Quais os exercícios físicos indicados para os diabéticos e hipertensos?

A prática de exercícios é importante para as pessoas com diabetes, pois ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue, diminui a resistência à insulina, melhora o funcionamento do coração e do sistema respiratório, e ajuda a reduzir a circunferência abdominal e a emagrecer.

A prática de exercícios é indicado quando a glicemia está abaixo de 250 mg/dL e é recomendado que sejam praticados entre 3 a 5 dias por semana, no entanto o tipo de exercício pode variar caso a pessoa tenha alguma das complicações da diabetes, como retinopatia ou ferida nos pés, não sendo indicado nesses casos praticar lutas, por exemplo.

Exercícios indicados para diabetes

Na diabetes, os exercícios devem ser realizados de forma moderada, de 3 a 5 dias por semana, com duração de 30 a 45 minutos por aula. A intensidade do treino deve ser de 60 a 70% da frequência cardíaca máxima. Se deseja emagrecer é preciso treinar no mínimo 5 dias por semana, numa alta intensidade para conseguir queimar gordura. 

O diabético pode praticar qualquer tipo de exercício físico, desde que tenha a glicemia abaixo de 250 mg/dL e não tenha comprometimento ocular, como a retinopatia diabética, ou feridas nos pés. Nestes casos, não é recomendado fazer exercícios como as lutas ou que envolva saltos. Se tiver com feridas nos pés pode-se fazer exercícios como andar de bicicleta ou na água, como natação ou hidroginástica.

Outros exercícios que podem ser indicados, quando não se tem complicações são caminhada rápida, corrida, musculação, Pilates com bola, aparelhos ou no solo, aulas de dança, ou em grupo. Mas não é indicado fazer exercícios sozinho para não correr o risco de ter um episódio de hipoglicemia e não ter ninguém por perto para ajudar, caso necessário. 

Quando não fazer exercícios

Não se deve fazer exercícios quando a glicemia está maior que 250 à 300 mg/dL, e depois de tomar bebidas alcoólicas, de vomitar ou de um episódio de diarreia. Também não se deve treinar nos horários mais quentes do dia e deve-se evitar esportes radicais, porque eles favorecem as mudanças rápidas de açúcar no sangue.

Principais benefícios

Praticar regularmente algum tipo de atividade física traz grandes benefícios para o diabético, porque dessa forma é possível melhorar o controle da glicemia e evitar as complicações decorrentes da diabetes. Os maiores benefícios dos exercícios para diabetes são:

  1. Diminuir a taxa de açúcar no sangue;
  2. Melhorar a função das células do pâncreas;
  3. Diminuir a resistência à insulina, fazendo com que ela entre mais fácil nas células;
  4. Melhorar a circulação sanguínea e os capilares sanguíneos, reduzindo os pés e mãos frios e o pé diabético;
  5. Melhorar a função cardíaca e respiratória, a musculatura e fortalecer o ossos;
  6. Ajuda a emagrecer e reduzir o abdômen.

Mas para alcançar todos esses benefícios é preciso praticar exercícios regularmente, no mínimo 3 vezes por semana, durante 30 à 45 minutos, por toda a vida. Os benefícios podem ser notados à partir do 1º mês de aulas, no entanto, para queimar gordura é preciso aumentar a intensidade e a frequência dos exercícios, passando para 5 dias por semana, durante 1 hora de treino intenso.

Como evitar a hipoglicemia durante os exercícios 

Para evitar a hipoglicemia durante os exercícios deve-se tomar 1 copo de suco de laranja, meia hora antes da aula começar, caso a última refeição tenha sido há mais de 2 horas. Também é importante beber água ou bebida isotônica durante os exercícios porque a boa hidratação ajuda a evitar a variação rápida de açúcar no sangue.

O melhor horário para treinar é de manhã, depois de tomar o café da manhã, e nunca a noite, para evitar uma hipoglicemia mais tarde, durante o sono. Treinar até 2 horas depois do almoço ou do lanche também é uma possibilidade. Se sentir tontura, enjôo ou mal-estar durante os exercícios deve-se parar, respirar fundo e tomar 1 copo de suco ou chupar uma bala, por exemplo. 

