Filipe, duque de edimburgo idade

Fillipe Mountbatten tinha 99 anos e era o membro mais velho da família real britânica.

O príncipe Filipe Mountbatten, duque de Edimburgo e consorte da rainha Isabel II, morreu esta sexta-feira aos 99 anos, no Castelo de Windsor, no Reino Unido.

"É com grande pesar que a Sua Majestade a Rainha anunciou a morte do seu querido marido, Sua Alteza Real o príncipe Filipe, duque de Edimburgo", pode ler-se numa nota publicada esta sexta-feira no Twitter oficial da família real britânica. "Sua Alteza Real morreu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor."

It is with deep sorrow that Her Majesty The Queen has announced the death of her beloved husband, His Royal Highness The Prince Philip, Duke of Edinburgh.

His Royal Highness passed away peacefully this morning at Windsor Castle. pic.twitter.com/XOIDQqlFPn

- The Royal Family (@RoyalFamily) April 9, 2021

O duque de Edimburgo tinha saído recentemente do hospital, onde foi submetido a uma cirurgia por causa de problemas cardíacos, com os quais sofria há dez anos.

Fillipe Mountbatten ia completar 100 anos dentro de dois meses. Nasceu a 10 de junho de 1921 na Grécia, no seio de duas famílias reais: a grega e a dinamarquesa.

Em 1922, a família foi expulsa da Grécia na sequência de um golpe de estado, quando Filipe ainda era criança. Aos 18 anos, ingressou na Marinha Real Britânica e em 1947 casou-se com a então princesa Isabel. Ambos têm quatro filhos, oito netos e nove bisnetos.

O príncipe Filipe retirou-se das funções públicas em 2017 e raramente aparecia em público. Antes da sua hospitalização, em março de deste ano, tinha-se isolado com a rainha no Castelo de Windsor, a oeste de Londres, devido à pandemia de Covid-19.

O testamento do príncipe Filipe, marido da rainha Isabel II e que morreu em abril deste ano, permanecerá fechado ao público durante 90 anos para proteger a "dignidade" da monarca, segundo uma decisão judicial.

O duque de Edimburgo, príncipe consorte, morreu em 9 de abril, a um mês de completar 100 anos de idade.

É tradição que, após a morte de um membro da família real britânica, o presidente do tribunal da família da Suprema Corte de Londres seja solicitado a selar as últimas vontades do falecido.

Em decisão publicada na quinta-feira, o magistrado Andrew Mc Farlane ordenou selar por 90 anos o testamento de Filipe. Quando esse prazo acabar, será acessível para uso dos historiadores.

"Considerei que devido à posição constitucional da soberana, é adequado ter uma prática especial em relação aos testamentos reais", escreveu McFarlane, considerando "necessário reforçar a proteção concedida aos aspectos genuinamente privados deste grupo limitado de indivíduos para preservar a dignidade da soberana e dos seus familiares próximos".

"Embora possa haver curiosidade pública sobre as disposições privadas que um membro da família real pode ter no seu testamento, não há nenhum interesse público verdadeiro para que o público saiba desta informação totalmente privada", acrescentou.

O magistrado também destacou que "o interesse mediático neste assunto é comercial" e que "o grau de publicidade que a publicação do testamento atrairia seria muito amplo e totalmente contrário ao objetivo de manter a dignidade da rainha".

McFarlane declarou também, para questões de "interesse público", que não viu ou teve conhecimento do conteúdo do testamento, exceto a data de sua execução e a identidade do executor.

