É verdade que células mortas não apresentam citoplasma?

Cientistas descrevem novo processo de limpeza de restos mortais das células e detalham outros. Mecanismo é essencial para o organismo e pode evitar disfunções do sistema imunológico.

Célula de cauda de verme se aproximando do fim. A parte central da célula virou uma "bola", que foi mastigada e eliminada por célula vizinha — Foto: Laboratory of Developmental Genetics at The Rockefeller University

Já sabemos que nossas células morrem ao longo da vida e muitas pesquisas se concentram no porquê isso ocorre. Um estudo publicado na "Nature Cell Biology", no entanto, focou em outros questionamentos: o que será que ocorre com os restos mortais de nossas células? Eles estão associados a outras doenças e disfunções do corpo?

Pesquisadores associados ao estudo explicam que, quando uma célula morre, normalmente outras células descem para limpar os seus restos mortais. Elas são chamadas de "fagócitos" e têm o papel de aspirar os restos celulares.

Há, no entanto, outros processos de morte celular ainda por serem descobertos. Cientistas sabem que a morte de células mais elaboradas, como os neurônios, é um verdadeiro desafio para os fagócitos.

Para descobrir outros processos de "limpeza" de restos mortais de células, cientistas estudaram as células específicas de um verme: o C. elegans.

A célula escolhida do verme fornece suporte estrutural durante a formação da cauda. Depois que forma a cauda, a célula entende que cumpriu o seu papel e se destroi.

Por que as células morrem?

O processo de morte celular é definido como "apoptose" e há dois tipos principais: o natural e o patológico
Há as mortes celulares naturais: para esculpir os dedos das mãos dos fetos, por exemplo, algumas células vão se autodestruindo
As células também morrem por doenças e problemas ambientais - como infecções por vírus e radiação

Com imagens de alta resolução, cientistas observaram que os restos mortais dessa célula vai ser eliminado de duas maneiras:

A parte central vai se enrolando até virar uma espécie de bolinha, que vai ser eliminada por uma célula vizinha. Os extremos da célula são dissolvidos por uma substância específica, a EF-1, um achado importante da pesquisa.

De fato, as imagens capturadas pela equipe revelam que o processo começa com a parte central da célula sendo separada de sua extensão. Também os pesquisadores observaram que a limpeza de neurônios mortos ocorrem de forma similar.

O achado dos cientistas é importante para processos de imunidade. Algumas doenças autoimunes (quando o sistema imunológico começa a atacar tecidos saudáveis pensando que estão "doentes") estão associadas a esse processo.

A hipótese é que, quando uma célula morta "vaga" pelo corpo, ela pode chamar a atenção desenfreada do sistema imunológico. Ao estudar maneiras de fazer com quê essas células sejam eliminadas, novos tratamentos para essas condições podem surgir.

Um exemplo de doença autoimune é o Lupus. Dentre vários sintomas, a condição provoca uma inflamação nos vasos sanguíneos que pode culminar na necessidade de um transplante de rim.

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As células foram descobertas pelo biólogo Robert Hooke, em 1665, que observava cortes de cortiça (material de origem vegetal utilizado para fazer rolhas). Esse importante pesquisador analisou o corte em um aumento de 270 vezes e verificou a presença de compartimentos, os quais chamou de célula (do latim cella, que significa câmara).

Como foi possível observar as células?

Como todos sabemos, as células são as menores unidades funcionais e estruturais dos organismos vivos. Elas são estruturas, geralmente, microscópicas e complexas que não podem ser analisadas a olho nu. É por isso que o primeiro registro de uma célula foi feito apenas após a criação dos microscópicos.

Acredita-se que o primeiro microscópio foi inventado na Holanda, por volta de 1590, por Zacharias Jansen e seu pai, Hans Jansen. Nessa época, o aparelho não apresentava nenhuma relevância para a ciência, sendo utilizado como uma espécie de brinquedo que possibilitava a observação de objetos de pequenas dimensões.

Com o tempo, os microscópicos foram aprimorados e, com isso, tornaram-se fundamentais para os estudos científicos. Acredita-se que os primeiros materiais biológicos foram observados por Antoni Van Leeuwenhoek (1632-1723), pesquisador que observou, entre outras estruturas, protozoários, bactérias e espermatozoides.

Apesar de os primeiros materiais biológicos terem sido observados por Leeuwenhoek, foi Robert Hooke (1635-1703) que observou pela primeira vez a estrutura a qual chamou de célula. Seus estudos foram publicados no livro Micrographia, e o termo célula ficou conhecido mundialmente, sendo até hoje utilizado.

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Vale frisar que o termo célula foi utilizado porque Hooke observou cortes de cortiça, nos quais foi possível observar apenas paredes celulares vegetais de células mortas. Por achar que aquelas estruturas eram apenas pequenas cavidades, denominou-as de célula. Hoje, no entanto, sabe-se que as células apresentam um interior rico em estruturas e que, portanto, não são cavidades vazias.

Teoria celular

Com o avanço da ciência, vários pesquisadores perceberam que diversos organismos eram formados por células. Entre esses pesquisadores, destacam-se o botânico Matthias Schleiden e o fisiologista Theodor Schwann, que chegaram a conclusões importantes a respeito das células.

Schleiden, em 1838, descreveu que a célula era a unidade básica dos vegetais. Um ano mais tarde, ele observou que essa premissa também era verdadeira para animais. Surgia aí a Teoria Celular, que afirma que todos os seres vivos são formados por células.

A Teoria Celular, posteriormente, foi complementada pelas ideias do patologista Rudolf Virchow, que ficou conhecido por sua frase “Omnis cellula ex cellula”, que significa “toda célula se origina de outra célula”. Atualmente, a Teoria Celular é baseada em três pilares básicos: Todos os organismos vivos são formados por células; as células são as unidades morfológicas e funcionais dos organismos vivos e todas as células surgem de outra preexistente.

É verdade que as células mortas não apresentam citoplasma?

a) Não podemos dizer que todas as células possuem membrana, citoplasma e núcleo, pois células mortas não apresentam citoplasma.

Qual célula não tem citoplasma?

As células procariontes, também conhecidas como protocélulas ou células procarióticas, são células que não possuem um núcleo celular definido e, por isso, o material genético celular fica disperso no citoplasma.

Quais células não possuem membrana citoplasma e núcleo?

As células procariontes, encontradas em bactérias, não possuem núcleo delimitado por membrana, estando o material genético disperso no citoplasma.

O que é uma célula morta?

Pesquisadores associados ao estudo explicam que, quando uma célula morre, normalmente outras células descem para limpar os seus restos mortais. Elas são chamadas de "fagócitos" e têm o papel de aspirar os restos celulares. Há, no entanto, outros processos de morte celular ainda por serem descobertos.