Qual a tese defendida pelo autor do artigo como uma resposta a essa questão controversa Você concorda com ele por quê?

1 Disciplina: Língua Portuguesa Professor (a): Naurilene Abreu Aluno (a): Data da devolução: UNIDADE ESCOLAR PREFEITO CÉZARAUGUSTO LEAL PINHEIRO 9º ANO Turma: ( ) C ( ) D Atividade avaliativa do 5º ciclo Site da escola: unidadeescolarcezarleal.com Nota Gênero textual artigo de opinião Texto 1 - O futuro da educação Você, com certeza, já se pegou perguntando, em tom de curiosidade, para onde as mudanças desse mundo vão nos levar e qual será o destino das próximas gerações. Todos nós, ao lançar os olhos para o horizonte, questionamos qual o melhor caminho para o futuro. Uma coisa é certa: para chegar bem ao destino final é preciso enxergar a educação como uma das principais ferramentas de transformação do mundo. Aprender deve ser o ponto de partida de qualquer pessoa que busca realização e sucesso numa sociedade cada vez mais exigente e dinâmica. O desafio atual é garantir que o processo de aprendizagem seja mais efetivo, até porque educar não significa apenas transmitir conhecimento. Escola e professores devem servir como um guia norteador que levam o aluno ao aprimoramento de suas capacidades intelectuais, sociais e políticas, promovendo assim o desenvolvimento humano. E a evolução da educação deve seguir o princípio de que o aprendizado é construído a partir da realidade do aluno. O interacionismo valoriza a bagagem que cada indivíduo traz de seu cotidiano e, a partir da percepção da realidade que ele já possui, estimula a busca do conhecimento. O processo educativo torna-se mais dinâmico, mais amplo e mais adequado ao mundo atual. No conceito do interacionismo, não é possível oferecer ao aluno a aprendizagem de conteúdos conceituais sem considerar seus modos de agir e pensar, suas crenças e valores. O que nos leva a concluir que não há separação entre vida e educação. E, ainda, se enxergarmos para além da figura de cada aluno, a importância da formação do cidadão, vemos que é preciso prepará-lo para muito além do vestibular e ingresso em uma faculdade. Vencida a etapa do Ensino Superior, existe uma vida inteira a ser vivida, e, quanto mais preparados estiverem, mais condições esses futuros cidadãos terão de corresponder às necessidades e expectativas do mercado de trabalho e da sociedade, podendo contribuir significativamente no processo de transformação do mundo. Nossa sociedade exige mudanças que atendam às suas necessidades. O ser humano que se formava anos atrás certamente será muito diferente daquele que sairá da escola ou da universidade nas gerações futuras. Durante muito tempo, esperava-se do indivíduo que ele apenas reproduzisse aquilo que ouviu e aprendeu. Hoje, é necessário educar pessoas para que se transformem em cidadãos com senso crítico e capacidade de interagir com o cotidiano a sua volta. É por isso, e para isso, que especialistas na arte de ensinar avançam firmes e confiantes rumo ao futuro, formando profissionais para profissões que ainda não existem e cidadãos para um mundo melhor. Emerson dos Santos. Diretor geral de um grupo educacional. SANTOS, Emerson dos. O futuro da educação. ND Online, Florianópolis, 3 jul Disponível em: Acesso em: 05/07/2021. Fonte: Livro Tecendo Linguagens Língua Portuguesa 8º ano Ensino Fundamental IBEP 5ª edição São Paulo, 2018, p Atividade 1 01 Releia o primeiro parágrafo do artigo de opinião O futuro da educação e responda: a) Uma questão controversa é aquela que pode suscitar polêmica, opiniões diferentes ou reflexões acerca de um tema específico. Nesse sentido, qual é a questão controversa apresentada no artigo de opinião? b) Qual é a tese defendida pelo autor do artigo como uma resposta a essa questão controversa? Você concorda com ele? Por quê? c) Segundo o autor, qual é o principal desafio da escola?

