Porque a interpretação dos três mundos não é mais utilizada atualmente

Países de primeiro mundo: entenda quais são, conheça as características econômicas desses países e descubra se esse termo é utilizado nos dias atuais.

O termo utilizado para designar os países de primeiro mundo se desenvolveu no começo da Guerra Fria, ainda na década de 1950. No começo, o termo se referia aos países que tinham um alinhamento com os Estados Unidos e com outros países do ocidente e que se contrapunham à então União Soviética e aos países que eram seus aliados.

Contudo, com o fim da União Soviética, no ano de 1991, o significado do termo passou por uma evolução bastante ampla. Hoje, denominar países de primeiro mundo significa que estamos falando de nações desenvolvidas e industrializadas, que têm como característica comum uma estabilidade política e econômica. Além disso, são democracias com economia capitalista e seus cidadãos dispõem de um alto padrão de vida.

Teoria dos Mundos e o IDH

Você já ouviu falar na Teoria dos Mundos? Pois é, ela foi utilizada para subdividir os países conforme o tamanho de suas economias. Essa teoria teve validade de 1945 (fim da Segunda Guerra Mundial) até 1990, quando caiu o Muro de Berlim. De acordo com a Teoria dos Mundos, os países desenvolvidos eram os de Primeiro Mundo.

Depois, os países que faziam parte do antigo “bloco dos socialistas” eram os de Segundo Mundo (a antiga União Soviética e a China). Os outros países “neutros” eram os de Terceiro Mundo. Contudo, essa divisão falhava em vários aspectos. Por isso, ela deixou de ser utilizada há mais de 30 anos.

Hoje, várias métricas são utilizadas na definição dos países de primeiro mundo, entre elas: o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas também o produto interno bruto (PIB), o produto nacional bruto (PNB), as taxas de mortalidade e as taxas de alfabetização.

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Mapa do Mundo onde a divisão fica clara

Entre os países de primeiro mundo podemos destacar os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão. Porém, diversos países europeus (da parte ocidental) também podem ser citados, como: Reino Unido, França, Alemanha, Suíça e os países escandinavos.

A definição pode variar, porém, geralmente, uma nação de primeiro mundo pode ser entendida como tendo alinhamento ou amizade com outros países ocidentais, principalmente com os do hemisfério norte, que sejam altamente industrializados, que tenham uma baixa taxa de pobreza e uma grande acessibilidade a recursos e infraestrutura modernos.

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Países do Segundo Mundo

Se você não é muito fã de política ou economia, veja a importância de entender desses assuntos. Países socialistas, especialmente os que pertenciam ao bloco socialista, foram considerados de segundo mundo. A antiga União Soviética, a China e outros da Ásia e leste da Europa se encaixavam nesse segundo mundo, pois tinham suas economias baseadas em filosofias e políticas socialistas.

Países de Terceiro Mundo

Os países considerados de terceiro mundo são aqueles não considerados ricos, atrasados em questões sociais e econômicas. Geralmente os países de terceiro mundo são enviam matérias-primas (commodities) para indústrias dos países de primeiro mundo.

Exportam a preços baixos e compram (importam) a preços elevados os produtos já industrializados. O Brasil, a Argentina, a Índia entre outros recebem esta classificação.

Fim da Guerra Fria

Com o fim da Guerra Fria, os países do segundo mundo perderam essa classificação e os países tiveram uma mudança em suas classificações. Atualmente o mundo se divide em países desenvolvidos, emergentes e subdesenvolvidos.

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Outra explicação

Para além da explicação econômica, existe uma que leva em consideração os aliados de guerra. Segundo essa teoria, os países aliados dos Estados Unidos depois do fim da segunda guerra mundial, eram considerados de primeiro mundo. Os aliados da União Soviética foram considerados de segundo mundo e os que não se aliaram a ninguém e optaram por ficar neutros foram, automaticamente, encaixados no terceiro mundo.

Essa teoria tem lá suas falhas, mas é interessante. Uma das falhas mais graves quando só leva em consideração a questão da guerra é que o Japão é considerado um país de primeiro mundo, mas atacou os EUA e foi bombardeado com duas bombas atômicas, porém nunca perdeu o posto de país de primeiro mundo.

Em resumo, aconselhamos que você leve em consideração as questões econômicas, de desenvolvimento social e políticas para explicar essa divisão mundial em países de 1º, 2º ou 3º mundo.

Fatores que tornam um país de primeiro mundo

Os fatores que determinam os países de primeiro mundo, apesar de altamente subjetivos, é que eles são geralmente democracias estáveis e que oferecem um alto padrão de vida para seus cidadãos. Além disso, são economias capitalistas que contam com estabilidade econômica.

Todavia, não é fácil caracterizar um país como sendo de primeiro mundo de maneira universal. Um resumo é que são nações industrializadas e democráticas, já que estes itens são geralmente acompanhados de moedas estáveis, mercados financeiros sólidos e infraestruturas modernas.

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Estabilidade econômica

Um país com estabilidade econômica é aquele em que seus cidadãos contam com recursos fundamentais para uma vida saudável. Por exemplo, habitação a preços acessíveis, empregos com salários dignos, proteção ao trabalhador, licença médica remunerada, cuidados infantis e até acesso a transporte confiável.

Índice de industrialização

Um fator que influencia a determinação dos países de primeiro mundo é o índice de industrialização. Em países como Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e Itália, o alto índice de industrialização auxilia a estabilidade econômica.

Contudo, novamente, a subjetividade disso é que a China, por exemplo, é altamente industrializada, porém não promove uma alta qualidade de vida para seus cidadãos. Por isso que a definição de países de primeiro mundo considera diversos fatores e cruza as informações para conseguir determinar de forma mais justa.