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Introdu��o

    A inatividade f�sica e o baixo n�vel de condicionamento t�m sido considerados fatores de risco para a mortalidade prematura t�o importante quanto fumo, dislipidemia, diabetes e hipertens�o arterial (POLLOCK, 1993).

    O exerc�cio exerce efeito oposto ao do sedentarismo, aumentando o gasto cal�rico melhorando o transporte e capta��o de insulina, onde tanto os exerc�cios aer�bicos quanto os resistidos promovem um aumento do metabolismo basal conhecido como metabolismo de repouso, que � respons�vel por 60% a 70% do gasto energ�tico total, contribuindo para a perda de peso, e diminui��o do risco de desenvolver diabetes, hipertens�o, e outras doen�as (CIOLAC, 2004).

    Atualmente o exerc�cio f�sico � aceito como agente preventivo e terap�utico de diversas enfermidades. No tratamento de doen�as cardiovasculares e cr�nicas como o diabetes, a atividade f�sica tem sido apontada como principal medida n�o farmacol�gica, assumindo aspecto ben�fico e protetor.

    Segundo Silva (1999) a ado��o de um estilo de vida n�o sedent�rio, cal�ado na pratica regular de atividade f�sica, encerra a possibilidade de desenvolvimento da maior parte das doen�as cr�nicas degenerativas, al�m de servir como elemento promotor de mudan�as com rela��o a fatores de risco para in�meras outras doen�as. Sugere-se inclusive, que a pr�tica regular de atividade f�sica pode ser, na tentativa de controle das doen�as cr�nicas degenerativas, o equivalente ao que a imuniza��o representa na tentativa de controle das doen�as infecto-contagiosas.

    Partindo da premissa que a pr�tica de exerc�cios tanto aer�bios como resistidos s�o fundamentais para indiv�duos considerados saud�veis, esta pesquisa tem como objetivo analisar os efeitos da pr�tica de exerc�cios f�sicos na preven��o e reabilita��o de doen�as cr�nicas degenerativas, especialmente diab�ticos e hipertensos.


Desenvolvimento

    Esta Revis�o de literatura foi organizada em tr�s momentos distintos e complementares: inicialmente conceituamos e discutimos a diabetes, posteriormente a mesma estrat�gia � utilizada com a hipertens�o arterial para, no �ltimo momento relacionar ambas com a pr�tica de exerc�cios f�sicos.


Diabetes

    O diabetes � caracterizados por ser uma doen�a cr�nica o qual desenvolve a eleva��o dos n�veis de glicose no sangue e de forma crescente, esta doen�a vem se alastrando de forma preocupante.

    "No Brasil, est� aumentando muito a incid�ncia do diabetes exatamente pela urbaniza��o que leva ao sedentarismo e o acesso a alimentos industrializados, que cont�m mais �ndices de gordura e que s�o alimentos que favorecem o aumento de peso", (ZAGURY, 2004)

    Quando o indiv�duo apresenta o quadro de diabetes, seu organismo, n�o consegue fabricar insulina suficiente, ou n�o pode usar sua pr�pria insulina muito bem.

    Quando o organismo n�o usa adequadamente a insulina, as c�lulas n�o absorvem suficientemente a��car do sangue. O resultado � uma hiperglicemia conhecida como taxa elevada de a��car no sangue. (GUYTON, 1996)

    A ingest�o dos alimentos por indiv�duos diab�ticos deve ser feita de forma cautelosa e controlada, pois o transporte da glicose para o interior das c�lulas geralmente � estimulado pela insulina. A insufici�ncia ou a m� utiliza��o da insulina provocada pelo diabetes acarreta uma s�rie de dist�rbios relacionados a s�ntese da glicose ingerida nos alimentos, dificultando sua utiliza��o como energia por nosso organismo. (MAUGHAN, 2000)

    Pessoas com diabetes podem vir a apresentar alguns dos seguintes sintomas: sede excessiva, urina��o freq�ente, perda de peso sem explica��o, fome extrema, vis�o emba�ada, falta de sensibilidade nas m�os ou p�s, fadiga recorrente, feridas que demoram mais para sarar, pele muito seca, ou mais infec��es do que o comum. (HOWLEY, 303p.)

