Por que é tão importante construir políticas públicas que contemplem as especificidades das comunidades indígenas e quilombolas?

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Por que é tão importante construir políticas públicas que contemplem as especificidades das comunidades indígenas e quilombolas?

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conflitos
SITUAÇÃO-PROBLEMA: Quais fazeres sociais, políticos, econômicos, e tecnológicos, dos mais 
simples aos mais complexos, tornam nossa sociedade melhor?
OBJETOS DE CONHECIMENTO: Delimitação e demarcação de terras e as questões indígenas 
e quilombolas.
1º MOMENTO − LEITURA E ANÁLISE DE IMAGENS
Seguindo as orientações de seu professor, realizaremos uma atividade denominada “See think 
wonder” ou “Rotina de pensamento” – ver, pensar e perguntar. 
Inicialmente, observe as imagens a seguir, que retratam duas importantes comunidades tradicio-
nais brasileiras: as indígenas e as quilombolas.
Imagem 1 – Povos indígenas do Brasil Imagem 2 – Quilombolas
Fonte: Flickr/Divulgação Brasil de Fato 2. Fonte: Divulgação/Agência Brasil 3.
1. Diante da observação, responda às seguintes questões:
a) O que você vê nas imagens apresentadas? Descreva os elementos presentes em cada imagem. 
b) Quais semelhanças e/ou diferenças podem ser identificadas nas imagens?
c) O que você pensa ao observar as imagens? Escreva sobre suas impressões e interpretações 
em relação a cada uma das imagens. 
d) Ao observar as imagens, quais dúvidas e curiosidades surgiram com relação às comunidades 
apresentadas. Que perguntas você tem em relação a cada uma das imagens ou à comunida-
de retratada? 
2º MOMENTO − LEITURA E ANÁLISE DE VÍDEO E TEXTO
Para avançarmos na desnaturalização do olhar para além dos estereótipos criados a respeito das 
comunidades tradicionais, propomos a exibição do vídeo #MenosPreconceitoMaisÍndio e do texto 
“Mas ‘índio’ é tudo igual?”.
2 Fonte: Flickr/Divulgação Brasil de Fato. Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Disponível em: https://www.flickr.com/photos/brasilde-
fato/40741491083/in/photostream/. Acesso em: 10 mar. 2021. 
3 Fonte: Divulgação/Agência Brasil. Disponível em: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2020/novembro/destina-
dos-mais-de-r-2-5-mi-para-regularizacao-de-territorios-quilombolas. Acesso em: 09 mar. 2021. 
GEOGRAFIA 39
https://www.flickr.com/photos/brasildefato/40741491083/in/photostream/
https://www.flickr.com/photos/brasildefato/40741491083/in/photostream/
https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2020/novembro/destinados-mais-de-r-2-5-mi-para-regularizacao-de-territorios-quilombolas
https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2020/novembro/destinados-mais-de-r-2-5-mi-para-regularizacao-de-territorios-quilombolas
Vídeo: #MenosPreconceitoMaisÍndio
O vídeo do Instituto Socioambiental traz a reflexão de que os tempos mudaram e 
os povos indígenas também, mas eles continuam lutando pelos seus direitos. Eles 
incorporam hábitos considerados de “homem branco”, como usar roupas ou 
tecnologia, entretanto, não fazem deles menos índios. Eles continuam lutando para 
manter sua identidade e cultura indígenas.
Disponível em: https://youtu.be/uuzTSTmIaUc. Acesso em: 10 mar. 2021.
Mas ‘índio’ é tudo igual?
Um preconceito comum é considerar indígenas apenas aqueles que se comportam como o 
estereótipo que temos: índios de cabelos lisos, vivendo sem roupa, na floresta, caçando e pescando. 
Vários povos indígenas têm contato com a sociedade envolvente (não indígena) há muitos séculos 
e adotaram costumes ou práticas, como uso de roupas, de telefones celulares, de fraldas para as 
crianças, sem deixarem de ser índios. Da mesma forma, outros povos possuem uma imagem 
diferente do estereótipo e têm pele mais escura ou mais clara e cabelos cacheados, por exemplo. 
A principal característica da população indígena no Brasil é sua enorme diversidade
O critério mais acertado para definir se uma pessoa é ou não indígena deve ser sua própria 
autoidentificação. “Índio”, segundo o conceito adotado no Brasil, é, portanto, qualquer pessoa que 
assim se identifica e pertence a uma comunidade que a reconhece como tal. Não são traços tidos 
como característicos que definem os indígenas: cocares de penas, maracás, corpos nus sob 
pinturas de urucum e jenipapo, bordunas, zarabatanas, arco e flechas. Por isso, os antropólogos 
costumam dizer que indígena é mais um modo de ser do que de aparecer.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social4 . Trabalho social com famílias indígenas na proteção social básica. 
Brasília, DF: MDS, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2017. Disponível em: https://fpabramo.org.br/
acervosocial/wp-content/uploads/sites/7/2017/08/159.pdf. Acesso em: 8 mar. 2021.
Após apreciação do vídeo e a leitura do texto, dialogue com seus colegas e professor a respeito 