2 02 Releia o trecho a seguir e responda: [...] O desafio atual é garantir que o processo de aprendizagem seja mais efetivo, até porque educar não significa apenas transmitir conhecimento. Escola e professores devem servir como um guia norteador que levam o aluno ao aprimoramento de suas capacidades intelectuais, sociais e políticas, promovendo assim o desenvolvimento humano. a) Explique por que o autor coloca em confronto as ideias de processo de aprendizagem mais efetivo e transmitir conhecimento nesse argumento. b) Em sua opinião, como seria possível garantir um processo de aprendizagem mais efetivo na prática? Explique. c) Segundo o autor, quais seriam os papéis do professor e da escola para uma aprendizagem mais efetiva? d) O que seria, na prática, o aprimoramento das capacidades intelectuais, sociais e políticas dos alunos pela escola? Exemplifique. Gênero textual crônica Texto 2 Achando o amor Ele tem quinze anos, calça 42, usa cabelos razoavelmente compridos. Estava num bar do Leblon, na companhia de castigados adultos. Estes tomavam uísque; o rapazinho tomava a segunda coca média. Quando os homens feitos já tinham falado sobre mulheres, o time do Flamengo, o custo de vida, reviravolta política dum país africano, desastre espetacular no aterro, música da moda, o silêncio entrou no bar e empapou tudo como gordura. Um silêncio hepático ou pancreático ou esplenético. O silêncio que intoxica os etílicos. Para agravar o oleoso drama, era aquela hora da noite, já um pouco tarde para o jantar doméstico e ainda um pouco cedo para a irresponsabilidade. O encaroçado point of no return dos boêmios. Aí o jovem disse que estava juntando dinheiro para comprar um sabiá. Talvez não comprasse um sabiá, mas um curió. Ia para o colégio de ônibus porque sempre estava em cima da hora, mas voltava a pé. Não comia sanduíche no recreio. Sabiá tá caro! Vendedor de passarinho tem muito trambique. Ele chateou tanto um, ali naquela lojinha de Ipanema, pedindo abatimento para pintassilgo, que o homem acabou lhe ensinando onde se compra pintassilgo mais barato na cidade. Tinha em casa azulão, canário, coleiro, bigodinho... Teve bicudo, corrupião, mainá...o triste é que passarinho morre. Então os etílicos foram buscar passarinhos no fundão do tempo e começaram também a passarinhar. O bar noturno virou um viveiro de cantores e cores. O Silêncio voltou de novo mais limpo, exorcizado. O jovem retomou a palavra: o passarinho que mais o entusiasmou a vida toda não cantava nem era bonito. Até o dicionário dizia que ele era feio. Foi ao dicionário por não saber se o certo era chopim ou chupim. O chupim põe os ovos em ninho de tico-tico, e é este que cria os filhotes. Tinha descoberto numa árvore da lagoa Rodrigo de Freitas um ninho de tico-tico com um ovo de chupim. Quando o chupim nasceu, o problema era mantêlo vivo: arranjou um conta gotas e, todas as tardes, depois das aulas, subia à árvore e descia alimentos líquidos pela goela do filhote. No momento certo, levou o chupim pra casa. O passarinho não ficava preso, pelo menos grande parte do tempo, mas pousado num galho de arbusto decorativo. Saía às vezes para passear com o chupim e a cachorrinha: ele na frente, o chupim andando atrás, a cachorrinha saltitando em torno. Bastava um gesto e um assovio para que o chupim decolasse e viesse pousar em seu ombro. Espetacular! Pouco depois, passou a lançar o passarinho pela janela; ele sumia durante uma ou duas horas, pousando à tarde na amendoeira de defronte; um assovio, e o passarinho entrava pela janela, pousando no ombro do dono. Como um falcão amestrado! Mas era um chupim, um feio e triste chupim! Uma tarde, quando o passarinho andava lá por fora, caiu a tempestade. O chupim não voltou. Ele ficou à janela até depois de escurecer; mas o chupim não voltou. Esperou ainda durante uma semana, sabendo que esperava sem motivo. Confesso que fiquei triste às pampas, disse o jovem.

