A dor de cabeça é um dos sintomas associados à COVID-19: logo desde o início da pandemia as pessoas com a doença referiram sentir dor de cabeça. Mas o que se sabe sobre esta queixa? Show Os sintomas mais comuns da COVID-19 são a febre (temperatura igual ou superior a 38 °C), a tosse (geralmente seca) e a dificuldade respiratória. Nos casos mais graves, regista-se pneumonia grave, síndrome respiratória aguda grave, septicemia, choque séptico e eventual morte. Existem
outros sintomas associados à COVID-19, tais como a dor de cabeça (ou cefaleia), fraqueza generalizada, congestão nasal, dores musculares ou articulares, conjuntivite, alterações digestivas (diarreia ou náusea), perda de olfato (anosmia) e do paladar, erupções cutâneas ou descoloração dos dedos das mãos e pés, indica a Organização Mundial da Saúde. Dor de cabeça como sintoma de COVID-19A dor de cabeça é um dos sintomas principais associados à infeção por SARS-CoV-2, o vírus que provoca a COVID-19. Segundo os dados partilhados pela Sociedade Portuguesa de Neurologia, ocorre em 6,5 a 13,1% das pessoas com a COVID-19. Em Portugal, segundo os últimos Relatórios de Situação elaborados pela Direção-Geral da Saúde que incluíam os sintomas dos casos confirmados, 20% dos doentes com COVID-19 relataram ter sentido dor de cabeça. A dor de cabeça pode ser um sintoma de uma infeção viral sistémica e, nesse sentido, a infeção COVID-19 não é uma exceção, refere a Academia Europeia de Neurologia. A DGS somou, em abril 2021, cefaleia, vómitos e diarreia, que isoladamente não servem para diagnosticar uma infeção por COVID-19, como sintomas a serem considerados, sobretudo em idade pediátrica. Um estudo observacional apresentado no American Headache Society (AHS) Annual Meeting 2020 demonstrou que a dor de cabeça ocorre na fase pré-sintomática e sintomática da COVID-19, podendo assemelhar-se à cefaleia tipo tensão ou enxaqueca. Para além disso, a dor de cabeça nestes doentes foi associada a um período sintomático menor, enquanto a presença de dor de cabeça e perda de olfato foram associadas a um período de menor hospitalização. Cefaleia depois da infeçãoAlguns
doentes mantêm sequelas durante “semanas ou meses”, nota o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC). Entre elas estão as dores de cabeça, que podem prolongar-se ou surgir quando já não se está infetado. “E podem ocorrer a qualquer pessoas que teve COVID-19, mesmo se a doença foi ligeira ou se não teve qualquer sintoma inicial”, explica esta autoridade de saúde norte-americana. Toma de ibuprofenoLogo no início da pandemia, e na sequência de declarações de alguns especialistas internacionais, foi mencionado o possível efeito negativo que o ibuprofeno, medicamento anti-inflamatório tomado frequentemente por pessoas com dor de cabeça, podia ter na COVID-19. No entanto, menciona a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, “não há evidência de que este tenha um efeito negativo na infeção pelo coronavírus”. Nenhuma autoridade de saúde internacional (da Organização Mundial da Saúde à Agência Europeia do Medicamento) ou nacional (Direção-Geral da Saúde e Autoridade Nacional do Medicamento - Infarmed) identificaram dados científicos que confirmem um agravamento da infeção por COVID-19 com a administração de ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios não esteroides. Por isso, não recomendaram a sua suspensão. Conselhos para prevenir cefaleiasNum contexto de incerteza como este que se vive, que quebrou rotinas e provocou stresse e ansiedade, as pessoas com cefaleias estão particularmente vulneráveis, uma vez que estes são alguns dos fatores desencadeantes de crises. Nesse contexto, a Sociedade Portuguesa de Cefaleias deixa alguns conselhos para os doentes:
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