do olhar cuidadoso sobre a realidade em que vivemos, em especial, o respeito às diversidades e às 
identidades dos povos originários e das comunidades tradicionais. 
1. O vídeo produzido pelo Instituto Socioambiental retrata a realidade vivenciada pelos povos tradi-
cionais. Qual é a principal mensagem trazida pelo vídeo? 
2. O texto traz uma crítica à visão equivocada sobre os indígenas, pautada em estereótipos. Que 
visão estereotipada é essa? E qual é o melhor critério para definir se uma pessoa é ou não indí-
gena de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social5 ?
3. Assim como os indígenas, os quilombolas também sofrem com os estereótipos. Nesse sentido, 
pesquise quem são os quilombolas na atualidade e como ocorre o processo de identidade étnica 
desse grupo social. Para auxiliá-lo, sugerimos a seguinte leitura:
GASPAR, Lúcia. Quilombolas. Pesquisa Escolar On-line, Fundação Joaquim 
Nabuco, Recife. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/
artigo/quilombolas/. Acesso em: 10 mar. 2021.
4 Ministério do Desenvolvimento Social – MDS. Órgão extinto com a edição da Lei Nº 13.844, de 18 de junho de 2019. As funções do antigo ministério foram 
atribuídas ao Ministério da Cidadania.
5 Ministério do Desenvolvimento Social – MDS. Órgão extinto com a edição da Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019. As funções do antigo ministério foram 
atribuídas ao Ministério da Cidadania.
CADERNO DO ESTUDANTE40
https://youtu.be/uuzTSTmIaUc
https://fpabramo.org.br/acervosocial/wp-content/uploads/sites/7/2017/08/159.pdf
https://fpabramo.org.br/acervosocial/wp-content/uploads/sites/7/2017/08/159.pdf
https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/quilombolas/
https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/quilombolas/
3º MOMENTO – ESTUDO DE CASO
De acordo com o Censo Demográfico de 2010, no Brasil, vivem 896,8 mil indígenas, o que cor-
responde a 0,4% da população nacional. Já em relação às comunidades quilombolas, os dados do 
governo brasileiro indicam que existem cerca de 3.447 comunidades quilombolas distribuídas por to-
das as regiões do país6 . Considerando essa breve introdução, o estudo de caso proposto a seguir será 
pautado em algumas etapas que visam proporcionar um momento de reflexão e aprofundamento a 
respeito da temática. Para isso, propomos as seguintes questões norteadoras: Onde e como vivem 
essas comunidades tradicionais? Quais são os direitos constitucionais já adquiridos por essas comu-
nidades? Como é o acesso ao direito à terra desses povos? Quais são os procedimentos necessários 
para a concessão de terras? Por que é tão importante construir políticas públicas que contemplem as 
especificidades das comunidades indígenas e quilombolas? Quais fazeres sociais, políticos, econômi-
cos e tecnológicos, dos mais simples aos mais complexos, tornam nossa sociedade melhor? 
Primeira etapa: Leitura de dados
População indígena, por situação do domicílio, segundo a localização do domicílio – Brasil - 2010
Localização do domicílio
População indígena por situação do domicílio
Total Urbana Rural
Total 896 917 324 834 572 083
Terras Indígenas 517 383 25 963 491 420
Fora de Terras Indígenas 379 534 298 871 80 663
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2010.
Disponível em: https://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html. Acesso em: 11 mar. 2021.
6 Fonte: Comissão Pró-Índio de São Paulo. Disponível em: https://cpisp.org.br/direitosquilombolas/observatorio-terras-quilombolas/
quilombolas-brasil/. Acesso em: 11 mar. 2021.
GEOGRAFIA

Qual a importância do reconhecimento das comunidades quilombolas para a cultura brasileira?

As comunidades quilombolas além de contar a história, mantêm tradições seculares como, por exemplo, o congado e rosário. Além das religiões de matriz africana. “Os quilombos fazem parte da manutenção da nossa história e da cultura brasileira.

Por que é importante demarcar as terras de comunidades quilombolas?

A proteção dessas comunidades por meio da titulação de suas terras significa, ainda, a preservação da identidade nacional e também de importantes áreas de proteção ambiental, uma vez que são as comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) as maiores cuidadoras desses espaços.

Por que é importante reconhecer as comunidades?

Elas simbolizam a resistência a diferentes formas de dominação. Essas comunidades mantêm forte ligação com sua história e trajetória, preservando costumes e cultura trazidos por seus antepassados.

Qual é a importância da demarcação de terras para os povos indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos?

A demarcação de terras, ao estabelecer os limites físicos das terras pertencentes aos indígenas, visa a proteger de possíveis invasões e ocupações por partes dos não índios. Assegurar a proteção desses limites é, também, uma forma de preservar a identidade, o modo de vida, as tradições e a cultura desses povos.