    A Organiza��o mundial de Sa�de (O.M. S) classifica o diabetes em: Diabetes mellitus insulino dependente (DMID) ou tipo I; Diabetes mellitus n�o-insulino (DMNID) dependente ou tipo II; Diabetes mellitus da desnutri��o; Diabetes mellitus gestacional; Intoler�ncia a glicose. (BRASIL, 1996)

    Se n�o for bem administrada, a diabetes pode ter grande impacto na qualidade de vida das pessoas, pois estas s�o mais vulner�veis a muitas doen�as devido ao efeito t�xico dos n�veis elevados de glicose (hiperglicemia), e pelos baixos n�veis de glicose (hipoglicemia).

    Existem algumas enfermidades que se relacionam a diabetes outras complica��es advindas da prolifera��o desta doen�a s�o os custos gerados para o controle da mesma, onde as entidades governamentais de sa�de e a fam�lia acabam tendo gastos adicionais com encargos sociais, medicamentos, tratamentos m�dicos, fisioterap�uticos e cuidados especiais.(BRASIL, 1996)

    Devido aos altos custos recrutados para o tratamento do diabetes, o exerc�cio torna-se uma alternativa vi�vel e j� reconhecida no tratamento do Diabetes tipo I, II e gestacional alem de reduzir os riscos de doen�as cardiovasculares.(CAMPAIGNE, 2003)


Diabetes tipo II

    Dentre as formas que o diabetes se apresenta a forma mais comum � o tipo II, esta forma de diabetes se caracteriza principalmente por manifestar-se geralmente ap�s os 40 anos e afeta 90-95% das pessoas com esta doen�a. Crian�as e adolescentes acima do peso tamb�m podem ter este tipo de diabetes. (HOWLEY, 2000).

    A causa precisa do diabetes tipo 2 n�o � conhecida . No entanto, alguns fatores como o hereditar�smo, ra�a, obesidade, hipertens�o, colesterol, sedentarismo, e idade avan�ada tem fator agravante para esta doen�a, o que normalmente � acarretado por um estilo de vida problem�tico. (NIEMAN, 1999).

    Uma de suas peculiaridades � a cont�nua produ��o de insulina pelo p�ncreas. O problema est� na incapacidade de absor��o das c�lulas, por muitas raz�es suas c�lulas n�o conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sang��nea provocando uma anomalia chamada de "resist�ncia insul�nica" (POLLOCK, 1993).

    Este problema em rela��o � insulina afeta a maneira como o organismo processa os alimentos, desencadeando no organismo diversos dist�rbios que ocasionam preju�zos � sa�de do indiv�duo.

    A melhor forma de tratar o diabetes neste caso � controlar os n�vel de a��car no sangue, este tratamento pode ser farmacol�gico, fazendo uso de medicamentos orais e a combina��o com insulina ou n�o. (NIEMAN, 1999)

    No tratamento n�o farmacol�gico as principais medidas adaptadas incluem planejamento alimentar e exerc�cio f�sico. Sendo o tratamento composto por dieta e exerc�cio f�sico a primeira medida normalmente adotada. (CAMPAINE, 2003).

    Ciolac afirma que, a pr�tica regular de atividade f�sica � eficaz para controle e preven��o do diabetes tipo 2, quando de intensidade moderada a alta, o exerc�cio f�sico reduz em m�dia 70% os riscos de desenvolver a diabetes, melhorando a sensibilidade � insulina e toler�ncia � glicose e diminuindo a glicemia sang��nea desses indiv�duos. (CIOLAC, 2004).

    Portanto o maior gasto cal�rico e as demais rea��es produzidas pelo exerc�cio f�sico contribuem positivamente na manuten��o da sua sa�de, preven��o e controle do diabetes. Promovendo uma diminui��o da press�o arterial, perda de peso, melhora do sistema cardiovascular e nos aspectos mentais do indiv�duo, que lhe proporcionam uma maior qualidade de vida.


Hipertens�o arterial sist�mica

    Considerado um dos fatores de riscos prim�rios para o desenvolvimento de doen�as cardiovasculares, a hipertens�o, juntamente com outras enfermidades tornou-se principal causa de morbimortalidade na atualidade.

    Durante muito tempo � hipertens�o foi identificada de forma simplista, atrav�s de uma press�o sist�lica (m�xima) acima de 140mmHg e diast�lica (m�xima) acima de 90mmHg.

