Qual ferramenta de gestão que deming revolucionou? e argumente sobre ela.

Um pouco sobre a qualidade ao longo do tempo

Fonte: Livro o movimento da Qualidade no Brasil (Fernandes, 2011)

A qualidade acompanha a humanidade desde o início do tempos, nas eras remotas o homem mesmo sem formalizar um conceito de qualidade, buscava o melhor que pudesse para si e todos de seu grupo, em alimentação, abrigo entre outras necessidades básicas. Mas na era dos artesão pode-se dizer que tem-se o início do conceito de qualidade de uma forma mais objetiva, porém, intuitiva.

Na era dos artesãos a qualidade dos produtos era muito alta, porém, com um custo de produção muito alto também por serem peças únicas.

Antes de Taylor Deming, temos o inventor Eli Whitney, o americano inventor da máquina descaroçadora de algodão que (1793), que após tornou-se engenheiro mecânico e com essa invenção revolucionou o desenvolvimento industrial do Estados Unidos, mas os sócios dele, patentearam sem mencioná-lo.

Seguindo temos que quem reduz o custo de produção é Ford, na era do Fordismo, ele deu início produção em massa e em série, as linhas de montagem, com a proposta de reduzir custos e dar ao consumidor maior acesso aos produtos. Mas existe uma diferença muito significativa entre as era dos artesão e o Fordismo, sendo que na primeira os itens eram únicos e os defeitos eram rápido e facilmente corrigidos, já na segunda pelo volume de produção, não tinha controle sobre estes defeitos, que passaram a ser um problema. 

Surge então uma nova necessidade, que é de produzir melhor sem aumentar o custo, que da início a uma nova estrutura, que é a qualidade, para monitorar a produção, a partir da coleta de amostras dos produtos fabricados, que cria uma rivalidade entre o setor da produção e da qualidade. Quem produz, diz que não é responsável pela qualidade e quem é responsável pela qualidade diz que não é responsável pela produção, neste momento está criado o impasse entre produção e qualidade, tornando a qualidade e a produtividade oponentes. Isso se dá por volta de 1900 a 1930.

Já a partir de 1930 Shewhart cria o CEP, conhecido por Controle Estatístico de Processos, ou como denominado por ele, Controle Econômico de Qualidade, o objetivo nesta fase é reduzir custos e manter a qualidade e a produtividade.

A seguir vem Taylor Deming, que na reconstrução de Japão após a segunda Guerra Mundial, apresenta aos Japoneses seus estudos como estatístico sempre teve grande interesse pela área de gestão. Deming teve grande valor na reconstrução do Japão, sendo que sua ideia era não corrigir defeitos, mas produzir certo sem ocorrer erros, ou seja, menos defeitos de produção.

Na década de 70 é formada a Organização de Países Exportadores de Petróleo, que passa a controlar o preço do petróleo e os Estados Unidos sofrem um grande impacto com isso, pois apesar de ter uma indústria automobilística com carros possantes e esteticamente muito belos, consumia muito combustível derivado do petróleo. Com isso os japoneses passam a tomar cont do mercado, pois são mas competitivos. Começa então a corrida por encontrar respostas quanto aos métodos japoneses que os tornaram mais competitivos.

Em 1980, a Motorola que possui produtos com baixa qualidade e baixa aceitação no mercado, através de um de seus diretores, desenvolve uma metodologia para melhorar seus produtos, sua produtividade e tornar-se então competitiva no mercado. Nesse momento surge o Programa Seis Sigma.

Quando dizemos que uma empresa é Seis Sigma, significa que em um milhão de itens produzidos ela apresenta 3,4 defeitos. O Seis sigma tinha como objetivo principal reduzir defeitos nos produtos produzidos, utilizando a estratégias reduzir a variação de processos, nesta época surge também as normas ISO. Vemos que o Programa Seis Sigma hoje é utilizado em qualquer tipo de organização.

