Como você pode ajudar a reduzir o impacto ambiental causado pela tecnologia?

Por Patricia Travassos

Você sabia que o Brasil joga no lixo 120 bilhões de reais por ano em resíduos que poderiam ser reaproveitados?

Mas como fazer isto? Onde vender, de quem comprar? Esses são alguns problemas que começam a ser resolvidos pela tecnologia que já está viabilizando inclusive a exportação dos nossos resíduos.

Sim, até o LIXO virou TECH!! As startups que cuidam disso são chamadas de CLEANTECHS e, segundo a ABStartups, o Brasil já tem 136 empresas espalhadas pelo país focadas em criar inovação para reduzir o impacto ambiental negativo.

O princípio de toda inovação é uma mudança de pensamento:

Então, a ideia é que a gente deixe pra trás o velho modelo de Economia Linear, formado por:

Extração (de matéria prima da natureza)  => Produção => Descarte

E parta para o modelo de Economia Circular, representado por 5Rs:

Reduzir => Reusar =>Reciclar => Reparar => Redistribuir

Pra começar, a gente pode pensar até mesmo no que tem em casa: na quantidade de itens sem uso ou até quebrados que seguem ocupando espaço. Eu, por exemplo, me mudei recentemente e encontrei desde celulares, monitor e teclado de computador quebrados, baterias…até livros que há muito tempo eu não consultava. E encontrei na internet um jeito muito conveniente de doar – com retirada gratuita a domicílio.

E garanto: eu não sou a única! Estima-se que 75% de todo o resíduo sólido urbano poderia ser reciclado, mas apenas 13% de fato são reaproveitados. O maior desafio é que hoje os maiores agentes desse trabalho são os catadores, informais e amadores. Se o trabalho fosse valorizado e profissionalizado, os ganhos poderiam ser enormes.

Algumas iniciativas digitais

Conheçam algumas iniciativas que começam no mundo digital com esse propósito:

ReciclaOrla

Para quem mora na zona sul do Rio de Janeiro, há 2 meses estão funcionando 10 pontos de entrega voluntária de resíduo (vidro, plástico, papel e papelão) que já recolheram 11 toneladas de recicláveis. As pessoas que doam recebem um QR code para rastrear o que é feito depois da coleta, acompanhando inclusive as notas fiscais de uma eventual comercialização dos resíduos que é registrada em Blockchain.

Para o cidadão, fica a sensação de contribuir para reduzir o próprio impacto no meio ambiente.

Polen

Para empresas, já tem plataformas como a Polen, por exemplo, que conectam empresas que querem vender resíduo com quem precisa comprar.

Aparas de plástico, sucata ferrosa, vidro, eletrônicos…tudo isso hoje ainda não é aproveitado de forma satisfatória aqui no Brasil, mas já há demanda de exportação para países que já se estruturaram para reaproveitar matéria prima visando reduzir a exploração dos recursos naturais do planeta (que são finitos) e economizar energia (sem haver a necessidade de beneficiar uma matéria prima do zero)

Assista ao comentário de Patricia Travassos sobre no Globonews Em Ponto.

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Como você pode ajudar a reduzir o impacto ambiental causado pela tecnologia?

Crescimento mais equitativo e menos intensivo no uso de matérias-primas e energia (Foto: Thinkstock)

Desde 1972, o Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado em 5 de junho. A data foi estabelecida durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, capital da Suécia, e tem como objetivo reforçar os constantes problemas ambientais enfrentados por todo o planeta, assim como a importância da preservação de seus recursos.

Foi também nessa época que o conceito de desenvolvimento sustentável começou a tomar forma. Segundo informações do livro Gestão Socioambiental Estratégica, de Luís Felipe Nascimento, Ângela Denise da Cunha Lemos e Maria Celina Abreu de Mello, logo após a realização da Conferência, diversos países começaram a estruturar órgãos ambientais e legislações que tornaram o ato de poluir uma prática ilegal. Discussões sobre a racionalização do uso de energia e a busca por combustíveis mais limpos também ganharam força.

Vale lembrar que o conceito de desenvolvimento sustentável está intimamente ligado a capacidade de atender às necessidades das sociedades atuais sem comprometer as futuras gerações. “Os princípios sugerem que é preciso desenvolver uma economia que privilegie o crescimento econômico, alterando a qualidade desse crescimento para torná-lo mais equitativo e menos intensivo no uso de matérias-primas e energia, destacando o papel dos avanços científicos, tecnológicos e inovadores”, ressalta a Profa. Dra. Anapatrícia Morales Vilha, Coordenadora da Agência de Inovação da UFABC.

