Sistematizamos as principais questões abordadas durante Encontro com a Especialista Fátima Pombo, pediatra e pneumologista, presidente do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), realizado em 20/04/2021. Show
Abaixo a gravação do encontro na íntegra: Conteúdo Relacionado Perguntas & Respostas 1. Quais os principais sintomas da Bronquiolite? Como os pais podem diferenciá-la de um resfriado comum? Pode-se explicar aos pais que é um resfriado que não evolui bem. Quando a criança respira bem, sem dificuldade, após a limpeza nasal, é provável que seja um resfriado. Quando a criança apresenta dificuldade na respiração, este pode ser um sinal da bronquiolite. Além disso, pode-se observar em quadros mais graves a retração subcostal e batimento de asa de nariz. Outro sinal que deve chamar a atenção é a tosse e perda de apetite, principalmente se a criança não está ingerindo líquidos. 2. Qual é a diferença entre bronquite e bronquiolite? Ambas podem apresentar sibilância, no entanto, a bronquite é uma doença crônica, e não ocorre na mesma faixa etária da bronquiolite. Uma criança com menos de dois anos que apresente chiado pela primeira vez, a tendência é que se trate de uma bronquiolite, que é uma doença aguda. Se a criança for maior e apresentar repetidos quadros de sibilância, deve-se investigar bronquite/asma (doença crônica que evolui com quadros de sibilância). 3. Tem probabilidade de crianças que tiveram bronquiolite terem bronquite? Sim. Existe uma ligação, mas não é uma relação obrigatória. A criança pode ter uma bronquiolite e repetir episódios de sibilância (lactente sibilante). Essa é uma doença crônica da criança menor de 2 anos, como a asma é para crianças maiores. 4. Quais são as medidas de prevenção da bronquiolite? Está ligada a um fator genético que se desenvolve ou é adquirido por fatores externos? As medidas de prevenção do meio ambiente exigem os mesmos cuidados como para outras infecções causadas por vírus. Quanto aos fatores externos, tudo que agride as vias aéreas faz com que elas fiquem mais inflamadas e vulneráveis para um quadro de bronquiolite viral aguda: crianças que convivem com adultos fumantes, que tem infecções respiratórias com muita frequência, etc. Como outras doenças, pode haver um componente genético. Mas isso não é determinante. A criança pode ter uma probabilidade maior de ter bronquiolite, mas não obrigatoriamente ela vai se infectar. 5. Quando um caso de bronquiolite pode ser manejado na Atenção Primária? Em que caso precisa ser avaliado por profissionais da Atenção Secundária? A maior parte dos casos pode ser avaliado e conduzido pela Atenção Primária, uma vez que a maioria deles é leve. Para isso, é importante orientar a mãe e a família sobre alguns cuidados e pontos de atenção, como a importância do aleitamento materno para hidratação da criança e manutenção de via aérea alta desobstruída. Também deve-se garantir acompanhamento, consulta de retorno e encaminhamento caso o quadro da criança evolua para algum tipo de dificuldade respiratória, para que possa ser avaliada por profissionais da Atenção Secundária. 6. Ainda é comum o uso de corticoides de forma sistêmica ou inalados, mesmo não sendo indicados pelos estudos mais recentes? As evidências apontam que não há indicação para uso rotineiro de corticóide para crianças com Bronquiolite Viral Aguda. Nesse sentido, os protocolos e rotinas devem ser atualizados de acordo com as mais recentes evidências disponíveis. 7. O diagnóstico laboratorial com swab é essencial para a bronquiolite? O diagnóstico da bronquiolite viral aguda é feito a partir da clínica e da história da criança. Nesse sentido, o swab não é essencial para o diagnóstico. 8. Existe algum cuidado específico durante a pandemia por Covid-19? Não existem cuidados específicos durante a pandemia, no entanto, observou-se que os cuidados como distanciamento social, uso de máscaras e lavagem/higiene frequente das mãos, favorecem a diminuição dos casos de bronquiolite. Isso ocorre porque a bronquiolite também é causada por um vírus. 9. Quais crianças são candidatas a profilaxia com Palivizumabe? Quais são as recomendações? A principal indicação para profilaxia com Palivizumabe são crianças que nasceram prematuras, com menos de 28 semanas. Além delas, estão incluídas crianças que nascem com cardiopatia congênita e crianças de até 2 anos de idade que nos últimos 6 meses necessitaram de oxigenoterapia, broncodilatador ou corticóide inalado, indicando que há alguma tipo de complicação relacionada à doença respiratória. O que é mais grave bronquiolite ou bronquite?Uma das consequências da bronquite, quando não tratada corretamente, é a pneumonia. A bronquiolite, por exemplo, está entre as principais causas de internação de crianças que ainda mamam e pode provocar desidratação e insuficiência respiratória, se os microrganismos afetarem outras regiões dos pulmões.
O que causa a bronquiolite?Entre as causas da bronquiolite figuram a inalação de poeira, fumaça e gases tóxicos, as reações induzidas por medicações e, principalmente, as infecções respiratórias provocadas por agentes virais, sobretudo o vírus sincicial respiratório e outros microrganismos que desencadeiam gripes e resfriados, como o adenovírus, ...
Como são as crises de bronquiolite?Os sintomas iniciais são bem parecidos com os do resfriado: tosse, obstrução nasal, coriza e às vezes chiado no peito. “Os sinais e sintomas da bronquiolite se assemelham a uma crise de asma ou bronquite e duram aproximadamente de 3 a 15 dias.
O que é bom para curar bronquiolite?O medicamento utilizado, em casos específicos, para prevenir infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal causador de bronquiolite, é o palivizumabe.
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