Qual a diferença entre Ciência e tecnologia de alimentos e engenharia de alimentos?

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Qual a diferença entre Ciência e tecnologia de alimentos e engenharia de alimentos?

A análise laboratorial é um dos vários campos de atuação da profissão (Foto: Thinkstock)

Do solo que recebe a semente ao prato pronto na mesa, há um longo caminho percorrido. Por isso mesmo, no Brasil, a cadeia produtiva de alimentos oferece diversas possibilidades de atuação profissional. Foi nesse cenário que surgiu a graduação em ciência e tecnologia de alimentos, criada há poucos anos para suprir a grande demanda por profissionais especializados nas várias etapas de produção alimentícia.

De acordo com Renata Amboni, sub-coordenadora do curso de ciência e tecnologia de alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina, os alunos estudam química, microbiologia, bioquímica e as diversas tecnologias na área de alimentos e bebidas – como frutas e hortaliças, leite e derivados, carnes, pescados, fermentação, óleos e gorduras, cereais e panificação.

“Os graduados estão habilitados a atuar na pesquisa, desenvolvimento, seleção, manipulação, produção, armazenamento e controle de qualidade de insumos, aditivos, alimentos e bebidas”, explica Renata. E não para por aí. Segundo ela, esses profissionais estão aptos a realizar avaliação toxicológica de alimentos e podem emitir laudos e pareceres.

Também são eles que se responsabilizam tecnicamente por análises laboratoriais e desenvolvem atividades de garantia da qualidade de alimentos e serviços de alimentação. “Os graduados têm registro profissional nos Conselhos Regionais de Química”, diz Renata.

Uma dúvida recorrente é quanto à diferença entre os cursos de tecnologia de alimentos e engenharia de alimentos. O primeiro foca nas ciências biológicas para lidar com aspectos de higiene, ambientais e econômicos. Já o segundo, é a análise através das ciências exatas, como o cálculo de DNA, fabricação, transporte, entre outras.

Áreas de atuação
Quem se forma em ciência e tecnologia de alimentos pode conseguir colocação na agroindústria e na indústria processadora de alimentos. Distribuidores e centrais de abastecimento, setor varejista, laboratórios de análises de alimentos, institutos de pesquisa e consultorias também geram empregos. Renata Amboni destaca ainda a possibilidade de se trabalhar com o desenvolvimento de novos produtos e até na área de educação de consumo, segurança alimentar e nutricional.

Mercado de trabalho
“Entre as indústrias de transformação, a de alimentos é a que mais se destaca. Este ramo da economia faturou 431 bilhões de reais em 2012”, afirma Renata Amboni. Ela acredita que o curso consolida a formação de bacharéis com conhecimentos científicos e tecnológicos avançados para atender consumidores e indústrias cada vez mais exigentes em termos de qualidade, segurança e custo dos alimentos.

Onde estudar
Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso (Fanut/UFMT)
Criado no primeiro semestre de 2009
60 vagas
Duração: 4 anos

Escola de Nutrição da Universidade Federal de Ouro Preto (ENUT/UFOP), Campus Morro do Cruzeiro
Criado no segundo semestre de 2009
70 vagas
Duração: 4 anos

Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC)
Criado no segundo semestre de 2008
70 vagas
Duração: 9 semestres

O MEC registra, ao todo, 8 instituições de ensino superior que ministram o curso.

Faixa salarial
A faixa salarial dos egressos do curso, segundo pesquisa de 2012 realizada pela Associação dos Profissionais Cientistas de Alimentos (APCA), é de R$ 2.800,00 a R$ 4.000.

(Matéria originalmente publicada em 30/09/2013)

O profissional responsável por melhorar a capacidade de produção e acesso aos alimentos, aperfeiçoando a cadeia de produção e evitando o desperdício é o cientista de alimentos.

A profissão se aprende em um curso de graduação relativamente novo, criado na década de 90. O curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos destina-se a todo e qualquer estudante que queira entender ainda mais sobre os alimentos.

