios geopolíticos ao longo do século XX, com destaque para as duas Grandes Guerras e para a Guerra Fria, que causaram, além de inúmeras perdas humanas, grandes prejuízos políticos e econômicos.

O início do século XXI foi marcado pela relativa estabilidade mundial, caracterizada pelo amplo progresso no campo científico e tecnológico, assim como pela maior inserção dos países e territórios no campo econômico e político internacional. Portanto, o espaço geopolítico mundial ampliou-se em termos do crescimento de nações emergentes e da consolidação de novos polos de poder mundial.

O recente conflito entre Rússia e Ucrânia é um exemplo de um campo de estudo da Geopolítica.

Porém verifica-se, nos últimos anos, que a ascensão desses novos polos de poder típicos da multipolaridade também criou tensões geopolíticas que tomam corpo por meio de disputas, especialmente, no campo econômico. As recentes tensões entre Estados Unidos, Rússia e Chinasão um exemplo dessa conjuntura.

Ademais, tradicionais regiões de forte embate político e militar, como o Sudeste Asiático e o Oriente Médio, vivenciam novas tensões geopolíticas por meio do rearranjo de potências regionais e mundiais. Além dessas, a situação atual do conflito entre a Rússia e a Ucrânia assim como o embate entre China e Taiwan são exemplos de novas tensões globais que vêm crescendo nos últimos anos com a multipolaridade presente no globo.

Saiba mais: Por que a Rússia invadiu a Ucrânia?

Geopolítica X Geografia política

Tradicionalmente, a Geografia política e a Geopolítica são tratadas como sinônimos. Porém cada termo tem uma particularidade específica conforme a sua aplicação nos estudos acadêmicos. A Geografia política é uma área da Geografia, mais precisamente da Geografia humana, que estuda principalmente a questão espacial dos territórios, ou seja, o seu enfoque está na caracterização espacial desses territórios. Já a Geopolítica, área de estudo abordada por diversas ciências, focaliza seus estudos na questão do poder dos territórios, sendo assim, o seu estudo está direcionado para o entendimento das relações de poder entre os diferentes países e territórios.

Geopolítica no Enem

A Geopolítica é um assunto bastante cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pois é um tema bastante amplo e atual, características que permitem a abordagem interdisciplinar e cotidiana, tão presente na referida avaliação. O Enem aborda tanto questões da Geopolítica mundial quanto da Geopolítica brasileira, conteúdos que fazem parte do Ensino Médio. A lista abaixo aborda as principais temáticas ligadas à Geopolítica cobradas pelo Enem nos últimos anos:

  • consequências da Primeira e Segunda Guerra Mundial;

  • fim da Guerra Fria e ascensão da multipolaridade;

  • novos agrupamentos políticos e econômicos do mundo;

  • ascensão de novas potências regionais e mundiais;

  • conflitos mundiais atuais (Rússia e Ucrânia / Oriente Médio / África Subsaariana / China e Taiwan);

  • papel do Brasil na Geopolítica mundial;

  • questão da Amazônia na Geopolítica mundial;

  • Geopolítica do petróleo;

  • Geopolítica da água;

  • imigrações internacionais;

  • blocos econômicos;

  • atuação dos organismos internacionais.

Exercícios resolvidos sobre Geopolítica

Questão 1 (Uece 2021) A respeito do cenário geopolítico global, considerando a nova geopolítica das nações e os conflitos contemporâneos, assinale a opção que descreve corretamente a conjuntura atual.

a) Passados 28 anos, a Teoria do Choque de Civilizações, proposta pelo cientista político Samuel Huntington, em 1993, ainda se revela extremamente atual, na medida em que os conflitos contemporâneos são choques predominantemente intercivilizacionais, perdendo em significado político-ideológico, econômico e geoestratégico.

b) Logo após o término da Guerra Fria, os conflitos regionais e as guerras aumentaram em frequência, porém declinaram lenta e gradualmente, se comparados àquele período. No entanto, permanece como questão entreaberta se certa proporção de conflitos existentes atualmente pode ser atribuída aos choques culturais entre civilizações.

c) Religião, princípios e valores morais ideológicos e diferenças culturais estão na raiz explicativa da maior parte dos conflitos regionais e globais, relegando ao segundo plano interesses geoeconômicos e geoestratégicos.

d) As diferenças culturais e religiosas têm imprimido cada vez mais um teor civilizacional aos conflitos contemporâneos e, em futuro muito próximo, seguramente extrapolarão em um conflito global entre dois grandes blocos civilizacionais: o Ocidente e o Oriente.

Resolução: Alternativa B. Após o término da Guerra Fria, o mundo caminhou para a chamada multipolaridade. Nesse contexto, apesar de recorrentes, os conflitos aconteceram de forma pontual, não criando grandes tensões entre as principais potências globais, evitando assim a ocorrência de uma nova Grande Guerra.

Questão 2(Uece 2021) Leia atentamente o seguinte excerto:

“O mundo cada vez ‘menor’ ou globalizado — algo que implica o surgimento ou a expansão de problemas comuns da humanidade e leva de fato a uma perda relativa das soberanias nacionais — deve (re)construir um sistema internacional de regras para a coexistência democrática entre os povos. E, como em qualquer sistema jurídico, ele não será eletivo se não houver a possibilidade de sanções a alguém que estiver deliberadamente infringindo essas regras.”

Vesentini, José W. Novas Geopolíticas, p. 74.

Considera-se que a geopolítica da nova ordem mundial se diferencia do cenário bipolar configurado no âmbito da velha ordem em função da

a) relativização e/ou questionamento das soberanias nacionais por organismos supranacionais quando das infrações deliberadas às regras democráticas da coexistência entre os povos por parte de um Estado-nação.

b) multiplicação dos centros de disputa global, o que faz com que, na nova ordem mundial, não exista mais apenas um epicentro do poder global, mas muitos epicentros distribuídos em todos os continentes do globo.

c) proliferação dos conflitos armados de grande porte por todo o globo.

d) alteração dos núcleos de poder, da eliminação das barreiras do comércio mundial e da plena integração política entre as nações.

Resolução: Alternativa A. Atualmente, a geopolítica mundial é marcada pela multipolaridade, caracterizada também pela atuação dos blocos supranacionais, que relativizam questões como a soberania nacional e o pertencimento identitário.

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