Quanto tempo vive uma pessoa com câncer de mama metastático?

Câncer de mama metastático, também conhecido como câncer de estágio IV, é o câncer de mama que atingiu para outros órgãos do corpo, mais frequentemente os ossos, os pulmões, o fígado ou o cérebro.

Mesmo que o câncer de mama metastático tenha atingido outra parte do corpo, ele é considerado e tratado como câncer de mama. Por exemplo, se o câncer de mama atingiu os pulmões, ele ainda é considerado câncer de mama (e não de pulmão), e é tratado com medicamentos para câncer de mama ao invés de medicamentos usados no tratamento para o câncer que inicia nos pulmões.

Algumas mulheres são diagnosticadas com câncer de mama metastático ainda no primeiro diagnóstico, mas o mais comum é que a metástase no câncer de mama ocorra meses ou anos após a paciente ter completado o tratamento para o câncer de mama inicial ou localmente avançado (estágios I, II e III). O risco do câncer de mama retornar e gerar metástase varia de pessoa para pessoa e depende muito da biologia do tumor e do estágio em que ele se encontra no momento do diagnóstico.

Tratamento para Câncer de Mama Metastático

Quanto mais avançado o estágio em que o câncer de mama se encontra, infelizmente menores são as chances de cura. O câncer de mama metastático corresponde ao estágio IV da doença, ou seja, o estágio mais avançado. Mas isso não quer dizer que ele não possa ser tratado.

O tratamento do câncer de mama metastático se foca em aumento do tempo e da qualidade de vida. O plano de tratamento é guiado por vários fatores, incluindo:

– Características das células cancerígenas

– Onde mais o câncer atingiu

– Os sintomas

– Tratamentos para o câncer de mama realizados anteriormente

Falar abertamente sobre qualidade de vida com o seu médico e sua família pode ajuda-la a decidir pelo tratamento para você. Participar de um grupo de apoio pode também ajuda-la a pensar sobre essas questões.

Prognóstico para o Câncer de Mama Metastático

A sobrevivência ao câncer de mama metastático varia muito de pessoa para pessoa. Um grande estudo internacional [1] descobriu que cerca de 15% das mulheres viveram ao menos cinco anos após receberem o diagnóstico de câncer de mama metastático. Algumas mulheres podem viver mais de dez anos após o diagnóstico [2]. É importante esclarecer que esses estudos estão baseados em mulheres diagnosticadas antes de estarem disponíveis alguns tratamentos mais modernos para o câncer de mama metastático. Tratamentos de tecnologia avançada para pacientes com câncer de mama metastático podem significar uma grande melhora no índice de sobrevivência de mulheres diagnosticadas atualmente. No Brasil, a Femama luta para que medicamentos mais efetivos, de alta tecnologia, estejam acessíveis para pacientes com câncer de mama metastático no Sistema Único de Saúde (SUS).

[1]  Tevaarwerk AJ, Gray RJ, Schneider BP, et al. Survival in patients with metastatic recurrent breast cancer after adjuvant chemotherapy: little evidence of improvement over the past 30 years. Cancer. 119(6):1140-8, 2013.

[2] U.S. National Cancer Institute. Stage IIIB, inoperable IIIC, IV, recurrent, and metastatic breast cancer. http://www.cancer.gov/cancertopics/pdq/treatment/breast/healthprofessional/page7, 2014. 

Texto produzido com informações de Susan G. Komen

O câncer de mama metastático é um tumor maligno localizado em outras partes do corpo (normalmente nos ossos, pulmões, fígado e cérebro, nesta ordem) que apareceu inicialmente nos tecidos mamários, mas se espalhou.

A pessoa pode ter este tumor identificado no diagnóstico do câncer de mama em si, caso seja tardio, mas o mais comum é que ele se manifeste algum tempo depois do tratamento do tumor primário.

Os médicos estimam que 20% dos casos de câncer de mama podem apresentar sinais de metástase em algum momento após o diagnóstico.

As chances de um câncer de mama se espalhar dependem muito do tipo de tumor primário. Alguns são mais agressivos e têm evolução muito mais rápida do que outros.

O mais comum é que os cânceres classificados como triplo negativos ou HER2 positivos sejam mais agressivos, por exemplo.

No entanto, o tempo de diagnóstico também é um fator importante. Se a pessoa for diagnosticada com um câncer de mama agressivo, mas precocemente, as chances de uma metástase ocorrer diminuem.

Normalmente, o câncer de mama entra em metástase quando suas células cancerígenas conseguem se espalhar pelo corpo. Para tanto, elas podem usar dois caminhos:

  • Através do sistema linfático, atingindo os gânglios linfáticos e, então, os órgãos nos arredores
  • Caindo na corrente sanguínea e se espalhando, na chamada “disseminação hematogênica”.