O curso de Ciência de Alimentos forma profissionais que vão estudar integralmente o alimento, em todos os aspectos: a composição e a conservação da matéria-prima, a sua transformação na indústria, a comercialização no varejo e a chegada até a mesa do consumidor.

O cientista de alimentos vai atuar, muitas vezes, em equipes e intervir em situações para melhoria da qualidade dos processos alimentícios, produtos e serviços, com criatividade, liderança, visão empreendedora e, claro, dentro de princípios éticos.

Público-alvo 

Características como curiosidade, vontade de pesquisar, criar e, principalmente, de levar ao consumidor cada vez mais uma alimentação de qualidade e com segurança são vistos como diferenciais àqueles que escolham esta graduação.

Leia também: As opções de cursos em Ciências da Saúde

Curso  

A graduação em Ciência de Alimentos formará um profissional com amplo conhecimento do alimento, indo desde aspectos nutricionais, bioquímicos, higiênico-sanitários, tecnológicos até às demandas do consumidor.

O aluno estuda no curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos todos os aspectos dos alimentos, como fisioquímicos, nutricionais, sensoriais e aspectos de inocuidade. O objeto de estudo é o alimento em si e toda a sua transformação, visando à conservação, a sua vida útil, a sua comercialização e as demandas do consumidor.

A graduação está no grupo dos cursos de Ciências Agrárias. A base das disciplinas são Química, Biologia e Física. Dentre as disciplinas estudadas estão a de Bioquímica de Alimentos, Química de Alimentos, Tecnologia de Grãos, Tecnologia de Bebidas, entre outras.

Grade curricular (algumas disciplinas comuns) 

  • Informação e Pesquisa em Ciências dos Alimentos    
  • Matérias Primas Alimentícias    
  • Cálculo Diferencial e Integral    
  • Química Geral    
  • Física    
  • Biologia Celular
  • Química Orgânica    
  • Química Analítica Quantitativa    
  • Estatística Aplicada às Ciências dos Alimentos    
  • Princípios de Microbiologia    
  • Genética Geral    
  • Conservação de Alimentos Por Métodos Não Convencionais    
  • Operações Unitárias no Processamento de Alimentos     
  • Introdução a Programação de Computadores Aplicada a Ciências Biológicas    
  • Nanotecnologia na Agricultura, Meio Ambiente e Ciência dos Alimentos    
  • Introdução ao gerenciamento de resíduos químicos    
  • Biologia Molecular e Biotecnologia    
  • Bioquímica de Alimentos    
  • Comercialização de Produtos Agrícolas    
  • Introdução à Economia    
  • Elaboração e Análise de Projetos            
  • Economia e Gestão do Agronegócio    
  • Evolução        
  • Pós Colheita de Produtos Hortícolas        
  • Anatomia e Fisiologia Animal            
  • Sociedade, Cultura e Natureza    
  • Organização e Métodos

Geralmente, no último semestre da faculdade há uma disciplina de estágio obrigatório. É muito importante que o aluno escolha uma empresa de seu gosto, dentro do que mais teve afinidade durante a graduação, para estagiar.

O estágio é a preparação do aluno para o mercado de trabalho. Será na prática do estágio que os estudantes poderão aplicar seus conhecimentos de forma concreta, para buscar aperfeiçoamento dentro da área escolhida para estagiar.

Duração média 
Bacharelado –10 semestres (5 anos)

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Mercado de Trabalho 

O mercado de trabalho é vasto, já que no Brasil temos várias de indústrias alimentícias de grande parte e agroindústrias familiares. A exigência cada vez maior do consumidor com a qualidade dos alimentos também contribuiu para o crescimento do mercado.

No entanto, nos últimos anos os egressos do curso têm reclamado da pouca oferta de vagas e baixa remuneração. Cerca de 35% dos formados estão atualmente desempregados, segundo pesquisa realizada pela Associação dos Profissionais Cientistas de Alimentos (Apcal) em 2020.