Cenário atual
Passados 44 anos do evento organizado pela ONU, as dificuldades na área de preservação ambiental ainda são muitas. De acordo com um grupo* de docentes dos Cursos de Tecnologia em Saneamento Ambiental e Engenharia Ambiental da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, a maioria dos problemas atuais está interligado aos elevados índices de consumo de recursos materiais e energéticos. A rápida elevação da temperatura média do planeta, por exemplo, é um efeito antropogênico. Ou seja, apesar de ter componentes naturais associados a eles, somos os grandes responsáveis por esse fenômeno.

Entretanto, a boa notícia é que o desenvolvimento tecnológico deixou de ser visto apenas como vilão para tornar-se um auxiliar na minimização dos efeitos negativos das atividades produtivas para o meio ambiente. Há várias inovações que favorecem a convivência mais adequada dos seres humanos com o planeta. Outro ponto positivo é que governantes, empresários e população estão assimilando a importância disso.

No entendimento dos docentes da Unicamp, os consumidores estão cada vez mais preocupados com a degradação do meio ambiente e exigem soluções menos impactantes, o que exige posicionamento e investimento das empresas. Além disso, várias universidades brasileiras têm se destacado no quesito inovação, contribuindo com soluções que trabalham pela redução do impacto ambiental.

Com a ajuda do nosso time de especialistas, selecionamos quatro inovações tecnológicas que proporcionam (ou vão proporcionar) diversos benefícios para o meio ambiente:

1. Tecnologia da Informação
O uso de satélites combinado à popularização da internet permitiu que pessoas de todo o mundo evitassem deslocamentos, antes vistos como imprescindíveis. O próprio uso do GPS e de outros aplicativos de geolocalização contribuem de maneira decisiva para a redução da emissão de CO2.

“Na área da agricultura, a utilização desses softwares ajuda na diminuição do uso de insumos, fertilizantes e pesticidas. Também é possível economizar diversas etapas no processo de plantio, o que significa menos gases lançados na atmosfera”, explica José Maria da Silveira, professor do Instituto de Economia da Unicamp.

2. Energia Solar
A energia elétrica é imprescindível para facilitar a vida das pessoas. No entanto, sua produção pode representar uma agressão considerável ao meio ambiente, tanto no caso das termoelétricas, que utilizam a queima de combustíveis fósseis, como no das hidrelétricas, que geram enormes impactos na região onde são instaladas (embora grandes avanços também estejam reduzindo o impacto dessas fontes).

Por ser uma energia abundante e inesgotável, a energia solar mostra-se uma ótima opção para a universalização da eletricidade. Pelo seu clima propício em nosso país, a previsão é que em alguns anos as placas solares tornem-se algo comum nos domicílios e até que pequenos investidores “vendam” esse tipo de energia.

3. Biocombustíveis
Ainda no ramo de fontes de energia sustentáveis, o Brasil apresenta uma produção significativa de etanol. “O cultivo de cana de açúcar cresceu bastante nos últimos tempos. São mais de 400 usinas sucroalcooleiras em todo o país”, ressalta Anapatrícia Morales Vilha.

Além de ser uma fonte renovável de energia, a produção de etanol a partir da cana apresenta uma balanço nulo de produção de CO2. Isso porque durante sua fase de crescimento, a planta sequestra a mesma quantidade de gás emitido durante a fase de fabricação e utilização do combustível.

4. Tratamento da água
O uso de tecnologia para a purificação de águas residuais é uma das principais tendências do momento. De acordo com o grupo* de docentes da Unicamp, um bom exemplo refere-se à utilização de processos oxidativos avançados no tratamento de esgotos, capaz de promover a degradação de vários poluentes, resultando, assim, em uma água de excelente qualidade.

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*Contribuíram para essa matéria os seguintes docentes dos Cursos de Tecnologia em Saneamento Ambiental e Engenharia Ambiental da Faculdade de Tecnologia da Unicamp: Carmenlucia Santos Giordano Penteado, Gisela de Aragão Umbuzeiro, Luiz Carlos de Miranda Júnior e Renato Falcão Dantas.

Como a tecnologia pode ajudar a reduzir os impactos ambientais?

As inovações permitem que elementos da natureza, como a água, sejam reutilizados, por serem bens finitos. Além de garantir a preservação da água, o tratamento permite que o seu consumo esteja dentro dos padrões aceitáveis por órgãos competentes, a qual garante a saúde e bem-estar dos seres humanos e animais.

Como a tecnologia pode ajudar a preservar o meio ambiente?

O avanço da tecnologia favoreceu a utilização de materiais econômica e ecologicamente mais sustentáveis. É o caso, por exemplo, de produtos alternativos que podem ser utilizados na construção civil, ajudando o meio ambiente e pesando menos no bolso.

Como a tecnologia pode ajudar a preservar o meio ambiente Brainly?

Muito além de minimizar os problemas da emissão de resíduos poluidores, as tecnologias ambientais permitem às empresas conquistar ecoeficiência, ou seja, produzir mais com menos recursos. Muito além de minimizar impactos, a tecnologia ambiental é revolucionária!