Bar�o de Coubertin (1863-1937) era o titulo de nobreza do historiador e pedagogo franc�s Pierre de Fr�dy. Ficou conhecido por ter criado os Jogos Ol�mpicos Modernos.
Bar�o de Coubertin, t�tulo de nobreza de Pierre de Fr�dy, nasceu em Paris, Fran�a, no dia 1 de janeiro de 1863, em uma fam�lia aristocr�tica, descendente de Fernando III de Castela. A fam�lia recebeu o t�tulo de nobreza do rei Lu�s XI e adotou o nome da cidade de Coubertin depois de receber a honraria. Seu pai, o bar�o Charles-Louis, era artista pl�stico reconhecido na cidade, e como tinha fortuna, doava o lucro da venda de sua arte � caridade. Sua m�e Agathe, era muito cat�lica e fez da religi�o uma obriga��o, sempre ajudando os mais necessitados.
Com 11 anos Pierre foi matriculado em um col�gio jesu�ta, e seus pais esperavam que ele seguisse o sacerd�cio. Era uma crian�a inteligente, gostava de ler e se destacava entre os melhores da turma. Com seus pais ultraconservadores, escondeu deles que, entre outros esportes mais nobres, lutava boxe.
O Sonho dos Jogos Ol�mpicos
Estudando a hist�ria da Inglaterra interessou-se por seus costumes. Descobriu que as crian�as inglesas praticavam esportes nas escolas e aprendiam a ganhar e perder, e que o esp�rito esportivo fazia a diferen�a. Da� surgiu o desejo de fazer a diferen�a tamb�m em seu pa�s.
Com 20 anos, o Bar�o de Coubertin viajou para a Inglaterra, onde conheceu a hist�ria de W.P. Brookes, que realizava competi��es nos moldes de uma olimp�ada. Para premiar o vencedor, Brookes teria recebido do rei da Gr�cia uma "urna de prata" para dar ao vencedor de uma das modalidades, o pentatlo.
Em 1884, Pierre foi mandado para a Universidade de Sorbonne, cursar direito. Despertou o interesse pela hist�ria grega e romana. Em 1885 abandonou o direito e partiu para estudar ci�ncias pol�ticas, pois achava que poderia se engajar nos servi�os p�blicos e fazer parte deles o que o ajudaria a realizar o sonho dos Jogos Ol�mpicos.
O Bar�o de Coubertin come�ou a escrever artigos e a fazer palestras sobre a import�ncia do esporte na educa��o. Recebeu de um ministro franc�s a miss�o de encontrar uma forma de melhorar a educa��o no pa�s. Em 1887, criou um comit� para discutir e uniformizar a pr�tica do esporte, o Union des Soci�t�s Fran�aises des Sports Athl�tiques.
Depois de visitar escolas em diversos pa�ses e perceber as diferen�as do papel do esporte em cada pa�s, concebeu a ideia de realizar disputas de diversas modalidades de esporte, como forma de criar um ambiente de amizade e uni�o dos povos.
Jogos Ol�mpicos da Era Moderna
Em 1888, a descoberta arqueol�gica de Ol�mpia, na Gr�cia, motivou as ideias de Coubertin a reviver os �Jogos Ol�mpicos da Antiguidade�. Em 1894, o Bar�o de Coubertin realizou um encontro internacional na Sorbonne, o Congresso Internacional de Amadores, com o objetivo de discutir a volta dos Jogos Ol�mpicos. Foi criado o Comit� Ol�mpico Internacional (COI). O comit� decidiu que o primeiro evento seria�em Atenas, em 1896 e que se repetiria de 4 em 4 anos.
Na abertura dos jogos, o nome do Bar�o de Coubertin estava na lista de convidados, mas n�o como secret�rio do COI, idealizador ou pai dos Jogos Ol�mpicos Modernos, mas como jornalista Pierre de Coubertin. Os jogos foram um sucesso, mesmo sem o�reconhecimento de seu idealizador.
Ap�s os jogos de Atenas, Coubertin assumiu a presid�ncia do COI, onde permaneceu por 29 anos, de 1896 a 1925, e foi presidente honor�rio at� sua morte. A gl�ria e o reconhecimento veio ao ser indicado ao Pr�mio Nobel da Paz, mas n�o ganhou porque tinha o apoio de Adolf Hitler. Deixou diversas publica��es, entre elas: "France Since 1814" (1890), "Notes sur�l'education" (1901), "Olympic�Momoirs" (1931).
�Bar�o de Coubertin faleceu em Genebra, na Su��a, no dia 2 de setembro de 1937. Foi sepultado em Lausanne, sede do COI, e seu cora��o est� sepultado em um monumento na cidade de Ol�mpia, na Gr�cia, onde � reconhecido como "o pai dos jogos modernos".
Curiosidades
- A frase �O importante n�o � vencer, � competir. E com dignidade� ficou famosa com Coubertin, no entanto � de autoria de um bispo de Londres.
- Nos primeiros Jogos s� a aristocracia participou. Essa era uma das prefer�ncias de Coubertin.
- O bar�o defendia a participa��o s� de atletas amadores, nunca profissionais.
- Cobertin ganhou (usando um pseud�nimo) medalha ol�mpica de ouro de literatura na edi��o dos Jogos de Estocolmo, em 1912, como o poema �Ode ao Esporte�.
- O s�mbolo ol�mpico com os cinco an�is representando os continentes e a uni�o dos povos foi idealizado pelo Bar�o de Coubertin.
- Em 1913, Coubertin criou a bandeira ol�mpica e juntou aos an�is a frase �Mais r�pido, mais alto, mais forte�.
Religião e esporte na Grécia Antiga
A prática esportiva, bem como uma série de outras práticas desenvolvidas pelo ser humano, possuía nas civilizações antigas um fundamento religioso. Os Jogos Olímpicos, hoje em dia bastante popularizados em razão do resgate que deles foi feito pelo Barão de Coubertin, na década de 1890, não fogem à regra. A origem de tais jogos ocorreu na cidade de Olímpia, uma das cidades-estado da Grécia Antiga (ou Hélade), por volta do século VIII a.C.
Na antiga Grécia, quatro grandes festivais religiosos eram celebrados com jogos esportivos: os Píticos, dedicados ao deus Apolo e realizados no santuário de Delfos; os Ístmicos, realizados no santuário de Corinto e dedicados ao deus Poseidon; os Nemeus, realizados em Nemeia, no santuário de Zeus e a ele dedicados; e, por fim, os Olímpicos, que eram realizados em Olímpia e também dedicados a Zeus.
Para compreendermos bem a relação dos Jogos Olímpicos com Zeus, é necessário fazer referência a uma parte do mito de Hércules (ou Héracles).
Culto a Zeus em Olímpia e o mito de Hércules
Hércules, segundo a mitologia grega, é considerado o fundador dos Jogos Olímpicos. Filho de Zeus com uma mortal, Hércules foi desafiado pela deusa Hera a cumprir doze trabalhos considerados irrealizáveis. O quinto deses trabalhos consistia em limpar os currais do rei Áugias, da cidade de Élis. Segundo o mito, os currais eram habitados por milhares de animais e não era limpo há cerca de 30 anos.
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Hércules, após conseguir realizar o penoso trabalho, decidiu comemorar o feito inaugurando jogos esportivos em homenagem ao seu pai, Zeus. Tais jogos teriam sido realizados pela primeira vez no santuário de Zeus em Olímpia e, por isso, recebido o nome de “olímpicos” ou, simplesmente, Olimpíadas. A narrativa mitológica à parte, de fato em Olímpia os jogos esportivos foram bastante intensos, com periodicidade de quatro anos e por cerca de cinco séculos.
Sempre que era feita a abertura, animais eram sacrificados em homenagem a Zeus, bem como outros ritos, com o acendimento da chama olímpica (que sobrevive até hoje).
Modalidades esportivas das antigas Olimpíadas
Muitas das modalidades esportivas da antiga Grécia eram bastante parecidas com as atuais. Outras, por sua vez, era radicalmente diversas.
Entre as que se assemelhavam às que são praticadas hoje, havia, por exemplo, as corridas a pé (chamadas de drómos), que se dividiam em categorias, cada qual variando conforme a distância e o tempo percorrido. A atual corrida de revezamento de bastão deriva, por exemplo, da corrida em que se revezava uma tocha acesa. Havia ainda o pentatlo (pentathlon) – que também é praticado hoje, mas com modificações –, lançamento de discos e dardos e modalidades de luta.
Entre os esportes que diferem dos atuais, havia a corrida com armadura de combate, chamada de hoplitodromía; as corridas com carros de combate de tração animal, como as bigas (puxadas por dois cavalos) e as quadrigas (puxadas por quatro cavalos); e, por fim, lutas como o pancrácio, que consistia em algo próximo ao “vale-tudo”. Nessa modalidade de luta sem regras, os competidores beiravam a morte e eram permitidos socos, cabeçadas, cotoveladas, torções, estrangulamentos etc.
Por Me. Cláudio Fernandes