A NoiteJoão Gomes Show Isso é João Gomes Composição: Tiê / Adriano Cintra / André Whoong / Giuseppe Anastasi / Rita Wainer. Essa informação está errada? Nos avise. Enviada por @leoomanenti. Legendado por Millena. Revisão por Mateus. Viu algum erro? Envie uma revisão. Boate AzulBruno e MarroneDoente de amor, procurei remédio na vida noturna Alcione Dias Nazareth é daquelas pessoas com quem estabelecemos conexão imediatamente. Do tipo que o interlocutor fica com um sorrisinho no canto da boca durante a conversa, com a cabeça meio inclinada, como se sob encanto. Depois de cinco minutos ouvindo aquela voz grave e intensa, familiar à maioria dos brasileiros, é fácil se sentir de casa. Talvez por isso a “Família Marrom” seja infinita. Tem a Mangueira, o Maranhão, o Flamengo, os amigos que circulam por seu bar, no Rio, os profissionais que a acompanham, os músicos de diferentes gerações (até Axl Rose! – contamos a história abaixo). E tem também os próprios integrantes do clã Nazareth, que não são poucos: nove irmãos de pai e mãe, mais nove só de pai, e todos os seus desdobramentos. Vários deles estampados em porta-retratos espalhados pelas salas que dão acesso à casa em que a cantora mora sozinha – mas que está sempre cheia – em um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Leia também Teresa Cristina: 'Passei um tempo da minha vida me sentindo muito silenciada' 'Tenho alma jovem', disse Gal Costa em uma de suas últimas entrevistas Angela Brito: 'Vivo no Brasil há 28 anos, mas sou eterna estrangeira' Junto às fotos dos parentes, mais um pouco da família estendida. De Hebe a Dona Canô. De Rogéria a Clara Nunes. “Não tive filhos, mas tenho sobrinhos. Meus irmãos foram tendo filhos e aquilo foi me preenchendo. Tem um que sou enlouquecida, o Otto, de 4 anos, neto da minha irmã Maria Helena. Ele vem aqui esta semana, estou muito animada”, fala, apontando para uma cadeirinha infantil posicionada estrategicamente no canto da sala. + Cultura: Chimamanda: ícone do feminismo negro fala sobre democracia, violência policial e intolerância A decoração, aliás, ajuda a medir a pluralidade da Marrom. Entre uma estante espelhada na sala de jantar e nos balcões estão dispostas diferentes imagens da umbanda e do catolicismo. Uma grande escultura em formato de figa pendente em uma parede divide espaço com uma imagem de barro de Nossa Senhora. Por ali também há uma seleção de vibrantes bandeiras da Mangueira. Ao lado tem um pandeiro do tradicional bloco carioca Cacique de Ramos e vários tamborins. Para ser fotografada, ela pede para que busquem seu grande companheiro, o trompete – anatômico, compacto, tocado por unhas alongadas, estampadas em diferentes nuances de vermelho. As poltronas também têm estampas e por perto há um arranjo de plumas coloridas de verde e rosa. Estátuas africanas, bumba meu boi, Anastácia amordaçada. Todos os cantos ensinam um pouquinho mais sobre a artista. No auge das comemorações dos 50 anos de carreira – e no alto de seus 74 de vida –, Alcione está levando a sério a promessa de não deixar o samba morrer. O título de seu primeiro (e talvez maior) sucesso foi, entre tantos outros, um mantra que sempre levou consigo. Basta uma única conversa para perceber que Alcione tem na ponta da língua um samba perfeito para ilustrar qualquer situação. Em pouco mais de uma hora de entrevista, pelo menos uns cinco, seis trechos foram cantarolados. É que a vontade de cantar é maior do que ela, é orgânica, quase incontrolável. Tanto que menos de três meses depois de uma cirurgia na lombar, que a deixou um mês em recuperação no hospital, Marrom já está na estrada. Até janeiro de 2023, faz shows gratuitos em arenas e lonas culturais nas zonas Norte e Oeste do Rio de Janeiro. Intercala uma agenda intensa de apresentações pelo Brasil – em torno de dez por mês, em estados como Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. E ainda antes de o ano acabar passa por Luanda, em Angola, para uma sequência de três shows em dezembro. Leia também Angela Brito: 'Vivo no Brasil há 28 anos, mas sou eterna estrangeira' Roberta Miranda: 'Hoje me vejo como trissexual' Lilia Cabral: ‘Passei anos tentando mostrar que eu não era só engraçada’ E a festa pelo meio século de trabalho não para por aqui. Marrom, o Musical, de Miguel Falabella, estreou em agosto no Rio e fica até o início de novembro em São Paulo. No documentário O Samba é Primo do Jazz, a diretora Angela Zoe costura a vida da artista com canções icônicas e grandes entrevistas. Importantes nomes da música atual, como Ludmilla, Iza, Tássia Reis e MC Tha, também entraram para a festa com interpretações da obra de Alcione, renovando a missão de não deixar o samba acabar. A entrevista a seguir transitou por muitos temas e histórias contadas com imitação de vozes e referências que revelam memória exemplar. Alcione fala mesmo: “Sou bocuda”. Mas pediu off para contar sobre a maneira como reage a casos de racismo. A segurança, e a consciência que adquiriu em casa, ainda em São Luís, no Maranhão, se amplificou ao longo das décadas. Foi assim que a rainha do samba se transformou também em rainha do jazz, do rock, do rap, do soul… Da música. + Cultura: ‘Quando mulheres chegarem em posições de chefia na ciência, tudo vai mudar’, diz Sonia Guimarães, professora do ITA MARIE CLAIRE Em plenos anos 1970, você entrou para a elite do samba, um ambiente basicamente masculino. Você tinha consciência do que estava vivendo? Sentia-se confortável nesse universo? MC Mas todos homens. Você convivia com alguma mulher no samba naquela época? + Cultura: MC Tha regrava Alcione e conecta o funk e umbanda no EP ‘Meu Santo É Forte’ 2 de 3 1. COM A mãe, dona felipa, visitando o cristo redentor 2. No recife, com axl rose, em 2014 3. com o pai, o músico João carlos 4. durante show em 2019 5. as irmãs nazareth: maria helena, solange, alcione e ivone 6. com o grande amor, otto, sobrinho-neto 7. entre zeca pagodinho e djavan — Foto: Divulgação Quem canta a música e quando chega a noite eu não consigo dormir?Tiê
Qual é o preço da culpa que eu carrego no braço?Qual é o peso da culpa que eu carrego nos braços, me entorta as costas e me dá um cansaço? A maldade do tempo fez eu me afastar de você...
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