O que são doenças crônicas não transmissíveis?

O que são doenças crônicas não transmissíveis?

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), as DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) foram responsáveis por 75% das mortes ocorridas globalmente em 2019. No Brasil, neste mesmo ano, esse valor foi ainda mais alarmante, tendo sido as DCNT responsáveis por quase 78% do total de óbitos de brasileiros com idade inferior a 70 anos. Neste glossário, exploramos os principais conceitos que envolvem as DCNT

  • Doenças crônicas não transmissíveis

    As doenças crônicas não transmissíveis são disfunções orgânicas de longa duração, resultantes de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. Indivíduos de todas as idades e países são acometidos pelas DCNT, elas se desenvolvem no decorrer da vida, podendo surgir em qualquer idade, a depender do grau de exposição dos indivíduos aos fatores de risco para essas doenças. Não é possível a transmissão entre pessoas e, cabe ressaltar que as DCNT são preveníveis. Além disso, podem ter a incidência reduzida se cuidados como alimentação saudável e a prática de atividade física forem adotados.

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as principais DCNT são as doenças cardiovasculares (hipertensão, doenças isquêmicas do coração etc), os cânceres (mama, colo do útero, próstata etc), as doenças respiratórias crônicas (doença pulmonar obstrutiva crônica, asma etc) e a diabetes. Alguns autores, entretanto, utilizam o termo condições crônicas de saúdepara designar as circunstâncias que se apresentam de forma duradoura ou permanente na saúde das pessoas e que requerem respostas contínuas dos sistemas de saúde. Dito de outra forma, toda DCNT é uma condição crônica de saúde, mas nem toda condição crônica é uma DCNT. Afinal, condições como cegueira e amputação, que podem ocorrer devido à diabetes, por exemplo, são condições crônicas de saúde mas não são DCNT.

  • Fatores de risco

    É como são chamados os fatores relacionados ao aumento das chances de se desenvolver uma doença. O termo “risco” é utilizado para definir a probabilidade de uma pessoa sadia, exposta a fatores ambientais e/ou hereditários, desenvolver uma enfermidade. Um único fator pode ser risco para várias doenças. O tabagismo, por exemplo, é fator de risco para cânceres, doenças cardiovasculares e respiratórias.

    Os fatores de risco podem ser classificados em modificáveis e não modificáveis. A primeira categoria se refere às condições e hábitos adquiridos ao longo do tempo e relacionados aos padrões de vida. Podem ser modificados a partir da mudança de comportamento do indivíduo e também por meio do incentivo dado pelas políticas públicas de prevenção e promoção à saúde instituídas. Ações que estimulem a prática de atividade física e alimentação saudável favorecem para que os fatores de risco sejam modificados. Já a segunda categoria, dos fatores de risco não modificáveis, diz respeito a fatores biológicos que não são possíveis de serem altereados, tais como sexo, idade e hereditariedade.

  • Comorbidades

    É a coexistência de duas ou mais doenças em um mesmo indivíduo. Um paciente com diabetes tipo 2, por exemplo, têm maiores chances de desenvolver hipertensão e outras doenças cardiovasculares devido ao enrijecimento das artérias e, possivelmente, o bloqueio da artéria coronária em decorrência do nível elevado de glicose no sangue. Ou seja, o indivíduo exemplificado tem uma doença de base que é a diabetes e se for hipertenso também tem comorbidade.

  • Promoção da saúde

    O conceito de promoção da saúde foi definido em 1986 na Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde que aconteceu no Canadá. O termo pode ser definido como o processo de capacitar as comunidades para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde de forma que eles sejam protagonistas das ações.

    No Brasil, em 2006, foi instituída a PNPS (Política Nacional de Promoção da Saúde) que tem como objetivo principal promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidades e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes sociais (modo de vida, condições de trabalho, acesso a bens e serviços essenciais, educação, lazer e cultura). No documento são apresentadas diretrizes e responsabilidades para cada esfera de gestão. Para a esfera municipal, que está mais próxima da população, o documento destaca que compete aos municípios incluir em seu planejamento ações de promoção da saúde nos territórios e este é o ponto de partida para que o conceito de promoção saia da teoria e entre na prática.

    Sobre a revisão da PNPS publicada em 2018, que consta no Anexo I da Portaria de Consolidação nº 2 (2017), vale destacar os temas prioritários que conversam com outras políticas e setores, são eles: formação e educação permanente, alimentação adequada e saudável, práticas corporais e atividades físicas, enfrentamento ao uso do tabaco e de seus derivados, enfrentamento do uso abusivo de álcool e de outras drogas, promoção da mobilidade segura, promoção da cultura da paz e dos direitos humanos e promoção do desenvolvimento sustentável.

  • Prevenção em saúde

    O conceito de prevenção na saúde foi definido em 1976 por Leavell & Clarck como a realização de ações antecipadas, pensadas a partir do conhecimento da história natural de uma doença, para impedir que ela evolua negativamente. As ações preventivas são parte dos esforços dos sistemas de saúde para evitar que certas enfermidades incidam e prevaleçam na população. O conceito de prevenção em saúde se diferencia de promoção pois este vai tratar de ações que levam à melhora da saúde de forma geral e não necessariamente de uma determinada doença.

  • Vigilância

    A vigilância em saúde pode ser definida como o conjunto de ações realizadas de maneira contínua e sistemática passando pela coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos de saúde. Ela fornece os insumos para planejamento e a execução de medidas de saúde pública voltadas para proteção, prevenção, controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde da população.

    As ações de vigilância em saúde são endereçadas para toda a população brasileira, compreendem práticas e processos de trabalho e são coordenadas com os outros serviços e ações ofertados pelo SUS. Sobre as DCNT, a atuação da vigilância prevê o acompanhamento da situação de saúde da população e monitoramento das doenças crônicas não transmissíveis.

  • Linhas de cuidado

    As linhas de cuidado são o itinerário dos usuários pelos diversos níveis de atenção à saúde conforme as padronizações técnicas definidas. Elas devem centralizar o cuidado no usuário e suas necessidades, e descrevem a trajetória que o paciente deve percorrer, bem como as ações e serviços a serem ofertados, tendo como objetivo principal promover a integração de ações e serviços desde a unidade de saúde na Atenção Primária até os serviços especializados.

Veja também

O que é doenças crônicas Não transmissíveis?

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são, globalmente, as principais causas de mortalidade. As que mais acometem a população são as doenças do aparelho circulatório, neoplasias malignas, diabetes mellitus e doenças respiratórias crônicas.

O que são doenças crônicas Não

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) se caracterizam por um conjunto de patologias de múltiplas causas e fatores de risco, longos períodos de latência e curso prolongado. Além do mais, têm origem não infecciosa e podem resultar em incapacidades funcionais 1. Ministério da Saúde (MS).

Quais são as doenças que não são transmissíveis?

Para termos uma ideia mais abrangente, é possível apontar, dentre as principais doenças crônicas não transmissíveis que afetam o brasileiro: Diabetes Mellitus, Doenças Cardiovasculares, Câncer, Doenças Respiratórias, Obesidade, Colesterol Alto, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Osteoporose e Hipertensão.

Quais são as causas das doenças crônicas não transmissíveis?

Os hábitos alimentares inadequados, o sedentarismo e o tabagismo compõem as principais causas para o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis.