Mulheres que tomam pílula anticoncepcional por muitos anos e decidem que é hora de engravidar geralmente associam o longo período de uso do contraceptivo à dificuldade para engravidar. Esse é um mito que existe há muito tempo em relação ao método. Show
Tomar pílula anticoncepcional por muito tempo não causa infertilidade, nem tem relação com a dificuldade que algumas mulheres enfrentam para engravidar. Pelo contrário, o contraceptivo pode até mesmo preservá-la. O uso da pílula reduz os riscos de cisto no ovário, endometriose e de mioma e pólipo uterino – problemas que podem realmente dificultar a concepção. É o que demonstra um estudo publicado na revista científica Fertility and Sterility. Os cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, chegaram a essa conclusão depois de avaliar várias pesquisas sobre o tema. Na verdade, a dificuldade para engravidar deve-se a outros fatores que não estão relacionados ao anticoncepcional, mas que só são descobertos depois que a mulher deixa de utilizá-lo para tentar se tornar mãe e decide investigar o que pode estar dificultando o processo. O fato é que, enquanto está usando a pílula, a mulher não percebe que algo pode estar comprometendo sua fertilidade. Acreditando que está tudo bem com sua saúde reprodutiva, ela começa as tentativas para engravidar logo depois de parar com o anticoncepcional. Sem sucesso, credita a dificuldade para a gestação ao longo período de uso do medicamento. O organismo, porém, leva de um a três meses, em média, para retomar as funções interrompidas pela ingestão do hormônio para impedir a ovulação e reorganizar o ciclo menstrual da mulher. Contudo, isso não quer dizer que a concepção ocorrerá logo após o período de 30 a 90 dias a partir da interrupção da pílula. Algumas mulheres levam até um ano para engravidar depois que voltam a ovular. Como o anticoncepcional age no organismo?Todo mês, o corpo da mulher passa por um processo de ovulação, deixando o organismo pronto para receber o espermatozoide e iniciar a gravidez. O uso do anticoncepcional interrompe a ovulação e, por isso, a mulher não entra no período fértil. Isso porque esses medicamentos contêm hormônios sintéticos que simulam a progesterona e o estrogênio, hormônios que fazem parte do ciclo menstrual e preparam o útero para a gravidez. No seu uso, a hipófise não produz os hormônios que estimulam a ovulação . Além disso, os anticoncepcionais impedem a produção do muco ovulatório do colo do útero, o que diminui a possibilidade de entrada de espermatozoides. O que pode causar infertilidade na mulher?Agora, que você sabe que a pílula anticoncepcional não causa infertilidade, é hora de entender mais a fundo o que pode estar atrapalhando o processo de gravidez. Saiba quais são os problemas mais comuns de infertilidade feminina! EndometrioseUma das principais causas da infertilidade feminina, a endometriose é caracterizada pelo crescimento do endométrio fora do revestimento uterino. Em alguns casos, a doença não apresenta sintomas específicos, o que pode dificultar o seu diagnóstico. No entanto, a maioria das mulheres apresenta sinais do problema, que incluem dor pélvica menstruação irregular, com cólica ou com forte sangramento e desconforto durante as relações sexuais. Para tratar a endometriose, o mais recomendado é realizar uma cirurgia para retirar os tecidos anormais ou aderências e desobstruir as tubas uterinas; fazer uso de medicamentos específicos e, em último caso, para mulheres que estão tentando engravidar, optar pela fertilização in vitro. Síndrome dos Ovários PolicísticosA Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ocorre quando os ovários apresentam inúmeros pequenos cistos que causam um desequilíbrio hormonal e afeta a ovulação da mulher. Para a mulher saber se possui o problema, é preciso ficar atenta aos sinais. Os mais comuns são a menstruação irregular, o excesso de pelos, a acne e o ganho de peso. No entanto, somente exames de imagem e hormonais são capazes de oferecer um diagnóstico preciso. Problemas na ovulaçãoQuando os óvulos não conseguem amadurecer, são danificados ou apresentam anomalias cromossômicas, dificilmente a mulher conseguirá engravidar. Esses problemas costumam ser mais comuns em mulheres acima de 35 anos, já que a qualidade dos óvulos diminui conforme