O que fazer quando tiver febre

A febre é um dos sintomas mais recorrentes em pessoas infectadas pelo novo coronavírus, manifestando-se na maioria dos casos.

Contudo, a manifestação desse sintoma não está restrita aos casos de Covid-19. Sendo um mecanismo de defesa do próprio organismo, a febre é uma das repostas do corpoo a um possível invasor (vírus ou bactérias).

Em entrevista ao telejornal Bom Dia Sergipe, Dr. Matheus Todt, médico infectologista da S.O.S. Vida, falou sobre alguns aspectos desse sintoma e que precisam ser observados caso o indivíduo apresente febre durante esse período.

“A febre é um mecanismo de defesa do organismo frente a algo que é estranho ao organismo. Esse aumento de temperatura é uma tentativa de tornar o meio menos adequado para um possível invasor” explicou.

O que fazer quando tiver febre
Assista à matéria completa no site do Bom Dia Sergipe: Médico fala sobre a febre em pessoas com a Covid-19

Características da febre

Normalmente, a temperatura interna do corpo fica entre 36,5 ºC e 37,5 ºC. Considera-se febre a elevação da temperatura do corpo a pelo menos 37,8 ºC.

Esse quadro febril costuma se manifestar nas infecções por vírus sazonais, como os da gripe, que por sua vez possui sintomas parecidos com os apresentados pelo novo coronavírus.

Porém, Dr. Matheus Todt explica que outras causas podem, também, ativar esse mecanismo, como é o caso das doenças inflamatórias, doenças do sistema nervoso e sequelas provocadas por traumas na região cerebral, responsável por regular a temperatura do corpo.

Nesse sentido, o infectologista alerta que não se deve assumir que se tem a infecção pelo novo coronavírus apenas pela presença de um quadro febril. Nos casos de infecção pela Covid-19, a manifestação da febre normalmente é acompanhada por outros sintomas, como a tosse seca, inapetência e dores no corpo.

“E mesmo assim, a gente não pode, infelizmente, achar que por estar com febre e tosse, necessariamente eu estou com coronavírus. O quadro febril da Covid é um quadro muito genérico, posso atribuir a muitas outras viroses. […] O que chama atenção e o que deve alertar bastante a população é, principalmente, se essa febre mantém-se elevada – a despeito do uso de medicamentos pra febre –, e se há o aparecimento de cansaço, o cansaço respiratório. alerta o infectologista.

Como lidar com a febre?

Nos casos onde a febre se manifestar de forma branda, o ideal é optar por medidas de resfriamento do corpo que dispensem o uso de remédios, como tomar um banho, ingerir líquidos para evitar a desidratação e utilizar roupas leves. O ideal é sempre evitar abuso de qualquer medicamento.

“Nem todo quadro que cursa com febre é um quadro grave, que merece uma ida ao hospital. Principalmente agora, que a gente tem encontrado uma sobrecarga dos hospitais. Mas se a gente ver que essa febre é uma febre mais alta, acima de 38,5 ºC, e ela está mantendo ao longo dos dias, mesmo com o uso de antitérmicos, essa situação merece ser avaliada por um médico”.

O médico explica que a maioria dos quadros de infecção pelo coronavírus são quadros com pouco ou nenhum sintoma. Porém, em casos onde a febre se mantém e é acompanhada por uma falta de ar, ele aconselha a procura por atendimento médico, pois esses são os principais sinais de alerta pra um possível quadro delicado da Covid-19.

Dicas para lidar com a febre

  • Beba bastante água – Mantenha-se hidratado para compensar a perda de líquidos durante a febre.  Além disso, a água auxilia na regulação térmica do corpo;
  • Alimente-se – Opte por alimentos leves e de fácil digestão
  • Busque repouso – Descanse e evite sobrecarregar o corpo com atividades exaustivas
  • Ajude a diminuir a temperatura do corpo – Retire o excesso de roupas, busque um lugar arejado, faça compressas frias usando toalhas úmidas ou bolsa térmica no tronco e membros e tome banho (evite água gelada).
Leia também: 5 dicas para baixar a febre

Covid-19: Entendendo os sintomas

Febre, tosse, desconforto respiratório, coriza. Todos esses são sintomas de gripe, mas também podem indicar a contaminação pelo novo coronavírus.

A Covid-19 tem quadros parecidos com diversas outras infecções respiratórias, por isso é muito difícil fazer o diagnóstico clínico da doença.

Em tempos nos quais ir à emergência de um hospital ou a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) sem necessidade pode ser um risco de contaminação para as pessoas, é importante ter ideia de quando é necessário buscar atendimento hospitalar e como funciona a evolução da patologia.

