Que aspectos dos indígenas Pero Vaz de Caminha descreve nesse trecho?

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Acesso em: 14 mar. 2016. FONTE: Marcos Guilherme/Arquivo da editora 95 1. Como é descrito o indígena na "Carta de Pero Vaz de Caminha"? Resposta: O indígena é descrito como tendo aparência parda, pele avermelhada, de feições bem-feitas. Não demonstra ter vergonha de seus genitais e parece ser gentil e ingênuo. 2. Caminha descreve o episódio com as contas do rosário a partir de duas perspectivas - a do português e a do indígena. Quais seriam elas? Resposta: Na perspectiva do colonizador, o indígena, com o gesto de tomar o rosário de contas, colocá-lo no pescoço e depois acenar para o colar do capitão e para a terra, estaria demonstrando que trocaria ouro por rosários como aquele. Na perspectiva do indígena, ele poderia estar querendo dizer que gostaria de ficar com o rosário e também com o colar do capitão. 3. Qual das perspectivas prevalece? Por quê? Resposta: A do português. Como afirma Caminha, essa seria a única perspectiva aceitável, já que, se fosse outra a intenção dos indígenas, ela não seria aceita pelos portugueses. 4. O poema de Oswald de Andrade (1890-1954) parodia o encontro entre o português e o indígena. No poema, esse encontro também se abre para uma dupla perspectiva. Qual? Resposta: O português, num dia de chuva, vestiu o indígena. O indígena, num dia de sol, teria despido o português. 5. O título do poema é ambíguo. Explique os dois sentidos que ele pode assumir. Resposta: Geralmente, usa-se a expressão "erro de português" para fazer referência a uma incorreção ortográfica, notacional ou sintática no uso da norma-padrão. No caso do poema, o "erro de português" seria o fato de o colonizador ter sobreposto sua cultura à cultura indígena. 6. Analisando o título, é possível depreender a posição do poeta a respeito da colonização brasileira? Explique. Resposta: Sim, na perspectiva de Oswald de Andrade, a colonização brasileira foi um erro cometido pelos portugueses. Deveria ter ocorrido de modo diverso, respeitando o parâmetro cultural do indígena. INTERDISCIPLINARIDADE com Antropologia (evolucionismo). O Quinhentismo na História Os primeiros textos escritos no Brasil se inserem no período denominado Quinhentismo, em que não havia propriamente a produção de uma literatura brasileira, já que não existiam autores nascidos no Brasil nem mesmo um público leitor. Os primeiros textos escritos em nossas terras foram cartas e documentos que atestavam a chegada dos portugueses em 1500 e informavam o rei, dom Manuel, sobre a terra, seus habitantes e seus costumes. Jesuítas e viajantes também escreveram sobre as paisagens e os indígenas brasileiros. E foi nesse contexto que Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta - o primeiro documento escrito no Brasil de que se tem notícia - para avisar ao reino sobre a descoberta de um novo território e defender a ideia de que valeria a pena colonizá-lo. O interesse prioritário de Portugal, porém, continuava a ser o comércio com as Índias. Com isso, a colonização só foi efetivada a partir de 1530, com a chegada da missão de Martim Afonso para combater a pirataria no Nordeste brasileiro. Nesse período, teve início a exploração dos produtos que interessavam ao governo português, especialmente o pau-brasil. Em 1549, chegaram os jesuítas, missionários católicos pertencentes à Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola. A vinda dos jesuítas tinha como missão converter os indígenas ao catolicismo e expandir o número de fiéis no mundo. Nesse mesmo período, viajantes europeus visitavam o território, interessados em catalogar espécies animais e vegetais, estudar os costumes dos habitantes nativos e incentivar a colonização, ainda muito incipiente. Um dos livros que tinham o objetivo de retratar a nova terra foi o Tratado da terra do Brasil: história da província de Santa Cruz, a que vulgarmente chama Brasil, de Pero Magalhães Gândavo, de 1576. LEGENDA: Primeira página da Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rey D. Manuel. Nela, Caminha dá notícias do "achamento das novas terras". FONTE: Reprodução/Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, Lisboa, Portugal 96 LEGENDA: Terra Brasilis. Mapa de Lopo Homem, elaborado no século XVI, mostra os indígenas colhendo pau-brasil. FONTE: Reprodução/Biblioteca Nacional, Paris, França. Esses primeiros escritos não se constituíam exatamente como textos literários, pois seu interesse residia nas informações que revelavam aspectos naturais e sociais do território. Textos como o de Gândavo, por exemplo, são carregados de uma visão eurocêntrica, que considera válidas apenas a cultura, a religião e a organização político-econômica europeias. Assim, o primeiro olhar lançado ao Brasil foi de admiração com as novas descobertas, mas também de temor, pois representava uma ameaça à civilização. Outro texto responsável por constituir esse olhar foi o do viajante alemão Hans Staden, que chegou a ser prisioneiro dos tupinambás na Aldeia de Ubatuba, litoral de São Paulo. Os indígenas pretendiam matá-lo e devorá-lo, mas, depois de se fazer passar por curandeiro e convencê-los a poupá-lo da morte, Staden foi trocado por um baú de mercadorias e resgatado pelo capitão de um navio francês, após nove meses de cativeiro. Ao voltar para a Europa, escreveu suas memórias, Duas viagens ao Brasil, publicado em 1557. Antropofagia na cultura indígena Segundo a maior parte dos relatos sobre o cotidiano indígena na época colonial, as mulheres não participavam dos rituais antropofágicos - quando muito, tinham papel coadjuvante. O sentido do ritual antropofágico entre as tribos indígenas era o de comer a carne do prisioneiro acreditando que, dessa forma, iriam adquirir a força, a coragem e os conhecimentos do inimigo. Não era um ritual comum, cotidiano, mas reservado a momentos especiais, após a captura de inimigos que se sobressaíam em suas habilidades guerreiras. Era basicamente masculino, voltado para os maiores combatentes, e as mulheres costumavam apenas ajudar na preparação e comer as sobras. No entanto, Theodor de Bry, que nunca visitou o Brasil, representou o ritual indígena de uma forma bastante particular: as mulheres, e até crianças, participavam ativamente da cerimônia. Além disso, nessa representação, as nativas tinham cabelos que lembravam os das europeias e carregavam membros humanos como se carregassem troféus, numa excitação que era destinada aos homens nesse tipo de ritual. LEGENDA: Dança em ritual canibalista. Século XVI. Theodor de Bry. Gravura em cobre. Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo. FONTE: The Bridgeman Photo Library/Fotoarena/Serviço da História da Marinha, Vincennes, França. Com base em representações como essas, a mulher indígena era vista pelo europeu como um ser demoníaco que deveria ser duplamente temido: se 97 a jovem podia seduzir o europeu com o seu corpo à mostra, pondo em risco os valores cristãos, a idosa, por sua vez, podia corromper a civilização por meio dos rituais de seu povo, como a antropofagia e a preparação do cauim, bebida fermentada preparada pelos indígenas com a mandioca. Se, inicialmente, a terra recém-descoberta estava repleta de riquezas a serem exploradas, pois havia muita terra fértil, uma vegetação nativa diversificada, indígenas dóceis, água em abundância - visão que predomina na Carta de Pero Vaz de Caminha -, aos poucos essa visão paradisíaca passaria a ser substituída por um olhar menos otimista, à medida que surgissem os primeiros obstáculos da empreitada colonial. Nem todos os povos indígenas se mostraram gentis ao contato com os colonizadores, iniciando-se, assim, conflitos e disputas, além das dificuldades típicas de conquistar uma terra tão vasta com poucos homens. Embora, de um lado, a natureza fosse vista como celestial, o homem nativo era identificado com visões infernais: ele resistia ao processo civilizatório trazido pelo português, não possuía rituais religiosos parecidos com os dos europeus e praticava a antropofagia. A tensão entre esses dois brasis, entre o céu (identificado com a natureza) e o inferno (identificado

Como Pero Vaz Caminha descreveu os indígenas?

Caminha descreve os nativos: “eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”. Mas estavam armados: “nas mãos traziam arcos com suas setas”. Segue uma troca de objetos, o que já revela estranhamento mútuo.

Qual é o principal aspecto da colonização brasileira presente nas palavras de Pero Vaz no trecho transcrito?

Resposta: Neste trecho da carta há a descrição do contato entre europeus e indígenas e suas reações diante das coisas trazidas pelos portugueses, a descrição das grandes riquezas naturais da terra descoberta.

O que esse trecho da carta de Caminha relata?

Ele documenta a composição física à primeira vista do território. Além disso, narra o episódio do desembarque dos portugueses na praia, o primeiro encontro entre os índios e os colonizadores, e a primeira missa realizada no Brasil.

De quem Pero Vaz de Caminha descreve no trecho?

o trecho da carta de pero Vaz De Caminha descreve a terra descoberta ao rei português.

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