3 Aí o Silêncio que entrou parecia uma enorme bola de sabão, uma coisa que não vale nada, mas que nos inquieta de leve quando se desfaz. O jovem arrematou: É engraçado, eu senti por aquele chupim um negócio esquisito. Eu não tenho vergonha de dizer pra vocês: chorei por causa do meu chupim. Eu sentia uma afeição pelo chupim... uma coisa profunda mesmo... Ora, eu amava aquele chupim... Agora é que tou entendendo: o que eu tinha pelo chupim era amor. CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato e outras crônicas. São Paulo, Ática, p Fonte: Linguagem Nova. Faraco & Moura. Editora Ática. 8ª série. p Atividade 2 entendendo o texto o Silêncio entrou no bar e empapou tudo como gordura. Por que a palavra silêncio está empregada como inicial maiúscula? 2. O silêncio que toma conta do bar é caracterizado, no primeiro parágrafo, por adjetivos que se referem a três órgãos do corpo: baço, pâncreas e fígado. a) Transcreva do texto o adjetivo correspondente a cada um desses órgãos. b) Por que o narrador faz referência a esses órgãos do corpo e não a outros? Considere que se trata de um grupo de boêmios. 3. Etílico significa provocado pelo álcool; alcoólico. No texto, quem são os etílicos? os etílicos fora buscar passarinhos no fundão do tempo.... O que o autor quis dizer com essa afirmação? 5. No segundo parágrafo, o narrador emprega uma frase que antecipa o final da história. Que frase é essa? 6 O que o narrador quer dizer ao afirmar que o silêncio voltara mais limpo? 7 O narrador compara o silêncio que se instalou pela terceira vez no bar ao efeito provocado por uma enorme bola de sabão que se desfaz. Explique. 8 Até chegar à constatação de que seu sentimento pelo chupim era amor, o jovem estabelece uma gradação de sentimentos. Transcreva essa gradação. 9 No texto, o silêncio sempre aparece com características de um ser vivo, é tratado como pessoa. Como se chama essa figura de estilo? 10 O verbo passarinhar pode significar caçar passarinho. No texto, esse verbo não foi empregado com esse sentido, mas sim com sentido figurado. Justifique essa afirmativa. Produção textual A Crônica é um tipo de texto narrativo curto, geralmente produzido para meios de comunicação, como, jornais, revistas, etc. As crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do dia a dia. Portanto, elas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas. 1. Primeiro passo: escolha o tema: uma das principais características da crônica é a abordagem de assuntos cotidianos ou muito falados no momento. Rotina semanal, férias em família e situações constrangedoras são temas sempre atuais. Mas se você quiser algo do momento, esteja atento às notícias e a situações com as quais as pessoas se identifiquem atualmente. 2. Defina o tempo em que a narração se situa: se o tema escolhido for algo que se mantém atual ao longo dos tempos, você pode escolher falar tanto no presente como no passado.