Para esclarecer sobre esse tema, o médico infectologista da S.O.S. Vida, Matheus Todt, falou sobre “Gripe, Resfriado e Covid-19: Sintomas e Cuidados”, durante a Semana do Cuidado na Atenção Domiciliar.

Assista ao vídeo completo da palestra:

Os riscos associados a hábitos do cotidiano

Dr. Matheus Todt foi entrevistado pelo jornalista Daniel Aloísio, do Jornal Correio, e comentou sobre a retomada das atividades e dos riscos que precisam ser observados nesse momento de flexibilização.

Cada atividade oferece um grau de risco, que está diretamente ligado ao número de pessoas no mesmo ambiente e a necessidade do contato com superfícies. Quando maior for esses dois aspectos, maior será o risco de exposição e, consequentemente, de contaminação. Conforme explica Dr. Matheus.

“Os hábitos de reunião [presencial] deveriam ser os últimos a voltar. Colocar gente no mesmo ambiente fechado só tem menos perigo do que estar num show, onde as pessoas ficam bem próximas”.

Confira o infográfico que destaca os riscos de contágio associado a atividades do cotidiano.

O que fazer quando tiver febre
Leia a matéria completa: COVID-19 – Os riscos associados a hábitos do cotidiano

Autocuidados (OMS)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) traz algumas indicações de medidas de auto cuidado caso apresente sintomas da Covid-19:

  • Se apresentar algum dos sintomas, você deve descansar, beber bastante líquido e comer alimentos nutritivos.
  • Fique em um quarto separado dos outros membros da sua família e use um banheiro dedicado, se possível.
  • Limpe e desinfete as superfícies tocadas com frequência.
  • Todos devem manter um estilo de vida saudável em casa. Mantenha uma dieta saudável, tenha uma boa noite de sono, permaneça ativo e mantenha o contato social com quem você ama através do telefone ou do Internet.
  • As crianças precisam de mais amor e atenção dos adultos durante este momento difícil. Mantenha a rotina e os horários regulares o máximo possível.
  • É normal sentir-se triste, estressado ou confuso durante uma crise. Conversar com as pessoas em quem você confia, como amigos e familiares, pode ajudar. Se você se sentir sobrecarregado, fale com um médico ou psicólogo.

O que esperar da segunda onda?

Nos últimos meses, tem se falando bastante em uma “segunda onda de Covid-19”. Dr Matheus acredita que essa nomenclatura de primeira e segunda onda é frágil, pois não tivemos uma queda significativa no número de casos da doença e muito menos uma situação que pudéssemos considerar a epidemia como resolvida.

“Não tivemos uma primeira onda controlada, com baixo índice de transmissão. Ou seja, se a gente não resolveu uma primeira como estamos tendo uma segunda?” questiona o especialista.

Ele acrescenta que tivemos uma tendência de estabilidade, mas agora temos um aumento importante no número de casos.

“Não vem ao caso se temos ou não segunda onda. O que importa é que existe atualmente muitos casos com tendência de aumento.”

Os infectologistas Matheus Todt e Monique Lírio participaram de um webinar promovido pela S.O.S Vida e moderado pela médica Marta Simone, em que discutiram a fase atual da pandemia em Sergipe e na Bahia.

Acompanhe o vídeo do debate completo.

A vacina da Covid-19

Uma das notícias mais esperadas no último ano se tornou realidade em janeiro de 2021: foi iniciada a vacinação contra a Covid-19.

A vacinação terá diversas etapas e deve se prolongar por alguns meses, por isso, é importante ficar alerta para que a população não relaxe nos cuidados de prevenção contra a doença, o que poderia levar a um aumento substancial dos casos.

O médico infectologista da S.O.S. Vida, Matheus Todt, aponta que a vacinação é muito importante no enfrentamento da pandemia e que o início da aplicação das doses é um grande passo.

Porém, para que o cenário de pandemia seja revertido, o infectologista avalia que serão necessários em torno de 4 a 6 meses. Isso porque é preciso, inicialmente, que cerca de 70% das pessoas que são grupo de risco estejam vacinadas. Além disso, o efeito imunizador das vacinas não é imediato.

“Demanda algum tempo. Se a vacina tem duas doses, por exemplo, a imunização é apresentada em até 15 dias depois da segunda dose. Ou seja, até que se vacine este percentual de pessoas e que todas estejam já apresentando imunidade, temos que ter em mente que nosso maior aliado no combate à Covid-19 ainda é o afastamento social e os cuidados de higienização, que devem continuar”, pontua.