O que é? Show
Sequência de atividades que apresentam o gênero poesia visual e proposta de produção textual com os estudantes. Material• Computadores com acesso à internet. • Relacionar poema visual ao seu contexto de produção (interlocutores, finalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas,
suportes digitais). Compreender e apreciar poemas visuais. Produzir seus próprios poemas visuais e compartilhar/apreciar as criações dos colegas. Estudantes do Ensino Fundamental II e Médio LocalSala de aula, biblioteca, ateliê de artes ou outro espaço Duração3 a 5 encontros de 1h a 1h30 Início de conversaA poesia visual é uma forma de expressão artística que se caracteriza quase sempre pela combinação de palavra e imagem. É um gênero artístico de pequeno formato que, empregando alguns poucos elementos – como a disposição gráfica de palavras e/ou letras, bem como de imagens –, tem a capacidade de produzir grande impacto. A mensagem do poema é captada pela visualização da forma, que muitas vezes explora aspectos lúdicos, sonoros e visuais.
Nossa proposta é desafiar os alunos a compreender e apreciar visualmente muitos poemas visuais interessantes. Depois, eles poderão criar suas próprias produções e observar como outros reagem diante de sua criatividade. A poesia visual é um tipo de poesia em que – abolindo-se certas distinções entre os gêneros textuais e outras formas de arte – o texto, as imagens e os símbolos são dispostos de tal forma que o elemento visual assume papel preponderante na obra, não dependendo de elementos verbais para ser caracterizado como poesia. O ovo, do grego Símias de Rodes (300
a.C.), ao lado, é o poema visual mais antigo de que se tem notícia. A poesia visual No
início do século XX, com as vanguardas artísticas, experimentações envolvendo escrita e imagem ganham novo destaque. É o caso dos célebres caligramas do poeta francês Guillaume Apollinaire. No Brasil, o movimento concretista se destaca no cenário artístico da década de 1950. Saiba mais sobre poesia concreta. A seguir, assista à adaptação audiovisual dos poemas concretos “Cinco” (José Lino Grunewald, 1964), “Velocidade” (Ronald Azeredo, 1957), “Cidade” (Augusto de Campos, 1963), “Pêndulo” (E. M. de Melo e Castro, 1961/62) e “O organismo” (Décio Pignatari, 1960). Direção: Christian Caselli.
Na práticaSugestão de encaminhamentoPrimeiros contatos com a poesia visual A seguir, organize a turma em duplas e apresente alguns poemas de outro autor, Sérgio Capparelli, representativos desse gênero. Mostre o poema “Falta de sorte”, ao lado. Sugerimos outros poemas do autor: “A primavera endoideceu”, “Urgente!” e “Jacaré letrado”. (Baixe-os aqui.) Proponha que leiam os poemas com atenção, procurando observar, além das palavras, o jeito como elas vêm escritas no papel e de que forma esse jeito interfere na compreensão dos poemas. Depois de um tempo, converse com eles sobre o que observaram. Pergunte se gostaram dos poemas e procure explorar cada um deles. Sugestões de perguntas: Essas questões são propostas mais com o objetivo de levar os estudantes a refletir sobre os poemas visuais e a perceber suas características, do que de encontrar uma resposta única. Por isso, lembre a eles que em literatura e, sobretudo, em poesia são possíveis múltiplas interpretações, desde que fundamentadas no texto. Diga que os poemas mostram, principalmente, a maneira como os poetas veem as coisas. Assim, as palavras ganham um sentido mais rico, como se quisessem dizer mais de uma coisa ao mesmo tempo. No caso desses poemas, o poeta resolve recorrer à disposição gráfica das palavras para enriquecer o sentido do que queria dizer. Muitas vezes, os alunos vão precisar de sua ajuda para estabelecer relação entre os poemas e outros conhecimentos: por exemplo, a função do caule na sustentação e na alimentação da planta e a função dos dois versos (que graficamente remetem ao caule) na sustentação do poema, isto é, são eles que explicitam a ligação da primavera com o zumbido das abelhas e com o aspecto romântico de despetalar uma flor para saber se seu amor é correspondido. Ou para perceber que o poema “Urgente!” lembra uma notícia sensacionalista de jornal, ou ainda que a bandeira do Japão é branca com um círculo vermelho no centro. Sugira aos alunos que procurem livros de Sérgio Capparelli na sala de leitura. Sérgio CapparelliConte aos estudantes que Sérgio Capparelli nasceu em Uberlândia (MG), mas viveu em Porto Alegre durante muitos anos. Foi professor de Comunicação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É autor de prosa e poesia, com muitos livros premiados. Entre suas obras estão Tigres no quintal (1989) e Poesia visual (2006), este último em parceria com Ana Claudia Gruszynski, designer e professora de Comunicação Visual da UFGRS. Brincando com ciberpoemas Poemas mais visuais ainda É claro que, dada a pouca experiência de vida, eles terão dificuldades para compreender muitas das referências implícitas nos poemas. Mas você pode ajudá-los, contextualizando os textos no tempo e no espaço e fornecendo a eles as informações necessárias para ampliar sua compreensão. Para facilitar, apresentamos algumas referências sobre os autores e suas obras. Paulo LeminskiPaulo Leminski é um dos mais respeitados e conhecidos poetas brasileiros. Nasceu em 1944, em Curitiba (PR). Em 1964, morando em São Paulo, publicou poemas na revista Invenção, dedicada à poesia concreta. Trabalhou como redator de publicidade, foi tradutor de várias obras de língua inglesa e estudou língua e cultura japonesa. Como compositor, teve canções gravadas por Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Guilherme Arantes, entre muitos outros. Ganhou o prêmio Jabuti de Poesia em 1995, com o livro Metamorfose. Foi casado com a poesia Alice Ruiz. Faleceu em 1989, na cidade natal, Curitiba. Apresente à turma o poema “Brasa” (In: Almanak 88. São Paulo: Kraft, 1988), de Paulo Leminski. A composição forma uma figura geométrica – um octógono – e duas palavras: brasa e brisa. Você pode perguntar aos alunos por que o autor escolheu essa forma para se expressar. Embora a resposta seja pessoal, eles podem, por exemplo,
comparar a figura à imagem de um ventilador, que produz brisa para aplacar o calor abrasador. Ou podem observar que, como o “i” é muito pequeno (dentro do “a” central), a “brisa” não é suficiente para abrandar o calor, daí a sensação de “brasa”. Agora, mostre o poema “Vazio agudo” (In: Leminski, Paulo; Suplicy, João. Winterverno. São Paulo: Iluminuras, 2001). Nele, o texto apresenta muitos contrastes: vazio/cheio; agudo/cheio; vazio/tudo; meio/cheio… Talvez os alunos consigam estabelecer uma relação entre as palavras do texto e a forma em que elas estão inseridas: o círculo incompleto e o texto ocupando só metade da circunferência lembram uma lua minguante, o que remete à ideia de esvaziamento; a pincelada mais larga na parte de baixo do círculo em contraste com o fino traço da parte cima podem remeter, respectivamente, a cheio e agudo. Talvez possa se referir ao fato de o eu lírico andar “meio cheio de tudo”, isto é, sentir um grande (agudo) vazio, não ver sentido nas coisas… Além da visualidade, o poema tem uma sonoridade bem marcada. O que contribui para isso são as rimas: meio/cheio; tudo/agudo. Arnaldo Antunes (São Paulo, 1960) é músico, ensaísta, compositor e artista visual. Iniciou o curso de Letras na Universidade de São Paulo (USP), mas não o concluiu em virtude do sucesso da banda Titãs, da qual fazia parte. Deixou a banda em 1992, mas continuou compondo com os demais integrantes. Em 2002, formou o trio Tribalistas, em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown. É um dos principais compositores da música pop brasileira, respirando influências concretistas e pós-modernas. Lançou, em 1983, seu primeiro livro de poemas, Ou/e. De lá para cá, publicou dezenas de livros, entre eles Cultura (2012), voltado ao público infantil. Em relação ao poema “Vejo miro” (In: Palavra desordem. São Paulo: Iluminuras, 2002), de Arnaldo Antunes, os estudantes podem, por exemplo, pensar na determinação com que o eu lírico vai atrás daquilo com que sonha; contrapondo o desejo (“vejo como um beijo”), com todos os sentidos do corpo, à luta para
conseguir o que quer (“miro como um tiro”), oposição marcada pela inversão espacial das frases. Muitas outras interpretações são possíveis e desejáveis. Assista abaixo à radioarte criada por Diego Lima dos Santos com base nesse poema visual. Jacira Fagundes Jacira Fagundes é professora e escritora. Nascida em Porto Alegre (RS), sua trajetória literária, encarada como ofício, começou em 2002, com o conto “Noite fria de vigília”, contemplado com o prêmio literário Nova Prova – 20 anos. Sua primeira obra é Um desafio para Manoel, voltada ao público infantojuvenil . Tem diversos outros livros, tanto dirigidos a crianças e adolescentes como para adultos, como a novela Dois no Espelho (2007) e o livro de contos No limite dos sentidos (2009). Apresente o poema “Corte”, de Jacira Fagundes. É interessante perguntar aos alunos se o significado desse poema estaria claro sem o título. Acesse aqui outras sugestões de poemas para trabalhar com a turma. Produção
de provérbios visuais Criação de outros poemas visuais Avaliação Por fim, avalie os poemas visuais produzidos e a apresentação deles, levantando os pontos positivos e os aspectos a serem aperfeiçoados para as próximas vezes. Assista também ao bate-papo sobre poesia visual com Sérgio Capparelli e Ana Cláudia Gruszynski, que realizado pela Plataforma do Letramento em março de 2014.
Qual é a relação entre o título do poema e sua forma e seu conteúdo Jacaré letrado?Jacaré letrado No poema visual há uma relação entre o título, o formato e o “conteúdo” do jacaré onde a distribuição das palavras formam a imagem de um jacaré. No contexto do poema há um jogo de palavras para criar um efeito de humor – o sentido de “letrado” refere-se a um jacaré cheio de letras. algo.
Por que será que o poeta deu o título de jacaré letrado e esse poema?OBSERVANDO O TEXTO, VEMOS QUE ELE NÃO ESTÁ ESCRITO EM VERSOS E ESTROFES, E SIM QUE ELE TEM A FORMA DE UM JACARÉ, E DENTRO DESTA FORMA ESTÁ ESCRITO VÁRIAS VEZES A PALAVRA “JACARÉ”. ENTÃO PODEMOS PENSAR QUE O AUTOR QUERIA DIZER QUE “JACARÉ LETRADO” É UM JACARÉ FEITO COM LETRAS OU PREENCHIDO COM LETRAS.
Qual é a relação entre o título do texto é o seu conteúdo?O título fornece o tema ou tópico de um texto e pertence à estrutura global do discurso; realiza uma grande abstração a partir da informação contida no texto.
Qual é a relação entre o título bilhete com o conteúdo do poema?Não há relação entre o texto e o título, já que o texto é um poema, não um bilhete. Quando o assunto é o amor, as pessoas costumam escrever um bilhete. D O gênero poema é um bilhete.
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