Os cânceres de mama metastáticos possuem as mesmas características do tumor localizado no seio e costumam ser classificados de acordo com a avaliação imunoistoquímica (IQH) que analisa a presença de receptores para três tipos de fatores:

  • Estrogênio
  • Progesterona
  • HER-2 (sigla para receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano).

O mais comum é que uma metástase seja observada nos exames de seguimento após o tratamento do câncer de mama primário. No entanto, as metástases podem apresentar sintomas de acordo com o órgão acometido. Os sintomas mais comuns para cada tipo são:

  • Dor severa nos ossos
  • Maior incidência de fraturas ósseas
  • Inchaço na região.
  • Icterícia (pele e olhos com coloração amarelada)
  • Aumento anormal das enzimas ligadas ao fígado
  • Dor abdominal
  • Perda de apetite
  • Náusea e vômitos.

É importante ressaltar que esses sintomas são comuns na maior parte dos problemas no fígado e, normalmente, aparecem quando a metástase está evoluída.

  • Tosse crônica
  • Dor do peito
  • Anormalidades no raio-X do peito.
  • Dor de cabeça persistente
  • Problemas de visão
  • Convulsões
  • Mudanças de comportamento ou personalidade
  • Náusea e vômitos.

Normalmente, o diagnóstico do câncer de mama metastático ocorre ou junto com o câncer de mama, durante os exames de estadiamento deste tumor, ou seja, exames que determinam a extensão da doença, ou durante o acompanhamento que os pacientes fazem após o tratamento do câncer de mama primário.

Durante este acompanhamento, o paciente não faz exames recorrentes, mas é sempre questionado e também incentivado pelo médico a relatar qualquer sintoma que possa ser relacionado a uma destas metástases. Caso o paciente apresente algum sinal anormal, os exames podem ser feitos a fim de investigar a situação.

O mais comum é que esse acompanhamento seja feito por cinco ou dez anos após o tratamento, mas o que determina esta frequência é o tipo de tumor e o estadiamento do tumor primário no diagnóstico inicial.

Os exames mais usados para diagnosticar tumores do câncer de mama metastáticos são os seguintes exames de imagem:

  • Ressonância magnética
  • Tomografia
  • Cintilografia.

O PET Scan também pode ser feito, mas não são todos os locais que têm acesso a esta tecnologia no Brasil.

Um câncer de mama metastático tem possibilidades de tratamentos diferentes conforme o avanço do tumor, sua localização e características. Veja os tipos mais comuns:

O conceito de terapia alvo é simples: caso o tumor tenha alguma característica que as outras células do corpo não tenham, é criado um medicamento que o ataca devido a essa característica, tornando o tratamento mais localizado.

Isso pode ser feito, no câncer de mama primário ou no metastático, através de receptores hormonais (a hormonioterapia) ou proteínas.

Um desses receptores mais famosos é o da proteína HER2, presente em 20% das pacientes. Isso possibilitou a criação de medicamentos que atuam diretamente no tumor.

Dentro das terapias hormonais, o câncer de mama pode ter receptores para estrogênio ou progesterona, os dois principais hormônios femininos.

A vantagem disso é que o tratamento por terapia alvo traz menos efeitos colaterais ao paciente.

No entanto, se o tumor for triplo negativo (ou seja, não tiver receptores para HER2, progesterona ou estrogênio), outros tipos de tratamento devem ser escolhidos.

A quimioterapia sempre será usada no tratamento de um tumor, seja acompanhando a terapia alvo ou sozinha. Ela utiliza medicamentos orais ou intravenosos, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes.

A cirurgia é feita em casos mais raros, quando o câncer de mama metastático é isolado ou está em locais de fácil retirada no cérebro, fígado e ossos. Pode ser também que a lesão óssea cause alguma dor ou problema ortopédico e precise ser operada, além dos outros tratamentos.

A cirurgia é feita em casos mais raros, quando o câncer de mama metastático é isolado ou está em locais de fácil retirada no cérebro, fígado e ossos. Pode ser também que a lesão óssea cause alguma dor ou problema ortopédico e precise ser operada, além dos outros tratamentos.

Quando se fala de um câncer de mama metastático é muito difícil usar o termo cura. No entanto, cada vez mais os novos tratamentos permitem que pacientes convivam com o tumor secundário de forma natural e por muitos mais anos. De acordo com os especialistas, não é mais possível prever por quanto tempo os pacientes irão conviver com estes tumores, pois a expectativa é cada vez melhor, ainda mais se o paciente é positivo com relação ao diagnóstico e tratamento.

