Quais as interações moleculares responsáveis pela manutenção de uma estrutura proteica?

Estes exercícios sobre a estrutura das proteínas testarão seus conhecimentos sobre as formas como as macromoléculas das proteínas podem apresentar-se. Publicado por: Diogo Lopes Dias

(PLB) - Entre as afirmações abaixo, assinale a(s) que caracteriza(m) corretamente as proteínas:

I. São essencialmente formadas por C, H, O, N.

II. São macromoléculas formadas pela união sucessiva de carboidratos de diversos tipos.

III. Podem formar estruturas diferenciadas, denominadas primária, secundária, terciária e quaternária.

IV. Seu constituinte básico é o aminoácido.

a) I, II e III.

b) II, III e IV.

c) I, III e IV.

d) II e IV.

e) Apenas I.

(FCM-Mg) As proteínas, formadas pela união de aminoácidos, são componentes químicos fundamentais na fisiologia e na estrutura celular dos organismos. Qual das seguintes afirmações sobre as proteínas está CORRETA?

a) A estabilidade da estrutura quaternária nas proteínas acontece, principalmente, devido às ligações covalentes entre as suas subunidades.

b) A informação requerida para o enovelamento correto de uma proteína está contida na sequência específica de aminoácidos ao longo da cadeia polipeptídica.

c) A formação de uma ponte dissulfeto em uma proteína requer que os dois resíduos de cisteína participantes sejam adjacentes um ao outro na sequência primária da proteína.

d) A anemia falciforme, causada por deficiências nutricionais, é atribuída ao rompimento das hemácias, em função da desnaturação da molécula proteica de hemoglobina, em decorrência do aumento da temperatura corporal.

A forma da estrutura de uma proteína na qual o grupo amino (NH) de um monoácido interage com o grupo carbonila (C=O) de outro aminoácido por meio de interações de hidrogênio, resultando em uma estrutura com o formato de mola ou de folhas de papel dobradas, é denominada de:

a) Estrutura secundária

b) Estrutura primária

c) Estrutura quaternária

d) Estrutura terciária

A mioglobina é uma proteína que apresenta uma estrutura terciária. Trata-se de uma proteína cuja principal função é transportar o gás oxigênio até os músculos, sendo ainda a molécula responsável pela coloração vermelha de um músculo qualquer. Sobre a estrutura terciária de um mioglobina, podemos afirmar que:

a) A estrutura terciária é formada principalmente por interações de hidrogênio.

b) Na formação da estrutura terciária, temos a presença de ponte dissulfeto entre as unidades de aminoácidos.

c) Na formação da estrutura terciária, existe a formação de grupos prostéticos interligados por átomos de ferro.

d) A estrutura terciária possui aminoácidos ligados de forma sequencial.

respostas

Letra c). O item II está incorreto porque as proteínas são macromoléculas formadas pela união de aminoácidos, e não de carboidratos.

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Letra b). As outras alternativas estão incorretas porque:

a) A estabilidade da estrutura quaternária das proteínas acontece em virtude de ligações de hidrogênio entre moléculas, e não entre átomos, como na ligação covalente.

c) Uma ponte dissulfeto entre dois resíduos de cisteína acontece na formação da estrutura terciária de uma proteína.

d) A anemia falciforme não é uma doença causada por deficiências nutricionais, mas, sim, geneticamente.

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Letra a). A resposta é a letra a porque apenas nas proteínas de estrutura secundária é que temos a interação entre o grupo NH e o grupo C=O, formando uma mola.

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Letra b). As outras alternativas estão incorretas porque:

a) As proteínas de estrutura secundária são formadas por ligações de hidrogênio entre aminoácidos, formando uma mola.

c) A formação de grupos prostéticos interligados pelo ferro ocorre na estrutura quaternária.

d) As proteínas de estrutura primária possuem aminoácidos ligados de forma sequencial.

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Quais as interações moleculares responsáveis pela manutenção de uma estrutura proteica?

