Como vc acha que o turismo de base comunitária contribui com a comunidade?

Como vc acha que o turismo de base comunitária contribui com a comunidade?

No terceiro episódio do podcast Caminhos para o Turismo falamos sobre os modelos de desenvolvimento do turismo que colocam as comunidades locais como efetivos protagonistas da atividade. Conversamos com três convidadas muito especiais: a Fundadora e CEO da Vivejar, Marianne Costa, a Coordenadora de Turismo Social do Sesc de São Paulo, Flávia Costa, e ainda com a Condutora de Turismo da Ilha de Cotijuba em Belém, Nita Justiniana.

Elas compartilharam suas experiências e os resultados das iniciativas em que atuam e aqui no blog trazemos alguns insights do episódio que está disponível na íntegra no Soundcloud!

1 – Turismo Responsável

Quando falamos de turismo responsável estamos falando em “assumir responsabilidades”, em uma ação prática: como podemos aumentar os impactos positivos na atividade e diminuir seus impactos negativos. No turismo de base comunitária, em que a atividade se dá nas comunidades, as reais protagonistas da experiência, elas precisam também assumir o protagonismo nas tomadas de decisões, para que o impacto positivo do turismo seja de fato possível.

O turismo social tem uma história de longa data, mas ainda é um campo de ação pouco estudado no Brasil, muitas vezes olhado sob uma perspectiva reducionista, como sendo “turismo para pessoas de baixa renda”. O turismo social é sim um turismo mais acessível para pessoas de baixa renda, mas isso não necessariamente implica em uma atividade de baixa qualidade, com baixo valor agregado para as comunidades receptoras e para os visitantes. O turismo social rema contra a abordagem equivocada de que as pessoas de menor renda devem se contentar com um turismo de baixa qualidade, promovendo atividades de alto impacto e qualidade e acessíveis para variados públicos.

3 – O Desafio do Protagonismo

A comunidade deve ser protagonista, mas não existe uma fórmula única para sua participação e tomada de decisão da comunidade. É importante que as comunidades tenham um papel ativo na gestão e desenvolvimento do turismo realizado em seus territórios e que tenham informações disponíveis para a tomada de decisão, de modo que possam opinar sobre tudo – até sobre não querer receber turistas.

4 – Ações educativas para quem viaja

As ações educativas no turismo são importantes, não só para quem recebe, mas também para quem visita. Para que o viajante possa realmente pensar no que a atividade turística representa para um território, ser não apenas espectador, mas um ser pensante que visita uma comunidade e uma área, ele deve ser incitado a partir de informação. Com o exercício de reflexão sendo incentivado, o turista pode pensar em como contribuir para um local, sobre a repercussão das suas ações como viajante para aquela comunidade e assim desenvolver um senso mais crítico em busca de uma viagem mais responsável.

Aproveite para se aprofundar sobre esse tema nesses links:

Experiências e olhares sobre o turismo de base comunitária – Sesc

Reflexões sobre a pandemia e o turismo comunitário – Sesc

Trabalho, autogestão e turismo economicamente inclusivo – Sesc

Sesc Bertioga – Donde el turismo social construye esperanza

Instituto Vivejar

Leia mais:


Como vc acha que o turismo de base comunitária contribui com a comunidade?

Juliana Bettini

Especialista em Turismo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), atua na representação do BID no Brasil desde 2015. Lidera a carteira de projetos financiados pelo Banco no setor de turismo no país, além de atuar em outros projetos na América Latina e Caribe. Com 15 anos de atuação no setor de turismo, dedicou grande parte de sua carreira ao planejamento estratégico de destinos e negócios turísticos e a estudos de mercado setoriais. Formada em Turismo pela USP, tem especialização na área de Pesquisa de Mercado e Mestrado em Planejamento e Gestão de Destinos pela Universidade de Alicante, Espanha.

Como vc acha que o turismo de base comunitária contribui com a comunidade?

Denise Levy

Tem ampla experiência em temas ambientais e de manejo social na América Latina. Seu principal foco tem sido o planejamento do uso da terra e o financiamento da conservação da terra, como também as avaliações de impactos ambientais estratégicos. Nos últimos anos, o setor de turismo teve como foco a proteção costeira e marinha, e o desenvolvimento urbano sustentável. Antes de fazer parte do time do Banco, Denise Levy foi gerente de programa conservação de terras privadas do The Nature Conservancy, no Brasil. É graduada em Direito pela Universidade Federal do Paraná, possui doutorado em Análise de Políticas Públicas, pela Universidade de Illinois, em Chicago, e mestrado em Ciências e Políticas Ambientais, pela Universidade Johns Hopkins. Denise atualmente é especialista ambiental sênior da Divisão de Recursos Naturais, Agricultura, Turismo e Desastres Naturais do BID.

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Como o turismo contribui para o desenvolvimento das comunidades locais?

Com a implantação do Turismo nas localidades, é possível se desenvolver ainda que basicamente equipamentos de apoio e infraestrutura, criação de novos meios de hospedagem, entretenimento, mão de obra qualificada, meios de transporte, oportunidade de expansão dos empreendimentos e serviços alimentares, como bares, ...

Qual a importância do turismo para a comunidade?

O turismo é um importante transformador de economias e sociedades, promove inclusão social, gera oportunidades de emprego e renda.

Quais os benefícios do turismo de base comunitária?

O Turismo de Base Comunitária (TBC) tem por finalidade a geração de benefícios econômicos, a promoção do desenvolvimento social dos moradores e a conservação do meio ambiente. Nos últimos vinte anos, a gestão da Pousada Uacari se tornou importante fonte de renda sustentável para os moradores da Reserva Mamirauá.

Como funciona o turismo de base comunitária?

O turismo de base comunitária é o tipo de turismo no qual a comunidade organiza e presta serviços para os visitantes, tais como: trabalhar como “guia” local, levar para pescar, para conhecer a roça, a casa de farinha, oferecer hospedagem, alimentação etc.