Com o tratamento adequado e força de vontade, os obstáculos podem ser superados. Mesmo cânceres mais avançados podem responder bem ao tratamento, podendo, em muitos casos, ser operados e retirados completamente. Por isso é importante conversar com seu médico e sempre buscar novas formas de lidar com a doença.

Quando falamos em câncer de mama metastático, é importante ressaltar que o tratamento do câncer de mama primário já visa justamente prevenir o aparecimento de metástases.

Além disso, o acompanhamento dos pacientes é feito justamente para, casos estes tumores apareçam, sejam detectados o mais cedo possível.

Bons hábitos do dia a dia podem ser importantes na prevenção ou redução do risco de ter câncer de mama. Veja alguns deles:

  • Exercícios: estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute apontou que adolescentes praticantes de exercícios físicos intensos diminuem as chances de sofrer de câncer de mama na fase adulta em até 23%
  • Amamentação: mulheres que amamentam seus filhos por, pelo menos, seis meses têm 5% menos chances de desenvolver a doença, de acordo com um estudo conduzido pelo Centro de Pesquisa para o Câncer da Grã-Bretanha
  • Dieta balanceada: manter uma alimentação adequada ajuda no controle do peso, na prevenção de doenças crônicas e melhora a saúde como um todo. Além disso, um corpo saudável trabalha melhor, prevenindo o surgimento de tumores.
  • Estresse: mulheres que vivem uma rotina muito agitada e estressante têm quase o dobro de chances de desenvolver câncer de mama, quando relacionada a outros fatores de risco, mostra estudo publicado pela revista científica BMC Research Notes.

Além disso tudo, vale ressaltar a importância de se fazer a mamografia.

A maioria das mulheres deve começar a fazer mamografias anualmente após os 50 anos, mas, para quem tem histórico familiar de câncer de mama, o exame deve começar 10 antes do caso mais precoce na família. Assim, se um parente próximo teve esse tipo de câncer aos 40, é preciso começar a fazer mamografias anualmente a partir dos 30 anos.

Fazer a mamografia anualmente em idade adequada pode reduzir a morte por câncer de mama em até 30%, segundo um estudo publicado na revista Radiology.

O tratamento contra o câncer de mama metastático envolve uma série de cuidados para minimizar os efeitos adversos de algumas terapias. Veja os principais:

  • Náuseas e vômitos: consuma alimentos de fácil digestão e converse com seu oncologista sobre a necessidade da utilização de medicamentos antieméticos
  • Planeje a alimentação: algumas pessoas sentem-se bem comendo antes da quimioterapia e outras, não – nesse caso, o hábito varia conforme a necessidade do paciente com câncer de mama. Entretanto, deve-se sempre aguardar pelo menos uma hora após a sessão para consumir qualquer alimento ou bebida
  • Coma devagar: consuma pequenas refeições cinco ou seis vezes por dia em vez de três grandes refeições, evitando ingerir líquidos enquanto come. Isso evite enjoos e vômitos
  • Prefira alimentos frescos e evite consumi-los muito quentes
  • Evite alimentos e bebidas fortes, como café, peixe, cebola e alho. Eles também favorecem os vômitos.

O radioterapeuta e a equipe de enfermagem devem orientar o paciente sobre os cuidados específicos que deverão ser adotados durante o tratamento de radioterapia. Esses cuidados variam muito de acordo com a região a ser irradiada.

  • Pele: lave a pele irradiada com sabão suave e água morna. Tente não coçar nem esfregar a área
  • Pomada: aplique pomadas ou cremes sobre a pele somente com aprovação médica
  • Prefira roupas folgadas e confortáveis e, se possível, cubra a região irradiada com roupas claras
  • Mais do que viver, o paciente pode viver bem, cuidando de si mesmo com carinho e atenção. Para ajudar os pacientes nesse desafio, é cada vez mais comum a abordagem multidisciplinar para o câncer de mama, com apoio de dentistas, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, preparadores físicos e etc.

Ela promove a independência funcional do paciente, permitindo que realize as atividades que deseja sozinho e sem inconveniências. Além disso, proporciona alívio da dor e reduz a necessidade do uso de analgésicos. Geralmente o tratamento é indicado após a cirurgia.

O acompanhamento nutricional ajuda a prevenir a perda de peso e a desnutrição durante o tratamento. Ele também ajuda o paciente com câncer de mama a seguir as restrições dietéticas corretas para evitar possíveis efeitos colaterais do tratamento.

Não importa a atividade, o que importa é praticar. A exercício físico ajuda a "mandar" a fadiga embora, aumenta a energia, a disposição e a autoestima, além de proporcionar convívio social.