    Atualmente o conceito que melhor define hipertens�o � o que estabelece uma situa��o clinica multifatorial e reconhecida como s�ndrome por relacionar os n�veis tencionais elevados a altera��es metab�licas, hormonais e por associa��o fen�menos tr�gicos como hipertrofia card�aca e vascular. (III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENS�O ARTERIAL, 1998).

    Esta s�ndrome � um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doen�as cardiovasculares, que constituem importante causa de mortalidade em v�rios pa�ses desenvolvidos, se tornando o principal problema de sa�de p�blica do mundo. Dados da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) apontaram que at� 2020, as doen�as coronarianas ser� a primeira causa de morte no mundo. (COELHO, 2003).

    No Brasil em 1998 foram registrados 930 mil �bitos. Desse total as doen�as cardiovasculares foram respons�veis por 27%. , Excluindo-se os �bitos por causas mal definidas e por viol�ncia, tal cifra aproxima-se de 40%. (IV DIRETRIZES BRASILEIRA DE HIPERTENS�O ARTERIAL, 2004) O fato da hipertens�o n�o causar sintomas, faz com que ela seja considerada um assassino silencioso, onde as maiorias dos casos acabam sendo diagnosticado ap�s v�rios anos de exist�ncia no organismo, o que justifica os altos �ndices de incid�ncia desta doen�a.

    Alguns fatores respons�veis no desenvolvimento da hipertens�o podem ser decorrentes de problemas renais, ou com pequenas gl�ndulas chamadas adrenais. Determinando a esta condi��o como hipertens�o secund�ria (POLLOCK, 1993).

    J� em 95% dos casos n�o h� uma causa subjacente chamada de hipertens�o idiop�tica, as vezes referida como hipertens�o "essencial" pode ser resultante de fatores gen�ticos, de uma dieta com altas taxas de s�dio, do estresse psicol�gico, da obesidade, da inatividade f�sica (sedentarismo). (POLLOCK, 1993)

    A predisposi��o gen�tica vem sendo alvo determinante na compreens�o desta s�ndrome. Esses fatores gen�ticos s�o respons�veis por uma grande parcela de casos referentes a dist�rbios na press�o hemodin�mica. Isto fica evidente devido � incid�ncia maior de hipertens�o em fam�lias de hipertensos, pois a tend�ncia heredit�ria costuma aparecer em cerca de 75% de todos os pacientes.(COTRAN et. al., 2000)

    Em g�meos univitelinos a concord�ncia para hipertens�o arterial � de 50% e nos bivitelinos de 23%. A discrep�ncia de 50% nos g�meos univitelinos sugere que o mecanismo gen�tico - constitucional pode n�o ser o respons�vel exclusivo para o desenvolvimento da hipertens�o, onde os fatores ambientais contribuem de maneira significativa. (BALLONE G J, 2005)

    Dentre os fatores ambientais o estresse � um dos grandes respons�veis pela eleva��o da press�o arterial, podendo ser considerado fator de risco (card�aco) independente. (NIEUMAN, 1999)

    Entretanto, a exposi��o cont�nua do organismo ao estresse produz adapta��es fisiol�gicas que promovem a eleva��o da press�o arterial, ocasionando uma resposta adaptativa no organismo. (FIAMONCINI & FIAMONCINI, 2003).

    Em intensidades e dura��o discretas a eleva��o da press�o arterial durante momentos de estresse pode ser considerada uma resposta perfeitamente fisiol�gica, "luta ou fuja". Porem no paciente hipertenso observa-se n�o s� intensidade maior da resposta hipertensiva, como tamb�m dura��o maior, sendo que em alguns casos os n�veis press�ricos se mant�m permanentemente elevados. (BALLONE G J., 2005)

    Outro fator ambiental que exerce papel direto sobre a hipertens�o refere-se a ingest�o de nutrientes (alimenta��o). Uma alimenta��o, com altos teores de gordura, sal, bebidas alco�licas, cigarros, etc, podem contribuir para o desenvolvimento da hipertens�o.(REIS & COPLE, 1999).