Leia o artigo relacionado a este exercício e esclareça suas dúvidas

O grau de afinidade e a especificidade da ligação macromolécula-sítio receptor são determinados por forças intermoleculares:

• eletrostáticas

• de dispersão

• hidrofóbicas

• ligações de hidrogênio

• ligações covalentes

Em uma interação fármaco-receptor típica, normalmente ocorre uma combinação dessas forças e os somatórios delas são responsáveis por gerar uma resposta fisiológica específica. As interações ocorrem entre o fármaco e a biomacromolécula, como o as biomacromoléculas são em sua maioria, receptores iônicos, metabotrópicos ou enzimas, isto é, estruturas protéicas, os fármacos (micromoléculas) interagem com aminoácidos (unidades básicas das proteínas) presentes nos sítios receptores destas biomacromoléculas.

Forças eletrostáticas

As forças eletrostáticas são resultantes da interação entre dipolos e/ou íons de cargas opostas, cuja magnitude é diretamente dependente da constante dielétrica do meio e da distância entre as cargas. A molécula de água apresenta elevada constante dielétrica, pois apresenta momento de dipolo permanente, e este fato pode reduzir as forças de atração e repulsão entre dois grupos carregados e solvatados.

Normalmente, a interação iônica é precedida de desolvatação dos íons, processo que envolve perdas entálpicas, mas sendo favorecido pelo ganho entrópico resultante da geração de água livre. A força da ligação iônica é baixa, de aproximadamente 5 kcal.mol-1.

Alguns aminoácidos apresentam um terceiro grupo ionizável, além da carboxila e da amina, este grupo encontra-se ionizado em pH fisiológico (7,4) tornando o aminoácido básico (p.ex., arginina e lisina (com carga positiva) ou ácido: (p.ex., glutamato e aspartato (com carga negativa)). Fármacos que apresentem grupos ionizados (positivamente ou negativamente) podem interagir com aminoácidos presentes em proteínas de sítios receptores, que apresentam este terceiro grupo ionizável.

Para exemplificar como pode ocorre uma ligação iônica na interação fármaco-receptor, temos o flurbiprofeno, antiinflamatório não esteroidal que atua inibindo a enzima prostaglandina endoperóxido sintase (PGHS) , provoca sua ação através de ligações com resíduos de aminoácidos da enzima, como interação do grupamento carboxilato da forma ionizada com o resíduo de arginina na posição 120 da sequência primária desta proteína.

As forças de atração eletrostáticas ainda podem incluir dois tipos de interações, que variam energeticamente entre 1-7 kcal.mol-1:

– interações íon-dipolo: interação de um íon e uma espécie neutra polarizada com carga oposta àquela do íon; e

– interações dipolo-dipolo: interação entre dois grupamentos polarizados com cargas opostas.

Esta polarização observada e de ocorrência natural se deve a diferença de eletronegatividade entre um heteroátomo (p. ex., oxigênio ou nitrogênio) e um átomo de carbono, produzindo espécies que apresentam um aumento da densidade eletrônica do heteroátomo e uma redução da densidade eletrônica sobre o átomo de carbono. A ocorrência deste fato está como ilustrada na Figura 12, para o grupamento carbonila, onde a interação do substrato natural endoperóxido cíclico de prostaglandina H2 com a enzima tromboxana sintase (TXS) (que contém ferro presente no grupo heme), envolve a formação de uma interação íon-dipolo entre o átomo de ferro do grupamento heme (íon) e o átomo de oxigênio (dipolo), que apresenta carga parcial negativa.

Forças de dispersão

Estas forças são conhecidas como forças de dispersão de London ou interações de van der Walls e caracterizam-se pela aproximação de moléculas apolares apresentando dipolos induzidos. Estes dipolos são resultado de uma flutuação local de densidade eletrônica entre grupos apolares adjacentes, que não apresentam momento de dipolo permanente. Estas interações são de fraca energia, variando de 0,5-1,0 kcal.mol-1 e ocorrem em função da polarização transiente de ligações carbono-hidrogênio (Figura 13) ou carbono-carbono.

Apesar de serem interações de baixa energia, as forças de dispersão são de extrema importância para o processo de reconhecimento molecular do fármaco pelo sítio receptor, uma vez que normalmente ocorrem inúmeras interações deste tipo que, somadas, acarretam contribuições energéticas significativas.