Existe uma variação na melhoria de processos, que é o LEAN MANUFACTURE,  que devido a competitividade japonesa surge para entender como funciona a produtividade ao redor do mundo, e temos nesta fase a formação de profissionais habilitados em Seis Sigma  e Lean Manufacture, que são nada mais, que processos de melhoria continua.

Estrutura do Seis Sigma:

White Belt

Yellow Belt

Green Belt

Black Belt

Master Black Belt

Champions

Existe no seis sigma a figura do patrocinador, que não faz parte da equipe, mas é da alta administração e estabelece estratégia de projeto e relaciona com a estratégia da organização, ajudando nas dificuldades.

Relacionado a Deming temos a teoria do conhecimento profundo:

Visão sistêmica

Teoria do conhecimento

Psicologia

Entendimento das variações.

Sete ferramentas básicas da qualidade

Fonte da figura: http://betaeq.com.br/index.php/2016/04/11/7-ferramentas-da-qualidade/

As ferramentas básicas da qualidade ajudam a estabelecer melhorias de qualidade, ajudando a resolver a maioria dos problemas existentes na empresa, não é necessário seguir uma ordem pré-estabelecida para utilização das mesmas, pois, isto vai depender de cada problema a ser desenvolvido.

Resumo das utilidades das ferramentas:

Folha de verificação: a partir da coleta de dados, facilitando a obtenção destes dados.

Diagrama de Pareto: através deum diagrama de barras são ordenadas as ocorrências do maior para o menor, prioriza menos problemas, porém os vitais.

Diagrama de causa e efeito (Ishikawa): conhecido como espinha de peixe, expressa de maneira simples e fácil a causa de um efeito, aumenta a quantidade de causas a serem analisadas.

Diagrama de dispersão: representa através de um gráfico cartesiano a relação entre duas variáveis, verifica a correlação entre elas.

Histograma: é um diagrama em barras e representa a distribuição da ferramenta de uma população, verifica o comportamento de um processo em relação ao especificado.

Fluxograma: permite a visão global do processo por onde passa o produto, ou seja, é a visão do fluxo em que ocorre esse processo, para conhecer as atividades e assim estabelecer limites.

Carta de controle: os limites de controle são expressos graficamente, permitindo o monitoramento dos processos, dando a visibilidade de controle ou não deste processo.

Ferramentas da Gestão da Qualidade

      
Para que seja implantado um programa de Gestão da Qualidade em uma organização são necessárias ferramentas para auxiliar na tomada de decisões através da análise de fatos e dados. 

Há varias ferramentas para auxiliar os Gestores, são algumas delas: Histogramas, Folhas de Verificação, Gráficos de Dispersão,Cartas de Controle, Fluxograma, Brainstorming, Benchmarking, 5W2H, 5S, PDCA.

1.Histogramas

Histograma é uma representação gráfica (um gráfico de barras verticais ou barras horizontais) da distribuição de frequências de um conjunto de dados quantitativos contínuos. O histograma pode ser um gráfico por valores absolutos,frequência relativa ou densidade.

Ou podemos definir o histograma como uma ferramenta de análise e representação de dados quantitativos, agrupados em classes de freqüência que permite distinguir a forma, o ponto central e a variação da distribuição, além de outros dados como amplitude e simetria na distribuição dos dados.

Os histogramas podem ser classificados de acordo com algumas características:

1. O “histograma simétrico” ou de “distribuição normal” apresenta uma freqüência mais alta no centro e que vai diminuindo conforme se aproxima das bordas. Ele representa processos estáveis e padronizados.

Figura 01

2. O “histograma assimétrico” quando apresenta apenas um ponto mais alto (pico), geralmente, representa uma situação onde a característica de qualidade possui apenas um limite de especificação e é controlada durante todo o processo.

