Quais são as relações aproximações e ou diferenças entre a Psicologia e a educação C Qual é o principal objeto de pesquisa da psicologia da educação?

Objeto da Psicologia da Educação

Entende-se a psicologia da educação como "uma disciplina-ponte, de natureza aplicada, entre a psicologia e a educação" (Coll, 2004, p. vii) cujo objecto de estudo são os processos de mudança (e.g. desenvolvimento, aprendizagem e socialização) que ocorrem nas pessoas na sequência da sua participação numa ampla gama de situações e atividades educacionais. Trata-se de um acontecimento independente da idade e outras características concretas das pessoas e dos traços específicos das situações e atividades educacionais, não se circunscrevendo às que ocorrem em contexto escolar (Coll et al., 2004).

Para Beltrán et al. (1990), tratando-se de uma “ciência intermédia” entre as ciências psicológicas e as ciências da educação, propõe-se uma “flexibilidade temática em torno do núcleo essencial definitório que é o processo ensino-aprendizagem” (pp.23-24).

A maioria dos autores considera o processo ensino-aprendizagem como o objecto fundamental desta ciência ou o estudo científico da aprendizagem e do ensino, principalmente quando se trata de formação de professores. Contudo, importa também abranger a educação familiar da criança e do adolescente, considerando que o processo ensino-aprendizagem não se limita ao aspecto puramente cognitivista, sendo também afetivo-motivacional, diferencial, desenvolvimental, ultrapassando o contexto escolar (Barros & Barros, 1996) .

A Psicologia da educação “trata-se de uma disciplina psicológica e educativa de natureza teórica e aplicada, [cabendo ao psicólogo a tarefa de] observar (diagnóstico), interpretar (prognóstico) e intervir no ato educativo, aos mais diversos níveis da aprendizagem”. Assim, ao psicólogo que atua em contexto educativo, compete não apenas prevenir e remediar, mas principalmente promover o educando. Ao mesmo tempo deve investigar no sentido de adquirir uma maior compreensão e eficiência do processo ensino-aprendizagem (Barros & Barros, 1996, p.27).

A Psicologia da Educação aspira descobrir leis e causas que regem a conduta humana, de modo a poder prever e controlar, sem contudo ignorar que além da sua vertente externa manifesta (submetida a quantificação, predição e medição) a conduta humana encerra outra vertente interior que alberga significados, intenções e propósitos (mais do que coisas) que exigem uma explicação ou interpretação, mais do que uma estratégia de controlo. Antes de mais, a Psicologia da Educação deve prestar atenção ao contexto histórico e natural no qual as pessoas vivem e aprendem, o qual influência fortemente a conduta humana, especialmente no âmbito da educação (Beltrán et al., 1990).

Para Beltrán (1994) e para Coll (1983) a Psicologia da Educação é uma disciplina aplicada que não busca apenas conhecimentos abstratos, mas fins práticos. Neste sentido, não deve limitar-se a uma psicologia geral aplicada aos problemas educativos, ou ser uma tecnologia que se limite a operacionalizar os princípios gerais da Psicologia, pois nesse caso, careceria de espaço próprio e específico no seio das ciências. Contrariamente, deve investigar problemas educativos e no nível de complexidade no qual eles se inserem, ou seja, deve ser uma ciência que estuda a conduta humana que se produz no âmbito das situações educativas (Beltrán et al., 1990).

A Psicologia da Educação deve estruturar-se em torno do processo ensino-aprendizagem que serve de fio condutor para a definir como sistema coerente e organizado de conhecimentos. A partir do processo ensino-aprendizagem, os centros atuais de interesse passam pelo estudo das diferenças individuais, a aprendizagem, o desenvolvimento, estrutura curricular, “ecologia de classe”, etc. Estes aspectos que caracterizam hoje o processo ensino-aprendizagem, vão ser os que irão marcar as tendências desta disciplina também no futuro, tais como i) as mudanças nos interesses relativos ao ensino e aprendizagem (e.g. interessando-se mais pelo aluno que aprende do que pelo aluno que é ensinado); ii) a consideração do caráter ativo e único do sujeito que aprende (e.g. maior centralidade na aprendizagem que no ensino e o entendimento do ser humano como alguém que não se limita a responder aos estímulos do ambiente, mas que responde, percebe, codifica, interpreta ou transforma o estímulo de acordo com o que ele é, ou seja, as suas próprias estruturas cognitivas, e de acordo com a sua experiência); iii) a interação (com maior ênfase para as teorias interacionistas,  interpretando a aprendizagem como uma atividade dependente do meio escolar específico, dos objectivos e métodos de ensino do professor e a capacidade e interesse do aluno, como elementos em interação); iv) uma orientação interpretativa ou ecológica (que interpreta o contexto escolar como incorporado em outros contextos mais amplos, com influências reciprocas, e que estuda processos inobserváveis, como os pensamentos, atitudes e sentimentos dos intervenientes – “ecologia de classe”: interpreta a “sala de aula” como um ambiente social naturalmente organizado no qual os participantes contribuem para a organização e definição de significados e se sentem comprometidos); v) variáveis modificáveis (preferência por variáveis objeto de estudo susceptíveis de mudança de modo a fornecer ao educador oportunidades de intervenção e melhoria, em detrimento daquelas variáveis difíceis de modificação, que apenas têm valor relativo); vi) modelos prescritivos (preferência por modelos cientificamente capazes de recomendar novas formas de dar seguimento ao processo ensino-aprendizagem, em detrimento de modelos puramente descritivos), entre outros (Beltrán et al., 1990).

Quais são as relações aproximações e ou diferenças entre a Psicologia e educação?

A psicologia é, sem sombra de dúvida, uma ciência pedagógica, na medida em que se faz ciência aplicada. A pedagogia educativa, por sua vez, se faz psicologia ao reconhecer que o processo de ensino e aprendizagem é, no fundo, fruto de uma relação humana, para além de um processo meramente cognitivo.

Qual é a relação entre Educação e Psicologia da Educação?

Uma segunda maneira de encarar a relação entre a Psicologia e a Educação, acredita que a escola promove o desenvolvimento psicológico. Ou seja, o trabalho realizado dentro das salas de aulas no processo ensino-aprendizagem, favorece o desenvolvimento psicológico em vários aspectos sociais, afetivos e cognitivos.

Qual o principal objeto de pesquisa da Psicologia na educação?

A Psicologia da educação “trata-se de uma disciplina psicológica e educativa de natureza teórica e aplicada, [cabendo ao psicólogo a tarefa de] observar (diagnóstico), interpretar (prognóstico) e intervir no ato educativo, aos mais diversos níveis da aprendizagem”.

Qual a diferença entre a Psicologia e a educação?

Em ambiente escolar, um psicólogo cuida das questões comportamentais e emocionais do discente, e que possivelmente estão entravando seu aprendizado. Por sua vez, o pedagogo aborda as demais práticas de aprendizados e os processos educacionais e dificuldades dos alunos.