    Este desequil�brio alimentar contribuir para o desenvolvimento da obesidade, apontada como fator prim�rio para coronariopatia que associada a outros fatores de risco como, Diabetes Mellitus, hipercolesterolemias, fumo diminui o n�mero de c�lulas progenitoras endoteliais, elevando o risco de desenvolver HAS, AVC, ICC. (COELHO, 2004.)

    O endot�lio normal mant�m uma permeabilidade que impede a passagem de macromol�culas e de prote�nas plasm�ticas n�o adequadas, produzindo �xido n�trico na quantidade necess�ria, de acordo com os est�mulos para manuten��o da vasodilata��o, sendo respons�vel no controle da homeostase que envolve a manuten��o do d�bito card�aco e da press�o arterial. (COELHO, 2003)

    Uma les�o nas c�lulas endoteliais ou o menor n�mero das mesmas aumenta a produ��o de radicais livres radicais, contribuindo para o aparecimento de doen�as, dentre elas a arteriosclerose, que tem grande rela��o com o desenvolvimento da press�o arterial. (STEVENS, 2000)

    Outro fator que leva a este quadro � a inatividade f�sica.(RAMOS, 1997). Cabe ressaltar a exist�ncia de alguns fatores de risco que podem ser modificados pela atividade f�sica levando a uma diminui��o e melhor controle dos n�veis tensionais (estresse), redu��o do colesterol, glicose e conseq�entemente do peso, quando associado � ingest�o de dieta hipocal�rica. (SIQUEIRA F. P. C., et al. 2004)

    Al�m de contribuir para redu��o da obesidade, diminui a resist�ncia da insulina e melhora o funcionamento org�nico, refor�ando a musculatura. (NIEMAN, 1999).

    O exerc�cio f�sico, portanto poder� reduzir os n�veis de press�o arterial dos portadores de hipertens�o, bem como diminuir o risco de indiv�duos normotensos desenvolverem a doen�a, melhorando assim sua qualidade de vida. (NIEMAN, 1999).

    Para que este objetivo seja alcan�ado o tratamento em hipertens�o se faz necess�rio, cujo objetivo � prevenir as seq�elas de longa evolu��o da doen�a fazendo com que os n�veis press�ricos estejam o m�ximo poss�vel pr�ximo do ideal(III-CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENS�O ARTERIAL, 1998), onde segundo ultimas diretrizes do ACSM, a press�o arterial considerada ideal � 110mmHg por 70mmHg. (ACSM, 2003).

    Uma forma de se manter n�veis ideais da press�o arterial s�rica alcan�ado atrav�s de uma dieta balanceada e um programa de atividade f�sica, se tornando imprescind�veis na melhora da patologia. (ACSM, 2003).

    Um estilo de vida causado na pratica regular de atividade f�sica, promove benef�cios para a sa�de e conseq�entemente para a qualidade de vida de indiv�duos normotensos e hipertensos.


Influ�ncia do exerc�cio f�sico nos indiv�duos portadores de diabetes mellitus tipo II e hipertens�o arterial sist�mica

    O exerc�cio f�sico � aceito como agente preventivo e terap�utico de diversas enfermidades. No tratamento de doen�as cardiovasculares e cr�nicas, a atividade f�sica tem sido apontada como principal medida n�o farmacol�gica, assumindo aspecto ben�fico e protetor.

    A inatividade f�sica e o baixo n�vel de condicionamento t�m sido considerados fatores de risco para a mortalidade prematura t�o importante quanto fumo, dislipidemia, diabetes e hipertens�o arterial. (POLLOCK, 1993.)

    An�lises Epidemiol�gicas demonstraram que muitos indiv�duos morreram simplesmente por serem sedent�rios, isto fez com que a atividade f�sica fosse vista em diversos pa�ses como uma quest�o de sa�de p�blica (GHORAYEB, 1999).

    O conceito de sedentarismo n�o � associado necessariamente � falta de uma atividade esportiva, o sedent�rio � o indiv�duo que n�o atinge gastos cal�ricos superiores a 1500 Kcal por semana relacionadas a atividades ocupacionais (NETO, 2005).