Numa cena da primeira temporada The Crown, a série da Netflix sobre a rainha Isabel II, a personagem do príncipe Filipe, então interpretada por Matt Smith, insiste em ter aulas de voo. E apesar de todos o tentarem dissuadir - por considerarem a atividade demasiado perigosa para o príncipe consorte -, a insistência dele é tal que Isabel II convence as autoridades a autorizarem o marido a voar. E na terceira temporada da série, é um Filipe já interpretado por Tobias Menzies quem assiste fascinado à chegada do homem à Lua e depois não esconde a excitação por receber em Buckingham Palace Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins. Nem a desilusão quando descobre que afinal os seus heróis são homens comuns, que parecem mais interessados em saber como é a vida do marido da rainha do que em contar os seus feitos no espaço.

No pequeno ecrã, o príncipe Filipe, duque de Edimburgo, aparece como um homem de caráter forte, pouco conformado com a necessidade de ficar na sombra da rainha, mas que rapidamente percebe como ela precisa do seu apoio. A realidade não terá andado muito longe da ficção. Apesar da rebelião do jovem oficial, a verdade é que desde o casamento com a então princesa Isabel, em 1947, mas sobretudo desde a chegada da mulher ao trono, cinco anos depois, que Filipe Mountbatten se tornou o "rochedo" da monarca. No outono de 2017, o duque de Edimburgo retirava-se da vida pública, mas não das polémicas. Em janeiro de 2019, esteve envolvido num acidente rodoviário perto de Sandringham, dias antes de ser visto ao volante de novo. E sem cinto. Internado por várias vezes nos últimos anos - a última das quais durante um mês em março, Filipe morreu nesta sexta-feira, aos 99 anos, anunciou o Palácio de Buckingham.

"É com profundo pesar que Sua Majestade a Rainha anuncia a morte do seu amado marido, sua alteza real o príncipe Filipe, duque de Edimburgo", lê-se no comunicado, segundo o qual o príncipe "morreu tranquilamente esta manhã no castelo de Windsor".

Nas suas longas décadas como príncipe consorte, o duque de Edimburgo habituou os britânicos às suas frases explosivas. "Ele diz sempre o que pensa, nem sempre com muito tato", admitia há uns anos a prima, a condessa de Mountbatten, sublinhando que "as pessoas acabam por esperar isso dele. E gostam".

Infância errante

O príncipe Filipe da Grécia e Dinamarca nasceu na ilha de Corfu em 1921, o mais novo de cinco filhos e o único rapaz. No ano seguinte ao seu nascimento, o tio, o rei Constantino da Grécia foi forçado a abdicar e o pai de Filipe foi detido, antes de ser banido do país para sempre. Foi uma infância errante a do príncipe, passada entre França, Inglaterra e Alemanha. Obrigado desde cedo a enfrentar a vida sozinho, essa experiência deu-lhe uma confiança que muitos confundiam com arrogância. Terminado o liceu, já em Inglaterra, onde viveu com a avó e o tio, George Mountbatten, Filipe ingressou na academia naval britânica.

Alto, loiro, exímio em desporto, sobretudo polo e críquete, não espanta que o jovem cadete tenha cativado as atenções da jovem Lilibet, como era tratada a filha mais velha do rei Jorge VI, então com apenas 13 anos. Os dois conheceram-se em 1939, numa visita da princesa à academia. Primos em terceiro grau, começaram a trocar cartas, com a guerra a encarregar-se de os separar durante alguns anos. Na marinha, a carreira de Filipe foi fulgurante. Promovido a primeiro-tenente, esteve presente na baía de Tóquio quando os japoneses assinaram a rendição.

Após anos no mar, foi um Filipe diferente e mais maduro o que voltou a Inglaterra. Mas o afeto por Isabel não desaparecera. E só cresceu, sobretudo depois do Natal de 1943, passado com a família real e em que o jovem oficial trocou gargalhadas e dançou a noite toda com a princesa. Herói de guerra e príncipe grego com raízes dinamarquesas, Filipe deveria ter tudo para ser um bom partido, mas os casamentos das irmãs com alemães, alguns deles com ligações aos nazis, e o facto de não ter nacionalidade britânica eram entraves inegáveis à união. O primeiro foi abafado ao máximo, com as três irmãs vivas (uma morrera num acidente de avião quando estava grávida) do príncipe a não serem convidadas para o casamento. O segundo resolveu-se com a naturalização como britânico. Filipe Schleswig-Holstein- Sonderburg-Glucksberg renunciava aos títulos de nobreza e ao nome de família para passar a chamar-se apenas Filipe Mountbatten.