4 3. Decida o espaço em que a situação se desenrola: na crônica, o espaço em que a história se desenrola é limitado. Isso acontece porque a crônica deve ser curta, não havendo capacidade para desenvolver um texto que abranja uma série de locais diferentes. 4. Escolha os personagens: tal como o tempo, os personagens também são limitados. Uma vez que o texto da crônica é curto, não há oportunidade para um grande elenco. 5. Defina o tipo de narrador: o foco narrativo utilizado na crônica é uma escolha importante, porque o narrador é o elemento que dá voz ao texto. Se optar pelo narrador personagem, além de contar a história, o narrador também desempenha o papel de personagem da crônica e, por isso, narra em primeira pessoa. Já o narrador observador é o que narra em terceira pessoa. 6. Escreva a sua crônica: depois de planejar o seu texto, é o momento da escrita. Obs.: Para essa atividade utilize uma folha a parte. Regência II Regência verbal: é o nome que se dá a relação entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regência analisa principalmente como é feita a relação do verbo regente e o complemento ou adjunto regido. Para estudarmos a regência verbal agrupamos os verbos de acordo com sua transitividade. Lembre-se que a transitividade não é um fator absoluto. Um mesmo verbo pode atuar em diferentes contextos. Vejamos alguns exemplos: 1. Simpatizar e antipatizar pede complemento introduzido pela preposição com. Exemplo: Antipatizo com aquele rapaz. / Simpatizo com quem defende os menos favorecidos. 2. Obedecer e desobedecer pede complemento introduzido pela preposição a. Exemplo: Obedeço a velhos preceitos. / Não desobedeço a meus princípios. 3. Responder também pede complemento introduzido pela preposição a. Exemplo: Respondi a vários comentários desagradáveis. / Todos responderam às questões propostas. 4. Chegar/ ir deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em. Exemplo: Vou ao dentista. / Cheguei a Belo Horizonte. 5. Namorar não se usa com preposição. O verbo namorar é transitivo direto, logo não requer preposição em seu complemento, sendo assim, concluímos que quem namora, namora alguém, não com alguém. Exemplo: Ana Catarina namora Marcos. / Estou namorando a filha da vizinha. 6. Pagar, perdoar e agradecer são verbos bitransitivos, ou também chamados de transitivos diretos e indiretos, ou seja, verbos que possuem dois complementos: o objeto direto, usado sem preposição alguma, e o objeto indireto, com a preposição a. A particularidade deles é que sempre o objeto direto será representado pela coisa, e o objeto indireto, pela pessoa, seja física ou jurídica. Exemplo: Pagamos as contas ao cobrador. / Não perdoarei as dívidas aos maus pagadores. / Agradeci a ajuda a meu velho amigo. 7. Aspirar a - no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da manhã. b - no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava. 8. Assistir a - no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. Ex.: O técnico assistia os jogadores novatos. b - no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a. Ex.: Não assistimos ao show. c - no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a. Ex.: Assiste ao homem tal direito. d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em. Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo. Atividade 3 1. Em cada um dos itens encontrarás uma frase típica da linguagem coloquial. Adapte-as à regência verbal da língua culta. a) Eu não me simpatizo muito com suas ideias. b) Respondi o que você me mandou. c) Ainda aspiro um cargo público. (aspirar no sentido de pretender.) 2. Aponte a diferença que há entre as orações abaixo. a) O cirurgião assistira a várias pessoas doentes no hospital./ O cirurgião assistira várias pessoas doentes no hospital. Orações subordinadas adjetivas

5 É aquela que se encaixa na oração principal, funcionando como adjunto adnominal. As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: explicativas e restritivas. Explicativas: tem um caráter semântico generalizador, podem ser removidas sem maiores problemas e são separadas da oração principal por vírgulas. Ex: Os jogadores de futebol do clube Santa Marta, que são iniciantes, não recebem salários. Explicação: quer dizer que todos os jogadores do clube Santa Marta são iniciantes e não recebem salários. Restritivas: tem um caráter semântico especificador, não podem ser removidas da oração e não são separadas da oração principal por vírgulas. Ex: Os artistas que declararam seu voto foram criticados. Explicação: Somente os artistas que declararam seu voto foram criticados. (especifica quais foram criticados os que declaram seu voto.) Obs.: É diferente se a mesma frase estivesse separada da oração principal por vírgulas. Ex.: Os artistas, que declararam seu voto, foram criticados. Neste caso, por estar entre virgulas quer dizer que todos os artistas declaram seu voto e por isso foram criticados. E na oração: Os jogadores de futebol do clube Santa Marta que são iniciantes não recebem salários. Sem o uso das vírgulas a oração passa a ser restritiva. e quer dizer que no Clube Santa Marta há jogadores iniciantes e há jogadores veteranos e somente os iniciantes não recebem salários. Orações subordinadas adjetivas reduzidas: as orações subordinadas adjetivas reduzidas podem ter o verbo no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. Ex.: Vi a menina a chorar. (Forma desenvolvida: Vi a menina que chorava.) Ex.: O artista, fumando nervosamente, ficou calado. (Forma desenvolvida: O artista, que fumava nervosamente, ficou calado.) Ex.: Li quatro livros censurados pelo governo brasileiro. (Forma desenvolvida: Li quatro livros que foram censurados pelo governo brasileiro.) Atividade 4 1. Observe as orações a seguir classifique-as e justifique sua resposta. a) As pessoas que levam uma vida saudável tendem a viver mais. b) O técnico dispensou os jogadores, que estavam machucados, do jogo de segunda-feira. 2. As orações adjetivas sublinhadas nos períodos a seguir estão reduzidas. Desenvolva-as. a) É importante reduzir o número de veículos trafegando nas ruas de Teresina. b) b) A mulher, andando de bicicleta ali na ciclovia, é minha professora. c) Leu atentamente o contrato redigido pelos advogados. d) O Sol, despontando no horizonte, ilumina nossas vidas. 3. Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas quanto à análise das orações dos períodos apresentados. a) ( ) Em: Sirva pratos que já dão água na boca, a oração destacada é classificada como oração subordinada adjetiva restritiva. b) ( ) Em: Os bois de minha fazenda, que contraíram a febre aftosa, serão sacrificados, a oração destacada indica que todos os bois da fazenda contraíram a doença e, por isso, todos serão sacrificados. c) ( ) Em: O sol que desponta, temos uma oração adjetiva desenvolvida que, na forma reduzida, fica: O sol despontando. d) ( ) Em: Eu me preocupo com o adulto que meus filhos se tornarão, a oração destacada é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa. e) ( ) Em: Leu atentamente o contrato, redigido pelos advogados, sobre seu novo trabalho. A oração destacada é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa. Crônica O lixo Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam. Bom dia... Bom dia. A senhora é do 610. E o senhor do 612. É. Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente... Pois é... Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo... O meu quê? O seu lixo. Ah... Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena... Na verdade sou só eu. Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata. É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar... Entendo.