Interações hidrofóbicas

As interações hidrofóbicas são interações fracas, de aproximadamente 1 kcal.mol-1 e ocorrem em função da interação em cadeias ou subunidades apolares. Estas cadeias ou subunidades hidrofóbicas presentes tanto no receptor como no ligante encontram-se solvatadas por camadas de moléculas de água. A aproximação das superfícies hidrofóbicas promove o colapso da estrutura organizada de água, permitindo assim a interação ligante-receptor através de ganho entrópico associado à desorganização do sistema.

Como há a ocorrência de um grande número de subunidades hidrofóbicas em peptídeos e fármacos, as interações hidrofóbicas são importantes para o reconhecimento do ligante pelo receptor.

Ligação de hidrogênio

As ligações de hidrogênio são as mais importantes, depois das ligações do tipo covalentes, existentes nos sistemas biológicos, sendo responsáveis pela manutenção das conformações bioativas de macromoléculas como interações purinas-pirimidinas dos ácidos nucléicos, por exemplo, que podem ser desfeitas facilmente para duplicação da dupla fita e logo em seguida refeitas.
As ligações de hidrogênio são formadas entre heteroátomos eletronegativos como oxigênio, nitrogênio, enxofre e o átomo de hidrogênio de ligações O-H, N-H e CF2-H.

Vários fármacos são reconhecidos através de ligações de hidrogênio, dos quais podemos destacar o antiviral saquinavir. O saquinavir se complexa ao sítio ativo da protease do vírus HIV-1. O reconhecimento do inibidor enzimático envolve fundamentalmente ligações de hidrogênio com resíduos de aminoácidos do sítio ativo, diretamente ou por intermédio de moléculas de água.

Ligação covalente

As ligações covalentes são de elevada energia, aproximadamente 77-88 kcal.mol-1, e por este motivo são dificilmente clivadas em processos não enzimáticos. Portanto, complexos fármaco-receptor envolvendo ligações covalentes são raramente desfeitos, culminando em uma inibição enzimática irreversível ou inativação do sítio receptor.

Esta interação, que envolve a formação de uma ligação sigma entre dois átomos que contribuem cada qual com um elétron, ocorrem com fármacos que apresentam grupamentos com acentuado caráter eletrofílico e bionucleófilos orgânicos.

O ácido acetilsalicílico (AAS) é um exemplo de fármaco que atua como inibidor enzimático irreversível da enzima PGHS, cujo reconhecimento molecular envolve a formação de ligações covalentes. O AAS apresenta propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antipiréticas decorrentes do bloqueio da biossíntese de prostaglandinas, devido à inibição da enzima PGHS. Esta complexação fármaco-receptor é irreversível, em função da formação de uma ligação covalente resultante do ataque nucleofílico da hidroxila do aminoácido serina530 ao grupamento eletrofílico acetila presente na enzima-alvo.

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Quais são as interações moleculares que estabilizam a estrutura das proteínas?

Entre elas estão as interações hidrofóbicas, ligações iônicas, ligações de hidrogênio e formação de pontes dissulfeto.

Que forças mantém a estrutura de uma proteína?

Forças de atração ou repulsão eletrostática; Pontes de hidrogênio; Forças de Van der Waals; Pontes de dissulfeto.

Quais os tipos de interação que contribuem para a estabilidade das proteínas?

A estabilidade da forma enovelada de cada molécula proteica dependerá, portanto, da somatória de muitas ligações não covalentes. ► As ligações fracas são: ► Pontes de hidrogênio; ► Forças de van der Waals; ► Interação hidrofóbica; ► Ligações iônicas.

Quais são as ligações e ou interações que mantém as diferentes estruturas das proteínas?

As proteínas são macromoléculas formadas pela união de aminoácidos. Os aminoácidos são unidos entre si por ligações peptídicas. As moléculas resultantes da união de aminoácidos são denominadas de peptídeos. As proteínas apresentam quatro níveis estruturais: estrutura primária, secundária, terciária e quaternária.