o avanço da idade. Conseguir manter-se no peso ideal ou tomar medicamentos para melhorar a ovulação podem resolver o problema. Mas quando essas medidas não forem suficientes e a mulher estiver tentando engravidar, o melhor a se fazer é optar pela inseminação artificial ou fertilização in vitro. O que pode causar infertilidade no homem?Muita gente acha, erroneamente, que a mulher é sempre a culpada pela infertilidade. A verdade é que os problemas de infertilidade também atingem os homens e podem ser os responsáveis pelo fracasso nas tentativas de gravidez. Conheça os problemas mais comuns que afetam o público masculino! VaricoceleA varicocele é um tipo de varizes nos testículos que deixam as veias aumentadas no local. O problema provoca a elevação da temperatura nos testículos, comprometendo a produção de espermatozoides. Geralmente, não há sintomas aparentes, sendo necessário a realização de exames clínicos e ultrassom para identificar a varicocele. O procedimento cirúrgico é o método mais recomendado para corrigir o problema. A cirurgia é bastante simples e o paciente recebe alta no mesmo dia. Os resultados podem ser notados cerca de 3 a 6 meses após a operação, por meio de um espermograma. Problemas nos espermatozoidesA qualidade dos espermatozoides também pode prejudicar casais que estão tentando engravidar. A pouca quantidade ou até mesmo inexistência de espermatozoides, baixa mobilidade ou formato anormal não permitem que haja fecundação do óvulo. Para tratar o problema, o paciente pode tomar medicamentos para aumentar a produção de espermatozoides e, se esse método não resolver, o mais indicado é realizar inseminação artificial, com espermatozoides de um doador, ou fertilização in vitro com a fecundação dos espermatozoides diretamente no óvulo. Problemas de ejaculaçãoDefeitos congênitos, infecção ou uma vasectomia realizada anteriormente podem causar bloqueio dos dutos ejaculatórios masculinos, causando a ausência de ejaculação ou ejaculação retrógrada. A pouca ejaculação ou urina opaca podem ser sinais de problemas na ejaculação, mas a maioria dos homens não apresenta nenhum sintoma. O tratamento consiste em uma cirurgia para desobstrução ou reversão da vasectomia ou um procedimento para retirar os espermatozoides e realizar fertilização in vitro. Quando investigar a causa da dificuldade para engravidar?Um ano é o tempo indicado que uma mulher em idade reprodutiva, abaixo dos 35 anos, deve tentar engravidar antes de procurar ajuda médica especializada. Caso a concepção não ocorra no prazo de 12 meses, os especialistas em reprodução humana recomendam que o casal busque investigar as causas. Quando a mulher tem mais de 35 anos, a orientação é para que o casal busque a assistência médica para averiguar o que pode estar impedindo a concepção depois de seis meses tentando engravidar naturalmente. Como vimos, há muitas causas para a infertilidade feminina e a masculina. Um especialista em reprodução assistida é o profissional mais indicado para realizar o diagnóstico e, quando necessário, indicar o tratamento do problema para que o casal possa engravidar. Você ainda tem dúvidas sobre a dificuldade para engravidar? Baixe o e-book Infertilidade Feminina, produzido pelos especialistas da Clínica Fecondare. O que acontece com o esperma para quem toma anticoncepcional?Anticoncepcional oral mantém a fertilidade
A pílula oral é feita de hormônios parecidos com os produzidos pelo corpo: estrogênio e progesterona. Ela impede a ovulação, além de dificultar a passagem dos espermatozoides para dentro do útero.
Como as pílulas anticoncepcionais impedem a fecundação?Estes anticoncepcionais têm a função de manter níveis constantes de progesterona e estrogênio, que inibem a secreção hipofisária de LH e FSH através de um mecanismo chamado de “feedback” (ou retroalimentação), mantendo os óvulos "adormecidos" e impedindo a ovulação como se pode observar na figura abaixo.
O que acontece com os óvulos de quem toma anticoncepcional?Spoiler: não acontece nada.
Eles nem saem do ovário. Independentemente do tipo de pílula – há algumas que combinam dois hormônios, progesterona e estrogênio, e outras que têm apenas progesterona – o efeito é o mesmo: os ovários ficam “adormecidos” e deixam de liberar óvulos durante o período fértil, a chamada ovulação.
|