3. O histograma chamado de “despenhadeiro”, ocorre quando foram eliminados dados o que corresponde ao “corte” na figura, dando a aparência de que o histograma está incompleto.

Figura 03

4. O “histograma com dois picos” costuma acontecer quando há uma mistura de dados diferentes. Por exemplo, a análise de dois tipos de matérias-primas diferentes.

Figura 04

5. O histograma do tipo “platô”, ocorre quando há diversas misturas de distribuições com médias diferentes.

6. E, o histograma do tipo “ilha isolada”, ou “retângulos isolados”, representa um situação onde certamente houve alguma anormalidade no processo decorrente de alguma falha, erro de medição, etc.

2. PDCA (MELHORIA CONTÍNUA)

Figura 07

De acordo com Peinado e Graeml (2007, p. 530), “o PDCA é o modelo de referência para os planos de melhoramento contínuo adotados por inúmeras organizações. Compreende quatro etapas, cujos nomes em inglês deram origem à própria denominação da técnica: plan, do,check e act”.

“O modelo japonês Kaizen serviu como base para a melhoria contínua e gradual, identificando e analisando os resultados que não são satisfatórios, e da coerente busca de novos conhecimentos para ajudar nas soluções” (PEINADO E GRAEML, 2007,p557).  

As fases do PDCA podem ser descritas como:

Tabela - Fases do PDCA

Tabela - Fases do PDCA

Plan (Planejar)

Nesta fase é importante estudar o processo ou problema a ser melhorado ou resolvido, usando técnicas da administração da produção juntamente com a gestão da qualidade. 

De acordo com Peinado e Graeml (2007), o processo escolhido pode ser uma atividade, um método, uma linha de montagem etc. Em primeiro lugar o processo é desenhado e estudado por meio das diversas técnicas da administração da produção. Estabelecem-se padrões de medidas e metas qualitativas e quantitativas a serem alcançadas. Após estes passos, desenvolve-se um plano de ação, sempre adotando-se parâmetros quantificáveis de acompanhamento (PEINADO E GRAEML,2007,p.558).

Do (Executar)

É importante planejar as ações mais simples no começo, para que sendo elas bem resolvidas sirvam de motivação aos executores. 

De acordo com Peinado e Graeml: é importante colher dados de medidas, continuamente, e documentar as mudanças no processo. Uma boa estratégia, quando se inicia um programa de melhoria contínua, é escolher, na fase anterior de planejamento, processos e problemas fáceis de resolver. O sucesso das primeiras ações serve de treino e incentivo à equipe responsável (PEINADO E GRAEML,2007,p 558). 

Check (Verificar)

Toda implantação de plano de ação gera resultados, nesta fase é realizada a verificação dos resultados. Caso aconteçam deformidades é preciso rever o plano de ação e replanejar para corrigir estas deformidades das ações.

ACT (Agir)

Verificado que o plano de ação é eficaz na sua implantação é necessário padroniza-lo. “Nesta fase, o novo procedimento é documentado, com o objetivo de garantir que ele sempre seja utilizado, a partir de então e até que uma nova melhoria o modifique (PEINADO E GRAEML, 2007,p.558).

Após comprovada a eficácia e feita a padronização das melhorias, é necessário garantir que elas sejam executadas e façam parte das ações de forma contínua garantindo que os métodos que foram melhorados não voltem a ser utilizados da forma anterior, tornando inútil todos os esforços para mudar os padrões da organização. 

O PDCA é um método simples e muito eficaz, mas é preciso que seja internalizado na cultura da organização, pois, as pessoas tem uma resistência natural às mudanças, que podem ser uma grande dificuldade na implantação de novos métodos de melhoria contínua em qualquer empresa.

Ferramentas da Qualidade (vídeo)

Qual ferramenta de gestão que Deming revolucionou?

Quais as principais contribuições de Deming para gestão da qualidade?

Qual a evolução da qualidade de Deming?

O que é ferramenta de gestão PDCA?