6 A senhora também... Me chame de você. Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim... É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra... A senhora... você não tem família? Tenho, mas não aqui. No Espírito Santo. Como é que você sabe? Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo. É. Mamãe escreve todas as semanas. Ela é professora? Isso é incrível! Como foi que você adivinhou? Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora. O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo. Pois é... No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado. É. Más notícias? Meu pai. Morreu. Sinto muito. Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos. Foi por isso que você recomeçou a fumar? Como é que você sabe? De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo. É verdade. Mas consegui parar outra vez. Eu, graças a Deus, nunca fumei. Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo... Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou. Você brigou com o namorado, certo? Isso você também descobriu no lixo? Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel. É, chorei bastante, mas já passou. Mas hoje ainda tem uns lencinhos... É que eu estou com um pouco de coriza. Ah. Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo. É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é. Namorada? Não. Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha. Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga. Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte. Você já está analisando o meu lixo! Não posso negar que o seu lixo me interessou. Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia. Não! Você viu meus poemas? Vi e gostei muito. Mas são muito ruins! Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados. Se eu soubesse que você ia ler... Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela? Acho que não. Lixo é domínio público. Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso? Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que... Ontem, no seu lixo... O quê? Me enganei, ou eram cascas de camarão? Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei. Eu adoro camarão. Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode... Jantar juntos? É. Não quero dar trabalho. Trabalho nenhum. Vai sujar a sua cozinha? Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora. No seu lixo ou no meu? (Luís Fernando Veríssimo) Entendendo a crônica: 01 É possível concluir, a partir da leitura do texto que: a) O lixo produzido pelas pessoas é um dos maiores causadores dos problemas ambientais urbanos. b) É preciso acondicionar corretamente o lixo para evitar os problemas ambientais. c) O lixo pode ser uma fonte de informação sobre as pessoas que o produzem. d) É possível apaixonar-se pelo lixo do outro. 02 O texto é uma crônica porque: a) É um texto leve e bem humorado, com linguagem acessível e marcas da oralidade. b) É um texto leve e bem humorado, rico em vocabulário elevado e cheio de expressões antigas. c) É um texto elaborado para ser publicado em livro e, por isso, apresenta uma ligação com o momento em que foi realizado. d) É um texto literário e repleto de recursos poéticos, como metáforas e metonímias. 03 Onde aconteceu o primeiro encontro das personagens? a) Dentro do apartamento. b) Na área de serviço. c) Na cozinha. d) No quarto do senhor do Em Isso é incrível! Como você adivinhou? O elemento destacado retoma qual informação no texto? a) Envelopes no lixo da senhora. b) Família da senhora. c) Indiscrição do senhor. d) Pai da senhora. 05 De acordo com o texto, qual elemento que faz o senhor chegar à conclusão que a senhora tina brigado com o namorado? a) Buquê de flores jogado no lixo. b) Carteira de cigarros amassados no lixo. c) Fotografia rasgada. d) Telegrama amassado no lixo. 06 Qual a finalidade do texto? a) Anunciar a importância do lixo. b) Informar um fato acontecido na rua. c) Relatar conflitos entre vizinhos. d) Relatar um início de um relacionamento. 07 O rompimento do namoro do homem foi revelado: a) Pela fotografia. b) Pelas cartas amassadas. c) Pelo buquê de flores. d) Pelos poemas escritos.