     Existe uma associa��o entre as mudan�as nos h�bitos de atividade f�sica e o risco de mortalidade, onde indiv�duos que adotaram uma atividade f�sica moderadamente vigorosa (intensidade > 4,5 MET's) em compara��o com aqueles que nunca participaram deste tipo de atividade, demonstrando um risco de 41% menor de morte por Doen�a Card�aca Coronariana (DCC), e o aumento no despendido total de energia superior a 1500 Kcal/semana durante as horas de lazer; promoveu uma redu��o de 28% no risco de mortalidade por todas as causas (ACSM, 2003.)

    A melhora na sa�de do indiv�duo que pratica exerc�cio f�sico regularmente � devido a exposi��o repetida do organismo a uma situa��o que requer uma rea��o mais forte do que a correspondente a sua atividade org�nica normal (VASCONCELLOS, 1992.)

    Tal estresse gerado pela pratica regular de exerc�cio f�sico, produz algumas altera��es morfofuncionais no organismo tamb�m conhecidas como efeitos cr�nicos do exerc�cio, a fim de adaptar o individuo a situa��o ao qual est� sendo submetido (GHORAYEB, 1999.)

    Uma das principais adapta��es que o exerc�cio f�sico promove, podem ser observadas no tecido muscular que sofre um aumento de sua sec��o transversa denominado "hipertrofia". Sendo acompanhada de alguns fen�menos como aumento nos estoques de glicog�nio, aumento do n�mero e tamanho das miofibrilas, maior quantidade de �gua dentro das fibras, maior capacidade da via oxidativa, que � refletida por incrementos na densidade mitoc�ndrial e na atividade m�xima de enzimas do processo mitoc�ndrial de respira��o celular, aumento da vasculariza��o e capilariza��o (RAMOS, 2000).

    Estas adapta��es reduzem a resist�ncia vascular melhorando o fluxo sang��neo e ocasionado um maior transporte de glicose e lip�dios para o metabolismo dos tecidos, e ainda potencializando a a��o da insulina devido o aumento da prote�na quinase AMP-ativada (AMPK) fosforila apontada como mediadora da estimula��o da capta��o de glicose induzida pela contra��o muscular. Alguns defeitos ou desusos (sedentarismo) do sistema de sinaliza��o da AMPK poderiam resultar em muitas das perturba��es do (DMNID). Onde o aumento da ultiliza��o desta via de sinaliza��o AMPK por exercicios poderia ser efetivo em corrigir a resist�ncia � insulina (GAZOLA, 2001).

    Al�m de melhorar o transporte e capta��o de insulina os exerc�cios tanto aer�bicos quanto os resistidos, promovem um aumento do metabolismo basal conhecido como metabolismo de repouso, que � respons�vel por 60% a 70% do gasto energ�tico total, contribuindo para a perda de peso, e diminui��o do risco de desenvolver diabetes, hipertens�o, e outras doen�as (CIOLAC, 2004).

    A fim de acompanhar e suprir as necessidades de adapta��o do tecido muscular, o sistema cardiovascular evolui de forma a suprir as exig�ncias crescentes (CARNEIRO, 2002), ocasionando uma hipertrofia das fibras card�acas, tornando o cora��o maior e mais forte, melhorando assim a capacidade contr�til do mioc�rdio (BIBLIOTECA SA�DE, 1996).

    Esta a��o � seguida de um aumento do volume de eje��o, diminui��o da freq��ncia card�aca de repouso (bradicardia), decorrente de uma redu��o do t�nus simp�tico e um aumento do t�nus parassimp�tico, resultando em uma dilata��o arter�ola e venodilata��o. (MAUGHAN, 2000), contribuindo para uma queda da press�o arterial sist�mica, melhorando a efic�cia do sistema circulat�rio, e gerando um aumento do Vo2M�X.(BIBLIOTECA SA�DE). O Vo2M�X � o melhor preditor para o condicionamento f�sico. (CARPENTER, 2002).

    FOX & MATHEWS apud HERNANDES JR (2002), relatam que o treinamento anaer�bio n�o altera significativamente o Vo2M�X, enquanto o aer�bio produz grande aumento do Vo2M�X.

    Sendo os exerc�cios aer�bios superiores no que diz respeito as adapta��es hemodin�mica como maior aumento das c�maras card�acas efic�cia do sistema de transporte de oxig�nio (SANTAR�M 1998).