  • Depois da cirurgia: converse com seu médico sobre o retorno às atividades físicas. Isso varia de acordo com o tempo de recuperação esperado para cada caso
  • Alguns pacientes podem apresentar queda de imunidade durante o tratamento, o que pode ocasionar infecções oportunistas. Por isso, não se recomendam atividades como a natação, por exemplo, já que o contato com a água da piscina pode favorecer infecções
  • Caso a ideia seja frequentar uma academia de ginástica, opte pela atividade supervisionada por um profissional de educação física. Relate seu caso, para que ele indique a série de exercícios mais adequada.

Geralmente as complicações de um câncer de mama metastático estão mais ligadas aos efeitos colaterais das terapias.

Após a cirurgia, por exemplo, é necessário acompanhamento com médico e fisioterapeuta para evitar o rompimento dos pontos e necrose de tecidos - além disso é importante manter a higienização do local para evitar infecções.

A cirurgia também envolve a modificação do tamanho e formato das mamas e pode causar uma série de alterações psicológicas na paciente, além das mudanças físicas.

A hormonioterapia (terapia alvo direcionada aos hormônios estrogênio ou progesterona) pode piorar os sintomas da menopausa, favorecer a osteoporose, aumentar o risco de trombose e coágulos nas pernas. Entretanto, esses efeitos colaterais são raros e as pacientes, no geral, têm uma alta tolerância ao tratamento.

Durante a quimioterapia, a mulher pode sofrer infecções bucais, queda de cabelo, diarreia, náuseas e baixa imunidade temporária. Algumas quimioterapias também podem afetar a saúde cardiovascular - por isso é importante o acompanhamento com cardiologista. O sistema reprodutor pode ser afetado, por isso, se estiver em idade reprodutiva e pretende ter filhos, o ideal é discutir com o médico e com o (a) parceiro (a) a possibilidade de se fazer o congelamento de óvulos. A queda de cabelo é o efeito mais comum da quimioterapia e não é controlável - isso porque o tratamento irá inviabilizar a multiplicação de todas as células do corpo, inclusive dos folículos capilares. Além da queda de cabelo, pode ser que você também perceba as unhas ficarem mais fracas.

A terapia alvo anti HER-2 tem menos efeitos colaterais, mas pode induzir uma toxicidade no coração. É essencial o acompanhamento com o cardiologista se optar por esse tratamento.

Por mais que este tratamento, geralmente, apresente menor grau de toxicidade que os quimioterápicos convencionais, ele pode gerar efeitos como falta de ar, sensação de calor, queda da pressão arterial e rubor. Notifique imediatamente a equipe médica assim que esses sintomas aparecerem. Normalmente, esses efeitos diminuem nas administrações posteriores.

Já a radioterapia pode causar cansaço e queimaduras leves na pele, que volta ao normal com o fim da terapia.

Oncologista Gilberto Amorim, Diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)

Oncologista clínica Solange Moraes Sanches, diretora do Departamento de Oncologia Clínica do A.C.Camargo Cancer Center

Mastologista e Ginecologista Oncológico José Carlos Torres, especialista do do Hospital Israelita Albert Einstein e do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas (CAISM/UNICAMP)

Associação Nacional do Câncer de Mama dos Estados Unidos

BERNSTEIN, Leslie et al. "Physical exercise and reduced risk of breast cancer in younf woman", Journal of National Câncer Institute. 86 (18): 1371-1372. 1994

BERAL,Valerie et al. "Breast cancer and breastfeeding", The Lancet. Volume 361, No. 9352, p177, 11 January 2003

Quanto tempo o câncer de mama se espalha?

O câncer de mama metastático acontece quando o tumor se espalha para outros órgãos do corpo, como ossos, pulmão, fígado e cérebro. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama mesmo detectados no início se tornam metastáticos. A doença pode voltar em outras partes do corpo depois de meses ou anos do primeiro diagnóstico.

Quanto tempo vive uma pessoa com câncer metastático?

“Há um tempo, a mulher com câncer de mama poderia viver de um a dois anos quando a doença se tornava metastática. Hoje ela pode viver 10 ou mais”, compara. Apesar de paliativo, o tratamento de pacientes com metástase não garante apenas a sobrevida, mas uma existência com qualidade.

Quais as chances de sobreviver a uma metástase?

Metástase tem cura? A resposta depende do tamanho e da localização da metástase. De maneira geral, historicamente, as chances são baixas. Mesmo depois de longos tratamentos, basta uma célula cancerígena sobreviver no corpo para se espalhar, gerando novas lesões a outros tecidos do corpo.

Qual o melhor tratamento para câncer de mama metastático?

O principal tratamento do câncer de mama metastático é o medicamentoso. Felizmente, hoje existem muitas opções de drogas, muito além da quimioterapia. O tipo de medicação depende do tipo de tumor e existem incontáveis combinações diferentes de tratamento.