7 08 Na oração Na verdade sou só eu, o eu se refere a quem? a) O lixeiro. b) O senhor. c) O serviçal. d) A senhora. 09 Todo o diálogo revela uma característica muito comum entre os habitantes das grandes cidades. Qual característica é essa? a) Amor aos bens materiais. b) Medo da violência. c) Poluição das grandes cidades. d) Solidão e ausência da família. 10 Pelo texto, o que fez a mulher perceber que o homem recomeçou a fumar? a) A distância do pai. b) A morte do pai. c) O fim do romance. d) Os comprimidos. O Uso da Vírgula A pontuação indica, na escrita, as diversas possibilidades de entonação da fala, além de contribuir com a expressão de pensamentos, sentidos, emoções, entre outros, tornando mais claro o entendimento de um texto. No exemplo dos sinais de pontuação, a vírgula é um ponto que requer bastante atenção. Na língua portuguesa, em pares inseparáveis: sujeito + predicado e verbo + complemento. A primeira regra que devemos considerar em relação ao uso da virgula é essa não se separam esses elementos (sujeito + predicado e verbo + complemento) com vírgula. Vejamos um exemplo: 1. O poeta colocou a mão sobre o ombro do rapaz. Sujeito simples O poeta Predicado verbal colocou a mão sobre o ombro do rapaz. Verbo colocou Complemento do verbo (colocar o que?) a mão (objeto direto) Obs: somente se algum elemento da oração for intercalado nessa estrutura a vírgula será usada. O carteiro, durante algum tempo, contemplou, pensativo, o céu estrelado. Sujeito: O carteiro Adjunto adverbial de tempo: durante algum tempo Verbo: contemplou Adjunto adverbial: pensativo Complemento do verbo contemplar : o céu estrelado. (objeto direto) Alguns casos de uso da vírgula em orações: 1. Separar o aposto (termos explicativos). Exemplo: O carteiro e o poeta, livro mais conhecido do chileno Antônio Skármeta, que Michael Radford levou ao cinema em 1994 [...] 2. Usa-se vírgula para isolar o vocativo. Exemplo: Arthur, meu amigo, é a pessoa indicada para te ajudar. 3. Para isolar expressões que indicam circunstâncias variadas como tempo, lugar, modo, companhia, entre outras (adjuntos adverbiais invertidos ou intercalados na oração). Exemplo: Sem que ninguém esperasse, repentinamente, ela apareceu. (adjunto intercalado). Naqueles tempos, havia uma maior interação entre as pessoas. (adjunto antecipado). 4. Antes dos conectivos: mas, porém, contudo, logo, pois. Exemplo: Gostava do poema, mas estranhava as metáforas. 5. Isolar termos explicativos como: isto é, a saber, por exemplo, digo, a meu ver, é melhor os quais servem para retificar, continuar ou concluir o que se está dizendo. Exemplo: Neste lugar, por exemplo, o mar sai de si mesmo a cada momento. 6. Separar termos coordenados (uma lista, por exemplo.) [...] E, então, com sete línguas verdes, de sete tigres verdes, de sete cães verdes, de sete mares verdes, percorre-a, beija-a, umedece-a e golpeia o peito, repetindo seu nome. Atividade 5 1. Escolha uma das alternativas abaixo como correta: Qual das frases abaixo a vírgula está usada corretamente? a) Os políticos deveriam cuidar do dinheiro, público mas geralmente são corruptos. b) Corri mas, não alcancei o ônibus. c) Joana sabe, Português e História. d) As pessoas gostam de facebook, porém não elas não têm muitos amigos reais. 2. (UDESC 2009) O uso das vírgulas em cada proposição é justificado pela explicação entre parênteses. Assinale a alternativa cuja explicação não esteja coerente com o uso da vírgula. Ou seja, NÃO esteja correta. a) Um dia, porém, o amante recebeu uma carta anônima. (conjunção adversativa deslocada). b) O amante temia a ira do marido, e a mulher tratava os dois muito bem. (sujeitos diferentes nas duas orações) c) A sala era mal alumiada por uma janela, que dava para o telhado dos fundos. (oração coordenada adversativa deslocada).

