Quais os fatores que favorecem para que as doenças parasitárias sejam consideradas um problema de saúde pública?

Doenças transmitidas por vetores

As doenças transmitidas por vetores constituem importante causa de morbidade1 e mortalidade no Brasil e no mundo, sendo um dos principais problemas de saúde pública.

A comprovação de insetos e outros animais no ciclo de transmissão de agentes infecciosos2 ao homem e aos animais domésticos ocorreu somente no fim do século XIX e nos primeiros anos do século XX.

Entende-se como doença transmitida por vetor aquela que não passa diretamente de uma pessoa para outra, mas requer a participação de artrópodes, principalmente insetos, responsáveis pela veiculação biológica de parasitos e micro-organismos a outros seres vivos. 

Quais os fatores que favorecem para que as doenças parasitárias sejam consideradas um problema de saúde pública?

Em nosso país, inúmeras são as doenças transmitidas por vetores, como dengue, malária, doença de Chagas, leishmaniose, febre amarela, vírus Oroupouche, Mayaro, filarioses, febre do Oeste do Nilo, encefalites, entre outras. Algumas dessas enfermidades são amplamente distribuídas no território nacional, como a dengue, enquanto outras são restritas a certas regiões, como o vírus Oroupoche, no Pará.

Mudança climática e doenças transmitidas por vetores

O ciclo de vida dos vetores, assim como dos reservatórios e hospedeiros que participam da cadeia de transmissão de doenças, está fortemente relacionado à dinâmica ambiental dos ecossistemas onde vivem, sendo limitado por variáveis ambientais como temperatura, precipitação, umidade, padrões de uso e cobertura do solo. 

As evidências sugerem que a variabilidade climática tem apresentado influência direta sobre a biologia e a ecologia de vetores e, consequentemente, sobre o risco de transmissão das doenças veiculadas por eles.

Atualmente, a mudança climática tem gerado preocupações sobre uma possível expansão da área atual de incidência de doenças transmitidas por vetores. Um dos maiores efeitos da mudança climática sobre as doenças vetoriais pode ser observado nos eventos extremos, que introduzem uma forte flutuação no ciclo das doenças.

Autores

  • Débora Pereira Gomes do Prado
  • Benílton Alves Rodrigues Júnior
  • Vanessa Oliveira Lopes De Moura
  • Hanstter Hallison Alves Rezende
  • Andressa Rodrigues Lopes

DOI:

https://doi.org/10.51161/rems/1515

Palavras-chave:

ÁGUA, PARASITOSES INTESTINAIS, VEICULAÇÃO HÍDRICA

Resumo

Introdução: A água destinada ao consumo humano deve atender aos procedimentos de controle, vigilância e de potabilidade, conforme definidos pelo Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5 do Ministério da Saúde. A falta de saneamento básico pode propiciar a presença de agentes patogênicos causadores de doenças de veiculação hídrica, favorecendo o desenvolvimento de várias infecções, como diarreia e parasitoses intestinas. As doenças parasitárias, transmitidas principalmente por meio de água e alimentos contaminados, são consideradas um dos principais problemas de saúde pública mundial. Os parasitos encontram-se dispersos em diversos ambientes, podendo ter relação com saneamento inadequado e má distribuição de água potável, associados ao processo de urbanização desordenado. Objetivos: Identificar as principais parasitoses de veiculação hídrica, os impactos causados na saúde pública e a importância do monitoramento da qualidade da água. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de revisão de literatura narrativo. Os artigos foram obtidos através das plataformas online Google Acadêmico, SciELO e PubMed, publicados entre os anos de 2010 a 2020. Como descritores utilizou-se doenças parasitárias, água para consumo humano e transmissão hídrica. Resultados: Dentre as helmintíases, destaca-se a esquistossomose, doença endêmica diretamente relacionada à falta de saneamento básico. Giardia sp e Cryptosporidium sp são protozoários causadores da giardíase e criptosporidiose respectivamente, de ampla distribuição e relevante quadro diarreico persistente, sobretudo em crianças, que se multiplicam no trato gastrointestinal de seres humanos e outros animais. Estes são capazes de sobreviver por longos períodos em meio aquático, sendo que, cistos de Giardia e oocistos de Cryptosporidium, são resistentes ao tratamento convencional da água. Conclusão: Visto que, o saneamento é uma medida de promoção à saúde pública e as parasitoses intestinais estão associadas a fatores como precárias condições sanitárias, contaminação do solo e da água, consumo de alimentos e água contaminados, entre outros fatores relevantes para a saúde pública, faz-se necessário um monitoramento rigoroso do tratamento da água para consumo humano e implementação de medidas no controle de parasitos de veiculação hídrica, principalmente aos resistentes aos tratamento convencionais de potabilidade da água. Assim, evitará infecções que possam gerar danos à saúde, garantindo melhoria da qualidade de vida da população. 

Quais os fatores que favorecem para que as doenças parasitárias sejam consideradas um problema de saúde pública?

Como Citar

Prado, D. P. G. do ., Júnior, B. A. R. ., Moura, V. O. L. D. ., Rezende, H. H. A. ., & Lopes, A. R. . (2021). IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA NO CONTROLE DE DOENÇAS PARASITÁRIAS. Revista Multidisciplinar Em Saúde, 2(3), 103. https://doi.org/10.51161/rems/1515

Edição

Seção

II Congresso Brasileiro de Saúde On-line

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Quais os fatores que favorecem para que as doenças parasitárias sejam consideradas um problema de saúde pública?

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