Saúde

O acesso à saúde também é um fator que influencia na determinação dos países de primeiro mundo e dos outros. Quantidade de profissionais de saúde per capita, hospitais públicos e sistemas de saúde, acesso a cirurgias, disponibilidade de remédios e  de tratamentos são contabilizados.

Nível tecnológico

De maneira geral, os países mais industrializados são os que contam com um maior nível tecnológico. Porém, isso nem sempre é uma regra. Isso porque, atualmente, os países com um menor nível de industrialização (Portugal, Islândia e Austrália, por exemplo) contam com grandes empresas da área de tecnologia, mas que são focadas em serviços (TI).

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Educação

O nível de educação dos cidadãos é um dos fatores que influenciam e ajudam a determinar quais são os países de primeiro mundo. A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) utiliza o PISA (Programa de Avaliação Internacional de Estudantes) para mensurar a capacidade de jovens e criar um ranking de educação. 

Empregabilidade

A empregabilidade se relaciona ao acesso ao trabalho, mas também está relacionada com a capacidade que uma pessoa tem de ser empregada. É analisada a capacidade de obter um primeiro emprego e/ou de manter o emprego e fazer ‘transições’ entre cargos e funções dentro da mesma organização. Além da capacidade de obter um novo emprego.

Indicadores sociais

Os indicadores sociais são um conjunto de dados capazes de medir o progresso em direção aos objetivos da política destinada a promover o emprego, combater a pobreza, melhorar as condições de vida e de trabalho, combater a exclusão e desenvolver os recursos humanos.

Países com maiores índices de desenvolvimento

Os países de primeiro mundo e que estão no topo do ranking do IDH são:

1. Noruega
2. Irlanda
3. Suíça
4. Islândia
5. Hong Kong
6. Alemanha
7. Suécia
8. Austrália
9. Holanda
10. Dinamarca

Contudo, se você considerar os países com a infraestrutura mais bem desenvolvida, a lista muda de figura. De acordo com o portal US News, os países com a melhor infraestutura do mundo são:

1. Alemanha
2. Japão
3. Estados Unidos
4. Reino Unido
5. França
6. Coreia do Sul
7. Canadá
8. Dinamarca
9. Suécia
10. Suíça

Por isso, é necessário ter em conta o que dissemos antes. A subjetividade do que determina os países de primeiro mundo nunca pode ser desconsiderada. Sem contar que existe um aspecto político (e um alto custo também) que faz com que os países de primeiro mundo continuem sempre dando as cartas e mandando nos países mais pobres e menos desenvolvidos.

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A situação do Brasil no ranking de IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O órgão é o responsável pela elaboração de uma lista que traz 191 países e considera o acesso à saúde, à renda e à educação para fornecer uma medida que relaciona esses aspectos com o desenvolvimento humano.

O Brasil ocupa a posição 87 do ranking mundial de IDH e, nos países da América Latina e do Caribe, o Brasil está na 13ª colocação. O primeiro colocado é o Chile, e depois vem Argentina, Uruguai, Panamá, Bahamas, Barbados, Costa Rica, Trinidad e Tobago, Cuba, Granada, México, São Cristóvão e Neves, Antígua e Barbuda, Peru, Colômbia e Brasil.

Países mais pobres na atualidade

Os países que fecham a lista como os mais pobres na atualidade e com os piores índices de desenvolvimento humano são:

• 182 – Guiné
• 183 – Iêmen
• 184 – Burkina Faso
• 185 – Moçambique
• 186 – Eles tinham
• 187 – Burundi
• 188 – República Centro-Africana
• 189 – Níger
• 190 – Chade
• 191 – Sudão do Sul

Infelizmente, os países que fecham a lista são, em sua maioria, no continente africano. Em 2006, eu visitei Moçambique e vi uma realidade que choca os mais desavisados. A pobreza extrema, o alto índice de criminalidade e de violência, bem como o de corrupção, saltam aos olhos.

É um país com uma beleza natural que impressiona, mas que, infelizmente, não consegue dispor de condições básicas para a maioria de sua população. Falta água, comida, energia elétrica e, em muitas regiões, nem estradas de acesso você encontra. A capital Maputo é enorme e conta com mais de um milhão de habitantes.

Porém, tristemente, não lembra uma capital. Faltam calçadas, as ruas são sujas, os prédios bastante degradados (sim, também existem construções modernas) e muitas pessoas estão pelas ruas pedindo dinheiro e em situação de extrema pobreza. Todavia, foi uma viagem inesquecível, especialmente pelo choque cultural.

Consegui entender (e ver) o que é a pobreza verdadeira, mas conheci pessoas com um coração enorme e generoso. Em meio ao caos, existe uma cidade e milhões de pessoas que lutam bravamente para sobreviver a tudo e a todos. Buscam emprego, querem alimentar seus filhos e familiares, mas nem sempre conseguem.

Se você puder, um dia, visite Moçambique! Você terá impressões diferentes da minha, mas, com certeza, vai concordar que vivemos em um mundo ainda muito desigual. Uma vida digna nem sempre é possível nestes países com baixo desenvolvimento humano, porque, infelizmente, as pessoas travam uma luta sem fim pela sobrevivência.

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Amanda Corrêa

Amanda Corrêa é uma jornalista brasileira que mora no exterior há 8 anos. Possui Mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho (Braga, Portugal). Morou na Inglaterra e atualmente reside em Portugal. Atua na área de Jornalismo, produção de conteúdos e mídias sociais. Com seu trabalho, ajuda brasileiros e estrangeiros a morarem fora do país e realizarem seus sonhos!

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