Uma das várias regionalizações existentes sobre o território brasileiro é a regionalização geoeconômica, que divide o país em três grandes complexos regionais: o Centro-Sul, o Nordeste e a Amazônia.
Essa divisão caracteriza-se por não considerar a divisão política entre estados ou municípios, obedecendo somente a critérios econômicos e sociais. Tal divisão é importante no sentindo de facilitar a compreensão acerca das relações de ligação e interdependência no território brasileiro.
Em linhas gerais, as três grandes regiões dessa divisão atendem a determinadas características: o Nordeste é a região com mais problemas sociais, o Centro-Sul é a região mais industrializada e a Amazônia é o território onde se encontra a fronteira agrícola e de povoamento do país.
Em termos de cronologia da ocupação do território, o complexo regional do Nordeste foi o primeiro do país a ser povoado pelos povos colonizadores. Em seguida, essa ocupação se entendeu ao Centro-Sul e, atualmente, encontra-se avançando pelo complexo da Amazônia.
Complexo regional Nordeste
O complexo regional do Nordeste ocupa 20% do território nacional e abriga cerca de 25% da população total. Essa região assistiu, a partir do final do século XIX, a um processo de emigração em massa para a região Centro-Sul do país. Entretanto, no início do século XXI, o que se percebe é um fluxo migratório em movimento oposto, o que representa uma espécie de “retorno” da população para o Nordeste.
Essa região geoeconômica foi a primeira no país a ser povoada e já abrigou a primeira capital brasileira: Salvador. Com a expansão e industrialização do país concentrada na região centro-sul, a região nordestina passou a ser vista como uma região problema, em razão da má distribuição de renda e das condições precárias de parte da população. É importante lembrar, porém, que as condições de fome e miséria existem em todo o território brasileiro e não são exclusividades do Nordeste.
Por se tratar de um complexo regional muito heterogêneo, o Nordeste é dividido em quatro principais sub-regiões: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio Norte.
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Complexo regional Centro-Sul
A região centro-sul do Brasil é a mais populosa, mais industrializada e considerada a mais desenvolvida do país. Ela possui uma área de aproximadamente 2,2 milhões de km², cerca de 70% da população e 78% do PIB brasileiro.
Nesse complexo regional estão localizadas as duas megalópoles ou cidades globais, Rio de Janeiro e São Paulo. Essa região recebeu grandes quantidades de imigrantes provenientes do Nordeste ao longo do século XX. Apesar dos avanços e do desenvolvimento econômico, é nessa região que se encontram os maiores contrastes e a mais acentuada concentração de renda do país. Trata-se, portanto, de uma região extremamente heterogênea, possuindo uma economia tanto industrial quanto agrícola.
Complexo regional Amazônia
É a maior das regiões geoeconômicas do país, com uma área que se aproxima a 5 milhões de km². É também a região menos industrializada e que apresenta as menores densidades demográficas do país. Em vários pontos dessa região encontram-se áreas denominadas como “vazios demográficos”, de modo que a maior parte da sua população se encontra nas duas principais cidades: Belém e Manaus.
É no complexo regional da Amazônia que se encontra atualmente a fronteira agrícola do país. Por fronteira agrícola entende-se a porção do território em que os domínios naturais estão sendo substituídos pelo avanço da agricultura. É comum em muitas áreas dessa região a prática de crimes ambientais e conflitos pela posse da terra.
Apesar da baixa dinâmica econômica e do baixo índice de industrialização, a região conta com dois importantes centros industriais, a saber: a Zona Franca de Manaus e o Polo Petroquímico da Petrobras. Destacam-se ainda as práticas da agropecuária, do extrativismo vegetal e da mineração.
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¹ Fonte da imagem: Raphael Lorenzeto de Abreu
Por: Rodolfo F. Alves Pena
287 palavras 2 páginas Pedro Pinchas Geiger Pedro Pinchas Geiger é um geógrafo brasileiro que propôs, em 1967, uma nova divisão regional do Brasil, diferente da adotada atualmente, levando em conta não apenas os aspectos naturais, mas também os humanos e o processo histórico de formação do território do país, em especial a industrialização. Atualmente, atua como professor-visitante no curso de
Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), campus Maracanã. Referencia teórica no campo da Geografia: Grande área: Ciências Humanas. Divisão Geoeconômica do Brasil A divisão proposta por Pedro Pinchas Geiger foi chamada de Divisão geoeconômica e
consiste em três regiões, a saber: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste. As fronteiras regionais não coincidem com as fronteiras estaduais. Desta forma, por exemplo, o norte de Minas Gerais se encontra na região Nordeste. Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem esta proposta. A regionalização, definida como a divisão de um determinado espaço ou território em áreas com características comuns, pode ser criada com base em critérios físicos, socioeconômicos ou políticos. A escolha de
uma dessas alternativas depende das finalidades com que se pretende utilizá-la. Ela pode, por exemplo, servir a objetivos estatísticos, administrativos ou didáticos. Obras principais de Pedro Pinchas Geiger O espaço social na rede urbana do Rio de Janeiro; Formação acadêmica • 1970 - 1970 • 1946 - 1947 • 1939 - 1943
Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana e Regional, atuando principalmente nos seguintes temas: Globalização, Redes, Inserção do Brasil no Mundo, Mercosul, Urbanização Brasileira.
Migrações internacionais e transnacionalismo na atualidade;
Evolução da Rede Urbana Brasileira.
Doutorado em Programa de Pós Graduação Em Geografia. Universidade Federal
do Rio de Janeiro.
Especialização em Geografia. Université Joseph Fourier – Grenoble
Graduação em Geografia.
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