Olhado com desconfiança pela velha guarda de Buckingham que não só o considerava demasiado rude como duvidava mesmo da sua fidelidade a Isabel, nos últimos mais de 70 anos Filipe provou que estavam todos errados. Mais antigo príncipe consorte real, esteve ao lado de Isabel nos momentos mais difíceis - do anúncio da morte do pai, numa visita de ambos ao Quénia em 1952, à morte da princesa Diana, passando pelo incêndio que destruiu o Castelo de Windsor. E teve de fazer alguns sacrifícios. Não só teve de abdicar da carreira na marinha mas também de dar o seu nome à família, que continuou a chamar-se Windsor. Uma decisão que terá provocado a sua fúria: "Sou o raio de uma amiba! O único homem neste país que não pode dar o nome aos filhos!"

Mas aceitou e ao longo dos anos encontrou muitas ocupações, do desporto à solidariedade social. Patrono de mais de 780 organizações, continuou ligado a elas mesmo depois da reforma, mas sem "ter um papel ativo, indo aos eventos".

Esta sexta-feira, após o anúncio da sua morte, foram muitos os britânicos que deixaram flores junto ao Palácio de Buckingham, onde a bandeira foi colocada a meia haste. E centenas prestaram-lhe homenagem no Castelo de Windsor.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, lembrou um homem que "inspirou as vidas de inúmeros jovens", sublinhando que o príncipe Filipe "ganhou o afeto de várias gerações aqui no Reino Unido, na Commonwealth e no mundo". Já o arcebispo da Cantuária, Justin Welby, recordou como o duque de Edimburgo "colocou sempre os interesses dos outros à frentes dos seus e, ao fazê-lo, deu um magnífico exemplo de serviço cristão".

Do Canadá à Índia, de Israel ao Quénia, passando pela Rússia e os EUA, não faltaram homenagens a Filipe. O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, lembrou "um homem de grandes convicções, que se regia por um sentido de dever para com os outros", enquanto o chefe do governo indiano, Narendra Modi, saudou a sua "carreira militar distinta".

Segundo Buckingham, é ainda cedo para dar pormenores sobre o funeral do príncipe Filipe, mas o Royal College of Arms, que lida com as proclamações reais, avançou que não será um funeral de Estado.

Porque o príncipe Filipe não pode ser rei?

O motivo é uma regra antiga dentro da monarquia britânica: o título de rei só pode ser dado a quem herdar o trono. Isso significa que o marido de uma rainha governante é chamado de príncipe consorte.

Quem é Philip marido da rainha Elizabeth?

Príncipe Philip, duque de Edimburgo (1921-2021) foi o marido e príncipe consorte da rainha Elizabeth II a monarca mais longeva da história do Reino Unido. Durante 74 anos acompanhou a rainha em compromissos oficiais. Príncipe Philip nasceu em Corfu, Grécia, no dia 10 de junho de 1921.

Quem vai ser a próxima rainha da Inglaterra?

No momento em que a rainha morreu, o trono passou imediatamente para o seu herdeiro, Charles, o antigo Príncipe de Gales. Charles deve ser oficialmente proclamado rei no sábado, no Palácio St. James, em Londres, em frente ao corpo cerimonial conhecido como Conselho de Ascensão.

Quem é o atual Duque de Edimburgo?

Com a morte do Príncipe Filipe, marido e o consorte real da Rainha Elizabeth II, em 9 de abril de 2021, seu filho mais velho, o Rei Carlos III, passou a ser o Duque de Edimburgo. ... .