    Basicamente os exerc�cios resistidos produzem maior hipertrofia das paredes do cora��o e menor aumento de c�maras card�acas, comparativamente aos exerc�cios aer�bios. Sendo esta maior hipertrofia do mioc�rdio fisiol�gica produzida pelos exerc�cios com pesos, n�o se acompanhando das complica��es da hipertrofia patol�gica produzida pela hipertens�o arterial cr�nica. As c�maras card�acas podem aumentar ou n�o durante o treinamento resistido, mas nunca diminuem, como pode ocorrer na doen�a hipertensiva (SANTAR�M, 1998).

    Esta resposta fisiol�gica do treinamento resistido em promover aumento nas paredes do mioc�rdio favorecendo a execu��o das atividades anaer�bias, sendo que estas est�o presentes em grande parte das atividades vinculadas ao cotidiano (ACSM, 2003).

    Segundo Silva, a ado��o de um estilo de vida n�o sedent�rio, cal�ado na pratica regular de atividade f�sica, encerra a possibilidade de desenvolvimento da maior parte das doen�as cr�nicas degenerativas, al�m de servir como elemento promotor de mudan�as com rela��o a fatores de risco para in�meras outras doen�as. Sugere-se inclusive, que a pr�tica regular de atividade f�sica pode ser, na tentativa de controle das doen�as cr�nicas degenerativas, o equivalente ao que a imuniza��o representa na tentativa de controle das doen�as infecto-contagiosas (SILVA, 1999).

    Com isso, a pratica de exerc�cios tanto aer�bios como resistidos s�o fundamentais para indiv�duos saud�veis como para diab�ticos e hipertensos, melhorando a sa�de e a qualidade de vida destes mantendo as respectivas doen�as controladas.


Considera��es finais

    Os diversos trabalhos presentes na literatura s�o congruentes em mostrar que um programa regular de exerc�cio f�sico de intensidade leve a moderada deve ser usada como terapia coadjuvante no tratamento e manuten��o da sa�de de indiv�duos diab�ticos e hipertensos, juntamente com dieta adequada e terapia medicamentosa se necess�rio.

    A melhora na sa�de de indiv�duos diab�ticos e hipertensos que praticam exerc�cio f�sico se devem a exposi��o regular do organismo a um trabalho acima dos n�veis de repouso capaz de promover adapta��es hemodin�micas e auton�micas, seguida de uma diminui��o do debito card�aco e da resist�ncia vascular perif�rica que geram efeitos hipotensores p�s-exerc�cio, contribuindo para um maior transporte e capta��o de oxig�nio, aumentando a utiliza��o de �cidos graxos como substratos energ�ticos pelo metabolismo basal, contribuindo para uma melhor efic�cia do horm�nio insulina, diminuindo os n�veis de glicose plasm�tica, ajudando na perda de peso, melhorando a auto-estima, proporcionando uma melhora na sa�de e qualidade de vida.


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Quais os exercícios físicos indicados para os indivíduos hipertensos e diabéticos?

As modalidades físicas mais aconselháveis para os diabéticos são caminhada, natação, ciclismo, dança e ginástica aeróbica de baixo impacto. As atividades físicas para diabéticos podem contribuir tanto para a prevenção quanto para o tratamento do diabetes, doença que acomete de 5 a 9 milhões de brasileiros.

Qual o melhor exercício físico para quem tem diabetes?

Para as pessoas que têm o diabetes, o recomendado são exercícios de baixa e média intensidade¹. Nesse caso, as atividades que podem ser recomendadas são exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida, pedalada e natação com uma frequência de cinco a sete vezes por semana, trazendo diversas vantagens para os diabéticos.

Qual o melhor exercício físico para quem tem pressão alta?

Para o fisiologista do esporte do HCor, a caminhada, corrida, natação, exercícios aeróbicos, alongamentos, bicicleta, yoga e hidroginástica são indicados para contribuir na redução da pressão sanguínea exercida sobre os vasos sanguíneos.

Quais exercícios físicos não são indicados para pessoas com diabetes?

O diabético pode praticar qualquer tipo de exercício físico, desde que tenha a glicemia abaixo de 250 mg/dL e não tenha comprometimento ocular, como a retinopatia diabética, ou feridas nos pés. Nestes casos, não é recomendado fazer exercícios como as lutas ou que envolva saltos.