8 d) Ao passar pela Glória, ele se despediu do mar. (oração reduzida de infinitivo no início do período). e) Entrando no quarto, Camilo não pôde sufocar um grito de terror. (oração reduzida de gerúndio no início do período). 3. "Os textos são bons e entre outras coisas demonstram que há criatividade". Na frase cabem, no máximo: a) três vírgulas b) nenhuma vírgula c) uma vírgula d) duas vírgulas 4. "Por que você saiu, João?". Nesta oração, a vírgula separa: a) aposto b) vocativo c) adjunto adverbial d) isola um termo explicativo 5. Escolha a alternativa que explica o uso da vírgula na seguinte frase: "Pilatos, o que lavou as mãos, queria livrar-se da culpa pela morte de Jesus." a) para isolar o aposto b) para isolar o vocativo c) para isolar uma locução intercalada d) para separar uma oração coordenada SIMULADO COMPLEMENTAR 20 QUESTÕES LIVRO DE LÍNGUA PORTUGUESA SINGULAR E PLURAL 9º ANO Capítulo 7 Corrupção: o que é e como se combate? Neste capítulo, os alunos e as alunas refletirão sobre o conceito de ética, tanto na esfera privada, no que diz respeito a pequenas ações do dia a dia, como na esfera pública. Para tanto, primeiro lerão um trecho do livro Ética para meu filho, do filósofo Fernando Savater, e, depois, diversos artigos de opinião, na íntegra ou em fragmentos, analisando as características desse gênero textual. Leitura Atividade Leitura colaborativa: ética e liberdade Capítulo 3: Faça o que quiser, de Fernando Savater Produção de texto Conhecendo o gênero Artigo de opinião Atividade 1 Artigo de opinião o que é, para que serve e como se faz? Atividade 2 Os movimentos argumentativos Texto 1: Trote nas universidades deve ser proibido? Sim, de Antonio Almeida e Oriowaldo Queda Texto 2: Trote nas universidades deve ser proibido? Não, Víctor Gabriel Rodríguez Atividade 3 A modalização no artigo de opinião Bons estudos!!!

Qual é a tese defendida pelo autor do artigo como uma resposta a essa questão controversa que você concorda com ele por quê?

02) Qual é a tese defendida pelo autor do artigo como uma resposta a essa questão controversa?(A) O autor aponta a educação como caminho. Mas. segundo ele, a aprendizagem não deve ser o ponto de. partida rumo à realização e sucesso numa sociedade.

Qual é a questão controversa apresentada no artigo de opinião?

Nesse sentido, qual é a questão controversa apresentada no artigo de opinião? A incerteza diante do futuro das próximas gerações e o questionamento sobre o melhor caminho para chegar bem a esse futuro.

O que é a tese defendida pelo autor?

A tese refere-se à ideia principal do texto, que vai conduzir toda a argumentação e refletir o que vai ser defendido nele. Ela deve ser explícita e apresentar um ponto de vista, ou seja, o posicionamento crítico do autor sobre determinado assunto, porém sem marcar sua opinião de forma pessoal.

Qual é a tese defendida pelo autor Você concorda com ele explique violência e futebol?

No texto "Violência e futebol" a tese defendida pelo autor é a de que a violência entre os torcedores na arquibancada, tem esvaziado os estádios de futebol. A violência em estádios de futebol, tem sido um tema recorrente das reportagens jornalísticas no meio esportivo.