Os cinco principais setores que mais empregam cientistas de alimentos são, nessa ordem: Qualidade; Pesquisa e Desenvolvimento; Acadêmico; Laboratório; Processos.

Entre as áreas de atuação, destacam-se os segmentos de carnes, laticínios, bebidas, educação e doces. A maior parte dos profissionais atua como analista.

Formas de Atuação  

O cientista de alimentos atua em indústrias alimentícias, de produtos de origem animal e vegetal, empresas de armazenamento e distribuição de alimentos, indústrias de aproveitamento de resíduos e laboratórios de pesquisa com alimentos.

O profissional pode trabalhar na pesquisa ou no desenvolvimento de novos produtos alimentícios, na gestão e melhoria da qualidade dos alimentos e no controle e gestão da produção. Ele também pode desenvolver programas de higiene nas indústrias e de tratamento de resíduos.

É possível atuar de forma autônoma, na prestação de serviços de consultoria em determinadas áreas, como: desenvolvimento de novos produtos; produção de alimentos; controle de qualidade e conservação de alimentos; certificação e assuntos regulatórios. 

Campos de Atuação 

Indústrias
(pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, gestão e melhoria da qualidade dos alimentos, gestão de programas de higiene, de tratamento de resíduos e etc) 

Fiscalização de órgãos públicos
(tais como o MAPA, Anvisa e Vigilância Sanitária) 

Autônomo
(prestação de serviços de consultoria em áreas de produção, controle de qualidade e conservação de alimentos, certificação e assuntos regulatórios)

Consultorias
(para indústrias, aplicando a legislação vigente, ajudando na criação de produtos, rotulagem e aplicação de boas práticas de fabricação) 

Pesquisa
(desenvolve por meio de pesquisas novos produtos alimentícios, de origem vegetal ou animal.) 

Gestão
(gerencia sistemas de produção e logística de fábricas do setor alimentício)

Produção
(controla os processos de fabricação de alimentos e laticínios, estabelecendo a matéria-prima e equipamentos a serem utilizados, pensando no produto final esperado) 

Conservação
(auxilia na preparação e confecção de embalagens e métodos de processamento que garantam maior vida útil aos alimentos) 

Regulamentação profissão
A profissão de cientista de alimentos ainda não está regulamentada, mas existe um Projeto de Lei em tramitação. Entre 2013 e 2015, tramitou um outro PL para a regulamentação da profissão, mas ele foi arquivado.

Remuneração média (salário) 

De acordo com pesquisa da Apcal, realizada em 2020, 52% dos egressos do curso ganham entre R$ 1.045 e R$ 3.145. Acima desta faixa, 20% ganham até R$ 5.225.

Exigências para exercício da profissão
Diploma de conclusão de curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia de Alimentos.
Registro no Conselho Regional de Química – para alguns cargos


*Este texto foi elaborado com base em entrevista realizada com Dênis Ribas, presidente da Apcal

O que é o curso de ciência e tecnologia de alimentos?

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS ALIMENTOS é a área da conhecimento voltada para o processamento dos alimentos – da colheita ou abate até a prateleira do supermercado.

O que faz uma pessoa formada em tecnologia de alimentos?

O Tecnólogo em Alimentos é um profissional habilitado para conduzir, melhorar e desenvolver processos de beneficiamento e de processamento de alimentos, com qualificação para acompanhar os avanços científicos e tecnológicos relacionados a produção de alimentos e áreas correlatas.

O que estuda a ciência de alimentos?

Ciências dos Alimentos: profissão analisa da composição à chegada na mesa. Ele é o único profissional que estuda integralmente o alimento sob todos os aspectos: a composição e a conservação da matéria-prima, a transformação na indústria, a comercialização no varejo e a chegada até a mesa do consumidor.

Quais as ciências envolvidas no estudo da tecnologia de alimentos?

A tecnologia de alimentos é um campo multidisciplinar que envolve conhecimentos das áreas de química, bioquímica, nutrição, farmácia e que refere-se a um conjunto de técnicas relativas aos processos de industrialização dos produtos de origem vegetal e animal.