Qual o enunciado da teoria endossimbiótica e quais as evidências que dão suporte a essa teoria?

Conheça a teoria endossimbiótica, que explica como os cloroplastos e as mitocôndrias surgiram na célula eucarionte.

Qual o enunciado da teoria endossimbiótica e quais as evidências que dão suporte a essa teoria?

Cloroplastos e mitocôndrias provavelmente surgiram na célula devido a uma associação simbiótica

Mitocôndria e cloroplastos são organelas celulares importantes, estando relacionadas, respectivamente, com o processo de respiração celular e fotossíntese. Essas organelas apresentam algumas características peculiares que sugerem elas tenham surgido de maneira especial nas células eucariontes. A teoria que explica essa ideia de origem é a endossimbiótica, proposta por Lynn Margulis.

O que a teoria endossimbiótica propõe?

Segundo a teoria endossimbiótica, os cloroplastos e as mitocôndrias surgiram nas células eucariontes por causa de uma associação simbiótica, ou seja, que beneficiava todos os envolvidos. De acordo com essa ideia, um organismo heterotrófico, que podia englobar partículas, fagocitou (envolveu) procariontes que viviam livremente e eram capazes de realizar algumas importantes funções para a célula.

As mitocôndrias eram provavelmente procariontes que utilizavam o oxigênio e realizavam o processo de respiração celular, fornecendo energia para a célula que o englobou. Alguns dos procariontes englobados faziam fotossíntese e passaram a viver de maneira harmoniosa dentro do organismo que os fagocitou, dando origem aos cloroplastos.

Por causa das vantagens que esses organismos tinham ao viver juntos, com o tempo, eles tornaram-se um único organismo. A teoria é chamada de endossimbiótica, pois sugere que uma célula vivia dentro de outra.

Que características permitem confirmar essa teoria?

A teoria é sustentada pelo fato de que cloroplastos e mitocôndrias apresentam algumas semelhanças com organismos procariontes, como bactérias. Entre essas semelhanças, podemos citar:

  • Tamanho e forma semelhante, assim como semelhança bioquímica e genética;

  • Presença de DNA e ribossomos próprios nos cloroplastos e nas mitocôndrias;

  • DNA diferente do presente no núcleo da célula;

  • Sistema de membrana interno e presença de duas membranas revestindo essas organelas;

  • Capacidade de crescer e dividir-se dentro da célula.


Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:

Endossimbiose é uma relação ecológica que ocorre quando um organismo vive no interior de outro.

A palavra endossimbiose é derivada do grego, endo "dentro" e simbiose “viver junto”, ou seja, significa um organismo viver dentro do outro.

Teoria da Endossimbiose

A Teoria da Endossimbiose ou Endossimbiose Sequencial foi proposta pela microbiologista Lynn Margulis, na década de 60. Foi bastante contestada até ser aceita pela comunidade científica.

De acordo com essa teoria, as mitocôndrias e cloroplastos descendem de bactérias primitivas que passaram a viver dentro de células eucarióticas primitivas, há milhões de anos atrás.

Para isso, uma célula eucariótica primitiva englobou, por fagocitose, uma célula procarionte autotrófica, que passou a viver em seu citoplasma.

As células eucarióticas passaram a consumir o gás oxigênio, enquanto ofereciam abrigo e alimento as células procariontes.

Assim foi estabelecida a relação de endossimbiose, na qual as duas células estavam intimamente relacionadas, sem poder viver separadamente uma da outra.

Como resultado dessa relação específica e com o passar do tempo, as células procariontes teriam se transformado em mitocôndrias e cloroplastos.

Essa relação de endossimbiose foi fundamental para o desenvolvimento dos seres vivos. As células eucarióticas dotadas de mitocôndrias possibilitaram o surgimento de protozoários, fungos e animais.

Evidência da Teoria da Endossimbiose

A Teoria da Endossimbiose se baseia nas semelhanças genéticas e bioquímicas que as mitocôndrias e os cloroplastos possuem em comum com certas bactérias.

As mitocôndrias e as bactérias são aproximadamente do mesmo tamanho.

Mitocôndrias e cloroplastos possuem em próprio DNA, diferente do existente no núcleo celular das células eucarióticas. O DNA das duas organelas é circular, com capacidade de se autoduplicar e não associado com histonas, semelhante ao padrão encontrado em bactérias.

As mitocôndrias e os cloroplastos sintetizam algumas de suas próprias proteínas, de modo muito semelhante ao de organismos procariontes.

As duas organelas são revestidas por uma membrana dupla e possuem um sistema de membranas internas, apresentando um nível de organização em suas estruturas.

Para saber mais, leia também:

Mitocôndrias;
Cloroplastos.

Qual o enunciado da teoria endossimbiótica e quais as evidências que dão suporte a essa teoria?

Licenciada em Ciências Biológicas (2010) e Mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais pela Universidade do Estado do Amazonas/UEA (2015). Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela UEA.

Quais as evidências da teoria endossimbiótica?

Evidências da endossimbiose: As membranas internas apresentam enzimas e sistemas de transporte que se assemelham aos encontrados na membrana plasmática de organismos procariotos atuais; O processo de divisão dessas organelas assemelha-se ao processo de reprodução das bactérias.

O que nos diz a teoria endossimbiótica?

É uma teoria na qual se acredita que as MITOCÔNDRIAS e CLOROPLASTOS são organelas derivadas da interação entre um organismo procarionte ancestral aeróbio e um organismo eucarionte unicelular anaeróbico.